sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

O Nyongo saiu antes do acordo. E quando o Nyongo apareceu em público dizia que ia matar Ossufo Momade. Ossufo Momade sou eu. E até vinha a público dizer que Ossufo Momade não tinha nenhum guarda. Convidava vocês jornalistas, iam ao encontro dele. Onde é que estava o Estado? Porque ele não ameaçava só o Ossufo Momade. Ameaçava matar a população. E esse Estado está aonde?

0DSXWR GH)HYHUHLURGH ‡$12;;9,,‡1o ‡3UHoR 0W‡0RoDPELTXH mozabanco.co.mz Naita Ussene As explicações de Ossufo Momade sobre o atraso do DDR Adeus Kalungano Págs. 2, 3 e 4 Pág. 6 TEMA DA SEMANA 2 Savana 21-02-2020 S ão 13h:45 min. Depois de meia hora de espera, “Maçaroca”, nome de guerra de um dos homens da segurança de Ossufo Momade, leva-nos pelos corredores que dão acesso à casa que acomoda o presidente da Renamo, numa das mais nobres estâncias hoteleiras da capital moçambicana. Nas escadas que dão à sala, nos espera o general, que nos estende a mão com toda a cordialidade. Vai começar a entrevista com o líder do maior partido da oposição, um estatuto que ele recusa. Momade considera-se o verdadeiro presidente da República, mau-grado o “ladrão de votos”, como trata Filipe Nyusi. Em uma hora, o general fala de um pouco de tudo. De peito aberto. Responde ao chefe de Estado sobre a alegada inflexibilidade da Renamo no andamento do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR). Diz que Nyusi está, simplesmente, a faltar à verdade. Considera o pacote de descentralização como uma vergonha para o país, responsabilidade da Frelimo. O general diz que não regressa à serra da Gorongosa. “Não vou cometer esse erro”, frisa. Nega haver crise na Renamo e indica que Mariano Nyongo não é nenhuma preocupação para o seu partido. Não perca a entrevista: Em Janeiro de 2019, foi eleito presidente da Renamo. Um ano depois, qual é o balanço que faz da sua presidência? A Renamo teve um presidente histórico que dirigiu o partido por mais de 30 anos. Ossufo Momade só tem um ano. É um desafio. Foi em Janeiro de 2019 que fui eleito presidente do partido através de um Congresso e, daí, não tive alguma margem em relação àquilo que todos os políticos têm tido. Fiquei confinado na Serra de Gorongosa por causa das minhas obrigações. Saí da Serra no dia 1 de Agosto para assinar o Acordo de Cessação das Hostilidades Militares e, no dia 6 de Agosto, assinamos o Acordo de Paz e Reconciliação em Maputo. Só depois disso é que tive tempo e espaço para fazer trabalho político e ser conhecido a nível nacional. De Agosto a Outubro, foi um espaço muito curto, muito pouco tempo. No entanto, agradeço aos nossos membros a diferentes níveis, porque, quando chegou a vez de nos fazer conhecer ao povo, todos fizeram a sua parte e o resultado foi bem visível. Em todos os locais onde passava, era notável a moldura humana, arrastava milhares de pessoas, parecia um dirigente que está no terreno há mais de 20 anos. A nossa campanha eleitoral foi marcada por uma participação massiva da população em todas as províncias. A nossa recepção por onde passávamos fez admirar os nossos adversários. Resumindo, o meu primeiro ano na liderança da Renamo foi um período de muito trabalho e de muita experiência. Saímos das matas e fomos às eleições e, em pouco tempo, mostrámos o nosso potencial. Todos os moOssufo Momade em grande entrevista ao SAVANA: “Pacote de descentralização é uma vergonha para o país” çambicanos viveram as eleições, todos cenários que passamos e o comportamento do nosso adversário. O que passaram? Não vou repetir. O relatório de observadores da União Europeia, divulgado semana passada, ilustra todas as irregularidades que marcaram o processo eleitoral. Vem complementar a nossa reivindicação em relação ao comportamento do nosso adversário. Por exemplo, quando dizíamos que houve enchimentos, houve uma coligação entre a Frelimo/Polícia/SISE e toda máquina pública para desvirtuar a verdade eleitoral, todos podiam pensar que estávamos a exagerar, mas hoje, através do relatório dos Observadores da União Europeia, ficou claro que as exigências da Renamo tinham razão de ser. “Dhlakama foi Dhlakama” Como é substituir uma figura carismática como Afonso Dhakama? Quando perdemos um pai há sempre um sentimento de dor, é uma realidade que nunca é fácil de encarar, porque nós, como filhos, estávamos habituados ao nosso querido pai. Com o passar do tempo, acabamos acostumando e é o que está a acontecer dentro da família Renamo. No início foi difícil acreditar que o nosso pai tinha partido para nunca mais voltar. Mesmo para mim, que hoje estou a dirigir o partido, foi-me muito difícil. O presidente Dhlakama era um pai. Ele é que me amparava, sem ele fiquei numa solidão. No entanto, através do carinho do povo, simpatizantes, membros e quadros da Renamo, hoje estamos a avançar rumo à conquista dos nossos objectivos. Algumas vozes, até de dentro da própria Renamo, dizem que o partido nunca terá um líder como Afonso Dhlakama. Concorda? Nunca serei Dhlakama... Dhlakama sempre foi Dhlakama... Dhlakama também não foi André Matsangaísse. Agora é tempo de Ossufo Momade e todos devem acreditar em mim como presidente e como líder deste partido. Todos somos continuadores de André Matsangaísse e de Afonso Dhlakama. Portanto, essa afirmação é de algumas pessoas que não acreditam naquilo que é a história da Renamo. Tivemos um presidente que iniciou a guerra, que foi André Matade Matsangaísse. Perdeu a vida em combate e, no seu lugar, entrou Afonso Dhlakama. Nessa altura, alguns pessimistas diziam que não chegaria a lado nenhum, mas não foi o que aconteceu. Mostrou- -se como um verdadeiro líder. Todos estamos seguros de que o futuro será brilhante para toda a família Renamo. Esta quarta-feira esteve no velório de Marcelino dos Santos, um veterano da Frelimo que, em vida, sempre apelidou a Renamo como um movimento terrorista e desestabilizador. O que motivou a sua presença no evento? Não podemos misturar as coisas. A morte é natural. Quem julga aquilo que alguém faz em vida não é Ossufo Momade, é Deus, é a natureza. Fui ao velório para manifestar o meu sentimento humano. Um moçambicano perdeu a vida e eu, como moçambicano, não vi nenhum mal em estar lá para, junto à família enlutada, prestar condolências. A Renamo, como um partido moçambicano, solidarizou- -se com o momento. Nem a Renamo como partido, nem o seu presidente, nem seus quadros, guiam-se pelo que o malogrado falou no passado. Este não é o momento de julgar o homem pelos seus posicionamentos no passado. Seis meses depois da assinatura do Acordo de paz definitiva de Maputo, como está o DDR? A Renamo está a cumprir com as suas responsabilidades. Do nosso lado o processo do DDR está a andar e é por isso que até hoje estou a residir na cidade de Maputo. Se estivesse bloqueado, não estaria na cidade. Os nossos militares estão nas bases e estão conscientes daquilo que vai acontecer daqui a algum tempo. Assinamos os acordos, iniciámos com os processos, mas logo tivemos eleições e o processo de DDR foi interrompido. Após as eleições, outras partes do processo foram de férias. Portanto, o processo ficou parado. Neste momento, as partes aproximaram-se para reiniciar e acredito que com muita força. “Nyusi está faltar à verdade” O Presidente da República acusou a Renamo, semana passada, em Cabo Delgado, de estar em manobras dilatórias, que estão a atrasar a materialização do DDR. Afinal, o que se passa, senhor presidente?     Seria pertinente que fizessem essa questão ao presidente da República. Ele é que devia explicar os motivos que o levaram a dizer isso. Como disse antes, a Renamo está a cumprir com as suas responsabilidades conforme o acordado. Dentro do calendário estabelecido, a Renamo entregou os nomes dos 10 oficiais que deviam integrar a Polícia da República de Moçambique. Está a dizer que o presidente da República faltou à verdade ao dizer que a Renamo é que está a atrasar o DDR? Sim, o presidente da República está a faltar à verdade aos moçambicanos. Vejam que os nomes dos 10 oficiais da Renamo foram entregues ao Governo, as pessoas foram aos treinos e concluíram a formação com sucesso em Novembro. Até hoje estão em Moamba à espera de enquadramento. A integração do grupo na Polícia seria o espelho de que o Governo tem vontade de cumprir com os acordos assinados com a Renamo. Serviria de efeito motivador para aqueles que estão nas bases. Se a Renamo não honrasse com o seu compromisso não teria entregue os nomes dos 10 oficiais para a PRM. Se quiserem podem contactar aqueles que fazem parte do grupo de contacto para ouvir deles se a Renamo está a falhar nalgum ponto. Claramente que vão dizer que o que o presidente da República anda a propalar não é verdade. A Renamo está disposta a dar os passos subsequentes mesmo que o Governo não tenha cumprido os anteriores? A Renamo está comprometida com a paz. Portanto, tudo o que for em nome da paz, a Renamo vai cumprir. Contudo, gostaríamos que a outra parte pudesse cumprir com os memorandos de entendimento, porque não pode ser a Renamo a avançar enquanto a outra parte não está a fazer nada. Vejam que, mesmo com essas manobras do Governo, a Renamo procura sempre avançar. Neste momento que estamos a conversar, no distrito de Dondo [Sofala], na base de Savane, já há um avanço positivo que toda a comunidade internacional tem conhecimento. Todos os guerrilheiros que estão naquele local estão registados, têm NUIT [Número Único de Identificação Tributária] e contas bancárias. Isso é apenas um exemplo de que, da nossa parte, estamos a avançar. A comunidade internacional, que faz parte do grupo de contacto, já visitou todos os locais que servirão de centros de acantonamento dos nossos homens. Se não tivéssemos vontade de avançar com o DDR, não teríamos dado esses passos todos. Também entregámos o número de efectivos que temos. Uma semana antes de Pemba, o PR havia dito, em Londres, que a Renamo estava a manipular números dos seus guerrilheiros e de oficiais. O que está a acontecer com os números? A Renamo apresentou o número de efectivo que tem no terreno. Se quiserem confrontar, que vão às nossas bases. Não há nenhuma invenção. Apresentámos o efectivo real. Ou talvez queriam que escondêssemos outros efectivos e entregar números irreais. É isso que queriam? Que digam... nós entregamos o número de todo nosso efectivo. Agora, se quiserem, podemos repartir ao meio. Entregámos uma parte e a outra fica connosco nas matas. É isso que o Estado quer? Ossufo Momade não fabrica pessoas, quando morreu o presidente Dhlakama fui indicado interinamente para dirigir o partido e fui viver em Santugira, onde residia o nosso saudoso presidente. Quando lá cheguei, encontrei os efectivos nas unidades. Não recrutei ninguém. Agora, se apresento oficialmente aquele número que encontrei e alguém vem reclamar, então isto está a contrariar aquilo que é fé que temos em relação ao processo. Talvez seja por isso que aparecem para dizer que não estamos disponíveis para avançar, enquanto foram eles que nos mandaram parar, porque íamos às eleições e depois para férias. Eu, Ossufo Momade, em nenhum momento mandei parar o DDR. Pelo contrário, estou preocupado em estar com as pessoas no mato sem fazer nada. Ademais, no diálogo, sempre Por Raul Senda e Armando Nhantumbo (texto) e Naita Ussene (fotos) “Nunca serei Dhlakama... Dhlakama sempre foi Dhlakama”, Ossufo Momade TEMA DA SEMANA Savana 21-02-2020 3 acordamos que assuntos atinentes ao DDR não podiam ser tratados na imprensa, mas como a outra parte adiantou, não tenho outra alternativa se não explicar a verdade aos moçambicanos através da imprensa. Acha que o presidente Nyusi não está interessado em dar passos para frente em relação a este processo? Não diria que não está interessado. Vamos ver agora quando reiniciar o processo visto que a Renamo já deu vários passos e o Governo não. Quantos guerrilheiros e oficiais superiores que a Renamo pretende reintegrar?  Precisaria de ter o mapa, não tenho em mente os números exactos. “Pacote de descentralização é uma vergonha para o país” Senhor presidente, os governadores e os secretários de Estado estão em guerra nas províncias. Afinal é esta a descentralização que a Renamo prometeu aos moçambicanos? Aquando da aprovação deste pacote, a Renamo veio a público questionar o papel do secretário de Estado, porque o objectivo era permitir que a população de cada província escolhesse o seu governador e ninguém nos deu ouvidos. No primeiro encontro que tive com o Mirko Manzoni [coordenador do grupo de contacto no diálogo político Governo-Renamo] após a aprovação deste pacote, manifestei essa preocupação porque, para nós, aquilo era uma armadilha. O espírito do diálogo com o presidente Dhlakama não era no sentido do governador ser um corta- fitas. A Renamo questionou isso em todos os sítios e ninguém quis nos ouvir. Hoje, o feitiço virou contra o feiticeiro. Roubaram-nos nas urnas, hoje estão a governar todas províncias, e entre eles estão a desentender-se. O governador esteve na campanha eleitoral a pedir voto e, hoje, quem dirige na prática a província é o secretário de Estado. É preciso que trabalhemos para mudar este cenário. Este pacote de descentralização é uma vergonha para o país. O eleito é um subalterno e o nomeado é que tem o poder. Isto não pode continuar assim, não é aquilo que foi o sonho do saudoso presidente Dhlakama. Está a dizer que a Frelimo desvirtuou a descentralização que a Renamo pretendia? A Frelimo provou que, na prática, não queria a descentralização. Se a Frelimo estivesse interessada na descentralização, hoje não teríamos governadores com poderes fictícios. Ademais, cometeram todo tipo de fraude, nas eleições, para que a Renamo não ganhasse em nenhuma província, mesmo as que tradicionalmente votam na Renamo. A Renamo não perdeu eleições em todas as províncias. A Frelimo viciou o processo eleitoral para ficar com todos governadores. Mas há quem diz que a Renamo foi vítima de si própria, na medida em que a Renamo, tal como a Frelimo, recusou a inclusão de outros partidos