No âmbito das reivindicações de Dhlakama.
“Em nenhum momento solicitámos encontro com o partido Frelimo. Esta dissonância mostra quão dividido está o partido no poder, denotando gritante falta de comunicação interna, o que é bastante perigoso para um partido que se intitula maduro”.
A Renamo não reconhece a comissão criada pela Frelimo para as negociações com vista a acomodar as reivindicações do seu partido, que levaram o seu líder, Afonso Dhlakama, a mudar-se de Nampula para as matas de Gorongosa.
Falando este sábado, em conferência de imprensa, para anunciar o grupo de contacto com o Governo no âmbito das negociações de suas reivindicações, Fernando Mazanga desvalorizou a comissão anunciada, quinta-feira, pelo porta-voz da Frelimo, e disse que a mesma não passa de uma falácia, uma vez que nunca solicitaram um encontro com as estruturas deste partido.
“Em nenhum momento solicitámos encontro com o partido Frelimo. Esta dissonância mostra quão dividido está o partido no poder, denotando gritante falta de comunicação interna, o que é bastante perigoso para um partido que se intitula maduro. Nós em Roma negociámos com o Governo e não com o partido”, afirmou Mazanga.
O partido de Dhlakama considera, ainda, ser necessária a indicação de uma comissão governamental constituída por pessoas sérias e com capacidades para debater estes assuntos. Recorde-se que a comissão anunciada pela Frelimo é composta por Afonso Meneses Camba, Manuela Mapungue, Yolanda Matsinhe e Renato Mazivila.
Assim, o porta-voz do partido de Dhlakama, Fernando Mazanga, diz que só haverá negociações com uma comissão séria, indicada pelo Governo e não pelo partido. “A Renamo tem responsabilidades acrescidas neste país, e num gesto didáctico e pedagógico responderemos apenas ao Presidente da República, que é o presidente da Frelimo, informando-o da nossa disponibilidade de enviarmos uma equipa sénior, séria, para negociar com qualquer equipa que ele enviar”, acrescentou.
Do seu lado, a Renamo indicou quatro quadros seniores para compor a comissão de contactos, nomeadamente, o secretário-geral do partido, Manuel Bissopo; Meque Braz; Eduardo Namburete e Abdul Magid Nordine Ibrahimo.
Para Mazanga esta situação vem provar a já debatida partidarização do Estado. “Sabemos da dificuldade que o governo tem de separar os poderes, misturando partido, governo e Estado. Isto vem consubstanciar o que temos dito amiúde, de que o Estado moçambicano foi assaltado e ocupado pelo partido Frelimo”, acusou o porta-voz da Renamo.
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