Wiriamu – Porquê?(2)
“Assim se compreende a ordem de “limpar”, pois seria a maneira de, não podendo separar os guerrilheiros da população, estes serem apanhados. Só que não estavam lá. E não acredito que a DGS confiasse de tal forma num informador ocasional. O mesmo já antes tivera que ganhar a confiança dos Inspectores da DGS para que tal operação tivesse lugar com ordem de “limpar”. Quantos guerrilheiros da Frelimo e elementos da população teria sacrificado para a conquistar?"
Mas faltava saber como a DGS tinha tanta certeza da presença de guerrilheiros em Wiriamu.
Mas ficamos agora a saber através do depoimento de um sobrevivente do massacre, António Michone, num dos episódios ora apresentados pela RTP, da autoria de Joaquim Furtado.
Afinal foi um agente da própria DGS que esteve em Wiriamu onde viu os guerrilheiros a saírem das palhotas, quando o tal Miranda foi entregar produtos. E é de estranhar a aparente facilidade com que os guerrilheiros da FRELIMO aceitaram a explicação da presença de um branco com o comerciante Miranda.
Ninguém lhes contou. Eles viram.
Ouçam aqui o António Michone:
Download Testemunhowiryamu28
Agora vejam o que Cesare Bertulli escreveu sobre o massacre em que também é referido o António Mixoni (António Michone, no documentário) e que a Joaquim Furtado nada diz do que aqui se afirma. Pelo seu escrito conclui-se que não havia guerrilheiros da Frelimo na zona. Afinal não era assim.
Leia em Download Cruzeespada_WIRIAMU
Recorde em http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2010/12/wiriamu-porqu%C3%AA.html
11/11/2012
A GUERRA(RTP), de Joaquim Furtado - Episódio 26 (Video)
Isso inquieta a Rodésia e a África do Sul que estreitam a cooperação militar com Portugal.
Para controlar as populações, os portugueses promovem o seu aldeamento forçado.
A Frelimo ataca…
A disciplina dos movimentos armados, inclui o recurso a fuzilamentos.
Veja em
http://www.macua1.org/guerrajf/guerrajf26.wmv
11/11/2012 in História, Massacre Wiryamu - 16.12.1972, Musica, vídeo, cinema | Permalink|Comments (0)ShareThis
19/10/2012
Wiriyamu: horror no passado, aridez no presente e incerteza no futuro
Vinte Pacanato é pai, ancião e sábio, na aldeia. Preserva na memória o jovem que foi quando aos 23 anos sobreviveu ao massacre das forças coloniais em 1972.
“Dois jactos sobrevoavam a aldeia no dia 16 de Dezembro, os soldados pularam dos aviões e começaram a queimar as casas. ‘Vocês dizem que não conhecem os turras (guerrilheiros da Frelimo), mas estão a dar-lhes comida! Vocês não vão sobreviver, vão morrer aqui e hoje’, gritavam-nos os portugueses. Era fim de tarde e o sol estava indo-se embora.
Reuniram-nos, mandavam-nos ficar em pé e matavam-nos um a um. Quando chegou a minha vez eu disse que não morava na aldeia, que estava em visita aos meus pais. ‘Onde está o seu cartão?’, perguntaram-me.
Eu disse que o havia esquecido em Tete. ‘É mentira, tu vives aqui, acompanha estes homens’. Três soldados indicaram o caminho, afastamo-nos mandaram-me correr.
31/05/2012
40 anos após o massacre que chocou o mundo Atrocidades em Wiriyamu continuam por esclarecer (2)
Veja http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2012/05/40-anos-ap%C3%B3s-o-massacre-que-chocou-o-mundo-atrocidades-em-wiriyamu-continuam-por-esclarecer.html
Veja aqui o trabalho completo(em inglês) de Bruno C. Reis e Pedro A. Oliveira:
http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/13698249.2012.654690#preview
31/05/2012 in 25 de Abril de 1974, História, Massacre Wiryamu - 16.12.1972, Portugal | Permalink|Comments (0)ShareThis
20/05/2012
40 anos após o massacre que chocou o mundo Atrocidades em Wiriyamu continuam por esclarecer
O quê, por seu turno, levou a vitória do golpe militar em Abril de 1974, ao rápido cessar-fogo e a um acordo final em Setembro de 1974 que garantiu a independência para Moçambique sobre o controlo da Frelimo com a repatriação da maioria dos colonos portugueses em Junho de 1975”. Esta é uma das conclusões de Bruno C. Reis e Pedro A. Oliveira no artigo Cutting Heads or Winning Hearts: Late Colonial Portuguese Counterinsurgency and the Wiriyamu Massacre of 1972*, publicado na revista Civil Wars em Março.