e da sociedade civil na mesa do diálogo. Não terá a Renamo engolido a isca da Frelimo? O pacote da descentralização passou da Assembleia da República e lá, não é só a Frelimo e a Renamo que estão representados. O Movimento Democrático de Moçambique também está representado. Também foram feitas várias auscultações a organizações da sociedade civil. Portanto, não é verdade que houve exclusão. Com a experiência que está a ser o caso dos governadores e secretários de Estado nas províncias, a Renamo vai avançar para a eleição de administradores em 2024? Isto é um processo e acho que a solução não é parar. É criar condições para que as coisas melhorem. Precisamos de rever este pacote de descentralização no sentido de melhorá-lo. Este pacote não pode continuar assim. Este pacote não só preocupa a Renamo, mas a Frelimo também não está sossegada. As disputas que hoje assistimos entre o governador e o secretário de Estado é sinal de que algo não vai bem. Precisamos de encontrar fórmulas que nos façam avançar. Nyusi “é ladrão de votos” Continua a pensar que o senhor e a Renamo são os justos vencedores das eleições do ano passado? Sim, senhor. Eu sinto-me vencedor na medida em que o povo moçambicano confiou-me. Quando eu vou lá ao seio da população, eu sinto esse calor. Olha, quando alguém que foi eleito, quando passa num sítio e é chamado de ladrão, esse não foi eleito. Vai parar na Malanga, quando passa o presidente Nyusi, todos gritam “ladrão, ladrão”. Não foi eleito. Mas Ossufo, no dia em que eu for lá, todos hão-de vir atrás de mim. O presidente Nyusi é ladrão? De votos. Sim, senhor, é ladrão de votos. Aquilo que acompanharam no dia da apresentação do relatório da União Europeia é que a Frelimo roubou, o presidente Nyusi roubou. E há um aspecto muito errado que estão a provocar em Moçambique. Quando dizem que estão para combater à corrupção, quando eles estão a criar um ambiente negativo no seio da população e, particularmente, da camada jovem, que é obrigar um jovem a esconder boletins de voto para ir introduzir, não é roubar? O jovem fica com uma mentalidade de que, quando quer ter boa vida, é preciso tirar de alguém. Aqueles que hoje são nomeados como ministros, vice-ministros, é graças aqueles jovens que introduziram e nas suas mentalidades fica naquilo de que, afinal de contas, o nosso presidente está a governar porque nós é que introduzimos para ele continuar no poder e esta mentalidade não nos leva a lado nenhum, é uma vergonha para o país. Quando nós dissemos que queremos criar um homem com moral, enquanto nós os mais velhos é que estamos a induzir os jovens para ter esse tipo de comportamento, não vamos ter um país livre de corrupção. Na nota introdutória, o presidente falou de uma coligação entre a Polícia, o SISE e a própria Frelimo para roubar votos. Ora, uma das discussões nas negociações entre o Governo da Frelimo e a Renamo foi a incorporação dos homens da Renamo, quer no SISE, quer na Polícia, entre outras áreas, para que tivessem também controlo do sistema. O que terá falhado para que fossem às eleições sem essa incorporação? É aquilo que eu disse logo no início, que nós assinamos o Acor- TEMA DA SEMANA 4 Savana 21-02-2020 Ossufo Momade diz que o sonho de Dhlakama não era no sentido do governador ser um capataz de secretário de Estado do de Cessação das Hostilidades no dia 1 de Agosto e o Acordo de Paz e Reconciliação no dia 6 e os primeiros oficiais que queríamos que fossem enquadrados são esses 10 que, até aqui, ainda não foram enquadrados no Comando-geral da Polícia como vem acordado no memorando de entendimento. Até aqui nós não temos ninguém na Polícia. A Polícia trabalhou sem elementos da Renamo. SISE funcionou sem a presença da Renamo. Foi uma coligação fora da Renamo. Se nos estivéssemos lá, talvez isso não teria acontecido. O senhor só saiu da serra de Gorongosa em Agosto e logo em Outubro tínhamos eleições, ou seja, só teve 2 meses de trabalho no terreno. Depois, a Renamo saía de uma situação de perder um líder que vinha dirigindo o partido há mais de 3 décadas. A Renamo já chamou a si esses e outros factores internos como tendo contribuído para o resultado eleitoral que teve? O resultado eleitoral não tem nada a ver com o tempo. Não tem. Mas as crises internas na Renamo… Nós não temos crises. Não temos. Não temos crises internas. Só para ver, nós fizemos uma campanha em que todos os quadros participaram e avançámos juntos porque nós contamos com a Renamo unida rumo à vitória. “Não existe nenhuma preocupação em relação a Nhongo” Quando aparecem indivíduos como o general Nhongo, quando em Sofala há levantamentos como aquele liderado pelo então deputado Sandura Ambrósio, quando na Zambézia se fala de recrutamento, a direcção da Renamo não enquadra isso no capítulo de crises? Olha, o Nhongo não é um político, em primeiro plano, é um militar [risos], não influencia a parte política [risos], é um militar que apareceu assim como apareceu e não tem nenhuma influência na arena política. Para dizer que, para mim, não existe nenhuma preocupação em relação a Nhongo, porque não é uma pessoa que tem uma base política. Sobre aquilo que aconteceu na Beira – não é Sofala, mas Beira – é que nós queríamos um delegado, apareceram algumas vozes que queriam tentar manipular a opinião pública, mas falhou, nós agora temos o delegado, que é o delegado da Renamo. E onde estão esses que reivindicavam ser delegado da Renamo? Estão no MDM. Para dizer que eles faziam trabalho de um determinado partido para fragilizar o partido Renamo naquela cidade para que pudessem pôr em cima o partido MDM, mas, mesmo assim, nós continuamos. E, na Zambézia, não é a Renamo, foram apanhados aqueles sujeitos que, imediatamente, disseram a fonte da sua manipulação. Não são os políticos da Zambézia. Quem fez isso? Eu é que teria de perguntar a vocês porque a pergunta é vossa. Os críticos da Renamo argumentam que, com os desastrosos resultados que a Renamo teve em suas mãos, talvez fosse bom que o senhor renunciasse a liderança. Quer comentar? Houve uma manipulação de resultados. Fomos roubados. A derrota seria a população não participar na nossa campanha. Posso ir convosco logo que sair daqui, vão acompanhar a população a perguntar como foi possível isto. A Frelimo roubou, como tem vindo roubando desde 1994. Nem com o presidente Dhlakama vinha roubando. O presidente Dhlakama já havia governado o país? Agora, como é que dizem que eu é que fiz perder. Pelo contrário, nós estamos a governar 8 Municípios. A Frelimo apercebeu-se desse nosso poderio de apoio e fez as suas manobras para que não pudéssemos ter as províncias da nossa influência e vocês viram como é que foi o recenseamento eleitoral. As províncias de influência da Renamo foram excluídas. À província de Gaza foi atribuído maior número de eleitores. Nós viemos a público e dissemos que devia se mudar o cenário. Até instituições do Estado se contradisseram, o STAE [Secretariado Técnico de Administração Eleitoral] e o Instituto Nacional de Estatística [INE], que obrigou o PCA [presidente do Conselho de Administração] do Instituto Nacional de Estatística a deixar o seu lugar à disposição. Nos ataques na região centro do país, a Polícia fala de homens da Renamo, embora o seu partido desminta. O senhor, enquanto presidente da Renamo, já equacionou a possibilidade de mandar uma delegação para ir negociar com Mariano Nyongo? Em primeiro lugar eu gostaria de dizer que, qualquer movimento que vir a aparecer na via pública a atacar, sem receber uma orientação do Estado- -maior da Renamo, não há Renamo aí. A Renamo tem uma única liderança. Quem lidera a Renamo é Ossufo Momade. E temos um único Estado- -maior general, que está lá na serra onde eu estava sedeado e o chefe do Estado-maior é [Timothy] Maquinze. Para dizer que aquilo que está a acontecer não tem nada a ver com a Renamo. Nós assinamos um acordo e estamos a cumprir no espírito e na letra esse acordo. As nossas bases estão cientes daquilo que nós estamos a cumprir hoje. Não há nenhum soldado da Renamo que abandonou a sua base para ir disparar. O Nyongo saiu antes do acordo. E quando o Nyongo apareceu em público dizia que ia matar Ossufo Momade. Ossufo Momade sou eu. E até vinha a público dizer que Ossufo Momade não tinha nenhum guarda. Convidava vocês jornalistas, iam ao encontro dele. Onde é que estava o Estado? Porque ele não ameaçava só o Ossufo Momade. Ameaçava matar a população. E esse Estado está aonde? Porque o Estado tem os seus serviços [de Informação e Segurança]. Para dizer que nós não comungamos com Nyongo e Nyongo não comunga connosco. Quando Nyongo realizou uma reunião na qual dizia que ia eleger um presidente, os jornalistas para lá foram. Será que o Estado não tem seus serviços? Acha que o Estado é cúmplice de Nyongo? Eu estou a perguntar: o Estado não tem o seu serviço? Vendo perigo de Nyongo, por quê o Estado não se aproximou. Eu não estou a dizer que o Estado tem cumplicidade naquilo. Eu estou a perguntar: alguém que promete matar um cidadão, alguém que promete destruir infra-estruturas, alguém que promete maldades para V árias vezes, a deputada Ivone Soares manifestou-se publicamente contra os sem coragem para enfrentar a Frelimo e suas eleições fraudulentas, aqueles que hoje se esforçam em apagar o legado de Afonso Dhlakama na Renamo. O presidente sente que fez tudo que devia fazer para repor a justiça eleitoral? Afinal de contas queriam que eu fizesse o quê? Voltar à guerra? Nós já viemos a público[contestar]. Já fizemos recursos e tudo. Nós já temos uma grande lição em relação àquilo que foi o passado. Irmos à montanha, depois de 4 anos, os outros nos chamaram quando falta só um pequeno espaço de tempo. Eu não vou repetir esse erro. Não vou. Não vou. O senhor já não volta a Satunjira? Posso voltar quando for uma obrigação contra a minha pele. Mas voltar por voltar, não posso. Mesmo o presidente Dhlakama, se subiu à montanha, não foi de livre e espontânea vontade. Foi obrigado, foi emboscado por duas vezes. Foi cercada a sua casa. Ele gostaria também de ter estado aqui connosco. Quando veio assinar o Acordo de 5 de Setembro de 2014, ele não tinha intenção de voltar mais às matas, mas sofreu ataques, emboscadas. Sofreu emboscadas e dali ele foi para as matas, houve uma negociação de pouco tempo, voltou, quando chega à cidade da Beira, dia seguinte a sua casa foi tomada e viu-se em perigo, foi quando ele foi se refugir nas matas, não que ele quisesse ficar nas matas. Depois do fim da guerra dos 16 anos, ele esteve aqui connosco. Foram quase 25 anos. Para dizer que ele não foi às matas de livre e espontânea vontade para deixar a sua família e sua vida. É o que estou a dizer hoje. Eu não vou poder abandonar o meu partido para ir às matas para que amanhã me chamem de novo faltando dois meses para eleições. Isso é uma brincadeira de mau gosto. Como está a sua relação com a deputada Ivone Soares? Uma relação como dos outros quadros da Renamo. Muito mais que ela é presidente da Liga da Juventude. Como é que vaticina os próximos 5 anos do presidente Nyusi, tendo em conta o contexto do país? Não gostaria que fossemos até 5 anos. Este mês ele tinha de recuar para cumprir com aquilo que foi o relatório da União Europeia, dissolver o Governo para que tenhamos eleições justas e transparentes. Depois das eleições de 2014, o presidente Dhlakama não tomou posse como segunda figura mais votada, cujo estatuto foi aprovado pelo Parlamento, com Gabinete, Orçamento e todo um conjunto de mordomias. O senhor irá ocupar esse posto? Olha, esse posto não é uma oferta da Frelimo. Vem na lei. Mas até aqui eu tenho de esperar aquilo que vai ser o pronunciamento do meu partido. Mas neste momento não me sinto como o segundo mais votado. Sinto-me como presidente da República. O presidente Ossufo irá viver eternamente aqui, numa estância hoteleira? É uma pergunta um pouco difícil, na medida em que depois de eu ter descido da serra da Gorongosa, o lugar onde a comunidade internacional me confiou para que pudesse estar é aqui. E até um hotel não é um lugar onde uma pessoa pode criar as suas condições de vida. Nem posso comprar geleira, não posso comprar mobília. Eu gostaria também de estar como outro, mas não tenho casa em Maputo. E quem custeia as despesas da sua estadia, família e membros da Renamo que o acompanham? É a comunidade internacional, não é a Frelimo. Porque muitos dizem que “ah, recebeu…”, não é a Frelimo, é a comunidade internacional. E eu gostaria de estar fora disto porque não é confortável, eu gostaria de estar na minha própria casa. Mas não é a minha vontade, vai depender daqueles que me colocaram aqui, que arranjem um sítio seguro, que não aconteça aquilo que aconteceu na Beira com o presidente Dhlakama: ser cercado. Não volto à montanha um país, por quê o Estado não foi lá? Sente que alguém de direito está a proteger Nyongo? Vocês é que estão a dizer. O que eu estou a dizer é que aqui temos dificuldades em alguma coisa e hoje é uma realidade que o Nyongo está a atacar na via pública, está a matar a população, não está a matar o Ossufo. Ossufo não vive na via pública. É preciso que tenhamos uma responsabilidade nisso. E não vão me dizer que eu tenho de negociar com o Nyongo porque o Nyongo está a matar a população. Eu não sou o Estado. O Nyongo abandonou o partido, abandonou a base como ontem Uria Simango abandonou a Frelimo. Quando Uria Simango abandonou a Frelimo, continuou Frelimo? É preciso que possamos ver essas coisas porque não podemos ter dois pesos e duas medidas “Bissopo disse que queria descansar” De qualquer das formas, Mariano Nyongo parece que é apenas o rosto de tanto mal-estar, tanto descontentamento na Renamo. É verdade que o senhor afastou os antigos colaboradores de Afonso Dhlakama? Eu sou um dos colaboradores do presidente Dhlakama. Fui general, muito temido, hein. Eu dirigi a guerra do presidente Dhlakama. Fui um dos generais que, pela primeira vez, apareceu aqui em Maputo. Eu, o Hermínio Morais, o [Mateus] Ngonhamo, éramos três generais, os primeiros generais que chegamos aqui no