09/08/2013
Teimosia ou planos preconcebidos emperram processo político
CANAL DE OPINIÃO por Noé Nhantumbo
Os canais para o diálogo “fecham-se conforme programação”?
Moçambique pode estar a caminhar para o desastre. É uma realidade que já não se pode negar nem recusar.
Num acumulado de factos, simuladamente apresentados como vontade de negociar e de debater a vida política nacional vislumbram-se sinais preocupantes de que leva vantagem quem está interessado em ver Moçambique mergulhando no abismo.
Uns por teimosia ou na crença incrível de que possuem soluções para enfrentar e vencer um inimigo armado e determinado a fazer valer suas posições.
Outros dizem-se prejudicados e marginalizados num processo político afunilado, distorcido e injusto.
Dizem ter esgotado os mecanismos de abordagem e recusam-se a vergar perante quem dizem se ter auto-denominado dono do país.
GOVERNO ACONSELHA A RENAMO A SUBMETER SUA PROPOSTA À AR
A delegação do Governo, no diálogo político com a Renamo, decidiu hoje, na 14ª ronda, pôr ponto final a discussão sobre paridade nos órgãos eleitorais e aconselhou a Renamo a submeter a proposta à Assembleia da República (AR), incluindo a análise feita pelo Executivo.
José Pacheco, ministro da Agricultura e chefe da delegação governamental neste diálogo, disse que a Renamo, apesar de ter solicitado esta ronda extraordinária, apareceu sem nenhum elemento específico, tendo voltado a insistir no acordo político para apadrinhar sua proposta para que esta seja submetida ao Parlamento.
Segundo Pacheco, a Renamo parece agir de ma fé ao defender uma paridade exclusiva e discriminatória na Comissão Nacional de Eleições (CNE) e no Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE).
José Pacheco, ministro da Agricultura e chefe da delegação governamental neste diálogo, disse que a Renamo, apesar de ter solicitado esta ronda extraordinária, apareceu sem nenhum elemento específico, tendo voltado a insistir no acordo político para apadrinhar sua proposta para que esta seja submetida ao Parlamento.
Segundo Pacheco, a Renamo parece agir de ma fé ao defender uma paridade exclusiva e discriminatória na Comissão Nacional de Eleições (CNE) e no Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE).
Presença de Dhlakama atrapalha governação em Gorongosa
“Por vezes, ficávamos três a quatro dias sem aulas, porque os professores e alunos fugiam das escolas do distrito por medo de um possível conflito armado”.
A presença do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e de seus homens armados na região de Santungira, no posto administrativo de Vundúzi, no distrito de Gorongosa, a norte da província de Sofala, está a preocupar as autoridades daquele distrito, pelo facto de estar a comprometer o cumprimento de algumas metas do plano de desenvolvimento daquele distrito.
De acordo com o administrador do distrito de Gorongosa, Paulo Majacunene, desde que o líder da Renamo e os seus homens fortemente armados se instalaram na região de Santungira, em meados de Outubro do ano passado, as populações têm receio de desenvolver as suas actividades normais.
09/08/2013 at 15:59 in Municípios - Administração Local - Governo, Política - Partidos | Permalink | Comments (0) ShareThis
Morreu ex-bispo português da diocese moçambicana de Lichinga
O ex-bispo católico de Lichinga, norte de Moçambique, Luís Silva, nascido em Portugal, morreu na quarta-feira em Angónia, distrito moçambicano onde vivia, mantendo "a sua generosidade e dedicação à população", disse à Lusa o bispo de Lichinga.
Segundo Élio Greselin, bispo de Lichinga, capital da província de Niassa, no norte do país, Luís Gonzaga Ferreira da Silva, 90 anos, morreu vítima de "complicações no coração", dias após ser atropelado em Angónia, na província de Tete, no centro.
"É uma grande perda para Lichinga, Angónia e Niassa, porque era um bispo extraordinariamente conhecido e querido pelas comunidades pela obra que desenvolveu a favor dos mais necessitados", afirmou Élio Greselin.
A província de Niassa, assinalou o bispo de Lichinga, vai recordar com "amor" o trabalho de Luís Gonzaga Ferreira da Silva na educação e na saúde, bem como a sua presença junto das vítimas da guerra civil moçambicana, que durou 16 anos.
Hipocresia... para não variar
De hipocresia em hipocresia, há o registo para esta manhã de mais uma ronda negocial governo/Frelimo-Renamo; o crime anda à solta e a polícia atira culpas ao povão; Guebuza felicita Mugabe enquanto a SADC prepara relatório sobre eleições que prometem polémicas; faltam oportunidades de emprego, mas o Executivo diz-se bem...