Em 16 de Dezembro completam-se 40 anos do assassínio de cerca de 400 pessoas na província de Tete. O massacre atingiu as povoações de Chawola, Juwau e Wiriyamu, que ficam a cerca de 25 quilómetros da cidade de Tete. Mulheres, crianças e idosos foram as principais vítimas dos militares portugueses. A região foi bombardeada antes de ser assaltada por comandos pára-quedistas que pilharam, violaram, incendiaram, torturaram e mataram a população.
23/10/2011
A minha crítica do livro O Anjo Branco, um romance histórico de José Rodrigues dos Santos.
Para quem não acompanhou os eventos, o anúncio inicial, em Portugal continental, da publicação do mais recente romance, da autoria de José Rodrigues dos Santos (JRS) foi acompanhado de informações crípticas de qual seria o seu conteúdo e temática. Alguns desses dados foram sendo gradualmente revelados e reflectidos em textos que escrevi aqui, mais ou menos nesta ordem:
Leia tudo em http://delagoabayword.wordpress.com/category/jose-rodrigues-dos-santos/
07/12/2010
Wiriamu – Porquê?
Vou, pois, tentar “historiar”. Não para concluir, apenas deixando “pistas”. Não duvidando dos acontecimentos.
Dois factos aconteceram em Moçambique durante a Guerra do Ultramar/Colonial/Libertação para os quais tenho procurado explicação e justificação: o Massacre de Wiriamu e o aprisionamento de uma Companhia de militares portugueses em OMAR (Namatil).
Sobre Omar poderão encontrar tudo em
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/omar_01081974/
Por aí se pode deduzir que houve que criar um facto consumado a apresentar ao General Spínola, de conluio entre a FRELIMO e Melo Antunes/Almeida Santos. Afirma o então Comandante de Companhia nunca ter proferido as palavras que lhe são atribuídas na cassete entregue por estes ao General Spínola e que nunca foi ouvido, não sendo pois o relatório militar deste acontecimento da sua responsabilidade e lavra. Porquê?
Porque era preciso “dobrar” o General Spínola e “obrigá-lo” a aceitar a solução Melo Antunes/Mário Soares/Almeida Santos da entrega do poder à FRELIMO, sem consulta popular.
07/12/2010 in 25 de Abril de 1974, História, Massacre Wiryamu - 16.12.1972, Portugal | Permalink|Comments (9)ShareThis
06/12/2010
"Massacres na guerra colonial - Tete um exemplo", das Edições Ulmeiro (1976)
Destes destaco os dois seguintes:
- Memorando do Gen. Kaúlza de Arriaga para o Engº Pimentel dos Santos, então Governador Geral da Província.
Leia em Download MEMORANDUM marosca
- Carta resposta do Bispo de Tete ao Cardeal Alfrink, Presidente Internacional do Movimento Católico Pax Christi para a Paz do Mundo.
Leia em Download Bispo Tete responde
22/11/2010
Wiariamu e as ajudas da Suécia à FRELIMO
"Estávamos assim bem longe do tempo em que bastava pegar no telefone e falar como Brandt, o Palme ou o Kresiky. E, se as quantias que o PSD sueco enviava para Paris a Mário Soares eram generosas em relação ao tamanho da ASP e das nossas expectativas, elas eram, na realidade, insignificantes se comparadas com o financiamento sueco a outras organizações consideradas importantes. A título de comparação, bastaria dizer que na altura o apoio financeiro da Suécia à luta da FRELIMO era 7500 vezes superior ao enviado a Mário Soares,para Paris.Após divulgação peloTheTImes de Londres, a 10 de Julho de 1973, do massacre de Wiriyamu relatado pelo padre católico Adrian Hastings, o ministro sueco dos Negócios Estrangeiros do governo de Olof Palme, Krister Wickman anunciaria que o aumento da ajuda sueca à FRELIMO seria aumentado de 3 para 5 milhões de coroas. O malogrado ex-primeiro-ministro da Suécia tinha, aos 22 anos e enquanto secretário da União de Estudantes Suecos, promovido uma colecta a favor de bolsas de estudos para estudantes africanos. Um dos primeiros a serem beneficiados, já no ano de 1949, fora exactamente o fundador da FRELIMO, Eduardo Mondlane, de quem Palme viria a tomar-se grande arnigo."
In Contos Proibidos, de Rui Mateus (pag.41)
"última achega sobre o Poeta GK (Gulamo Khan) e Post Scriptum..."
..."e o GK quando na tropa colonial em Tete informava a seu chefe na "clandestinidade" ..."chefe" que era o jornalista e Poeta José Craveirinha em LM (ca Mpfumo)...só que não era bem "clandestino" como querem fazer crer ...ele tinha acesso a informação por estar na tropa colonial...e retransmitia ao Poeta...na altura o filho do Poeta, o Stélio (ex coacher da Lurdes Mutola), tbm se encontrava em Tete...na tropa colonial... ...mas isso está no livro sobre o Poeta José que tenho pronto...