Maputo. Eu como tenente general com três estrelas. Está aqui o Manteigas. Não foi colaborador do presidente Dhlakama? Quem o indicou como porta-voz não foi Ossufo Momande, foi o presidente Dhlakama. Está aí o [Fernando] Mazanga na CNE. Não foi colaborador do presidente Dhalakama? O actual chefe da bancada da Renamo, o Viana Magalhães, até chegou a ser secretário-geral do partido. Mais outros. Não há ninguém que nós deixamos de fora. Quem é que está de fora? Mas presidente, quando se abre a outra página do livro, encontra-se pessoas como Manuel Bissposo, o antigo secretário-geral da Renamo que veio dizer, publicamente, que se sentia isolado. Bissopo? Sim. Bissopo não foi deixado de fora. Para o vosso conhecimento, depois de ele ter deixado o lugar de secretário-geral, eu lhe convidei para que fosse director central do gabinete eleitoral. Ele sozinho disse que queria descansar. Eu, Ossufo, instruí o delegado provincial de Sofala para que convidasse o Bissopo para que ele reunisse a sua documentação para ser deputado. Ele mandou passear. É Ossufo que deixou de fora? Em nome de Allah, eu não fiz isso. Eu sou muçulmano, não divido a família. Eu convidei o Bissopo estando aqui. Esses são boatos que as pessoas estão a criar. Eu convidei o Bissopo para que dirigisse o Gabinete Central de eleições. Mas não é chefia essa? O lugar de secretário-geral não é vitalício. Eu já fui secretário-geral. [Vicente] Ululo já foi secretário-geral. O João Alexandre já foi secretário-geral. O Viana Magalhães já foi secretário-geral. Sempre tem de haver mudanças para mais dinamismo. Agora, quando alguém fica frustrado porque deixou este lugar, não queria este lugar, já não é responsabilidade do Ossufo. Até eu acompanhei uma das entrevistas que ele deu a dizer que estava se sentindo isolado. São pessoas de má-fé, não dizem a verdade. TEMA DA SEMANA Savana 21-02-2020 5 PUBLICIDADE PUBLICIDADE PUBLICIDADE 6 Savana 21-02-2020 SOCIEDADE A agenda oficial do país esteve, nestas terça e quarta- -feira, virada ao último adeus ao combatente da luta de libertação nacional Marcelino dos Santos, cujos restos mortais jazem na cripta dedicada aos heróis nacionais. Falecido a 11 de Fevereiro passado, Marcelino dos Santos é uma figura incontornável da história do país bem como do continente africano para a criação dos movimentos libertadores. Perante a sua urna, colocada em câmara ardente nos paços do Conselho Autárquico de Maputo, o Presidente da República, Filipe Nyusi, jurou não vacilar na defesa da soberania e unidade nacional, numa altura em que o norte do país é sacudido por ataques terroristas, sem deixar de lado o que sucede na zona centro. Quando o relógio marcava, precisamente, 13:08 minutos desta quarta-feira, a urna contendo os restos mortais de Marcelino dos Santos era depositada na praça dos heróis, onde já repousa, ladeado por outros heróis como Paulo Samuel Khakomba e Obadias Muianga. O derradeiro cortejo fúnebre de Kalungano, como é carinhosamente tratado no mundo literário, levou cerca de duas horas. Partiu da praça da independência, escalou algumas avenidas até desaguar na Avenida Acordos de Lusaka, que leva à cripta dos heróis. Uma equipa de oficiais das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), juntamente com a banda militar, marchando a passo lento, acompanhou em procissão a viatura da funerária de modo a permitir que as populações rendessem a sua última homenagem no trajecto. O cortejo fúnebre foi recebido pelo chefe de Estado acompanhado pela filha mais velha do malogrado. Seguiu-se à retirada da bandeira, símbolos nacionais da urna que foram entregues à família, incluindo a foto. Três tiros de espingarda denunciavam o depósito do caixão no sepulcro, ao que se seguiu o hino nacional, 19 salvas de canhão e a deposição de flores por diversos intervenientes. As populações demonstraram teimosia ao não comparecer em massa, tal como se tem verificado noutras cerimónias partidárias. Aliás, tal atitude iniciou na manhã desta terça-feira, dia em que a urna foi colocada em câmara ardente nos passos do Conselho Autárquico de Maputo, para que o povo velasse o seu herói. De um modo geral, destacaram-se familiares, amigos, membros do partido e pequenos grupos de crianças mobilizadas nas escolas para acompanharem o evento. Quer as mamanas da OMM, a OJM e antigos combatentes apareceram em pequenos grupos e não como nos habituaram quando são mobilizados e levados aos eventos por viaturas de transporte público. Na praça da independência, foram montadas duas telas gigantes para que o verdadeiro povo pudesse acompanhar as cerimónias, mas debalde, apenas seguranças, vendedores ambulantes e funcionários das instituições próximas. O mesmo cenário foi constatado na praça dos heróis que mais registou presença de crianças provenientes das escolas próximas. Numa rara ocasião em cerimónias de Estado, a Renamo se fez presente ao seu mais alto nível, através do seu presidente Ossufo Momade, do secretário geral André Madjibir e outros destacados dirigentes do partido. Momade disse que a morte é natural e reconheceu o papel desempenhado por Marcelino dos Santos para a independência do país. Numa atitude de reconciliação, o presidente da Renamo apelou para que não se julgue o que alguns libertadores fizeram depois da independência. O socialismo que não vingou Esta quarta-feira, foi o derradeiro dia em que o Major-General na reserva, Marcelino dos Santos foi sepultado. Cânticos, dentre religiosos e revolucionários, declamação de poemas e leitura de mensagens marcaram as actividades dedicadas à primeira parte oficial do evento. Nascido a 29 de Maio de 1929 em Lumbo, parte insular da Ilha de Moçambique, muito cedo revelou a vontade de libertar o seu povo do colonialismo e não só. Kalungano foi recordado como homem fiel aos princípios e valores que defendia pelo que entendem que a única maneira de o homenagear é colocar em prática os seus ensinamentos e transmiti-los às gerações vindouras. Publicamente sabe-se que Marcelino dos Santos foi até aos seus últimos dias de vida um acérrimo defensor do socialismo de orientação marxista-leninista como a melhor opção para o desenvolvimento do país. Dos Santos acalentava ainda o sonho de ver implantado em Moçambique um sistema que pugne pela justiça social e igualdade. O Presidente da República, Filipe Nyusi, recordou essas qualidades quando deu a conhecer que, vezes sem conta, Marcelino dos Santos negou a oferta de tratamento médico no estrangeiro, advogando que essa oportunidade tinha que ser dada ou redistribuída pelos que têm menos posses. Sucede que contrariamente aos seus ideais, o país está mergulhado num capitalismo selvagem em que há uma minoria que goza de privilégios, abocanhando o grosso das oportunidades por estar acoplada ao partido a que ajudou a fundar. O antigo ministro da Justiça no tempo de Samora Machel, Teodato Hunguana, disse que a mudança do socialismo para o capitalismo foi alvo de acérrimos debates no seio do partido. Anotou que obviamente, nos debates, foram notórias as diferenças com Marcelino por defender o socialismo, porque sabia-se o que ele pensava e estava consciente das causas daquela situação. “Isso não transformou Marcelino em inimigo. É por isso que continuou no seio da Frelimo a gozar de um grande prestígio ético e moral até hoje. Não me identifico a 100%, digamos, com o que chamamos de linha do Marcelino, mas eu guardo enorme respeito pelo núcleo de valores essenciais que alimentava a sua posição socialista marxista leninista”, disse. Acrescentou que o núcleo desses valores é que é a alma do serviço ao povo e aí quer seja socialista ou não estão juntos firmemente. ‘‘Daí que quando diz que é preciso refazer a revolução, estou completamente com ele’’. Defender a soberania O elogio fúnebre de Nyusi marcou o fim da leitura das mensagens de homenagem ao nacionalista. E por ter sido um homem que deu a sua vida pela causa da nação moçambicana, a independência nacional, Nyusi jurou perante a urna do antigo combatente defender a soberania nacional que nestes dias anda ameaçada com os ataques terroristas que devastam o norte do país. O cenário de instabilidade também é vivido na zona centro do país, onde as Forças de Defesa e Segurança tiveram de reativar as escoltas militares para garantir a circulação de pessoas e bens. “Partes num momento singular da nossa história, numa altura em que forças estranhas aos interesses dos moçambicanos procuram colocar um travão à nossa marcha, rumo à paz e a nossa emancipação económica e social. Perante o teu corpo, Marcelino, juramos-te que, como no passado, também hoje não vacilaremos. Juramos defender com nossas vidas cada palmo do nosso território, da nossa soberania e da nossa unidade nacional, as maiores conquistas do nosso povo”, disse. No entender de Nyusi, o herói nacional declarado em 2015 não morreu, mas vive e viverá para sempre em cada moçambicano. Mais do que chorar há que celebrar a sua verticalidade, coerência, franqueza, trato simples e o seu inabalável optimismo. Segundo o PR, dos Santos escreveu poemas e livros, sendo que mais do que tudo, escreveu a vida dele nas páginas de Moçambique, “onde deixou registado que este mundo é feito de generosidade dos que dão e pela gratidão dos que recebem”. Apropriou-se das célebres palavras do finado segundo as quais “enquanto houver revolução por refazer não há tempo para morrer” para dar vazão ao seu lema do quinquénio “com o trabalho, trabalho, trabalho não há tempo para morrer. Todas árvores tem o seu dia Em representação da família, Ilundy dos Santos enalteceu as qualidades do seu pai, evidenciadas por valores como honestidade, humildade, coragem de enfrentar tudo de modo a defender os seus ideais. Assinalou que todas as árvores por mais fortes que sejam tem o seu dia e este era o dia dele (Marcelino). Mostrando que bebeu da poesia do pai, falou em metáforas, apontando que “haverá certamente lá no futuro, mundos maravilhosos, o sonho comum que defendeu, a utopia da justiça, da verdade, da educação, que devem ser abraçadas para o futuro do povo sob a nossa bandeira, sendo que, de facto, esta liberdade que tanto apregoou será acatada pelos rios, montes e pelo mar”. ‘‘Estamos aqui para testemunharmos a certeza de um mundo melhor que sonhou para todos os moçambicanos’’, disse. Fonte de inspiração para combate Para a Associação dos Combatentes de Luta de Libertação Nacional (ACLLIN), mais uma estrela de luta de libertação nacional se apagou. Fernando Faustino, Secretário Geral da agremiação, descreveu o falecido como um indivíduo fiel aos seus princípios e valores que defendia, ou seja, um homem de carácter humanista. Referiu que, embora reconheça que a morte é uma fatalidade biológica, os veteranos da luta de libertação recusam-se aceitar que ele nos deixou, aceitando apenas que a sua partida foi física e seus feitos permanecerão nos corações de cada um de nós. Faustino, que já pediu armas a Nyusi para combater a Renamo e não o faz agora com os insurgentes, disse que Marcelino continuará a ser fonte de inspiração no prosseguimento das batalhas de hoje, principalmente contra todas as forças hostis aos nobres propósitos como a igualdade, independência, justiça, liberdade e bem estar de todos os moçambicanos. Prometeu vingar a morte do nacionalista até que o país tenha sossego e paz para que os seus sonhos constituam realidade. Povo ausente no adeus ao seu herói Por Argunaldo Nhampossa Frelimistas e crianças notabilizaram-se no último adeus do nacionalista Familiares e amigos despedem-se de Marcelino dos Santos na esperança de fazer vincar seus ideias PUBLICIDADE Savana 21-02-2020 7 O TEU FUTURO VAI SER GIGA! 15 GIGAS * Planos de Internet com plafond de tráfego. ** Equipamento base de acesso ao serviço, propriedade da TVCABO. Art Direction by www.bangbang.agency 21 480 550 82 4800 | 84 4800 550 na rede TVCABO apoio@tvcabo.co.mz www.tvcabo.mz NA ADESÃO A UM PLANO DE NET* OFERTA DE UMA RECARGA DE 15GB + OFERTA DA INSTALAÇÃO + CEDÊNCIA DO EQUIPAMENTO** Estudar nunca foi tão fácil e rápido. E ainda te sobram gigas para a diversão! Campanha válida de 25 de Janeiro a 29 de Fevereiro. DIAMOND AWARD PMR AFRICA MELHOR INTERNET DE MOÇAMBIQUE PELO 5º ANO CONSECUTIVO PUBLICIDADE 8 Savana 21-02-2020 PUBLICIDADE Primeiro, acreditar. PUBLICIDADE Savana 21-02-2020 9 PUBLICIDADE 10 Savana 21-02-2020 OPINIÃO O Observatório do Meio Rural (OMR) teve conhecimento, com grande tristeza e consternação, do falecimento do Dr. Mário da Graça Machungo, que foi seu membro fundador e Presidente da Mesa da Assembleia Geral desta organização entre 2011 e 2018. Todos os membros e trabalhadores do OMR apresentam à família e aos mais chegados ao Dr. Mário Machungo, as mais sentidas condolências. O Dr. Mário Machungo, além de Presidente da Assembleia Geral, sempre demonstrou grande simpatia e apoio aos trabalhos realizados do OMR, revelando e estimulando abertura de espírito, respeito pela diversidade de opiniões e pela independência da ciência. Pessoa de convicções, ÀUPHQRVSURSyVLWRVHHFRQRPLVWDFRPSHWHQWHHFRQKHFHGRUGDVUHDOLGDGHVGRSDtV JUDQMHRX HVWLPDSRUSHVVRDVGHYiULRVTXDGUDQWHVSROtWLFRVHSURÀVVLRQDLV Mário Machungo é uma incontornável personalidade moçambicana, antes e depois da independência. Primeiro, como militante activista e militante clandestino em Portugal e Moçambique e, após a independência, pelos altos cargos desempenhados na Frelimo e em governos da República. Paz à sua alma, eterna presença no nosso sentimento e luz que brilhará no OMR e certamente nos recantos da sua pátria querida. Maputo, 17 de Fevereiro de 2020 João Mosca ------------------------------ Director Executivo do OMR E screvo sobre os cinco mas não sinto o que descrevo, pois faço-o sem ver, tal cego que só enxerga as cores graças à sua infinita bondade. O tempo ensinou-me que quando vivemos demasiado perto de pessoas que transpiram firmeza e inspiram tranquilidade, malta Bêeme, Zêa, Zêagá, EmmeEsse, Errepê1 & companhia, figuras que sem pretenderem ser perfeitas acabam conquistando a estima geral e deixam legado, se não formos suficientemente