OS médicos contestam o documento esta semana apresentado por Alexandre Manguele, o titular da Saúde que foi à Assembleia da República defender o que se espereva venha a ser o estatuto do funcionário da Saúde.
A Associação Médica de Moçambique (AMM) diz-se infeliz por se tratar de um documento que está longe dos objectivos da agremiação.
O futuro estatuto foi apenas aprovado na generalidade, devendo ser analisado e discutido na especialidade nas próximas sessões. Nos bastidores do Parlamento Nacional diz-se, no entanto, que o documento será aprovado pela maioria frelimista, a bancada do partido que sustenta o governo.
Hipocresia II
Emoções ao rubro. A Renamo ameaçou retirar-se do diálogo com o governo/Frelimo, mas recuou.
Cartas ao Presidente da República (68)
LEVIA TÃ Por Laurindos Macuácua
Bom dia, Excelência. A presidência aberta: corre-lhe a contento? Conhecendo o Presidente que tenho, creio bem que sim. Basta estar lá alguém para lhe dedicar os salamaleques que tanto faz questão de as ouvir que tudo corre bem. Não é isso, hosi?!
Eu já estive em várias das suas presidências abertas e, confesso, sempre saí intrigado. Intrigado porque às moldes que elas são levadas a cabo, não sei se vale a pena dedicar-se-lhas tanto dinheiro.
Veja que em todos os lugares, o Presidente quer que algumas pessoas, em número reduzido, falem das inquietações colectivas - e, à sua maneira, o fazem -, mas tais nunca são resolvidas. Ano após ano é a mesma coisa.
Ah, porque o porco do vizinho “amantizou” com a minha porca. E o Presidente- o grande justiceiro-, logo de seguida diz: não se preocupe. Está tudo registado. O vizinho e o seu porco serão castigados. Pobre da porcainocente. Foi abusada sem dó nem piedade.
E no ano seguinte volta ao mesmo local, e as questões sãos as mesmas. As soluções são as mesmas: o desinteresse. O silêncio. O pedido de voto. Caspite!
"Má governação, em resumo..."
MARCO DO CORREIO, por Machado da Graça
Olá amigo Luís
Como vais tu?
Imagino que andes preocupado com essa onda de criminalidade que está a acontecer aí nos subúrbios da tua Matola.
E tens razão para isso. Na verdade, as notícias que me chegam são de actos de grande selvajaria e crueldade que acompanham os assaltos propriamente ditos. Gente violada sexualmente e sujeita a torturas bárbaras parece ser uma das características destes malfeitores.
Outra, ao que se diz por aí, é avisarem as vítimas de que vão ser elas as próximas “visitadas”.
E, se isso for verdade, já me faz alguma confusão, na medida em que isso permitiria aos visados avisarem a Polícia para estar atenta à espera da chegada dos malfeitores.
Ora, ao que parece, isso não está a acontecer.
Ou os visados não avisam a Polícia ou, se avisam, ela não aparece. O que pode ter mais do que uma explicação:
Por um lado, falta de confiança da população na PRM. Seja por a reconhecer incapaz de enfrentar a presente situação, seja por ter medo que alguns dos polícias possam estar associados aos bandidos. Isto justificaria o facto de terem começado a aparecer patrulhas, formadas por moradores dos bairros, para vigilância nocturna, e a ameaça de que, se encontrarem bandidos, os não entregarão às autoridades, mas sim farão justiça pelas próprias mãos.
Por outro lado, o próprio porta-voz da Polícia veio a público afirmar que a sua corporação tem os meios, humanos e materiais que tem e esses não são suficientes para as necessidades.
Ora isso é muito surpreendente, vindo de uma Polícia que, nos últimos tempos, tem estado a adquirir enormes viaturas blindadas e muito outro material de guerra. De uma Polícia que manda para Sofala muitas centenas de agentes acabados de formar na sua escola. Em resumo, uma Polícia que parece ter todos os meios para reprimir o povo e nenhuns para conter a criminalidade.
E, como é óbvio, esta situação é muito preocupante, podendo degenerar em graves actos de violência descontrolada, por parte dessas patrulhas populares, contra pessoas inocentes que, por engano ou por má fé, sejam acusadas de pertencerem aos bandos de criminosos.
Tudo isto derivado de uma estranha definição de prioridades na alocação dos meios que o Estado atribui às diferentes forças policiais.
