A Câmara dos Representantes do Congresso exigiu ao presidente Barack Obama o endurecimento da pressão através de sanções sobre Moscou e condenou a “política agressiva da Rússia contra as antigas repúblicas soviéticas da Ucrânia, Geórgia e Moldávia”.
A resolução contra a Rússia foi aprovada pelos congressistas estadunidenses praticamente por unanimidade. O documento está cheio de declarações sobre a “agressão política, econômica e militar” da Rússia e de exigências, como a de apoiar o exército da Ucrânia com meios de defesa e de vigilância, o fim das ligações com a Rússia por parte da OTAN e seus aliados, assim como o aumento da pressão sobre os outros países para que estes se unam à “coligação de sanções” contra a Rússia. À parte disso, é proposto que se “exerça uma pressão agressiva sobre o senhor Putin para obrigá-lo a se comportar de outra maneira”.
Muitos peritos são unânimes na opinião que Washington tenta por todos os meios desenterrar o machado da Guerra Fria. Os próprios falcões norte-americanos não o escondem. Muitos deles se sentem mais confortáveis vivendo num mundo em que existe um inimigo real e a possibilidade de uma corrida aos armamentos.
Segundo referem os peritos, durante todo o ano que passou, Washington se tem esforçado por voltar a unir a OTAN, ptendo feito na Aliança uma "limpeza" de todos aqueles que se pronunciavam por uma cooperação com a Rússia. Agora, mesmo quando nas fileiras da OTAN soam declarações alternativas, elas são provavelmente apenas para manter a imagem, considera o perito militar Boris Podoprigora:
“Nenhumas discussões entre os aliados da OTAN irão impedir os Estados Unidos, como o país principal da Aliança, de tomarem em nome da Aliança Atlântica as decisões que eles próprios consideram corretas. Dessa forma, eu não diria que há qualquer divisão no seio da OTAN. Realmente, no contexto de um pretenso consenso, os Estados Unidos estimulam mesmo algumas declarações de caráter duvidoso, consideremo-lo assim. Mas isso está ligado, mais uma vez, a uma determinada linha político-informativa e não à sua essência. Portanto, devemos separar a parte propagandística da parte que é propriamente de trabalho.”
Contudo, devemos referir que as dissidências na Aliança não partem de suas últimas fileiras. Na reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países da OTAN, o chefe da diplomacia da Alemanha Frank-Walter Steinmeier expressou sua preocupação pela “ausência, em condições de uma crise política, de mecanismos de interação com Moscou”.
Steinmeier apelou a que se “ultrapasse o estado atual e se procurem soluções para o restabelecimento dos contatos com a Rússia”. A posição de Berlim também é apoiada por outros países da União Europeia. Parece que cada vez mais políticos na Europa começam entendendo que nem sempre é vantajoso seguir na esteira de Washington – os norte-americanos perseguem suas próprias vantagens e pouco se preocupam com o bem-estar dos europeus.
Segundo dizem os cientistas políticos, a força que poderá impedir que o mundo resvale para uma Guerra Fria será o mundo empresarial. Mais tarde ou mais cedo, aqueles que financiam as campanhas eleitorais dos políticos europeus irão exigir que sejam cumpridas as obrigações que lhes são devidas. A manutenção da cooperação com a Rússia é do seu interesse. Já existem exemplos de como o grande capital se demarca dos políticos e seus partidos – na própria Alemanha, por exemplo.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_12_05/OTAN-dirige-mundo-para-uma-nova-Guerra-Fria-3299/