A derrota do Ocidente nas ruas do Cairo
Não foi só o sonho da democracia liberal aberto pela Primavera Árabe que se esfumou no terrível banho de sangue nas ruas do Cairo. Nessa agressão aos mais elementares direitos humanos ruíram também os esforços do Ocidente para suster o islamismo radical.
Quando um exército irrom...pe pelas ruas e dispara de forma indiscriminada contra a população civil, não basta a retórica tradicional da condenação da violência nem a apologia das liberdades individuais.
É preciso recorrer às mesmas palavras e actos que quer os Estados Unidos quer a União Europeia usam para atacar a brutalidade de Al-Assad na Síria.
O Ocidente, porém, não o faz porque está amarrado à condescendência com que assistiu ao golpe que afastou Mohamed Morsi, ou, pior os actos e as omissões de Bruxelas e de Washington na era pós-Morsi vão ser associados à morte de civis ainda, pela ausência de qualquer esforço efectivo para envolver a cidadania egípcia que o apoiou no regresso à normalidade democrática.
Mesmo que se compreenda a recusa cínica de condenar o golpe de Estado que afastou um governo eleito (os erros de Morsi e o estado paralelo em construção pela Irmandade Muçulmana podem justificar essa atitude), Washington ou Bruxelas jamais deveriam ter tolerado a repressão exercida sobre a Irmandade Muçulmana.
Não o fazendo, acabaram por alimentar a resistência dos seus fiéis e a inimputabilidade do regime que se exprimiu nos assassínios de anteontem.
Agora que se desfez a hipótese de qualquer solução negociada para o regresso ao processo democrático, o Ocidente perdeu o pé.
No Egipto e, por arrastamento, no Médio Oriente.
Para todos os efeitos, a sua conivência com a era pós-Morsi não deixará de estar associada a uma brutal vaga de repressão e de violência.
Para quem como a Europa defende uma diplomacia suave,
para quem como Obama aposta na conquista dos corações e da inteligência do mundo árabe para suster o radicalismo islâmico,
não podia haver pior cenário.See more
Não foi só o sonho da democracia liberal aberto pela Primavera Árabe que se esfumou no terrível banho de sangue nas ruas do Cairo. Nessa agressão aos mais elementares direitos humanos ruíram também os esforços do Ocidente para suster o islamismo radical.
Quando um exército irrom...pe pelas ruas e dispara de forma indiscriminada contra a população civil, não basta a retórica tradicional da condenação da violência nem a apologia das liberdades individuais.
É preciso recorrer às mesmas palavras e actos que quer os Estados Unidos quer a União Europeia usam para atacar a brutalidade de Al-Assad na Síria.
O Ocidente, porém, não o faz porque está amarrado à condescendência com que assistiu ao golpe que afastou Mohamed Morsi, ou, pior os actos e as omissões de Bruxelas e de Washington na era pós-Morsi vão ser associados à morte de civis ainda, pela ausência de qualquer esforço efectivo para envolver a cidadania egípcia que o apoiou no regresso à normalidade democrática.
Mesmo que se compreenda a recusa cínica de condenar o golpe de Estado que afastou um governo eleito (os erros de Morsi e o estado paralelo em construção pela Irmandade Muçulmana podem justificar essa atitude), Washington ou Bruxelas jamais deveriam ter tolerado a repressão exercida sobre a Irmandade Muçulmana.
Não o fazendo, acabaram por alimentar a resistência dos seus fiéis e a inimputabilidade do regime que se exprimiu nos assassínios de anteontem.
Agora que se desfez a hipótese de qualquer solução negociada para o regresso ao processo democrático, o Ocidente perdeu o pé.
No Egipto e, por arrastamento, no Médio Oriente.
Para todos os efeitos, a sua conivência com a era pós-Morsi não deixará de estar associada a uma brutal vaga de repressão e de violência.
Para quem como a Europa defende uma diplomacia suave,
para quem como Obama aposta na conquista dos corações e da inteligência do mundo árabe para suster o radicalismo islâmico,
não podia haver pior cenário.See more
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