...a clandestinidade da Frelimo foi desactivada pela Pide e pela contra - inteligencia militar colonial - a clandestinidade nas cidades em Moçambique por falta de capacidade da Frel só restaria com um elemento activo a sério que foi um primo directo de Uria Simango ...o Pedro (mais velho) chegou a infiltrar armas até Inhambane a norte...em Janeiro 1974 preparava-se o inicio da guerra em Inhambane...(era um vaivem entre Beira - Inhambane - Tete e Tanzania)
...e depois acontece o 25 de Abril...
21/11/2010
"ADRIAN HASTINGS E PORTUGAL: WIRIYAMU E OUTRAS POLÉMICAS, de Pedro Aires Oliveira
Será aque conhecem este personagem, para além do seu envolvimento no caso Wiriamu? Com o envolvimento que sempre demonstrou e teve contra Portugal, custa-me a crer que só na então Rodésia tivesse ouvido falar de Wiriamu.
Pergunto:
- Onde se meteu (além de Mário Soares, Costa Gomes, Almeida Santos e muitos outros) quando a FRELIMO começou a prender e a assassinar, sob uma capa revolucionária, milhares de moçambicanos e não só? - E todos os outros eclesiásticos envolvidos com Wiriamu e não só?
- Serão uns mais "assassinos" que outros?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Leia aqui Download Wiriyamu e outras polemicas
21/11/2010 in 25 de Abril de 1974, História, Massacre Wiryamu - 16.12.1972, Portugal | Permalink|Comments (1)ShareThis
18/11/2010
"Estado de Segredos", de Frederico Duarte Carvalho (2010)
…………………
Finalmente, dois dias antes do 25 de Abril, uma "cacha" na imprensa britânica ameaçava destruir de vez a imagem externa do regime do "Estado Novo". Foi graças ao 25 de Abril que o exclusivo da imprensa inglesa não teve grande efeito internacional e, de certa forma, até ajudou a legitimar os actos dos militares revoltosos.
A novidade foi publicada no diário londrino "The Guardian", a 23 de Abril de 1974, mas não teve o devido destaque nas cronologias oficiais do 25 de Abril, apesar de ter tido direito a uma menção na primeira página daquele jornal e de ter sido registada, igualmente, no diário "The Times", no dia seguinte, véspera da revolução portuguesa. Foi uma notícia que nunca chegou a Portugal.
O "The Guardian" publicou, na íntegra, o relatório secreto, elaborado por militares portugueses, que confirmava, pela primeira vez, no seio do exército português, os massacres de Wiriamu, em Moçambique. Denunciados pelo padre Adrian Hastings, em Junho de 1973, na véspera da visita oficial de Marcello Caetano a Londres, os massacres de Moçambique, perpetrados em Dezembro de 1972, destruíam a legitimidade das acções militares portuguesas na defesa dos interesses coloniais em Africa.
13/11/2010
CHICO FEIO (um moçambicano já falecido)
"Um dos nomes que ressalta dos relatos de presos é o de Francisco Langa. Guarda prisional, com um metro e noventa e cinco de altura e mais de cem quilos de peso, era o torturador oficial da PIDE. Das oito horas da manhã até ao meio dia, Chico Feio batia sem se cansar. Transpirava, mas batia sempre e com a mesma intensidade. Começava nas dez palmatoadas e podia ir até às cem ou até mais, tudo dependia dos humores de Chico Feio, dos inspectores que comandavam as investigações e dos agentes. E dependia, também, do facto de o preso, ao receber as palmatoadas, chorar muito ou pouco."
"Se chorasses pouco e tivesses coragem para aguentar, aí apanhavas até chorares de verdade, conta Albino Magaia. Este jornalista moçambicano, antigo preso político, conta como era um interrogatório feito com a ajuda de Langa:"
WYRYAMU NA “PRIMEIRA PESSOA”
Posteriormente foi feito um apelo para que se apresentassem, voluntariamente elementos dos Comandos e dos GEs que pudessem divulgar nomes de oficiais que enquadraram massacres ocorridos na guerra colonial. Respondendo ao apelo apresentaram-se diversos elementos que mantiveram, por ordem do Presidente Samora, o anonimato, tendo contribuído para a transposição de um dos mais odiosos massacres ocorridos em Moçambique, um massacre que provocaria a indignação da comunidade internacional, Wyryamu.
