O autarca socialista diz que está de «boa
fé» nas negociações com Seguro, mas lembra que o «PS tem um problema interno e
um problema de afirmação na sociedade portuguesa».
No final da entrevista à TSF e ao DN, António Costa volta ao tema da
liderança socialista para reafirmar que não foge de cargos nem corre para
cargos, procurando «ser útil em cada momento», acrescentando que «se acham que
eu sou útil como secretário-geral do PS, eu estou disponível para ser
secretário-geral do PS. Se acham que eu sou útil para ser presidente da Câmara
Municipal de Lisboa, eu estou disponível para ser presidente da Câmara Municipal
de Lisboa». Costa afirma também que «são duas funções para as quais [se sente]
capaz de dar um contributo importante».
O autarca de Lisboa garante que não fez nenhum ultimato ao líder do PS e que
a data de 10 de Fevereiro para ter um documento consensual pronto é «definida
pelos dois», acrescentando que propôs a Seguro adiar a Comissão Nacional, mas o
líder não aceitou.
Para António Costa, o Partido Socialista «hoje não está bem, tem um problema
interno e isso implica que tem de haver um trabalho da liderança para unir o
partido». Costa reafirma que disse na Comissão Política que «ou o
secretário-geral é capaz de unir o partido e reforçar a capacidade do se afirmar
como alternativa forte na sociedade portuguesa ou então eu candidato-me a
secretário-geral».
António Costa considera que «o PS é um partido que está na oposição, mas não
é um partido de oposição«. Por isso, tem de estar presente «com as suas
alternativas» nos debates essenciais, como «a sustentabilidade do Estado Social,
a Reforma do Estado, ou a reforma administrativa». Para Costa, «o PS não pode
ser um partido esquivo. O PS não pode ter uma atuação passiva, aguardando
simplesmente que, por desgraça alheia, o poder lhe caia no colo».
Costa considera que as acusações que lhe fizeram dois membros da direção
Socialista, o porta-voz João Ribeiro e o deputado Miguel Larangeiro, «revelam
bem que era preciso ter bom senso para evitar que o processo interno da vida do
PS descambasse numa arruaça». Questionado sobre se a atual polémica no PS pode
fragilizar na sua corrida em Lisboa, o candidato socialista considera que «a
única fragilidade» que pode ter são «as referências feitas por camaradas», mas
acrescenta que está certo que «já se arrependeram e que ninguém regista para
memória futura».
Paulo Baldaia
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