sábado, 13 de abril de 2013

UM GOVERNO VINGATIVO E RANCOROSO PARA O RAIO

A Perdiz - edição nº 18

                   

Estamos sendo governados por um grupo mau, vingativo e rancoroso para o raio. Isso é que é verdade mesmo! Quando um país está em guerra, a sociedade inteira submete-se a um regime excepcional, justamente para que essa guerra possa ser debelada o mais rápido e com a maior eficiência possível. Na verdade, convém deixar claro que a guerra havida no nosso país, entre a Renamo e os actuais governantes, esses que arrancaram sempre as suas supostas vitórias eleitorais a ferro e fogo, aquela guerra nos assegurou a liberdade, princípio básico que deve nortear qualquer Estado. Lembremo-nos com honestidade que se não tivesse havido o Acordo Geral de Paz, Moçambique teria sido tomado pela Renamo. Esse é um facto inegável. Em 1992 a guerra civil terminou. E se não estamos mais em guerra, por que motivo sujeitar a sociedade ao apetite vingativo do governo e de toda a esquerda que o apoia? Que benefício, essa atitude trará ao país? Como entender que depois da greve justa da classe dos médicos, a Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane, a reboque do partido governamental mande uma vassourada irada contra os estagiários que não trabalharam nos dias da greve? Como classificar essa atitude da parte do governo moçambicano? Certamente alguns não estão a perceber ainda! A questão que se coloca aqui é que o governo, numa atitude arrogante, vingativa e de total rancor contra todos os estagiários que não compareceram no posto de actividade naqueles dias de greve, quiçá, simplesmente rotulados com a oposição, foram reprovados sob pretexto de excesso de faltas durante aquele período. Que coisa esquisita destes homens “comunas” hein?! O que este governo tem estado a mostrar-nos é um tipo de Estado que acha ser o melhor para os cidadãos: um Estado corrupto, aparelhado com os amiguinhos do poder, que não faz a sua parte com os impostos que recebe e, pior do que tudo isso, um Estado chato, vingativo, iracundo e desagregador. O que se nos aparece esquisito é o facto de o mesmo governo não mexer palha, ou seja, os que exigem justiça são tidos como os “maus da fita”, contudo, não vimos o mesmo Governo agir com a mesma sanha vingativa contra aqueles que realmente merecem a vingança da sociedade. Ao invés de rebentar com os que merecem, os bandidos e vigaristas de toda espécie andam à solta pelas ruas, gabinetes, se é que não frequentam os próprios palácios governamentais. Se o desejo de vingança e esse rancor se voltassem contra essas “gangs”, por certo que a sociedade aplaudiria de pé a atitude do governo. Mas o que está acontecendo, é um acto intimidatório contra quadros que se almeja sejam um verdadeiro motor para o desenvolvimento do país. Que recuo patriotas! A isto é que se chama saudosismo dos tempos bem idos do “comuna”, onde até a Faculdade de Direito fora encerrada por orientações do Bureau Político que está caduco e precisa mesmo ser posto fora do poder, mesmo que tal custe para eles. Este governo precisa entender, de uma vez por todas, que no período que governou como "ditadura militar", o país enfrentou uma guerra civil, sim, que eles tentam a todo custo rotular de desestabilização. E essa guerra não poderia ser resolvida de outra maneira senão com a negociação que culminou com o AGP. É verdade afirmar que a coisa mais fácil do mundo é despertar sentimentos negativos, como o ódio, a inveja, a vingança, rancor ou qualquer outro tipo de paixão maliciosa. Difícil, mesmo, é fazer nascer a temperança, a confiança e a auto-estima nas pessoas. Após vários tiros nos pés, é impossível acreditarmos que este possa ser um governo com soluções edificadoras para uma sociedade que se deseja saudável em Moçambique. Fique bem claro que um governo que se preze, depois da negociação com a classe médica, agiria justamente em sentido contrário, esquecendo as desavenças pretéritas e dirigindo os olhos para a construção de um futuro de paz e prosperidade, que só pode vingar num ambiente de união, comunhão de ideais e de conjugação de esforços em prol do desenvolvimento e unidade deste país, e ponto final e basta.

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