Um dos voluntários começou por dizer:
- “Numa manhã de Dezembro de 1972, estivemos estacionados junto de um rio, Nessa manhã, a 6.ª Companhia de Comandos, comandada pelo capitão Belo, e um grupo de cerca de dezoito elementos da PIDE comandados pelo Chico Feio de Tete, avançaram por grupos, tendo um avançado do lado Sul do rio e outro grupo do lado da estrada Tete-Vila Manica. Avançámos e chegámos a um certo lugar e ficámos lá. Na parte da tarde, por volta das 14 horas, tomámos conhecimento que o 4." Grupo tinha caído numa emboscada junto a um aldeamento onde tinha ido para capturar um régulo. Vimos sair helicópteros da cidade de Tete que carregaram se não me falha a memória o 1.º e o 3.º grupos e comandante da companhia capitão Melo. Minutos depois sobrevoaram, a zona 4 caças bombardeiros "G-91" Fiat, largaram bombas e começámos a ouvir tiroteio no meio, Entretanto, o alferes do meu grupo, chamado Abreu recusou-se depois a avançar.”
12/11/2010
07/11/2010
"A Igreja Católica e o Estado Novo em Moçambique", de Pedro Ramos Brandão (2004)
Download Icatolica_wiyryamu
Veja agora um comentário a esta obra:
Os trabalhos académicos que tratam de assuntos de história imediata têm o problema de se confrontarem com os testemunhos vivos, com a necessidade de verificação da realidade no terreno, onde permanecem vestígios e também testemunhos de pessoas que viveram os acontecimentos.
Pedro Ramos Brandão não conhece a realidade moçambicana. Nota-se em alguns erros de pormenor. Na fotografia da página 161 apresenta uma imagem de Nampula a que chama de «vista de Lourenço Marques». Na página 209 fala de prisão de «Manchava» para se referir à prisão da Machava.
Padre Miguel Buendia: uma entrevista
Leia aqui Download Miguel Buendia Entrevista
Desta entrevista, destaco:
"Estando os nossos companheiros ali, no mês de Abril, apanharam lá o 25. Meses antes, num encontro com Janette Mondlane, em Londres, dizia-nos ela que a luta seria longa, que ainda faltava muito tempo. O próprio Óscar Monteiro também nos afirmara que ainda seriam necessários mais 4 ou 5 anos. Portanto, o 25 de Abril apanha um pouco de surpresa a FRELIMO. "Bem, o que interessa é que as coisas mudam e, então, recebemos a tarefa de dar a conhecer à Frente, agora mais profundamente, por que é que tivemos tanto cuidado com a denúncia dos massacres de Wyriamo e de Mucumbura. "O 25 de Abril gerou confusão e oportunismo. Apareceram grupos que nada fizeram e que, à última da hora, se queriam colocar ao lado da FRELIMO. Era importante dizer ao mundo quem é que lutou e qual era o tipo de projecto. Foi o que fizemos."
Uma achega sobre Wiriamu - A participação de Gulamo Khan
To: mocambiqueonline@yahoogrupos.com.br
Sent: Monday, July 10, 2006 11:18 AM
Subject: RE: [mocambiqueonline] sobre as "Tanjarinas" (Tanjarina é como é) e achega sobre o "irmão" Gulamo Khan
Queridos Compatriotas,
Em anterior mensagem questionei a alguém que se apresentou como próximo de Gulamo Khan se sabia mais sobre a sua participação na luta de libertação nacional. Pelo seu silêncio posso concluir que a tal pessoa já não tem mais nada a falar. Mas como o que se disse anteriormente foi muito pouco vou eu continuar a falar e aproveitar este fórum para dar a conhecer um dos aspectos mais importantes da vida deste nosso grande compatriota que deveria constar na história de Moçambique.
Antes de começar convém avisar que desta vez não vou questionar a ninguém que tipo de pessoas são essas que se dizem “irmãos” do Gulamo mas que não o sabem proteger como fez Samora Machel que o levou para trabalhar consigo, livrando-o das terríveis atitudes do já falecido Director homofobo, na RM. Ou, como fez José Craveirinha, o nosso poeta-mor, que não se esqueceu de deixar em “testamento” quem
03/11/2010
"Regresso a Wuiriamu" - SIC (video)
http://www.macua1.org/blog/wiriamuparcial.html
03/11/2010 in História, Massacre Wiryamu - 16.12.1972, Musica, vídeo, cinema | Permalink|Comments (0)ShareThis
02/11/2010
Ainda a entrevista de Almeida Santos ao DN (Repetição)
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/10/almeida_santos_.html
acrescento, pensando nos menos informados e para os que se fazem de esquecidos, a transcrição de dois parágrafos do livro de Ruy Miguel ( ao tempo jornalista do Diário de Notícias) no seu livro "25 de Abril, O Marxismo na Revolução":
"No seu livro "Tempo de Subversão", o conhecido dirigente comunista Carlos Brito, deu preciosas achegas para a nossa tese de que o Movimento dos Capitães primeiro, o Movimento das Forças Armadas depois, foram controlados pelo Partido Comunista Português. E, curiosamente, "lendo nas entrelinhas", o panorama torna-se suficientemente claro para não ter dúvidas.