maduros, a mente castiga-nos e o corpo paga por tabela. Passamos a vida a fazer comparações, tentando descobrir porquê diabo somos um fracasso, coisa que nem sempre é verdade. Procuramos o médico, cheios de pânico. Muitos recorrem aos alargadores, outros ao feiticeiro, alguns, felizmente poucos, optam pelo assassínio brutal e barato, incluindo o suicídio. No lugar-comum, chama-se a isto síndroma de inveja ou complexo de infelicidade. Depois do que aprendi na minha recondução ao comando da Brigada PC28 de Satungira, passei a chamar-lhe auto-emulação. Nas primeiras horas da madrugada daquela 5ª feira, a última do primeiro mês do ano, cumpria- -se a profecia dos serviços que se antecipam e alertam-nos sobre o imprevisível comportamento do tempo. Refez-se em mim o sonho eternamente estruturado em segundos, minutos, horas, dias, meses, ciclos e épocas, igual ao da véspera, com a única diferença de que desta feita ofereceu- -me odores e fontes de cores mais fortes, levou-me a viajar por uma diversidade de lugares antes desconhecidos e proporcionou-me raros e doces reencontros. Decidi partilhar. Ainda me deliciava com as ténues peripécias daquele incrível sonho unisexo de amor platónico, estranha e fortemente repetido, quando subitamente as chapas de zinco que me serviam de abrigo naquela noite de separação temporária para o improvável começaram a ecoar efusivamente o dilúvio que sobre elas se abateu: whaaaaaaaaa… Despertei. Rebolei duas ou três vezes tentando libertar-me do prazer que aquele som encantador sempre me proporciona. Assim que consegui descerrar os olhos lembrei-me da alma que transpira e contorce-se milhares de vezes no túmulo por cavar cada vez que vê uma certa cara, mesmo sem som, ou a ouve falando ao longe, apesar de a sua mente audaz ainda continuar entre os vivos. Ganhei novo alento e divorciei-me do leito acolhedor improvisado na véspera. Eram cinco e meia da manhã. A natureza amiga, a mim acostumada, tentava ajudar-me a cumprir a promessa que fizera na véspera: partir às 6:00. O despertador natural dava-me 30 minutos para me preparar. Mal sabia, o relógio humano, que meia hora é pouco tempo para alguém que enraizou um ritual de preguicite onde despertar significa rebolar bastantes vezes, lavar a boca, ferver água e entornar dois púcaros seguidos de chá verde, no intervalo entre os dois púcaros preparar uma mistura de sumos numa jarra cheia de cubos de gelo e deixá-la sihibernar2 , fazer uma longa pausa sentado na sanita para aliviar o organismo das toxinas do dia anterior, tomar um duche quente, independentemente da estação do ano, ferver de novo o resto da água na chaleira, preparar e despejar uma pequena bica de café, abafar o forte sabor e o calor do café com o mosaico híper-gelado de sumos, e vestir-se para a sua nova escola: Ponta. Ao contrário do Marquês que deixou momentaneamente órfã a sua montanha de afazeres, arrestou no protocolo uma fanfarra de arautos e grafistas e com ela foi dar um giro pelo sambódromo recôndito juntando-se a um punhado de laureados, obreiros, ciganos e seguidores sem sul, no final do qual infelizmente só repetiram as mesmas banalidades, Banshee escolheu-nos sem aviso, atravessou a velha baía contornando de barco a fonte ainda em escavação para testemunhar que quando vivemos longe da azáfama urbana os melhores sonhos são os que nos embalam em plena luz do dia, usualmente coloridos pelo arco-íris sempre que há suficiente humidade volátil no céu. Não os pesadelos que nos castigam na tenebrosa escuridão das noites traidoras intermitentemente iluminadas nos curtos intervalos em que a lua espreita entre as nuvens e revela-nos pouco do que ainda nos resta por descobrir. E transpiramos sem razão. Assim tive mais sorte, embora como o Marquês também continue a transpirar de forma abundante nos meus sonhos, a despeito de enquanto durmo o manómetro orgânico registar níveis mínimos de consumo na minha energia fisiológica. Quando tinha a idade do meu neto refilão naquele ano de recaídas, tive a mesma visão. Ou terá sido um sonho? Estranhamente, lembro- -me nitidamente que o insólito aconteceu na nossa rua Principal, lá no centro do bairro do Aeroporto em Maputo, e foi testemunhado pelas Gina e Xinaveti e por muitos outros manos mais velhos. Apesar do tempo, guardo com nitidez os detalhes nesta incredível memória fértil. Enquanto as raparigas brincavam à neca, os rapazes absortos numa discussão sobre quem havia ganho o já?–já3 , uma figura estranha fez-se subitamente sentada na entrada da casa da família Mabutana, nossos vizinhos de então. Ninguém a vira caminhando pela rua. Ela surgiu assim, do nada, repentinamente sentada defronte da casa dos pais da Maria e do Filipe. Agora ocorre-me que o seu aspecto limpo e juvenil mas ao mesmo tempo andrajoso, coberto de panos largos com cores pálidas cinza-caramelo que não conseguiam esconder aquele corpo esquelético, deve ter sido o primeiro detalhe incomum a atrair as nossas atenções. Aproximámo-nos para assistir, como se tivesse acontecido algum acidente, e em poucos minutos um enorme aglomerado de curiosos concentrou-se no local formando um semi-círculo irregular. A estranha figura permaneceu quieta, silenciosa e ruminando a vista tranquilamente durante muito tempo, até que um dos mais ousados se aproximou com um misto de medo e coragem, e perguntou- -lhe quem era e donde vinha. Do sítio onde me encontrava não consegui seguir a conversa, mas a reacção geral foi de zombaria total, como se estivéssemos perante um doido varrido. Intrigado, furei o denso canavial de pernas e nádegas e aproximei-me da linha da frente para melhor acompanhar os acontecimentos. Embora este episódio da minha infância não tenha sido um sonho propriamente dito, aprendi com a sua viral repetição que afinal são as cores do multiverso dinâmico que nos fazem sonhar diária e continuamente até descobrirmos a origem do lutador encantado que mora dentro de nós, e é digno do nosso martírio por ter saído verdadeiramente de nós, não somente da luz. Quando tentei pela primeira vez salvar uma espécie em extinção usando pétalas caídas da árvore- -mãe, deixando-as a secar numa estufa para matar as impurezas, moendo-as, depois de seleccionadas, numa gamela até ficarem como silte4 , semeando-as de seguida em terra vegetal enriquecida Uma Fonte de Cores para Marcelino Por Silva J. Magaia Continua na pág. 12 PUBLICIDADE Savana 21-02-2020 11 A Direcção do IPGCS – Instituto Politécnico de Geologia e Ciências de saúde informa aos estudantes FINALISTAS nomeadamente TMG3, ENF. GERAL2, ESMI2, ESMI3, ESMI4, e ESMI5 e ao público em geral que a 2ª cerimonia de graduação terá lugar a 21 de Março de 2020. Quelimane, aos 19 de Fevereiro 2020 O Director Elegível Instituto Politécnico de Geologia e Ciências de Saúde COMUNICADO 12 Savana 21-02-2020 OPINIÃO com composto de casca de banana e pó de casquinha de ovo ressequida, e deixando-as incubar durante nove meses, mal apareceram os primeiros sinais de vida chamei o jardineiro e expliquei- -lhe os cuidados que devia ter com as virgens que acabavam de nascer. Eis que ao mesmo tempo que anuía, o mancebo comenta, atrevido: “parece-me que não é a mesma árvore, patrão”. Fixei-o duas vezes com cara de poucos amigos, ambas com o mesmo semblante irónico. “Não imaginas quão diferente de ti era o minúsculo sémen que te gerou, o único rápido e fértil entre os milhares de semelhantes que penetraram a cavidade uterina da tua mãe”. Corou, e só fez bem. Safou-se dum embaraço maior, pois logo a seguir pretendia perguntar-lhe se conhecia o significado de árvore genealógica. Troquei esta por outra estupidez e perguntei-lhe se fazia ideia com quem se parecia quando nasceu. Sorriu sem saber porquê. Convidaram-nos para lavrarmos mentes, e quando nos preparávamos para lançar as sementes, eis que chegam turistas catadores de borboletas, ocupam o imenso campo de cultivo e o nosso tempo volta para trás. Felizmente não nos molestaram: privaram-nos somente do pão que aprendêramos a amassar na Ponta, em Paris e Pequim, e acabámos assando e vendendo em ka-mpFumo, mas não nos tiraram a estátua da nossa liberdade. Ahh, essa não lhes pertence. Herdaram no mesmo instante um inesperado desafio bicudo: com quem partilhar o espólio! Aposto que muitos daqueles turistas não sabiam que na sua evolução, várias espécies de borboletas serviram-se duma rara intuição apurada pela repetição para desenvolverem tácticas de sobrevivência que as tornaram imunes aos ataques dos predadores. Uma delas consiste na libertação de toxinas que lhes conferem um sabor desagradável e refreiam o apetite dos pássaros, razão pela qual são conhecidas por impalatáveis. Com o tempo, as borboletas impalatáveis passaram a exibir esta característica por meio de símbolos coloridos nas asas, como sinal de aviso aos predadores. As mais vaidosas preferiram manter o seu atraente sabor original e continuar palatáveis, mas não deixaram de desenvolver as suas próprias tácticas de defesa. Tornaram-se mais ágeis e passaram a ostentar nas asas um padrão de formas e cores que as identificam como muito rápidas e difíceis de capturar. Esquece, parece estarem a dizer. E para provar que o homem não é a única espécie animal racional, as borboletas palatáveis mais lentas criaram também o seu mecanismo de segurança, atrevo-me até a considerá-lo o mais sofisticado, chamado mimetismo de escape, um truque por meio do qual imitam as cores das não palatáveis e conseguem enganar os predadores. Foi assim que nos salvámos, acolhendo os catadores com um largo sorriso amalelo, como se fôssemos perfeitos Chinas impalatáveis. Ensinaste-me que se criarmos e cuidarmos das plantas e dos animais, continuarmos livre, lícitos e não nos importarmos com o que se diz por aí a nosso respeito, tornar-nos-emos resilientes e invencíveis. Contaste-me que até ditadores tremem de medo quando lhes espera um debate a sós com os que lhes são íntimos mas livres e espontâneos. Não à Escravatura Moderna. Em vida, foste a estrelinha que me guiou e mostrou-me o caminho até às guitarras douradas como esta silenciosa tela acústica que agora teima em proteger-me graças ao seu enorme e bondoso coração. E para seguir-te não precisei de ser muito inteligente, bastou-me beber daquele chá que só tu e a fêmea Pamela que nos mordia, a mim e à Ilundi como suas verdadeiras crias, souberam amassar para nos protegerem da tentação. Vai em Paz. Ela continua a prender-nos pelo dorso superior para livrar-nos do mal. O que naquelas duas paixões, sobretudo na segunda, ficou gravado na mente de Puck, não foram os cornos per se stante5 mas simplesmente a forma pouco elegante como elas exibiram o seu estrelato temporário, a ponto de a mais nova cuspir no chão do teu jardim para exteriorizar o desdém que nutria pelos pássaros da nossa estirpe. Não tivesse a raiz que torna invergáveis até os invertebrados, perante tamanho ignóbil o Corvo selvagem com nicho em Nhongonhane ter-se-ia ostracizado, mas fincou garras e afirmou- -se entre as aves imortais. Ficou pois muito sentido quando três ciclos e meio mais tarde, a mesma cria que Ondina lhe concedera nos sonhos daquele intenso namoro faunístico manifestou o desejo adulto de voltar a ser tua filha, e obviamente o trapo erodido pela angústia não teve amor nem alento suficientes para acolhê-la. Ficou agora duplamente arrasado com esta tua partida anunciada, principalmente porque ninguém sabe dizer-lhe quando é que decidirás voltar ao reencontro das raízes sólidas tuas nesta terra Moçambique, tal como o ressuscitado da nossa Rua Principal. “E quando testemunhaste a arte com que opero o Reiki6 até com os céus, chamaste-me superpoderoso”, comentou Puck séculos mais tarde com Banshee. “Duvido que saibas porquê”, disse-lhe na cadência da mesma correspondência. “Mãos encantadas, pé de cabra, coração de pedra.” Como é que me explicas então, Marcelino, que tenhas amolecido tanto esse nosso coração de pedra a ponto de hoje a Ilundi e eu termos uma bateria de irmãos do tamanho dos teus bisnetos, por conta desse teu Amor Natural? Será a tal transmutação? E Deus? Em que lugar ficou nessa tua firmeza que me transmitiu até o descrédito? No teu regresso depois de teres privado com Ele, quem sabe consigas explicar-me porquê nunca acreditaste na sua existência! Como sempre, acabarei despertando deste sonho sem nexo, mais um. Trinta e um minutos depois da hora combinada, escoltei Banshee dunas abaixo até onde havíamos interrompido o asfalto, no novo cruzamento com o troço concluído que se assim estivesse prescrito nos levaria à fronteira com o Kwazulu Natal. Parámos e saímos dos carros para um adeus codificado. “És protegido” disse- -me enquanto me espremia num forte abraço. “Oui, Dieu m’aime”, concordei em silêncio, arfando para aliviar o sufoco e recordando Paris doutros sonhos vividos há mais de três décadas. Voltou a entrar no Dubaizinho7 e seguiu viagem para norte enquanto eu manobrava de regresso à irredutível aldeia gaulesa, meus olhos cada vez mais húmidos. Chegada a vez do meu neto, na hora da separação estendi-lhe a única página da tua banda desenhada que graças à astúcia do Corvo havia conseguido interpolar na minha ousadia frustrante, e perguntei-lhe, tal como ele me havia desafiado na antevéspera enquanto assistíamos às noticias na televisão, o que via naquela folha: “Caras pretas sem pescoço...”, respondeu visivelmente triste, sem se dignar parar para pensar. A seguir a família que viera do norte transportando consigo a promessa da minha nova providência social regressou à base levando de volta a alegria, e com ela o doce sabor da missão cumprida. Quando à chegada a mãe feliz partilhou connosco uma foto do menino sentado no cockpit ao lado do piloto, nada me surpreendeu. O miúdo acabava de embarcar no mesmo voo PC28 via Ponta-Paris-Pequim que palmilhei meio século antes e donde sua mãe nasceu, desta vez cruzando mares mais profundos no curto pergaminho que liga a minha ponta à sua Fernão Veloso, o mesmo eixo que passa por Satungira. Felizmente o enviado coberto de togas cinza-caramelo ficaria sozinho horas a fio sentado no