Má governação, em resumo...
Um abraço para ti do
Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ – 09.08.2013
08/08/2013
“Não percebo por que HCB não foi entregue antes”
José Sócrates foi uma peça decisiva na complexa reversão da HCB para Moçambique. Em Maputo, na semana passada, a convite do Chefe de Estado, o ex-primeiro-ministro de Portugal rebobinou ao “O País” por que decidiu fechar o negócio. Falou também da crise política e económica da Europa e do futuro da CPLP
Engenheiro José Sócrates, qual é a sua agenda em Moçambique? Tem algum interesse estratégico?
Não, pelo contrário, vai achar muito curioso… venho aqui para cumprir uma promessa que deixei para trás nestes últimos dois anos. Tinha prometido visitar o Presidente da República, quando saísse do cargo de primeiro-ministro. Uma visita de despedida que fui adiando mês após mês. Então, desta vez decidi não deixar passar mais tempo e vim só para o saudar, para mostrá-lo o quanto apreciei trabalhar com ele estes seis anos. A política deixa relações pessoais muito profundas. Às vezes, os políticos têm que enfrentar relações difíceis juntos e isso gera um companheirismo, ou seja, uma camaradagem. Lembro-me ainda bem da primeira vez que o Presidente Guebuza foi a Portugal e falámos. Por isso, vim para o cumprimentar e trocar opiniões sobre a vida além da política, sobre Moçambique e Portugal. É uma espécie de visita de saudade a um amigo querido que não tive a oportunidade de visitar nestes dois anos.
08/08/2013 at 22:48 in Cahora-Bassa - Vale do Zambeze, Opinião, Portugal | Permalink | Comments (1) ShareThis
Banco Mundial injecta quatro milhões de dólares no Vale Zambeze
Maputo, Sexta-Feira, 9 de Agosto de 2013:: Notícias
O gestor do Projecto de Desenvolvimento de Pequenos Produtores Orientados para o Mercado, José Caravela, que revelou o facto há dias à nossa Reportagem na vila-sede distrital de Morrumbala, na Zambézia, disse que os produtores receberam meios, nomeadamente, insumos agrícolas, valores monetários e treinamento, cujo objectivo é transformar o pequeno produtor em médio ou grande produtor.
Falando à nossa Reportagem por ocasião da realização de uma feira de agro-negócios que atraiu para a vila sede distrital de Morrumbala 20 empresas provedoras de insumos agrícolas, José Caravela afirmou igualmente que os produtores foram capacitados em matéria de gestão de pequenos negócios.
Falando à nossa Reportagem por ocasião da realização de uma feira de agro-negócios que atraiu para a vila sede distrital de Morrumbala 20 empresas provedoras de insumos agrícolas, José Caravela afirmou igualmente que os produtores foram capacitados em matéria de gestão de pequenos negócios.
08/08/2013 at 22:25 in Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações | Permalink | Comments (0) ShareThis
Governo disposto a retomar diálogo político hoje em Maputo
Maputo, Sexta-Feira, 9 de Agosto de 2013:: Notícias
Na última ronda realizada na passada segunda-feira as partes não chegaram a nenhum consenso quanto à paridade nos órgãos eleitorais, nomeadamente a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), numa altura em que resta cerca de uma semana para o término da sessão extraordinária da Assembleia da República que, entre outros pontos, tem agendado a discussão sobre a revisão da legislação eleitoral.
Apenas 2,4 milhões de moçambicanos pagam impostos
Apenas 2,4 milhões de moçambicanos pagam impostos, de um universo de cerca de 11 milhões de possíveis contribuintes, segundo dados divulgados pelas Autoridade Tributária de Moçambique (AT).
Mesmo assim, o número de pagantes já é significativo, uma vez que, há cinco anos, a base de dados da AT registava apenas 390 mil contribuintes.
"Nos últimos tempos, tem-se verificado um avanço considerável quanto ao número de cidadãos que se inscrevem para a obtenção do NUIT (Número Único de Identificação Tributária)", disse Hermano Nhatitima, da AT, citado pela Agência de Informação de Moçambique.
Actualmente, decorre uma campanha de educação fiscal e aduaneira em escolas e algumas instituições estatais, que tem como lema "O Papel da Sociedade na Promoção e Elevação da Cidadania Fiscal e Divulgação dos Projectos de Modernização".
Lusa – 08.08.2013
08/08/2013 at 17:41 in Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações | Permalink | Comments (0) ShareThis
Deixem de mentir e roubar
EDITORIAL
Dentro de três meses o país já vai as eleições autárquicas. Os partidos políticos afinam a sua máquina para ganhar o pleito eleitoral e governar ao povo.