Recordando um encontro entre as direcções do PCP e do PS recém criado, escreve que: "Foi deste último(encontro Cunhal-Soares) que saiu o importante comunicado conjunto reclamando o fim da guerra colonial e a relização de negociações com vista à independência imediata de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique." e recorda que isso "representava um grande progresso" pois em 1970, em Roma, o representante da ASP recusara "subscrever a defesa do direito à independência imediata dos povos das colónias"."
"O Anjo Branco", de José Rodrigues dos Santos (2010)
Leia pois, sobre Wiriamu: Download Anjobranco_wiriamu
"Moçambique - Escalada do Terror", de Inácio de Passos (1977)
Como o comandante Machava, não representava nenhuma corrente política e ainda possuía em comum com ele o desejo de preservar a ordem social e barrar a evolução de Moçambique para o liberalismo e para a anarquia. Tanto um como outro declinavam a ocupação de papéis de executantes da verdadeira justiça que ambicionavam para Moçambique, e aguardavam com ansiedade o momento que lhes proporcionasse, como em 1964, colocaram-se inteiramente ao dispor do seu país, integrando-se sob o verdadeiro mando do povo.
Com ele falei sobre a Fumo. Com ele discuti, e nem sempre estávamos de acordo, sobre a Rádio África Livre. De tudo quanto lhe contava guardava segredo, pois sabia que o seu silêncio não era traição ao seu povo, pois traição às massas e ao Partido era o procedimento e as ideias dos actuais dirigentes. Mas também por ele tomei conhecimento de factos que sei que até hoje não foram por ninguém revelados.
Quem dirigiu os militares portugueses a Wiriamu, ao «massacre» que serviu de ponta de lança à propaganda anti-portuguesa, encetada com sucesso pelo padre Hastings?
"Moçambique - Terra Queimada, por Jorge Jardim (1976)
Download Terraqueimada_wiriamu
Reveja http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2010/07/jorge-jardim-visita-local-massacre-wiryamutete-em-1973.html
"a cruz e a espada em Moçambique", por Cesare Bertulli (1974)
Não falo, neste momento, dos quatro morticínios de Mokumbura, largamente documentados pelos corajosos padres de Burgos. Falarei mais adiante. Por ora, limito-me ao episódio de Wiriyamu que tanto escandalizou a opinião pública mundial, em Julho do passado ano (1973).
Wiriyamu é um outro caso típico de morticínio premeditado e ordenado superiormente. Não é o mais importante, nem sequer o mais recente; talvez seja apenas um dos mais documentados e dos mais conhecidos. Saiu à ribalta das crónicas por circunstâncias especiais, por ter sido explorado como chave política aquando da visita do presidente do conselho português a Londres, por ocasião do aniversário da pluri-secular aliança de Portugal com a Inglaterra.
A descrição do morticínio feita pelo padre Adriano Hastings, no «Times», em Julho de 1973, não constituía sequer uma novidade, porque eu próprio pelos serviços da «Cable Press» de Roma, traduzira e fizera publicar o relato completo, em 4 de Junho precedente. Recebera-o de Tete, por portas e travessas, no mês de Abril e traduzira-o imediatamente. Servira-me em Kamen, na Alemanha, para desmascarar a duplicidade de Bonifácio de Miranda que, numa reunião organizada pelo pastor luterano Lothar Kuhl, em 12 e 13 de Maio, sob o tema «Informação ou Manipulação» tentava, com a ajuda de alguns jornalistas e operadores da televisão, influenciar a opinião pública da Alemanha Federal, donde provinham para Portugal substanciais ajudas em vários campos. Do mesmo relato e do de Mokumbura, me servi para a defesa do soldado americano Larry Johnson (a tradução inglesa ficou nas actas do julgamento). Este soldado negro rebelara-se porque lera na revista «Ebony» que os Estados Unidos estavam implicados na repressão levada a cabo nas colónias portuguesas.10
Eis o "excelente" currículo de Mário Soares referente à descolonização de Angola
Extractos do livro Angola, Anatomia de uma Tragédia, General Silva Cardoso, Oficina do Livro.
