7.11.2012, 14:03
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© Colagem: Voz da
Rússia
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Alguns dias antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, a dirigente do Departamento de Estado, Hillary Clinton, fez uma visita a Pristina.
Após os encontros com a presidente Atifete Jahjaga e o
primeiro-ministro Hashim Thaсi, a secretária de Estado voltou a confirmar que os
Estados Unidos sempre estiveram ao lado do Kosovo e continuarão a ser seu
parceiro no futuro. Naturalmente, não podia ter sido feita outra declaração.
Os bombardeamentos de Belgrado, Novi Sad, Podgorica e de outras
grandes e pequenas cidades da Sérvia e de Montenegro só terminaram após Slobodan
Milosevic ter acordado que os americanos e tropas da OTAN entrassem no Kosovo.
Formalmente, tudo decorria de acordo com a Resolução 1244 do Conselho de
Segurança mas, na realidade, os Estados Unidos e a OTAN ocuparam de fato a
Sérvia soberana e, posteriormente, cortaram simplesmente um quarto de seu
território.
A CIA e o Pentágono sonhavam há muito “mudar-se” da Alemanha e da
Itália para a península dos Balcãs. Hoje, já ninguém esconde que a operação da
OTAN “Força Aliada” desenvolvida em março de 1999 serviu apenas de biombo. Ainda
antes de seu início, especialistas militares escolheram uma área de 1000
hectares perto de Urosevac, no sul do Kosovo, para a construção da maior base
militar americana na Europa. Na mesma altura, foi definido o principal
empreiteiro: a companhia Halliburton, do Texas, uma das maiores empresas de
serviços para campos petrolíferos do mundo e um dos principais prestadores de
serviços de engenharia e construção. Contudo, a Halliburton não participou
diretamente das obras. A base foi construída pela Bondsteel, sucursal da
Kellogg, Brown and Root. Naquela altura, o inquilino da Casa Branca era Bill
Clinton, que sonhava com os Balcãs e recursos naturais do Kosovo, avaliados pelo
Banco Mundial em mais de 100 bilhões de dólares.
Segundo alguns dados, a construção da base de Camp Bondsteel
custou quase um bilhão de dólares. Ao todo, em três anos foram construídas 300
estruturas. Só um hospital custou 34 milhões de dólares. Segundo analistas
americanos, a base de Campo Bondsteel é o principal “interesse” dos Estados
Unidos na Europa. Hoje na base encontram-se 7000 soldados e oficiais dos EUA. A
base é uma instalação imensa. São centenas de hectares, de aquartelamentos,
lojas, cinemas, ginásios, restaurantes, oficinas, pistas de aviação para
helicópteros e aviões, campos de tiro e até um estabelecimento prisional. Todos
os artigos e produtos são importados só dos Estados Unidos. O Pentágono envidou
esforços para que o serviço militar no Kosovo não fosse muito difícil. Há planos
de transformar Camp Bondsteel e a base vizinha de Camp Monteith num
centro europeu de fuzileiros navais dos Estados Unidos, que do Kosovo serão
deslocados para o Afeganistão para “trabalharem por turnos”.
Ainda há 15 anos, a Interpol elaborou um relatório especial
recomendando que todas as seções nacionais da Interpol dispensassem atenção
especial às estruturas mafiosas de albaneses kosovares. Na véspera de
bombardeamento da Jugoslávia por aviões da OTAN, o Centro de Pesquisas
Estratégicas e Internacionais do Instituto de Tecnologia de Massachusetts
publicou um relatório, indicando que os kosovares controlam cerca de 70% do
mercado de heroína na Alemanha e na Suíça. Os Balcãs estão ligados a itinerários
que começavam do Sudeste Asiático. Através do principal canal de tráfego,
conhecido como a Rota dos Balcãs, passam 80% das drogas destinadas à venda na
Europa.
O ópio, cultivado no Afeganistão e no Paquistão, é transformado na
Turquia e, através do Kosovo e da República Checa, é enviado para outras regiões
do continente. A seguir, a Rota dos Balcãs conduz, através do porto francês de
Calais, ao Reino Unido, onde a mafia albanesa tem fortes posições. Clãs
albaneses são numerosos no Kosovo e na Macedônia, para além da Albânia. Ao mesmo
tempo, os clãs kosovares cooperam com a mafia turca e búlgara. A mafia albanesa
utiliza correios checos para o transporte de heroína para os traficantes turcos
e ingleses no Reino Unido. Os contrabandistas formaram alianças com seus colegas
criminosos na Itália, inclusive com a Cosa Nostra.
Levando em consideração a crescente produção de drogas no
Afeganistão, que hoje responde por 90% da heroína no mundo, os lucros do
narcotráfico no Kosovo “independente” continuarão a ser o principal capítulo de
receitas. Logo após a declaração da independência da região, dizia-se em
Bruxelas que "agora o Kosovo vencerá definitivamente o narcotráfico". Mas não
houve e nem haverá qualquer luta contra a mafia. Como afirmam muitos peritos,
este negócio fabulosamente lucrativo proporciona anualmente dezenas de bilhões
de dólares. Toda a região – Albânia, Kosovo e Macedônia Ocidental – está
transformada num grande depósito de drogas, onde cada um pode ganhar enormes
lucros. Ao mesmo tempo, a luta contra drogas e o narcotráfico irá figurar apenas
em relatórios de organizações internacionais que, de vez em quando, continuarão
a apanhar pequenos grupos de traficantes, deixando de lado a grande
mafia.
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