único patamar que resguardava o portal da casa dos Mabutana, despertando em mim uma enorme curiosidade. Duvido que o Filipe se recorde. Quando alguém da multidão que se acercara para testemunhar àquele insólito voltou a perguntar ao visitante quem era e donde vinha, este respondeu resoluto que havia morrido nalgum momento da vida e acabava de voltar do céu. Todos o acharam louco, menos eu. Assim será também contigo Kalungano, que embora forjado durante anos em Paris, quando finalmente te deixaste amolecer por musas africanas iguais às dos meus pesadelos, transmutaste, deixando inconcluida, sem mácula, a missão ciclópica que outrora te fora confiada através dum sonho. Oxalá na minha próxima passagem virtual por Paris volte a encontrar-te, e dessa vez consiga levar avante e para sempre o teu testemunho. Enquanto isso não acontece, que se consolide a Nova Paz, ela também dolorosamente resgatada. A esperança nesse reencontro nasceu pouco tempo depois do nosso silêncio cúmplice, lembras- -te? Quando descobri no teu esconderijo aquela empoeirada banda desenhada incompleta com outra aventura esquecida de Corto Maltese, sem título nem paginação. Tentei ler as primeiras folhas soltas mas não consegui juntar-lhes o fio à meada e desisti logo nos primeiros quadradinhos. Quando a floresta de curiosos que hoje te admiram como um cavaleiro inerte, deitado nesse leito de umbila e mármore, começar a clarear, aproximar-me-ei, caminhando descalço sobre a esteira de pontas dolorosas que cobrem o chão quente da Praça dos Heróis, e ao inalar o odor adocicado das vestes largas de linho mensageiro que te cobrem, ficarei inerte como tu. Talvez logo a seguir entre em êxtase, ancorado no intenso calor que provém da mão macia e fraca que repousa sobre o teu peito nobre, agora sereno como as águas do Letaba. A mesma mão forte que apertavas sobre a minha cabecinha mole sempre que eu tentava, em vão, libertar-me daquela onda de cores sensuais que na infância me segredavam ao ouvido versículos que me deixaram eternamente enevoado e descrente. Naquele dia em que Despedido Nxumalo veio dar-te os parabéns pelo assalto escrupulosamente planeado ao nosso quartel-general, estranhou a minha inusitada presença durante anos disfarçada ao teu lado. Foi onde ficou a saber, pela voz rouca e penetrante de Corto, que eu sou o segundo filho da tua dinastia rebelde. Foi contigo que aprendi a sobreviver neste manto social que nos envolve, onde a maioria só pensa em voltar para receber e acumular, e poucos cultivam a arte de dar e receber. Surpreendido, Despedido mudou de tom e perguntou- -me onde estava a operar depois do estranho sinistro que assolou a nossa trincheira. Ouviste a resposta que lhe dei: Agente Secreto. Roubei-a no teu olhar firme e na hesitação da tua gargalhada então menos audível. Mesmo mudo, esse teu riso contagiante continuará a ser para nós fonte de inspiração, sinal de sabedoria, paixão e poder, o símbolo incontornável da família, a luz que alimenta os meus recorrentes sonhos diurnos. Agora, inerte, podes até não aceitá-la, mas a verdade prescreve que nenhuma árvore consegue esquivar-se ao seu destino. Nem super heróis como tu. Bayeeeethêêêêê!!! 1 Bob Marley, Zeca Afonso, Zeca Halage, Marcelino dos Santos, Ray Phiri 2 Criação do autor inspirada no clima gelado da Sibéria 3 Jogo infantil de paus, semelhante ao críquete 4 Solo constituído por partículas inferiores às da areia e maiores que as da argila 5 por si só 6 Terapia energética de origem japonesa 7 Termo da gíria popular referente a viaturas usadas, importadas do Oriente Continuação da pág. 10 Marcelino dos Santos Savana 21-02-2020 13 PUBLICIDADE 21RUGHVWHGH&DER'HOJDGRDÀUPRX VHFRPRRHSLFHQWURGRLQYHVWLPHQWRQDLQG~VWULD H[WUDFWLYD PDV WDPEpPGH FRQÁLWXDOLGDGHYLROHQWD 'RLV DQRVHTXDWURPHVHVGHSRLV GRVSULPHLURV DWDTXHVHP0RFtPERDGD3UDLD HQXPD DOWXUDTXHLQLFLD DQRYDOHJLV ODWXUD &DER'HOJDGRFRQVROLGD VHFRPRXP WHPDSDUWLFXODUPHQWHVHQVtYHO 2FHQiULR FDUDFWHUL]D VHSRU $80(172($/$675$0(172'$9,2/È1&,$('$,16(*85$1d$ 'HSRLVGHXPDIDVHLQLFLDOGHUHFRUUrQFLDjV)RUoDVGH'HIHVDH6HJXUDQoD DLPSUHQVD WHPGDGRFRQWDGDLQWHUYHQomRGHYiULDVHPSUHVDVGHVHJXUDQoDSULYDGDVVXO DIULFDQDV QRUWH DPHULFDQDVHUXVVDV FRQWUDWDGDVSHOR(VWDGR 1mRREVWDQWHDOJXPDVLQFXUV}HVWH UHPVLGRUHODWDGDVFRPREHP VXFHGLGDV DUHDOLGDGHpTXHVHFRQWLQXDDDVVLVWLUDXPD DODVWUDPHQWRHLQWHQVLÀFDomRGRVDWDTXHVSDUD6XOHSDUDRLQWHULRU $VSRSXODo}HVQR WHUUHQRUHIHUHPGLÀFXOGDGHVORJtVWLFDVSRUSDUWHGDVIRUoDVGHGHIHVDHVHJXUDQoD GHV FRQKHFLPHQWRGRWHUULWyULRHGDVOtQJXDVORFDLV WRUQDQGRRVRSHUDFLRQDLVYXOQHUiYHLVj DFomRGRVLQVXUJHQWHV &LUFXODPUHODWRVGHDWDTXHVjVSRVLo}HVGDVIRUoDVGHVHJXUDQoD FRPGH]HQDVGHMRYHQVPLOLWDUHVDVVDVVLQDGRV DVVLPFRPRYtGHRVQDVUHGHVVRFLDLVFRP YHtFXORVPLOLWDUHV FDSWXUDGRV SHORVLQVXUJHQWHV $V HYLGrQFLDVGHL[DP WUDQVSDUHFHU D H[LVWrQFLD GH XP JUXSR GH UHEHOGHV FRP RUJDQL]DomRPLOLWDU 3RSXODo}HVORFDLV HVWmR FRQYHQFLGDV TXH RVLQVXUJHQWHV JR]DP GH XPD EDVH VRFLDO GH DSRLR UHLQDQGR D GHV FRQÀDQoDHQWUHLQGLYtGXRVHQRVHLRGDVSUySULDVIDPtOLDV 3HODVUHGHVVRFLDLVFLUFXODP YtGHRV TXHFDUHFHPGHFRQÀUPDomR ÀOPDQGR WRUWXUDVSURWDJRQL]DGDVSRUHOHPHQWRV GDVIRUoDVGHVHJXUDQoDDLQGLYtGXRVVXVSHLWRVGHSHUWHQFHUDRJUXSRGHUHEHOGHV 7RGD DVLWXDomRFRQFRUUHSDUDDGHVPRUDOL]DomRGDVIRUoDVGHGHIHVDHVHJXUDQoD DXPHQWDQGR RULVFRGHGHVHUomR 6HDVQRWtFLDVGmRFRQWDGHFHQWHQDVGHFLYLVPRUWRVSHORVLQVXUJHQWHV DWpKRMHRVDOYRV HFRQyPLFRVDVVRFLDGRVjLQG~VWULDH[WUDFWLYDSHUPDQHFHUDPLQWRFiYHLV 1mRREVWDQWH DV QRWtFLDVGmRFRQWDGDUHTXLVLomRGHIRUoDVGHVHJXUDQoDSRUSDUWHGDVHPSUHVDVSHWUROt IHUDV $QHFHVVLGDGHGHDXPHQWRGDVIRUoDVGHVHJXUDQoDSRGHUiWHULPSOLFDo}HVSDUDDV ÀQDQoDVS~EOLFDVHSDUDRVFXVWRVGRLQYHVWLPHQWR FRPLPSDFWRVQDUHQHJRFLDomRGRV FRQWUDWRVHPDLRUIUDJLOL]DomRGR(VWDGR 3DUDOHODPHQWH &DER'HOJDGRFRQVROLGD VHFRPRXPDLPSRUWDQWHURWDGHGURJD WHQGR QRV ~OWLPRVPHVHV VLGR DSUHHQGLGDVLPSRUWDQWHV TXDQWLGDGHV GH KHURtQD HPHUJLQGR VXVSHLWDVGHFRQÁLWRVHQWUHWUDÀFDQWHV 3RUWRGRRPXQGR RQDUFRWUiÀFRVHGLPHQWD VH HPDOLDQoDVFRPIRUoDVSROLFLDLV FRPRMXGLFLiULRHFRPRSRGHUSROtWLFR FRORFDQGRXP IRUWHGHVDÀRVREUHDJRYHUQDomR &2162/,'$d®2'(80$(&2120,$'((1&/$9( 2DXPHQWRGDLQVHJXUDQoDWUDGX] VHQDGHVDFHOHUDomRGRLQYHVWLPHQWRQDUHJLmR )XQ FLRQiULRVGDVHPSUHVDVTXHDFWXDPQDiUHDGRJiVWrPLQVWUXo}HVGHGHVORFDomRSRUYLD DpUHD FRQVROLGDQGR VHXPDHFRQRPLDH[WURYHUWLGD FRPOLJDo}HVGLUHFWDVDRH[WHULRUH HFRQRPLFDPHQWHLVRODGDGRPHLRHQYROYHQWH $VLWXDomRHFRQyPLFDQDSURYtQFLDIRLDJUDYDGDGXUDQWHDVPRQo}HV $SUHFLSLWDomRTXH VHID]VHQWLUQDpSRFDGDVFKXYDVH[S{V PDLVXPDYH] DYXOQHUDELOLGDGHGDVLQIUDHVWUX WXUDVGHWUDQVSRUWH GHWHOHFRPXQLFDo}HVHUHGHGHHQHUJLD $TXHGDGHSRQWHVDJUDYRX RLVRODPHQWRGHSRSXODo}HVHGHXQLGDGHVGHSURGXomR FRPLPSDFWRVQRVWHPSRVGH H[HFXomRGRVSURMHFWRVGRJiV $HVFDVVH]GHEHQVGHSULPHLUDQHFHVVLGDGHWUDGX]LX VH QXPUiSLGRDJUDYDPHQWRGHSUHoRV $SHVDUGHVHUSHUFHSWtYHOXPDPDLRUSUHRFXSDomRGD0RQWHSXH]5XEE\0LQLQJ 050 QRSURFHVVRGHDSRLRDSHTXHQRVQHJyFLRVORFDLV DUHDOLGDGHpTXHDH[FOXVmRHFRQyPLFD FRQVWLWXLDFDUDFWHUtVWLFDGRPLQDQWHGDVSRSXODo}HVORFDLV 'HVDÀDQGRDVIRUoDVSROLFLDLV HDVXDSUySULDVHJXUDQoD GH]HQDVGHJDULPSHLURVFRQWLQXDPDUHDOL]DUDFWLYLGDGHVGH PLQHUDomRDUWHVDQDOLOHJDOQDViUHDVFRQFHVVLRQDGDVj050 HPDUULVFDGDVFRQGLo}HVGH KLJLHQHHVHJXUDQoD (PLQtFLRGH)HYHUHLURGH]HQDVGHMRYHQVPRUUHUDPVXEWHUUDGRV HPFRQVHTXrQFLDVGDVFKXYDV 3. AGRAVAMENTO DA SITUAÇÃO SOCIAL 2 FRQÁLWRPLOLWDU SURYRFRX D GHVORFDomR GH GH]HQDV GHPLOKDUHVGHLQGLYtGXRV TXH VHUHIXJLDPQRVPXQLFtSLRVPDLVSUy[LPRVRXQDFLGDGHGH3HPED 6HPTXHH[LVWDFD SDFLGDGHGHSURYLGHQFLDUDORMDPHQWRDHVWHVXUWRPLJUDWyULR DVSRSXODo}HVDIHFWDGDV VRFRUUHP VHMXQWRGHIDPLOLDUHV VREUHORWDQGRXQLGDGHVKDELWDFLRQDLV HLPSURYLVDP VH DEULJRV JHUDOPHQWHGHIRUPDLQIRUPDO 6XELWDPHQWH FRORFD VHRGHVDÀRGHGLVSRQLELOL ]DomRGHDORMDPHQWR iJXD VDQHDPHQWR DVVLVWrQFLDDOLPHQWDUHPHGLFDPHQWRVDRXYHV WXiULRDGH]HQDVGHPLOKDUHVGHLQGLYtGXRV 2FRQÁLWRWHYHXPIRUWHLPSDFWRVREUHDGLVSRQLELOL]DomRGRVVHUYLoRVS~EOLFRVQR1RU GHVWHGH&DER'HOJDGR HPSDUWLFXODUQRVGLVWULWRVGH3DOPD 0RFtPERDGD3UDLD 0XL GXPEH 0DFRPLDH4XLVVDQJD $IXJDGDSRSXODomRHGHIXQFLRQiULRVS~EOLFRVWUDGX ]LX VHQRHQFHUUDPHQWRGHHVFRODVHGHXQLGDGHVVDQLWiULDV DOJXPDVGHVWUXtGDVSHORV UHEHOGHV 0LOKDUHVUHIXJLDP VHQDVVHGHVGLVWULWDLVRXQDFLGDGHGH3HPED VREUHORWDQGR HVFRODV H VHUYLoRV GH VD~GH 9iULRV HVWDEHOHFLPHQWRV GH HQVLQR HVWmR VREUHORWDGRV DV WXUPDVVmRKRMHFRPSRVWDVSRUPDLVGH HVWXGDQWHV HUHFLQWRVHVFRODUHVSDVVDUDPD DESTAQUE RURAL Nº 80 14 de Fevereiro de 2020 INTENSIFICAÇÃO DA CONFLITUALIDADE EM CABO DELGADO E RISCO DE DESESTABILIZAÇÃO DO ESTADO João Feijó FRQVWLWXLUDFDQWRQDPHQWRSURYLVyULRGHFHQWHQDVGHGHVORFDGRV 2DEDQGRQRGH]RQDVGHSURGXomRHPYLUWXGHGDLQVHJXUDQoD DVVLPFRPRDGHV WUXLomRGHFROKHLWDVSHODVFKXYDV ID]DQWHYHUXPDFULVHKXPDQLWiULDHP&DER'HO JDGR HVWDQGRD$&185DLQWHUYLUQRWHUUHQR 25,6&2'(80(67$'2)$/+$'2²807(0$32/,7,&$0(17(6(16Ì 9(/ $VKLVWyULFDVFRQWUDGLo}HVVRFLRHFRQyPLFDVH[LVWHQWHVQR1RUGHVWHGH&DER'HOJD GR SRUYH]HVHQWHQGLGDV GHIRUPDVLPSOLVWD FRPRXPFRQÁLWRHQWUHPXoXOPDQRV H FULVWmRV RX HQWUH0ZDQLV H0DNRQGHV RX HQWUH5HQDPR H )UHOLPR IRUDP KD ELOPHQWHH[SORUDGDVSRUPRYLPHQWRVUHOLJLRVRVUDGLFDLVHYLROHQWRV RULXQGRVGD UHJLmR 8PGLVFXUVR UHOLJLRVRPRGHUQLVWDHJOREDOL]DGR IRLKDELOPHQWHDGDSWDGR jVFRQWUDGLo}HVORFDLV FDSLWDOL]DQGRRGHVFRQWHQWDPHQWRGHPLOKDUHVGHMRYHQVH[ FOXtGRVGRDFHVVRDUHFXUVRVGHSRGHU 8P(VWDGRHFRQRPLFDPHQWHIUiJLOPDVTXH FRPRDSRLRGHSDUFHLURVLQWHUQDFLRQDLV 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É professor universitário de Jornalismo. A 26 de Fevereiro, próxima quarta-feira, coloca nas prateleiras o seu primeiro livro. “A Cobertura dos Media Sobre a Corrupção em Moçambique: Um ‘contrapoder’ abalado?”, é mais do que uma referência obrigatória para o Jornalismo. Em 190 páginas, Nhanale, doutorado em media e comunicação, cruza media, democracia e corrupção. Há uma semana do lançamento da obra, o investigador e director executivo do Misa Moçambique, uma organização que trabalha na advocacia das liberdades de expressão e de imprensa, deu uma entrevista ao SAVANA, o semanário que, a par do Domingo, é o objecto de estudo no livro. Feitas as pesquisas e análises, o autor vê uma governação autoritária da Frelimo, uma completa falta de compromisso do presidente Filipe Nyusi e do seu Governo no combate à corrupção e uma oposição sem projectos firmes de governação. Siga-o. Começamos justamente com a pergunta que dá título ao livro: a media moçambicana é um “contra-poder” abalado? É um título provocatório. Mas o ponto é que temos, por um lado, uma imprensa ainda atrelada às amarras do poder, uma imprensa que, por questões históricas e culturais, ainda se sente acorrentada às agendas do partido dominante. O tal contra- -poder abalado. Mas, por outro lado, temos uma imprensa que nós elogiamos o seu trabalho no processo de democratização do país, ainda que sofra perseguições de vários âmbitos. Valeu a pena termos a imprensa independente pelos frutos que nós vimos. E esta imprensa tem o seu mérito, porque ela nunca desistiu, continua a fazer o seu trabalho e é no meio dessas violações todas que ela vem se revitalizando. Alguns constrangimentos que abalam a imprensa independente são de carácter económico. O mercado dos media é ainda fraco e esta imprensa independente, infelizmente, ainda depende da publicidade e de um número limitado de leitores e está a concorrer com uma imprensa que está a distribuir os seus exemplares à custa de contratos firmados ao longo da história com as instituições públicas. O modelo de distribuição de um Jornal “Notícias”, por exemplo, é um modelo de distribuição facilitado. Então, podemos dizer que a imprensa independente é uma imprensa de mérito, uma imprensa que está a funcionar num contexto hostil, mas que ela busca fazer o seu trabalho. Hoje em dia falamos tanto das dívidas ocultas, todos nós nos damos ao luxo de olhar as pessoas como corruptas, mas a agenda da corrupção nunca foi estabelecida neste país, ao mais alto nível, como resultado de políticas, como interesse do Estado de combater à corrupção. Foi a persistência da imprensa independente, que, mesmo perante uma rejeição muito forte das instituições do Estado, incluindo o próprio Judiciário, a Assembleia da República, o próprio Governo, seguiu esses casos, divulgou-os com tanta intensidade, até que um dia isso se transformou como matéria da agenda do debate público. Diferentemente da imprensa privada, os meios de radiodifusão pública, como refere no livro, têm sido usados para campanhas de propaganda política a favor da Frelimo. Não é essa uma inversão do papel do jornalismo em democracia? Exactamente isso. É a instrumentalização desses órgãos que faz com que reportem de forma tendenciosa e abordem, simplesmente, as questões positivas, como se o nosso país não fosse uma sociedade com aspectos derivados da acção humana e institucional que correm mal. Chegou-se ao ponto de só se reportar coisas más quando são eventos naturais e até sob pena de reportar quando alguém disser que já podem reportar as cheias. Nós vimos isso numa das greves, há anos, aqui na cidade de Maputo, em que, mesmo com todas as televisões a reportarem a greve, a Televisão de Moçambique se manteve em silêncio, como se não tivesse havido aquele acontecimento. É uma forma de censura, e das formas mais absurdas: usar o contexto das liberdades para torpedear as próprias liberdades. Dívidas ocultas resultaram do autoritarismo Um dos pontos fortes do livro é o Estado da democracia moçambicana. Moçambique é o caso do exercício autoritário do poder ou, para ser eufemista, uma democracia minimalista? É um debate, mas existe um partido que é dominante e que vem de uma experiência de governação autoritária. Feliz ou infelizmente, de todos os pleitos eleitorais, temos o mesmo partido no poder central e este partido tem uma história e cultura de governação que se fundou dentro de um contexto autoritário. As limitações [no exercício da liberdade de imprensa], a tendência de não ouvir e considerar vozes contrárias, é tudo ilustração de que há uma tendência ao autoritarismo, pese embora tenhamos esta abertura de leis e certas práticas como as eleições e tudo mais que tem sabor à democracia. O The Economist Intelligence, no seu mais recente índice de Democracia, referente a 2019 e publicado este ano, voltou a colocar Moçambique na categoria de regimes autoritários. Nada que lhe tenha