Pg.330/331
"A interpretação jurídica que o Dr. Almeida Santos deu a esta cláusula era que ela obrigava «à consulta directa e universal das populações das colónias, na salvaguarda dos seus interesses dentro de princípios democráticos». Durante algum tempo e em quase todas as suas intervenções públicas, Almeida Santos e a maioria dos novos políticos da época reiteravam este princípio como essencial na definição da política ultramarina dentro da nova ordem democrática que se pretendia não só instituir como consolidar. Ao povo soberano, através do voto, ser-lhes-ia dada a possibilidade de decidir do seu futuro, salvaguardando os seus interesses. Inclusivamente Mário Soares, numa entrevista que em meados de Junho deu ao «Século», afirmou: «Portugal teria o respeito mais absoluto pela vontade das populações livremente expressa, aceitando a independência como uma das opções possíveis do direito dos povos à autodeterminação.»
Não me admirava que a grande massa do povo português de todos os continentes aceitasse e compreendesse os princípios que iriam orientar a sua vida nos tempos que se avizinhavam. No entanto, pessoalmente, estava bastante céptico quanto à viabilidade prática da sua aplicação nos territórios ultramarinos. Reportando-me apenas a Angola, onde conhecia bastante bem a situação no terreno, não tinha quaisquer dúvidas sobre a impraticabilidade duma tal consulta, a curto ou médio prazo, visto uma guerra que ali se arrastara durante treze anos ainda não estar completamente debelada. Eu sabia, mas o pior e mais preocupante, era que os senhores do MFA, também o sabiam e nada fizeram para arranjar soluções alternativas sempre subordinadas aos interesses das gentes desses territórios. Algo parecia pouco claro em toda esta formulação de linhas de acção para resolver o problema da guerra que parecia ser um dos grandes objectivos do movimento do 25 de Abril. Foi com esta e outras bandeiras de liberdade, paz, democracia e progresso que mobilizaram e quase convenceram a grande massa do povo português. No entanto, a aceleração que imprimiram ao processo levaria à inevitável reacção e às dúvidas que se começaram a levantar quanto aos verdadeiros objectivos da revolução.
Nas comemorações do sexto centenário da «Aliança Inglesa» (*)
As notícias tiveram largo eco e repercussões ainda difíceis de avaliar. O crédito que o «Times» merece à opinião pública britânica, e não só, veio reforçar notícias semelhantes anteriormente divulgadas nomeadamente pelos «Padres Brancos» que haviam sido expulsos de Moçambique. Nublou-se assim consideravelmente mais o ambiente que rodeava a vista de Marcelo Caetano a Londres, visita que o «leader» da oposição trabalhista , Harold Wilson, propôs que fosse cancelada. Também Lord Gifford, presidente da comissão britânica para a liberdade em Moçambique, Angola e Guiné, pediu a anulação da visita do primeiro-ministro português, declarando ser impossível para o Governo britânico receber o chefe de um governo «culpado de semelhante matança», e prevenindo que seriam organizadas manifestações durante a permanência de Marcelo Caetano na Grã-Bretanha.
A publicação do artigo do «Times» provocou uma tempestade de protestos de deputados da oposição, de jornais das esquerdas e de vastos sectores da opinião pública, que se veio juntar à forte oposição à visita de Marcelo Caetano, devido à política de Portugal em África e ao apoio que essa política tem por parte do actual governo britânico.
A visita do chefe do Governo português decorre rodeada de um dos maiores dispositivos de segurança jamais montados em Londres.
Onde se fala de Wiariamu
19-2-2004
Exm.º Senhor
Director do “Expresso”
1. Apesar de estar convencido de que esta carta não será publicada, à semelhança do sucedido com outras incómodas anteriormente remetidas a jornais diários ditos de “referência”, na tentativa de reposição da verdade dos factos, não ficaria bem com a minha consciência se assim não procedesse.
Na qualidade de oficial do QP, que cumpriu três comissões militares por imposição em Moçambique (1961/1973) e de investigador da História Contemporânea Portuguesa, em relação às décadas de 60 e 70, com cinco livros publicados (o último foi “Combater em Moçambique; Guerra e Descolonização; 1964-1975”, lançado em Maio do ano passado), julgo estar em condições de poder analisar e rectificar o texto de José Pedro Castanheira, publicado na edição de 7 de Fevereiro passado, com o título “O general sem vitórias”.
2. Este jornalista, com investigação publicada em livro sobre a Guiné-Bissau, elaborou uma peça crítica sobre o Tenente-General Kaúlza de Arriaga, visando o seu conservadorismo, mas baseado em pouca informação credível e utilizando as técnicas habituais da manipulação jornalística. Basta reparar nos dois destaques feitos: um, na 1.ª página, sobre a “dominação branca” e outro, onde refere aquele oficial como “vaidoso, que dizia ser o «segundo melhor perito do mundo em guerra subversiva»”.
Que ligará M'telela a Wiriamu? (Repetição)
Mão amiga fez-me chegar o livro de Barnabé Lucas Ncomo "URIA SIMANGO Um homem, uma causa".
