quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Polémica desmilitarização tem barba-rija

 

O desaguisado entre o governo/Frelimo e a Renamo, em matéria da desmilitarização da antiga guerrilha, data dos anos 90, concretamente no pós Roma, intensificado depois das primeiras eleições globalmente f inanciadas e vigiadas pelas Nações Unidas.
Ainda nas discussões que antecederam Roma’92, a questão da desmilitarização mereceu uma atenção especial por parte dos negociadores. Até que se chegou à conclusão de que alguns elementos da Renamo ficariam para a guarda pessoal de Afonso Dhlakama, munidos de armas de fogo.
Os restantes deviam ser desmilitarizados à medida que iam sendo desmobilizados. Quem fez a monitoria ao processo de desmobilização foram as Nações Unidas, atravez da ONUMOZ.
Embora a desmobilização tenha sido sob a égide da ONUMOZ, a Frelimo esteve infiltrada nas zonas de acantonamento reservadas aos elementos da Renamo.Sob a capa de ‘capacetes-azuis’ em representação da Guiné-Bissau, os militares moçambicanos foram abanando a cabeça sempre que, da fila, aparecessem elementos alegadamente guerrilheiros da Renamo, visivelmente enfraquecidos e a entregar armas caducas.
Aí começava a estar claro de que a Renamo não estava a proceder à entrega de armas que foi utilizando durante os 16 anos de guerra, muito menos homens que verdadeiramente colocaram de joelhos os seus adversários das Forças Armadas de Moçambique (FAM), forçando a Frelimo a negociar.
O argumento inicial posto à mesa de debate, era de que a Renamo não
podia  ter  um  efectivo considerável, comparativamente ao das FAM. De resto, foi por isso que para as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), as FAM tenham sido obrigadas a desmobilizar centenas para permitir a paridade dos 15 mil homens, totalizando 30 mil para o novo exército.
Para onde colocara, a Renamo, as armas em uso durante a guerra?
Uma boa parte, incluíndo um moderno sistema de comunicações, permaneceu sob custódia da Renamo, e a antiga base de Marínguè era o epicentro desse equipamento bélico, em cujo acesso é tido como sendo impossível.
O sistema das comunicações viria, consta, a ser entregue, após uma dura batalha de palavras entre as partes. Mas as armas, essas, muitas delas pesadas e ligeiras, continuaram (continuam nas mãos da Renamo).
Não vai, Dhlakama, ser traído pelos rivais da Frelimo.
Antes e depois das eleições iniciais, Moçambique registou incidentes com o recurso a armas de fogo. É que muitas armas estavam espalhadas um pouco por todo o lado, muitas delas utilizadas pelos chamados ‘bandos errantes’ que tanto podiam ser oriundos das antigas FAM’s como da Renamo. Os ‘capacetes azuis’  trataram de controlar a situação, a esforço.
Por isso é que o primeiro governo eleito, chamou a sí a responsabilidade de desmilitarizar a Renamo, algo que já nessa altura era visto como sendo de difícil realização.
Atravez dos seus informadores, a Renamo foi se apercebendo de que não era chegado o momento para entregar totalmente as armas, à medida que foi mantendo algumas células nas matas que controlavam o equipamento bélico que eventualmente continuava sob a sua alçada.
A desconfiança esteve sempre na mó de cima no seio da Renamo. Ainda na era-Chissano.
Quanto mais agora, com Guebuza na Ponta Vermelha, a quem Dhlakama não nutre nenhuma simpatia…
Por estas e outras razões, não se vislumbra qualquer possibilidade de a Renamo entregar as armas que estarão sob a sua posse. Do mesmo modo que dificilmente teremos os elementos da Renamo encorporados na Polícia da República de Moçambique (PRM).
Aliás, a questão dos elementos da Renamo na PRM, em devido momento foi colocada, entretanto chumbada porque Afonso Dhlakama entende que não se identificava com esta corporação frelimizada. Mesmo a proposta de a segurança do líder guerrilheiro envergarem uniforme policial, foi de imediata reprovada pela Renamo.
EXPRESSO – 22.08.2013

Comments

1
umBhalane said...
Quando tiver Netinhos/Netos (filhos dos meus filhos) vou-lhes contar muitas/demais estórias que nem estas para eles adormecerem/dormirem bem.
Já tenho "maningues" guardadas.
E anedotas também muitas - até que gosto demais daquelas do Kamarada Jorge Khálau.
"Comandante-geral da polícia moçambicana diz que corporação está "infiltrada de criminosos"
14-05-2013 10:55 | Mundo
Fonte: Agência Lusa
Maputo, 14 mai (Lusa)
- O comandante-geral da polícia moçambicana, Jorge Khalau, disse na segunda-feira que
a corporação está "infiltrada de criminosos",
defendendo uma ação de
purificação de fileiras
como importante para o combate à criminalidade no país.
Falando no lançamento das festividades do 38.º aniversário da fundação da Polícia da República de Moçambique (PRM), Jorge Khalau afirmou que há na instituição agentes cúmplices com o crime.
"Temos alguns elementos infiltrados que estão a fazer confusão. Estamos a fazer uma luta contra os criminosos que se infiltram na polícia.
Não podemos negar que isso existe",
assumiu o comandante-geral da PRM.
A polícia moçambicana, assinalou Jorge Khalau, está empenhada na neutralização de agentes com conduta imprópria, que inclui práticas de extorsão a cidadãos.
"Estamos a fazer um trabalho no sentido de neutralizar polícias que andam a extorquir cidadãos", acrescentou.
Segundo o comandante-geral da PRM, a corporação atua num contexto de carência de meios, mas está mobilizada para garantir a ordem e segurança públicas.
Estudos sobre corrupção no Estado moçambicano têm apontado a polícia como uma das instituições mais corruptas do país, sendo recorrentemente denunciados casos em que agentes "alugam" armas ou uniforme a assaltantes para a prática de crimes.
PMA // VM
Lusa/Fim
Agora a anedota completa:
«Jorge Khálau iniciou funções em 2008
Moçambique: Armando Guebuza reconduz Comandante-geral da PRM
2013-01-21 16:11:24

Maputo - O Presidente da República, Armando Guebuza,
reconduziu
Jorge Khálau ao cargo de Comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM),
fazendo uso das competências que lhe são conferidas pela alínea e) do artigo 161.º da Constituição da República de Moçambique.
Um comunicado da Presidência enviado à PNN refere que, «tendo decorrido o prazo legalmente estabelecido para o exercício do cargo de Comandante Geral da Polícia da República de Moçambique, renova o mandato de Jorge Henrique da Costa Khálau para o referido cargo, através de Despacho Presidencial», lê-se no documento.
Jorge Khálau foi nomeado para o cargo de Comandante-geral da PRM em Dezembro de 2008,
em substituição de Custódio Pinto.
(c) PNN Portuguese News Network»
Realmente, de jeito maneira, a frelimo completa é completamente uma anedota, com o devido pedido de desculpas às anedotas verdadeiras.
Sempre a dizer,
Fungula masso iué (abram os olhos)
A LUTA É CONTÍNUA

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