surpreendido, então. Absolutamente nada. Este último mandato foi marcado por actos de violência. As liberdades políticas ficaram feridas. Vimos assassinatos a políticos, perseguições e até guerra entre a Renamo e o Governo. Assistimos actos bizarros de violações contra jornalistas. Vimos raptos e tentativas de assassinatos contra jornalistas e muitos desses casos não bem explicados. As próprias dívidas ocultas resultaram de uma marca de autoritarismo. A decisão feita, unilateralmente, pelo Governo de contratar uma dívida que, de antemão, devia ser consultada a Assembleia da República, é um sinal de autoritarismo. Quando tu sais e vais contratar uma dívida sobre a qual devias consultar outras instâncias dos poderes do Estado e não consultas, é que és autoritário. Eleições, um acto retórico No livro, explica também que os líderes políticos que se serviram dos regimes autoritários vão usar as eleições, não como uma oportunidade para a alternância de poder, mas apenas como forma de obter legitimidade, reforçar o poder e colher reconhecimento internacional, num contexto em que a liberalização se tornou obrigatória e irreversível para a solução dos seus países. É também o caso de Moçambique? Sejam eleições, sejam discursos sobre transparência, não passam mais, para esse tipo de regimes, de actos de propaganda para poderem se legitimar. Chegou um momento em que o monopartidarismo estava fora da moda. Por vários factores que todos sabemos, nos finais da década de 80, os países que se mantiveram no monopartidarismo perderam o seu sustento. Nós tivemos a infelicidade de ter estado também em guerra. Então, a maneira como tínhamos concebido o nosso Estado, estava fora da moda. Então, grande parte das pessoas que estavam no poder, não se abriram ao multipartidarismo porque acreditavam na democracia, abriram-se à democracia porque era o único caminho que havia para garantir a sustentabilidade de um país que devia se abrir a estes processos, seja do ponto de vista político, seja do ponto de vista económico. Isto é importante para dizer que não se abriu tanto pela crença na democracia como um método de fazer Governo, mas porque a sua institucionalização era relevante para garantir a sustentabilidade. As eleições em Moçambique são um exercício de fachada? Não diria fachada. É uma oportunidade para forçamos mudanças, apesar de os actores importantes não acreditarem. Para aquele que domina, continuar no poder via eleições lhe permite maior legitimidade possível, porque ele não está aberto a outro resultado senão manter-se no poder, por isso, vai fazer tudo para poder ganhar as eleições, mesmo que isso tenha que implicar certos mecanismos que não estejam dentro do jogo eleitoral, por isso que há essa reivindicação da falta de transparência dos processos eleitorais. Os processos eleitorais em Moçambique têm sido manipulados? Nunca estudei eleições, mas dos dados que temos é que há problemas de transparência nas eleições, o que resulta da falta de vontade de transformar as eleições como espaço competitivo sobre o qual pode se alternar o poder, mas como acto retórico de credibilização. Seria muito difícil neste momento o Governo ceder o poder via eleições. Mas sublinho que, para o bem de todos nós, as eleições devem ser vistas como um espaço de forçar mudanças, porque ninguém, como dizia o meu pai, há-de entregar o poder como uma bandeja de flores na mão do outro. É nas eleições que temos de fazer tudo para forçar essas mudanças porque as eleições é a negação da força das armas. Embora reconheça as fragilidades da oposição, particularmente da Renamo, a verdade é que, em tais regimes, diz no livro, a oposição não consegue alcançar poder por meios formais. Não será por causa desse impedimento institucionalizado no acesso ao poder que, no caso moçambicano, a oposição/Renamo recorre as armas para reivindicar o seu espaço? Mas é importante também dizer isto: que a gente faz a constatação de que, dificilmente, a oposição chega ao poder por vias formais, não como alerta para não usar a via formal. Dizemos que dificilmente, então, estamos a dizer que a oposição tem de se reinventar e se organizar melhor, porque a arma é o discurso do mais fraco, é o discurso do nervo. Conforme argumenta no livro, o sistema de partido dominante em que a Frelimo funciona, no Moçambique multipartidário, resulta do controlo total dos poderes legislativo e judicial, acentuando a intolerância e as exclusões políticas e o funcionamento das instituições do partido no poder, o que tem resultado, em muitos casos, na falta da transparência, clientelismo, corrupção, fraudes eleitorais, fraca legitimidade das instituições e manutenção do seu funcionamento ao modelo vigente no sistema de partido único. Professor, de onde se deve começar para libertar as instituições do Estado capturadas pela Frelimo? O começo dos processos está, acima de tudo, na nossa coragem de denunciarmos e forçarmos espaços através dos quais nós, de forma livre, discutimos esses problemas. Acho que há um espaço, pouco, mas há um espaço sobre o qual nós podemos forçar. Acha que Moçambique precisa de alternância de poder? Em primeiro lugar, é preciso termos projectos firmes e consolidados que nos convençam que, efectivamente, pretendem mudar algo. Neste momento não temos? Eu acho que não. Fora a própria cultura autoritária da Frelimo, penso que o que salva a própria Frelimo é o facto de os actores políticos da oposição não terem projectos firmes de governação. Ainda não nos apresentaram projectos credíveis. A oposição não se estrutura e não se organiza para aproveitar as oportunidades. Podemos dar exemplos. As últimas eleições acontecem num contexto em que a Frelimo, sob ponto de vista de imagem, estava muito fragilizada. Vamos dar o contexto do debate político muito marcado pelas dívidas ocultas. O que a oposição fez? Foi limitar-se a um discurso negativo, um discurso que não oferecia nenhuma proposta evidente de como é que queria encaminhar esse tipo de assuntos. Só a qualidade de candidatos que nos são apresentados [pela oposição] é uma marca de falta de compromisso. Estado foi transformado num espaço de distribuição de tacho Em nome da democracia, assistimos num passado recente a um processo de descentralização que hoje é fonte de conflito entre governadores e secretários de Estado na província. Acha que esta descentralização, à moçambicana, conduziu- -nos ou irá nos conduzir ao aprofundamento da democracia? [Risos] no capítulo sobre a democracia, falo um pouco sobre como é que a política em si, sem se dar conta, se transformou numa instituição de distribuição de favores. A ideia de transformar o Estado como um espaço de multiplicação de tachos. No final de contas, a falta de debate, essa desordem que estamos a ver entre os governadores e os secretários de Ernesto Nhanale disseca sobre media, democracia e corrupção, temáticas do livro prestes a lançar Estado têm a sua génese a ideia de que haveria que se distribuir tachos. A ideia da inclusão não tem no seu fundamento acomodar perspectivas e filosofias diferenciadas de gerir o bem público, mas sim a possibilidade de ter nas eleições um espaço através do qual se pode redistribuir posições para acomodar pessoas. Esta é que é a ideia prática da inclusão, mas quando nós pensamos a inclusão na governação, estamos a pensar em oportunidades iguais para todos os actores políticos para poderem demonstrar o seu potencial na transformação das vidas de pessoas. Mas hoje estamos a assistir situações em que o Estado está sobrecarregado e com postos desnecessários. Esta a falar de secretários de Estado? Não me refiro só a secretários de Estado. Da maneira como os processos foram feitos, traduziram-se em redundâncias desnecessárias que estão a sobrecarregar a máquina do Estado. A quem interessava ou interessa essa redundância? Há um pacto. Quando se trata de redundâncias que geram oportunidades de benefícios, há um pacto entre a Frelimo e a Renamo. Onde a Frelimo e a Renamo se entenderam, sempre houve uso do Estado para a reprodução do tacho e lugares para acomodar pessoas. Quando se trata de aprovar leis de regalias dos deputados, sempre houve entendimentos. Renamo foi vítima de si própria Está a dizer que é falacioso o discurso de que a Renamo teria sido vítima neste processo de descentralização? A Renamo foi vítima de si própria. O que a Renamo fez? Engoliu a isca dos governadores porque via o seu interesse da possibilidade de colocar os seus já realizado e furtou- -se do debate real sobre o que essas posições seriam. Esse debate sobre a descentralização não foi inclusivo devido a esse pacto. Ninguém quis se abrir porque a Renamo já tinha visto que o que queria demais, que era a possibilidade de colocar os seus nas províncias que poderia ganhar, já estava realizado. Só agora, e não sei se é feliz ou infelizmente porque esta primeira experiência está a envolver só pessoas da Frelimo, a Renamo é que está a perceber que não discutiu bem as coisas porque ficaram entre eles, nem se abriram para a sociedade. Esta é uma prova de que os entendimentos nesta questão da decentralização não passaram, necessariamente, pelo interesse de prover o serviço público próximo ao cidadão, mas sim, por alocar mais pessoas e essas pessoas estão a trazer peso ao aparelho do Estado. O ideal era que se elegesse um Governo e o governador executasse as funções da província. Agora há o secretário de Estado, o governador provincial e o secretário permanente. Tudo isto é uma reprodução de postos. É como a lei das regalias, que é essa vergonha, uma lei que queria proteger certo grupo de deputados - e protege-os - mas se passam 2 legislaturas, aos 40 anos tu és um reformado via parlamento que depois vai, ainda jovem, usufruir do Estado e a desenvolver outras funções. São dossiers que não foram bem estudados e, num futuro próximo, nós voltaremos a discutir isto porque estará a sobrecarregar o Orçamento do Estado. Vamos chegar a um momento em que teremos 5 mil deputados por pagar enquanto só temos 250. Vamos chegar a um momento em que teremos 2000 ministros por pagar enquanto só temos 20 ministros. É só esperarmos um pouco. Nós teremos uma crise sobre isto e voltaremos a debater sobre essas temáticas. Por Armando Nhantumbo “A política se transformou numa instituição de distribuição de favores”, Ernesto Nhanale. Outro capítulo que faz a essência do livro é sobre corrupção. Professor, a corrupção é um cancro em Moçambique. A corrupção penetra-nos e perneia-nos de tal forma que nós vivemos com ela sem nos dar conta dela, não sei se chamaríamos cancro. Em certos contextos, nos podíamos dizer que é uma anomalia que convivemos com ela de tal forma que não nos damos conta desta doença. É o cidadão que dá dinheiro ao polícia para se ver livre de certas situações, é o polícia que usa a sua função como isca para pescar subornos dos cidadãos, porque acorda de manhã para ir à estrada não com a missão de fiscalizar, mas com missão de caçar pessoas que estão em contra ordem para, por meio disso, lhes retirar certos benefícios. A pessoa retarda o atendimento do outro, se esquece que o seu trabalho é facilitar porque aquela pessoa que está à frente ao guiché paga impostos que lhe pagam salários. E nós também caímos nessa chantagem e chegamos a pensar que aquela pessoa está a nos prestar um favor sobre o qual temos de dar acréscimos para ver os nossos processos a andar. Mas essa é a pequena corrupção. Depois há a grande corrupção. A grande corrupção é mãe da pequena corrupção. A grande corrupção delapida o Estado ao mais alto nível. Falamos dos gastos que estamos a ter com as dívidas ocultas e o sistema de compadrio que existe, de protecção. O que o Governo fez com Manuel Chang? Gastou rios de dinheiro para tentar encobertar e tentar safar um corrupto. O país perdeu mais de 100 milhões de Meticais nesta tentativa. O outro problema da grande corrupção tem a ver com a liderança: é que tu, como o líder envolvido em actos corruptos comprovados pelos seus inferiores hierárquicos, tens menores capacidades de corrigir processos, porque estás fora daquilo que chamamos de liderança por exemplo. O teu exemplo não é positivo de tal forma que não tens capacidade de chamar atenção a ninguém. Então, a mãe e dona da pequena corrupção é a grande corrupção, porque aquele que está em cima fica incapaz de demandar ordens para desmantelar a pequena corrupção. Para além de partido autoritário – como discutido no capítulo sobre democracia – a Frelimo é também um partido corrupto? Não acho e não nos podemos dar ao luxo de dizer isso. Seria ofender pessoas que estão dentro da Frelimo, que são transparentes. O que podemos dizer é que existem, na Frelimo, pessoas que ocupam posições no Estado e servem-se das suas posições institucionais e do sistema de protecção que o partido dá e, em desrespeito ao partido, promoverem actos de corrupção. A Frelimo protege corruptos? O que aconteceu com Chang? Qual era a luta? Há um sistema de compadrio, no sentido de que os corruptos ou pessoas que se envolvem em certas práticas, se defendem uma das outras. Foi o dilema do retorno do Cambaza como assessor nos Aeroportos. Ao se fazer isso, está a se proteger as pessoas. Está a se dizer que “olha, não há problema em tu seres condenado por essas práticas, não há problemas em tu seres catalogado por essas praticas” porque se és uma pessoa bem situada, depois vão te ajudar. Sente que a luta contra a corrupção em Moçambique está a ser ganha ou a ser perdida? Não estaria nos termos de vencer ou perder. Eu acho que nós não temos um compromisso no combate à corrupção. Não existe um compromisso. Mas o presidente Nyusi tem dito, repetidas vezes, que ele e o seu Governo estão comprometidos em combater à corrupção. É o que ele diz. Nós não temos políticas consistentes no combate à corrupção. Não existe uma estratégia firme e com meios e recursos implantados. Uma coisa é ouvirmos em comícios ou, de forma ah doc, uma detenção ali e acolá, ou perante a pressão dos media, perante provas inequívocas que são apresentadas na esfera pública e isso empurra