Brevemente os políticos vão se envolver em campanhas eleitorais, uma acção tendente a persuadir o cidadão a votar neles e o seu candidato.
Quando chega a estas alturas todos acham-se capazes de darem o seu melhor. Uns vão digladiando aos outros.
Outros vão prometendo mundos e fundos. Importa, sem sombra para duvidas, o povo saber ouvir e escolher.
Saber separar o trigo do joio.
Em muitos municípios assistidos um pouco, em cada província moçambicana, as consequências de escolhas erradas ocorridas no ultimo escrutínio, cuja factura o povo vai continuar a pagar por muito mais tempo.
Mais de 300 mil eleitores impedidos de votar no Zimbabwe
Perto de 305.000 pessoas foram impedidas de votar e 206.000 foram influenciadas por agentes eleitorais nas eleições gerais realizadas no Zimbabwe a 31 de Julho, segundo números divulgados hoje pela comissão eleitoral.
A capital, Harare, concentra o maior número de eleitores privados de voto (64.483), seguida das províncias de Mashonaland Ouest (norte) e Manicaland (leste). Perto de 3,5 milhões de pessoas votaram num total de 6,4 milhões de eleitores inscritos, de acordo com a mesma fonte.
O Presidente Robert Mugabe, no poder há 33 anos, conseguiu uma vitória com larga vantagem. O primeiro-ministro cessante, Morgan Tsvangirai, adversário de Mugabe, considerou as eleições "fraudulentas" e exigiu a verificação pela justiça dos cadernos eleitorais, dos boletins de voto e da inscrição dos eleitores.
Lusa – 08.08.2013
A dívida individual como base de um investimento colectivo?
Quid Est Ergo Tempus?
Um olhar para o distante início da monetarização
"Se um dos teus irmãos empobrecer, e não satisfizer as suas obrigações para contigo, protegê-lo-ás, mesmo que seja um estrangeiro ou um inquilino, e deixa-o viver contigo. Não receberás dele juros nem lucro algum, mas teme o teu Deus para que o teu irmão viva contigo. Não lhe emprestes o teu dinheiro com juros, nem lhe dês os teus mantimentos para disso tirar proveito." Levítico (25, 35)
Há, por vezes, uma sabedoria que rasga os tempos e irrompe na nossa mente como um trovão que nos remete para as forças ancestrais da natureza. Alguns dos textos mais antigos da humanidade têm esse condão, o de nos despertar para o essencial, subtraindo-nos ao supérfluo. Quando nos parece que andamos enredados em soluções fast-food que nada nos trazem de novo, há sempre uma lufada de ar fresco numa esquina a que nos propúnhamos passar.
Uma dessas esquinas ou encruzilhadas civilizacionais encontra-se no mapa da Bíblia, num inesperado texto de carácter muito formal. Esse texto, muito ligado ao legalismo, portanto, aparentemente pouco rico em aspectos de humanismo, é o Levítico. Seja-se crente, ou não, nos tempos que correm, este texto está repleto de boas práticas económicas vindas dos primeiros séculos de monetarização da economia.
Fukushima, ProSAVANA e Ruth First: Análise de "Mitos por trás do ProSAVANA" de Natália Fingermann, pela Dra. Sayaka Funada-Classen
Introdução
Quando li o artigo intitulado "Os mitos do ProSAVANA" no Boletim IDeIAS (publicado pelo IESE a 29 de Maio de 2013) escrito por Natália Fingermann, a primeira coisa que me veio à mente não foi a cooperação triangular denominada ProSAVANA (Cooperação Triangular para o Desenvolvimento da Agricultura na Savana Tropical em Moçambique) ou Moçambique. Foi o Acidente Nuclear da TEPCO que teve lugar em Fukushima, no meu país, Japão, em 11 de Março de 2011. Depois pensei em Ruth First, que lutou pela libertação de África e dos africanos, e que foi morta por uma bomba que lhe foi enviada , pelo regime do apartheid sul-africano, para o CEA (Centro de Estudos Africanos) em Maputo, em 1982..
Leia em Download Fukushima, ProSAVANA and Ruth First (pt) - finalLeia igualmente Download Mitos do prosavana_in_ideias_49
08/08/2013 at 10:34 in Ambiente - Ecologia - Calamidades, Brasil, Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Opinião, Política - Partidos | Permalink | Comments (0) ShareThis
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