MEMORANDUM*
ASSUNTO:
OPERAÇÂO "MAROSCA"
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
a) A
actividade In nas imediações da cidade de Tete desenvolveu-se por forma a criar
preocupações ao Comando da ZOT, particularmente a partir de Ago72.
Essa actividade traduzia-se em:
-
Emboscadas e flagelações
as NT em operações;
-
Implantação de
engenhos explosivos nos itinerários;
-
Assaltos a
viaturas civis com assassínios de condutores, destruição das viaturas, roubos
de artigos transportados;
-
Acções visando o desequilíbrio
das populações por:
-
Eliminação de chefes tradicionais;
-
Raptos e acções violentas;
- actividades comprometedoras para as populações;
- exigência de apoio das populações;
de que resultou:
- fugas de populações para zonas sob a protecção das nossas
Autoridades;
-
recolha de
população pelas nossas Autoridades;
-
adesão de
elementos da população ao In, colocando-se sob o seu controle ou influência,
dando-lhe apoio.
A mesma actividade aproximava-se
progressivamente da cidade.
b) A situação descrita levou à adopção, ou completamente,
entre outras das seguintes medidas:
-
subtrair as
populações de controle e influência In, aldeando-as sob o controle das NA;
-
actuar sobre o In
em locais de refúgio e de passagem;
-
desenvolver o
sistema de informações, tanto mais que havia conhecimento de que o In se
misturava com as populações que, em muitos casos, com ele colaborava;
-
exercer a
actividade psicológica, no sentido de captação de populações.
b) Assim, estabeleceram-se alguns reordenamentos
e aldeamentos, procurando-se não só captar as populações mas ainda criar um
vazio onde as NT pudessem actuar sem envolver e molestar aquelas.
As populações que, após
insistentes avisos e apelos para se integrarem nos aldeamentos, se mantivessem
em determinadas zonas suspeitas poder-se--iam considerar colaboradores do In.
2. ANTECEDENTES QUE DETERMINARAM A
OPERAÇÃO "MAROSCA"
a)
Notícias obtidas
de diversas origens referiam que RAIMUNDO, chefe maconde com prestígio,
comandando cerca de 300 terroristas, se encontrava na área a Sul de Tete com base
provavelmente na região entre o Fumo WILLIAMO (3334.1619,5) e a cantina do
RAUL da ZAMBÉZIA (3338.1618).
b)
O In vivia
diluído no seio das populações, nelas se apoiando e contando com o seu
completo silêncio sobre a sua actividade encobrindo-se, sustentando-se e
informando-se.
Tal apoio permitia-lhe actuar livremente, para se
furtar a acção das tropas, trajava
civilmente para, após acções violentas, se misturar com as
populações.
d) Notícias fidedignas, revelaram que particularmente a
população do Fumo WILLIAMO colaborava totalmente com o In.
e) Em 15DEZ72, quando sobrevoava a cantina RAUL, um avião
dos Transportes Aéreos de Tete, foi alvejado.
f)
Documento
capturado em 15Dez72 revelava a constituição do 8.° Destacamento do 4.°
Sector In, sendo de admitir que abrangia as regedorias circunvizinhas de
Tete, na margem direita do Zambeze englobando as de REGO (à qual pertence o
Fumo WILLIAMO) e GANDAR.
g)
Segundo o
conhecimento obtido de várias fontes, o In desenvolvia um intenso trabalho de
recrutamento de futuros terroristas entre os homens válidos da 8.°
Destacamento, enviando-os para centros de instrução fora dessa área.
Independentemente disso,
homens e mulheres da população recebiam instrução localmente.
3.
OPERAÇÃO "MAROSCA
a)
Em face do que
ficou exposta em 2., o Cmd do Sector F determinou a realização de uma operação
(nome de código "MAROSCA") constando de acção de choque sobre a
possível localização da Ba de RAIMUNDO com a finalidade de o capturar ou aniquilar
os guerrilheiros do seu grupo e ainda subtrair as populações ao controle do
In.
b)
A operação, em que tomaram parte tropas dum BCaç e duma
CCmds, as últimas helitransportadas, desenvolveu-se na região compreendida
entre (3334.1618), (3338.1618) e (3333.1622) durante o período de 16Dez72 a
19Dez72.
c)
Nas fases
iniciais da operação foram sendo obtidos sucessivamente de elementos
capturados informações que confirmavam a existência de uma Ba In em
determinado local da área suspeita.
d)
Seguidamente,
foi obtida referenciação aérea dum aglomerado de palhotas em zona com
vegetação, nessa área.
é) As notícias obtidas sobre a existência dum grupo
numeroso de terroristas, que fazia supor ser o seu refúgio um acampamento de
apreciáveis dimensões, conjugadas com a referenciação
feita e as informações prestadas pelos capturados,
levaram o Comando da operação a admitir tratar-se da organização In que era o
objectivo dessa operação.
f)
Em
consequência, foi decidido deslocar imediatamente em helicópteros forças de "Comandos"
a fim de procederem ao assalto.
g)
Durante a
acção agressiva de assalto que se seguiu, as tropas, em número relativamente
reduzido, esbarraram com elevado número de elementos da população, entre os
quais presumivelmente os terroristas se acobertavam.
Em consequência desta situação, que impossibilitava
uma acção selectiva, foram produzidas baixas entre esses elementos, havendo
referência no Relatório da Acção à ocorrência de 20 mortes.
4. COMENTÁRIO
Em virtude do Relatório da Acção ser pouco pormenorizado
e de rumores entretanto surgidos, foram determinadas averiguações sobre
eventuais atitudes indevidas por parte de elementos militares na operação em
causa, as quais estão a cargo de um Inspector de Justiça da RMM.
*Memorando
enviado por Kaúlza de Arriaga a Pimentel dos Santos
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