o judiciário a ter que tomar uma acção. Fora a discursos isolados, tem de haver uma acção concertada e muito bem desenhada de que, efectivamente, o Estado quer combater à corrupção. Combater à corrupção não é acordar de manhã, desmantelar e recolher as pessoas às prisões – não estou a dizer que isso não tem de ser feito – é também um conjunto de incentivos e estímulos que o Estado dá para que não haja corrupção. É a nossa capacidade como Estado de criar condições para que as pessoas não sejam corruptas. Isto parte de leis severas. Parte em criarmos condições ao servidor público sobre as quais ele não se veja em condições de ter que se envolver em práticas corruptas. Não é só pensarmos em questões de criminalização das pessoas. Mas temos de perceber que o próprio Estado deixa os seus agentes em situações de vulnerabilidade. O discurso do presidente Nyusi contra a corrupção é mera retórica e propaganda? Qualquer governante quer ser bem visto e a temática de corrupção é muito fértil para que qualquer um que está a governar tenha a sua imagem reforçada. Não estou a dizer que é um discurso falso ou fantoche, mas discursar sobre corrupção onde se reclama haver muita corrupção e mostrar certos actos que estão a ser desenvolvidos, é um bom discurso. As pessoas querem ouvir isso. Não há melhor coisa que ir dizer o que as pessoas queriam ouvir e baseando-se em algumas evidências, por isso que estou a dizer que temos de ter acções consentâneas e estruturadas e não pegar alguns casos. O que nós queremos é que passemos de casos que estão a ser usados como exemplo. As pessoas não podem ser condenadas nem detidas como exemplo de que a Justiça funciona. As pessoas devem ser detidas, investigadas e condenadas no âmbito da Justiça. E essa Justiça tem de ser aplicável para todos. Aí sim, estaríamos a combater à corrupção, não é com casos isolados que nos vão permitir vir à esfera pública e dizer “ora agora, vejam o que está a acontecer”. Não há compromisso contra a corrupção Autor duvida dos discursos do presidente Nyusi: 16 Savana 21-02-2020 PUBLICIDADE A ExxonMobil Moçambique, Limitada (EMML) convida os prestadores de serviços de Helicóptero interessados que estejam devidamente qualificados a apresentar sua manifestação de interesse (“Manifestação de Interesse”) para fornecer Serviços de Helicóptero adhoc quando necessário. ÂMBITO DO TRABALHO O âmbito do trabalho inclui o fornecimento de aeronaves (Helicópteros de motores duplos) com tripulação, numa primeira fase para operações onshore na província de Cabo Delgado, com um potencial de expansão para outros locais em Moçambique. Espera-se que o prestador de serviços já tenha operações estabelecidas em Moçambique, incluindo a atual AOC (Certificado de Operador Aéreo) em Moçambique. DOCUMENTOS NECESSÁRIOS As empresas interessadas neste convite devem completar as informações da Empresa e submeter os documentos necessários listados abaixo no Portal de Registro de Fornecedores da EMML: https://mz.rovumalngsrp.com/ bem como enviar um e-mail confirmando o registro para emmlprocurement@exxonmobil.com: (Nota: O registro deve fazer referência ao seguinte código: BB13AB02 – Helicópteros (Dentro do portal, a aba ‘Produtos & Serviços’, selecionam Meios de Transporte (BB13) > Aeronaves e Helicópteros (BB13AB) > Helicópteros (BB13AB02). 1. Carta de apresentação, que declare o interesse em realizar o trabalho, detalhes da empresa e informações de contato. 2. Registro atual da empresa e detalhes dos certificados atuais de AOC. Detalhes do atual registro da empresa Moçambicana e da AOC Moçambicana, incluindo quaisquer parcerias existentes ou propostas com outras entidades. 3. Detalhes das aeronaves disponíveis, instalações e tripulação. Que especifiquem claramente se estes estão atualmente em Moçambique, e se não, a fonte proposta e o tempo de mobilização para estar disponível em Moçambique. 4. Detalhes da experiência atual e recente onde foram oferecidos serviços similares de helicóptero a nível offshore e onshore em operações de Petróleo & Gás, pelo mundo e em Moçambique. 5. CVs dos gestores chaves e pessoal técnico. 6. Visão geral do plano de Proteção, Segurança, Saúde e Meio Ambiente da empresa. Detalhes de incidentes ou acidentes de aviação na história de sua empresa. EXXONMOBIL MOÇAMBIQUE, LIMITADA ANÚNCIO PÚBLICO PARA MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE APOIO A HELICÓPTEROS EM CONEXÃO COM O PROJECTO ROVUMA LNG DA ÁREA 4 NA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE 7. Declaração sobre conteúdo local e uso de fornecedores locais. 8. Evidências de que a empresa opera de acordo com as Politicas sobre Corrupção em países Estrangeiros e que opera em conformidade a Lei de Suborno do Reino Unido. O objetivo das informações e documentos é identificar prestadores de serviços qualificados com capacidade comprovada e experiência relevante. A EMML avaliará a documentação solicitada e, se satisfeita, incluirá as empresas interessadas na lista de empresas que irão participar do concurso. Todos os dados e informações fornecidos no âmbito do pedido não serão considerados como um compromisso por parte da EMML de celebrar qualquer acordo ou contrato com o candidato, nem permitirá a empresa candidata de reivindicar qualquer indemnização da EMML. A empresa interessada NÃO deve enviar ou divulgar à EMML qualquer informação ou material confidencial. A EMML não será responsável pela confidencialidade de qualquer informação ou material enviada junto desta Expressão de Interesse. A empresa interessada entende que a EMML não aceita qualquer obrigação em relação aos itens adquiridos ou quaisquer informações divulgadas pela empresa interessada em resposta a esta Manifestação de Interesse. A empresa interessada concorda que não fará nenhum aviso restritivo em nenhum documento. No entanto, se a empresa interessada fizer um aviso prévio, a EMML está autorizada a anular, remover ou desconsiderar tais cláusulas restritivas e o EMML estará livre de usar ou divulgar qualquer ou todas as informações contidas nelas para afiliados e terceiros sem consultar a empresa interessada. Quaisquer custos incorridos pela empresa interessada ou qualquer um de seus subcontratados que responderem a esta Manifestação de Interesse será exclusivamente responsabilidade da empresa interessada e estará a cargo da empresa interessada e não terá recurso para a EMML. Observe que somente as empresas que atenderem aos requisitos mínimos da EMML serão pré-qualificadas e convidadas a apresentar propostas dos serviços referidos. O prazo para a apresentação de Manifestação de Interesse está definido para ou antes de 06 de Março de 2020, pelas 17:00 (Horário de Maputo). Savana 21-02-2020 17 PUBLICIDADE ExxonMobil Moçambique, Limitada (EMML), invites interested Helicopter Service providers that are duly TXDOLÀHG WR VXEPLW WKHLU H[SUHVVLRQ RI LQWHUHVW (“Expression of Interest”) to provide adhoc Helicopter Services when required. SCOPE OF WORK 7KH VFRSH RI ZRUN LQFOXGHV WKH SURYLVLRQ RI DLUIUDPHV GXDOHQJLQHKHOLFRSWHUV ZLWKFUHZ SULPDULO\IRU RQVKRUHVXSSRUWRSHUDWLRQVLQ&DER'HOJDGRSURYLQFH EXW SRWHQWLDOO\LQ RWKHUORFDWLRQV WKURXJKRXW0R- ]DPELTXH 7KHVHUYLFHSURYLGHULVH[SHFWHGWRDOUHDG\ KDYHRSHUDWLRQVHVWDEOLVKHGLQ0R]DPELTXH LQFOXGLQJ DFXUUHQW0R]DPELTXH$2& $LU2SHUDWRU&HUWLÀFDWH REQUIRED DOCUMENTS &RPSDQLHVLQWHUHVWHGLQ WKLVLQYLWDWLRQ VKDOO FRPSOHWH&RPSDQ\LQIRUPDWLRQDQGVXEPLWWKHUHTXLUHGGRFXPHQWVOLVWHGEHORZLQ(00/6XSSOLHU5HJLVWUDWLRQ Portal: KWWSV P] URYXPDOQJVUS FRP DQG HPDLO FRQÀUPLQJ UHJLVWUDWLRQ WR HPPOSURFXUHPHQW#H[[RQPRELO FRP 1RWH 7KHUHJLVWUDWLRQPXVWUHIHUWRWKHIROORZLQJFRPPRGLW\FRGH %% $% ² +HOLFRSWHUV :LWKLQ WKH SRUWDO XQGHU C3URGXFWV 6HUYLFHV WDE VHOHFW 0HDQV RI 7UDQVSRUW %% !$LUFUDIWDQG+HOLFRSWHUV %% $% !+HOLFRSWHUV %% $% &RYHUOHWWHULQFOXGLQJVWDWHPHQWRILQWHUHVWLQSHUIRUPLQJ WKH ZRUN FRPSDQ\ GHWDLOV DQG FRQWDFW LQIRUPDWLRQ &XUUHQWFRPSDQ\UHJLVWUDWLRQDQGGHWDLOVRIFXUUHQW$2&FHUWLÀFDWHV 'HWDLOVRIFXUUHQW0R]DPELFDQFRPSDQ\UHJLVWUDWLRQDQG0R]DPELFDQ$2& LQFOXGLQJ DQ\ H[LVWLQJ RU SURSRVHG SDUWQHUVKLSV with other entities. 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EXXONMOBIL MOÇAMBIQUE, LIMITADA PUBLIC ANNOUNCEMENT FOR EXPRESSIONS OF INTEREST PROVISION OF HELICOPTER SUPPORT SERVICES IN CONNECTION WITH THE ROVUMA LNG PROJECT OF AREA 4 IN THE REPUBLIC OF MOZAMBIQUE (YLGHQFHWKHFRPSDQ\KDV)RUHLJQ&RUUXSW3ROLF\$FWDQG8.%ULEHU\$FWFRPSOLDQFHV\VWHPV 7KHSXUSRVHRI WKHLQIRUPDWLRQDQGGRFXPHQWVLV WR LGHQWLI\TXDOLÀHGVHUYLFHSURYLGHUVZLWKSURYHQFDSDELOLW\ DQG UHOHYDQW H[SHULHQFH (00/ ZLOO HYDOXDWH WKHUHTXHVWHGGRFXPHQWDWLRQDQG LIVDWLVÀHG ZLOOLQFOXGHWKHLQWHUHVWHGFRPSDQLHVLQWKHOLVWIRULQYLWDWLRQ WRWHQGHUIRUWKHVHUYLFHV $OOGDWD DQGLQIRUPDWLRQSURYLGHGZLWKLQ WKH DSSOLFDWLRQVKDOOQRWEHFRQVLGHUHGDVDFRPPLWPHQWRQWKH SDUWRI(00/ WRHQWHULQWR DQ\ DJUHHPHQWRU DUUDQJHPHQWZLWK\RX QRUVKDOOLWHQWLWOH\RXUFRPSDQ\WR FODLPDQ\LQGHPQLW\IURP(00/ 7KH LQWHUHVWHG FRPSDQ\ VKRXOG 127 VXEPLW RU RWKHUZLVHGLVFORVHWR(00/DQ\FRQÀGHQWLDORUSURSULHWDU\ LQIRUPDWLRQ RU PDWHULDO (00/ ZLOO QRW EH UHVSRQVLEOH IRU WKH FRQÀGHQWLDOLW\ RI DQ\ VXFKLQIRUPDWLRQRUPDWHULDOVXEPLWWHGZLWKWKLV([SUHVVLRQRI Interest. 7KHLQWHUHVWHGFRPSDQ\XQGHUVWDQGVWKDW(00/GRHV QRW DFFHSW DQ\ REOLJDWLRQ RI FRQÀGHQFHZLWK UHVSHFW WRLWHPVDFTXLUHGRUDQ\LQIRUPDWLRQGLVFORVHGE\WKH LQWHUHVWHGFRPSDQ\LQUHVSRQVH WR WKLV([SUHVVLRQRI ,QWHUHVW 7KHLQWHUHVWHGFRPSDQ\DJUHHVWKDWLWZLOOQRW SODFHDQ\UHVWULFWLYHQRWLFHVRQDQ\GRFXPHQW +RZHYHU LILQWHUHVWHG FRPSDQ\ SODFHV D QRWLFH (00/LV KHUHE\DXWKRUL]HGWRQXOOLI\ REOLWHUDWH UHPRYH RU GLVUHJDUG DQ\ VXFK UHVWULFWLYH FODXVHVDQG(00/VKDOOEHIUHHWRXVHRUGLVFORVHDQ\ RUDOORIWKHLQIRUPDWLRQFRQWDLQHGWKHUHRQWRDIÀOLDWHV DQGWKLUGSDUWLHVZLWKRXWFRQVXOWLQJZLWKWKHLQWHUHVWHGFRPSDQ\ $Q\FRVWVLQFXUUHGE\WKHLQWHUHVWHGFRPSDQ\RUDQ\ RILWVVXEFRQWUDFWRUVUHSO\LQJWRWKLV([SUHVVLRQRI,QWHUHVWVKDOOEHVROHO\WKHLQWHUHVWHGFRPSDQ\·VUHVSRQVLELOLW\DQGVKDOOEHIXOO\ERUQE\WKH interested contractor and shall have no recourse to (00/ 1RWHWKDWRQO\FRPSDQLHVZKLFKPHHW(00/·V PLQLPXPUHTXLUHPHQWVZLOOEHSUHTXDOLÀHGDQGLQYLWHGWRWHQGHUIRUWKHVHUYLFHV 7KHGHDGOLQHIRUVXEPLVVLRQRI([SUHVVLRQRI,QWHUHVW LVVHWIRURQRUEHIRUHMarch 06, 2020 by 5PM (Maputo Time). 18 Savana 21-02-2020 OPINIÃO Cartoon EDITORIAL Registado sob número 007/RRA/DNI/93 NUIT: 400109001 Propriedade da Maputo-República de Moçambique KOk NAM Director Emérito Conselho de Administração: Fernando B. de Lima (presidente) e Naita Ussene Direcção, Redacção e Administração: AV. Amílcar Cabral nr.1049 cp 73 Telefones: (+258)21301737,823171100, 843171100 Editor: Fernando Gonçalves editorsav@mediacoop.co.mz Editor Executivo: Francisco Carmona (franciscocarmona@mediacoop.co.mz) Redacção: Raúl Senda, Argunaldo Nhampossa e Armando Nhantumbo )RWRJUDÀD Naita Ussene (editor) e Ilec Vilanculos Colaboradores Permanentes: Fernando Manuel, Fernando Lima, António Cabrita, Carlos Serra, Ivone Soares, Luís Guevane, João Mosca, Paulo Mubalo (Desporto) e Venâncio Calisto (Cultura). Colaboradores: André Catueira (Manica) Aunício Silva (Nampula) Eugénio Arão (Inhambane) Maquetização: Auscêncio Machavane e Hermenegildo Timana. Revisão E.P Publicidade Benvinda Tamele (82 3171100) (benvinda.tamele@mediacoop.co.mz) Distribuição: Miguel Bila (824576190 / 840135281) (miguel.bila@mediacoop.co.mz) (incluindo via e-mail e PDF) Fax: +258 21302402 (Redacção) 82 3051790 (Publicidade/Directo) Delegação da Beira Prédio Aruanga, nº 32 – 1º andar, A Telefone: (+258) 82 / 843171100 savana@mediacoop.co.mz Redacção admc@mediacoop.co.mz Administração www.savana.co.mz Neste frenesim de palavras ocas em que o mundo se tornou, consta que os castores da América do Norte começaram a nascer desdentados, a neve (há quem diga que por espírito de síntese) agora só cai sobre quem tem gabardina, o próprio silêncio procura o osso perdido das origens. Desde que se instalou este estado de coisas as conversas morrem a meio, as vacas e os filósofos ruminam, mas não engolem (as vacas começaram a levitar, os filósofos enterram-se a prumo com o peso das escórias) e descobriu-se que o corona é a vingança do pangolim. Muitos propõem remédio mas no melhor dos casos só se detecta paliativos. E só enxergo uma saída, aventada por Simone Weil quando defende que a pura observação é transformadora desde que empreguemos devidamente a sua melhor arma: a atenção. A solução não está no cultivo das identidades, na inquietude ou na competição performativa, na elaboração de listas de tarefas pendentes, no bombardeio com que somos emboscados pelo mercado, no deve e haver sobre crimes passados (como alguém que já só sabe revolver o lodo), na indulgência que obtemos da nossa tribo nas redes sociais: não. Mas voltem a subir os índices da nossa capacidade para ficar atentos e esta balbúrdia das velocidades contemporâneas que nos aturde e provoca sonolência atenua- -se. Só o desejo de luz produz luz, dizia a senhorita Weil, e esta para ser vista necessita de um esforço da atenção. Não se conte com o que não custa esforço. Será isto alguma vez reflectido? Entretanto, num livro autobiográfico, que acabei agora e incide sobre a infância e os imediatos anos de aprendizagem, escrevi este parágrafo: «O meu pai, que começara por ser trolha, entrou como aprendiz de linotipista no Letras responsáveis Diário Popular e seguiu o ofício. Na época, consideravam-se os linotipistas os intelectuais do operariado, por incarnarem em chumbo os livros de outros; enfim, uma consideração abstracta, demasiado generalista, esse confronto com as ideias dependeria da qualidade do que haveria a digitar, seria diferente ser o tipógrafo de Carlos Oliveira ou do Augusto Abelaira ou sê-lo de um prestamista do regime. Todavia acreditava-se que por osmose ou circulação dos fluidos se vazava a sabedoria de uns para outros e o meu pai, lacónico até à medula, devia passar por muito profundo.» Voltemos à frase sublinhada: os linotipistas/tipógrafos incarnavam em chumbo os livros de outros. As palavras moldavam-se em chumbo, dessas páginas em baixo relevo de chumbo resultavam as matrizes que seriam depois impressas, duplicadas, no papel. Havia um mano a mano com a densidade material, a cada palavra lida antecipava-a o