Aproveito para transcrever o capítulo abaixo:
Do Pelotão Maldito ao efeito boomerang
Manuel Mapfavisse era um dos mais temidos carrascos de M'telela desde a abertura do Centro em 1975. Estava à testa de um pelotão de guardas e, por ser mais instruído literariamente do que a maioria de outros guardas, servia de correio entre M'telela e Lichinga.
Natural de Ampara, no distrito de Búzi em Sofala, Mapfavisse havia recebido a alcunha de "o Bazuca", dada a sua estatura latagónica. Tal como o comandante e a grande parte dos que integravam a Companhia de 150 homens que guarnecia o Centro, Mapfavisse vivia com a família nas cercanias do mesmo.
A páginas tantas, a situação dos presos começou a preocupar um certo grupo de guardas. Condoía-lhes a situação de alguns presos doentes e particularmente da Dra. Joana Simeão. Como esta era ainda muito jovem, chegado o período menstrual, viam-na na sua cela a contorcer-se de cólicas sem poderem ajudá-la. Aos trapos que lhe atiravam como pensos para conter o fluxo sanguíneo, cabia a eles voltar a recebê-los através da portinhola da cela e desembaraçarem-se dos mesmos.
21/10/2010
"Quis saber por que mataram as crianças”
O massacre de Wiriyamu, que marcou os últimos anos da Guerra Colonial, é descrito em ‘O Anjo Branco’, romance de José Rodrigues dos Santos que chega amanhã às livrarias. O pai do autor é o protagonista
Por:Leonardo Ralha
Correio da Manhã - Estava a viver em Tete quando ocorreu o massacre de Wiriyamu, feito por tropas portuguesas, que descreve no seu novo romance ‘O Anjo Branco'?
José Rodrigues dos Santos - Sim. Tinha oito anos na altura.
- A personagem principal é inspirada no seu pai, que foi um dos primeiros a ir a Wiriyamu. Soube que ele ficou sob custódia das Forças Armadas após descrever num relatório o que viu?
- Não tive consciência de nada. A minha mãe ocultou-o, como normalmente se oculta das crianças algo tão sério.
- Nunca lhe falou disso? Quando tomou consciência do que ocorreu a poucos quilómetros da sua casa?
15/10/2010
"O Anjo Branco", novo romance de José Rodrigues dos Santos
Autor: José Rodrigues dos Santos
Colecção: Obras de José Rodrigues dos Santos
Páginas: 680
Ano de edição: 2010
Capa: Brochado
Sinopse
José Rodrigues dos Santos, dando prova da sua já conhecida e reconhecida capacidade de renovação constante, continua a surpreender. Com efeito, no seu novo romance, adopta um registo mais intimista e revela outra faceta aos seus muitos leitores, numa atitude de desassombro e coragem que não deixará de empolgar e até emocionar. Este é um livro que todos os portugueses sentirão como muito próximo – pelas experiências, pelos acontecimentos narrados, pela repercussão dos factos. Mais um acontecimento editorial a não perder.
05/07/2010
Jorge Jardim visita local massacre Wiryamu(Tete), em 1973
Estas fotos, que julgo inéditas, foram tiradas pelo jornalista francês Patrick Chavel que acompanhou Jorge Jardim ao local do massacre acontecido em 16.12.1972 e que me foram cedidas por pessoa amiga.
Visitem: http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/wiriamu/
(Click nas imagens para ampliar)
29/10/2009
Salazar nunca se preocupou com a doutrinação ideológica, porque isso viria cristalizar o Estado Novo
É hoje lançada em Washington a primeira biografia académica de Oliveira Salazar, tituladaSalazar - A Political Biography. O historiador Filipe Ribeiro de Meneses, de 40 anos, radicado em Dublin, é o autor da obra que faltava na historiografia internacional.
Por Maria José Oliveira
Ao longo de sete anos, Filipe Ribeiro de Meneses, historiador português radicado em Dublin, Irlanda, trabalhou quase exclusivamente numa obra académica inédita na historiografia internacional - a biografia política de Salazar. O resultado da pesquisa traduziu-se no livroSalazar - A Political Biography, um volume com mais de 600 páginas com a chancela da editora nova-iroquina Enigma Books. O livro é apresentado hoje na Embaixada portuguesa em Washington, às 18h locais (22h em Lisboa), pelo embaixador João de Vallera, com a presença do autor. Ontem, Ribeiro de Meneses falou sobre o seu livro na Biblioteca da Universidade de Georgetown, na mesma cidade.
23/10/2006
ENTREVISTA DO GENERAL KAÚLZA DE ARRIAGA - 1997
P. I – Qual foi a sua acção nos últimos tempos de Marcello Caetano e imediatamente antes e após o "25 de Abril"?
P. II – Qual a sua acção relativamente à descolonização?
P. III – Qual a causa da sua prisão?
P. IV- Em relação aos mesmos assuntos que ligações teve com Jorge Jardim?
P. V – Qual a sua posição sobre o problema de fundo do Ultramar Português? E o que conhece da posição de Salazar sobre a mesma questão?
P. VI – Qual a posição dos Estados Unidos da América sobre o Ultramar Português?
P. VII – Há quem considere negativas as grandes Operações que fez em Moçambique. Que comentários faz?
P. VIII – Houve, ou não, Sucesso das Forças Armadas Portuguesas em Moçambique ,durante o seu período de Comando?
P. IX – Alguns Sacerdotes criticaram a acção desumana das Tropas Portuguesas em Moçambique. Que comentários faz?
Leia em:
Download entrevista_karriaga.doc
11/07/2006
Massacre de Wiryamu - Quem sabe Mais?
Retirado de outro local da net, transcrevo, no que a Wiryamu se refere, o seguinte texto:
A 10 de Julho de 1973, o TIMES publicou um artigo na 1ª página, da autoria do Reverendo Adrian Hastings, do College of Ascension, Birmingham, contendo a descrição pormenorizada de um massacre praticado pela 6ª Companhia de Comandos, em 16 de Dezembro de 1972, na aldeia de Wiryamu, no então Distrito de Tete. Segundo aquele artigo que correu mundo teriam sido massacradas 400 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Outros massacres semelhantes teriam acontecido em Mocumbura, também em Tete.
Este artigo teve forte impacto mundial e provocou graves embaraços diplomáticos ao governo colonial português que procurou sempre escamotear a verdade. Na sequência desse artigo Marcelo Caetano chegou a ser vaiado por manifestantes quando no mesmo ano chegou a Londres em visita de Estado.
O referido artigo baseou-se num relatório elaborado por Padres Espanhóis. Mas como os Padres Espanhóis tiveram conhecimento do ocorrido?
Vou partilhar convosco uma informação que uma vez ouvi e gostaria de confirmar, se houver alguém que o possa fazer. Do que me consta, e deixo aqui o repto para que me corrijam se estiver errado, foram dois moçambicanos que transportaram as provas sobre o massacre de Wiryamu fornecidas por alguém do exército português e as fizeram chegar aos Padres Espanhóis. Uma das pessoas ainda está viva e espero que ela se manifeste, porque merece. A outra pessoa que colaborou para a denúncia deste acto bárbaro foi Gulamo Khan.
Tomando em conta o que acabo de contar considero bastante redutor quando alguém aparece a dizer que a razão principal da protecção que Samora Machel dava ao Gulamo Khan foi o facto de Samora Machel e o pai do Gulamo terem sido grandes companheiros de discoteca (numa linguagem mais recente) antes do falecido Presidente de Moçambique ter ido para a luta armada.
A serem verdade os factos que apontei, havia uma razão muito mais forte que terá levado Samora Machel a não se preocupar com aspectos da vida privada do seu colaborador e que toda a gente conhecia: Gulamo Khan foi antigo combatente na clandestinidade, na luta de libertação nacional.
E se houver alguém que saiba mais sobre as boas coisas feitas pelo Gulamo Khan durante a sua vida, é a melhor altura para as revelar. Estamos nos século 21, esta é a altura de resgatar esta figura tão importante no panorama nacional e que até agora tem permanecido tão “hide”. Os seus amigos o que têm a dizer?
NOTA:
Na foto, além do Padre Hastings, o Dr. Mário Soares na conferência de imprensa, a 11 de Julho de 1973
15/05/2006
MORTOS COM OS «SAFANÕES» ORDENADOS POR SALAZAR E CAETANO
A guerra não é uma partida de xadrez ou damas calma e bucolicamente disputada à sombra dum imbondeiro, dum coqueiro ou duma azinheira.
Entre os mortos e outras vítimas há os «profissionais» da guerra e aqueles que lhe sofreram as consequências, por estarem livre ou conscientemente ou não dum dos lados em confronto, quaisquer que sejam as razões que assistam a cada um deles.
Não tenho e não sei se existe o balanço das vítimas do «corporativismo» português de Salazar e Caetano, designadamente dos civis ditos «portugueses» negros (sem direitos de cidadania no Portugal do Minho a Timor) que foram mortos pela polícia política (leia-se PIDE/DGS, Flechas e similares) e pelas Forças Armadas Portuguesas nos teatros de guerra ou não a partir de 1960. ... ... ...
Leia tudo em:
Download vn_mortos_com_os_safanoes.doc
NOTA:
-Para melhor compreensão de alguns factos aqui descritos, aconselho a leitura dos seguintes textos, colocados no MOÇAMBIQUE PARA TODOS:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/11/quantos_morrera.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/10/que_ligar_mtele.html
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
1 comentário:
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