seu peso, um grave e oblíquo labor responsável. Cada palavra antes de ser lida fora um artefacto material, era um fruto de um processo lento e de uma compactidade que, inesperadamente, tornava o pensamento profuso. Pergunto-me hoje se que isso não transmitiria à palavra uma qualidade, uma substância, um compromisso que a leveza, a rapidez, a facilidade de rasura e permuta do texto digital volatizam e desresponsabilizam. Li há pouco tempo um ensaísta literário que dizia que a nova poesia portuguesa se produzia contra a densidade de alguns poetas anteriores, como a Fiama Hasse Pais Brandão. De facto, e também na prosa, muito pouco hoje me parece estar à altura das densidades de A Noite e Riso, de Nuno Bragança, de Maina Mendes e Casas Pardas, de Maria Velho da Costa, ou de Novas Visões do Passado, Homenagem à literatura, ou Área Branca, de Fiama, escritos na época do chumbo ou ainda sob influência do chumbo. Quem hoje se entregaria ao entusiasmo de ler As Quibíricas, de João Pedro Grabato Dias, que é - com Xigubo, de Craveirinha - o grande demolidor dos mitos portugueses que Moçambique viu nascer? Que tipo de eflúvios se libertaria daquele elemento químico com que se faziam as letras da tipografia e da “arte negra” - a caixa de metal em que se justapunham as letras de chumbo, linha a linha, para a composição de cada página –, como se a toxidade do chumbo fizesse o pensamento reagir, elevando-o, contrariando o desconforto da matéria? Escreveu a Velho da Costa em O Mapa Cor de Rosa, um dos seus livros de crónicas: «Metamorfose do tempo que faz lá fora, eu sei talvez porque me assola hoje, ou mais se atiça, a retórica da melancolia e do desânimo. A crónica é desse género que tem encruzilhadas a biografia e a escrita – só a ficção protege, em dias assim, ou a epistolografia íntima, desatada. Mas os poetas, Senhor. Ou os cronistas de reinos, desunidos. A senhora Amália, um supor, que vivia em Montes Velhos, ai Nena, um lembrar. Vivia e nem mal, nem bem, vivia. Bateu-lhe à porta uma cigana que trazia um menino aos peitos caídos, rilhado de um porco, disse bem, rilhado. Eu disse que a ficção defende e a crónica desabriga, e só a poesia obriga a trabalhar – juro-vos que esta história é londrina, desgostos portugueses, lá iremos». Como é que se diz tanto em tão pouco, sem nunca descurar o ritmo, o sabor da língua, ou a riqueza de vocabulário? Havia brio em fazer melhor, em aprender palavras novas, em comunicar com o máximo de recursos, e hoje faz-se da preguiça norma de decência e da mediocridade chave de leitura. Problema para além de países e raças. E, mais frívolos e desatentos, deseducamos o leitor. Marcelino dos Santos, cujo funeral de Estado teve lugar na última quarta-feira, era um dos últimos sobreviventes do pequeno grupo de moçambicanos que, no dia 25 de Junho de 1962, fundaram a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), que até 1974, e durante dez anos, conduziu a luta armada para a independência de Moçambique. O veterano combatente perdeu a vida no dia 11 de Fevereiro, aos noventa anos de idade, depois de um longo período de doença. Apesar de, pelo seu percurso histórico, não haver necessidade de debate quanto ao estatuto de Herói Nacional que a ele se reserva nos anais da história da libertação de Moçambique, o anúncio da morte de Marcelino dos Santos não foi recebido com unanimidade no seio da sociedade moçambicana. Nada de surpreendente em relação a qualquer mortal, pois as pessoas sempre deixam sobre si impressões diferentes em pessoas diferentes. Mas para alguém a quem se atribui um papel de relevo na paternidade de um movimento que se confunde com o surgimento de uma nação, a unanimidade devia ser mais do que menos comum. Parte do problema reside no facto de que há uma série de questões que são levantadas sobre o papel de Marcelino dos Santos nas várias etapas que marcaram o movimento de libertação nacional. Muitas dessas questões nunca foram suficientemente esclarecidas, e Marcelino dos Santos, como uma das figuras-chave do movimento, foi sempre visto como parte dos problemas. É do domínio público que, pelo menos, a partir de 1968, a FRELIMO esteve mergulhada numa grave crise, que teve o seu pico com a morte do seu presidente fundador, Eduardo Mondlane, em Fevereiro de 1969. No centro dessa crise surgem, aparentemente, duas linhas antagónicas, cujo confronto quase que paralisava a luta e ameaçava destruir o movimento. Mais mortes e purgas resultaram disso, enquanto muitos militantes, guerrilheiros e jovens estudantes engrossavam a diáspora moçambicana em África, Europa e América. Alguns dos estudantes da FRELIMO nessa altura no estrangeiro sentiram-se justificados no seu receio sobre o que os esperava no regresso e decidiram por lá se manterem. Outros ainda, ainda que sem grande expressão, acabariam por encontrar acolhimento no movimento dissidente que despontaria no limiar da independência. Marcelino dos Santos foi sempre associado a uma destas linhas que se opunham uma à outra, e até à sua morte, nunca havia publicamente se distanciado das mágoas que, em alguns, esse conflito interno provocou. Também nunca demonstrou vontade nos esforços para o estabelecimento de um processo genuíno de reconciliação, que ajudasse a sarar as feridas. A sua morte quase que encerra um ciclo geracional dos que foram os percursores do nacionalismo moçambicano moderno, e que atribuíram um cunho ideológico à luta secular dos moçambicanos contra a ocupação e exploração colonial. Mas ela ocorre também num momento em que a FRELIMO continua a encontrar dificuldades em se reconciliar consigo própria, dando um sentido de desfecho a este capítulo problemático da sua história. Parece haver um certo desconforto em abordar este tema com a devida frontalidade e abertura, para além da recorrente retórica de uma linha revolucionária, a “correcta”, em confronto directo com uma ideologia reaccionária defendida pelos “traidores”. Parte dos problemas políticos com que Moçambique se confronta até aos dias de hoje são produto desta relutância em enfrentar o passado com determinação. A incapacidade de confrontar esse capítulo problemático da história da FRELIMO constitui uma barreira para um processo de reconciliação capaz de contribuir para uma maior abertura e liberdade na abordagem sobre o passado. Numa altura em que descendentes das vítimas desse conflito continuam ainda vivos e a desenvolver as suas próprias gerações de descendentes, o desfecho deste capítulo constituiria um alívio para ambos os lados, pondo-se cobro a uma tendência para se desenterrar o passado sempre que tal se afigure conveniente para qualquer das partes, no esforço de embaraçar a outra, assim como também a tentativa de se julgar o passado das pessoas em função das circunstâncias actuais. A falta de um desfecho vai também continuar a propiciar uma narrativa histórica convenientemente distorcida e reducionista, onde se retrata o conflito como resultado de uma suposta aliança de alguns grupos étnicos para subjugar outros. Marcelino dos Santos e as feridas abertas da libertação Savana 21-02-2020 19 OPINIÃO D epois da publicação do livro intitulado Dead Aid, da autoria da jovem economista zambiana Dambisa Moyo sobre o estado da política de cooperação entre África e o Ocidente, o livro tornou-se matéria de debate nas academias africanas. Na verdade, conforme a reflexão de Dambisa Moyo, nos últimos 50 anos foram aplicados bilhões de dólares de ajuda externa para reduzir a pobreza e aumentar o crescimento em África. No balanço final, de meio século de cooperação entre África e o Ocidente, os níveis de pobreza continuam muito altos e as taxas de crescimento diminutas. Uma das hipóteses que se levanta é o desgaste do modelo de cooperação, baseada numa relação inadequada que não garante a inserção africana a nível mundial, o comércio injusto, o nível elevado de corrupção entre os líderes africanos e a instabilidade política e governativa. Estas fragilidades foram exploradas e abriram espaço para a entrada da China em África. Este gigante asiático tornou- -se um parceiro de cooperação preferido pelos países africanos, ao contrário dos parceiros tradicionais de cooperação ocidentais. O Estudo de 2017 intitulado The closest look yet at Chinese economic engagement in Africa, apresentado pela consultora norte-americana McKinsey & Company, o relatório da Heritage Foundation Investment Tracker, bem como as pesquisas da AidData e do Center for Global Development revelam que o investimento chinês em África tem mais facetas do que estudos anteriores baseados em especulação. A McKinsey & Company ouviu 100 líderes empresariais e de Governos africanos e 1000 gerentes e proprietários de empresas chinesas em oito países africanos. Os dados e informações recolhidas no campo mostraram a existência de um pouco mais de 10 mil empresas chinesas que operam em África. Os seus investimentos teêm sido particularmente direcionados para a transferência de tecnologia, transporte, imóveis, energia e telecomunicações. Portanto, a presença da China em África como parceiro de cooperação encontra o melhor acolhimento, graças à sua política de não interferência nos assuntos internos, naquilo que designam de soft power e numa altura em que o continente africano estava sendo banido das preocupações dos centros de poder ocidentais, e no âmbito de um contexto especial para Pequim, que precisava de recursos e de mercados para alimenO impacto do empréstimo chinês sobre o consumidor da televisão digital em Moçambique (1) Por Celestino Joanguete* tar a sua economia em constante crescimento. De acordo com o livro branco emitido pelo Conselho de Estado Chinês no final de 2016, a China dispensou cerca de 400 biliões de yuan (cerca de 47.4 milhões de euros) em ajuda ao desenvolvimento a 166 países e organizações internacionais, nas últimas seis décadas. Entre 2005 e 2019, a China investiu cerca de US$305,95 biliões na África Subsaariana por meio de investimentos em infraestruturas e outros projectos de desenvolvimento. Estudos da Aid Data e do Center for Global Development, os países que reúnem o maior número de iniciativas financiadas pelos chineses são Zimbabwe (com 295 projectos); Gana (195); Zâmbia (167); Sudão (164); Etiópia (159) e Quênia (151). Em 2019, na Cimeira Mundial China/Africa, o presidente chinês Xi Jinping prometeu investir mais US$60 bilhões no continnte africano. No papel, isso parece incrível, pois uma ajuda para os países pobres que precisam de fundos significativos para desenvolver suas nações e corrigir as disparidades socioeconómicas do passado, parece ser benéfico demais. E é nisto que é preciso aprofundar o estudo e compreender a estratégia de negócio chinês em África, depois da histórica cooperação com o Ocidente, baseada numa relação de desigualdade e interesses comerciais injustos, a qual a China promete não reproduzir o comportamento predador das antigas potências coloniais ocidentais. Na verdade, a China está a forçar os países africanos a se endividar, acima de suas possibilidades, para mantê-los dependentes numa espécie de neocolonialismo. Por exemplo, a aplicação do soft power é feita sob o rescalonamento de dívidas como o que aconteceu com Angola, em que o pagamento da sua dívida foi alargado por mais 10 a 30 anos, com o objectivo de não definhar ainda mais a economia de um país já asfixiado; o cancelamento de 78 milhões de dólares da dívidas dos Camarões; perdão de 160 milhões de dólares ao Sudão. E estes são alguns exemplos da referida política de cooperação soft power da relação China/África. Alguns observadores chamam isso de “diplomacia armadilha da dívida”, onde a China captura os países africanos com empréstimos financeiros maciços que os asfixia. Nos últimos 19 anos, a China está a duplicar os empréstimos e investimentos em Africa, muitos dos quais esses governos estão asfixiados e lutam para os pagar. Se esses empréstimos não são reembolsados, muitas vezes são renegociados como acordos de “dinheiro por recursos”, em que os países mutuários pagam a dívida financeira com mercadorias como petróleo, gás, madeira, carvão mineral e inclusive terra. Essa abordagem do soft power de obter acesso ao mercado africano por meio de investimentos “úteis” é particularmente predominante no sector dos media, um fenómeno tratado e estudado por Gabriele Balbi, Jiang Fei, Giuseppe Richeri no livro China and the Global Media Landscape: Remapping and Remapped, no qual analisam o fenómeno de alteração dos media globais, sobretudo pela tendência revolucionária dos media da China, inspirados em empresas dos media americanos, europeus e asiáticos. No campo da revolução mediática chinesa, estima-se que os investimentos da China em África sejam de US$7 bilhões, incluindo várias estações de rádio, televisão e agências de notícias. Esta estratégia de canibalização dos mercados africanos é evidente na empresa chinesa dos media denominada StarTimes, que fornece serviços de televisão paga a 30 países em todo o continente africano. A StarTimes é uma empresa privada chinesa, autorizada pelo Ministério do Comércio chinês a operar na África. Na última década, a empresa fez amizade com governos africanos por meio do governo chinês para ganhar contratos para ajudar os países africanos a transitar do sistema analógico para o sistema de transmissão da televisão digital. Actualmente a StarTimes transmite programas da televisão chinesa para 10 milhões de assinantes em 30 países africanos, empurrando as notícias de propaganda estatal da China para as residências africanas. Desde que deu os primeiros passos em África em 2007, a StarTimes transformou-se numa grande marca no cenário da televisão digital no continente. Ela reivindica mais de cinco milhões de televisões digitais terrestre (TDT) e assinantes de satélite direto para casa. Para encontrar a melhor inserção de conteúdos chineses nas televisões africanas, em 2011, a StartTimes criou a StarTimes Dubbing Contest, estabelecido num enorme campus de tradução nos arredores de Pequim. Para o efeito, a StarTimes Dubbing Contest percorreu os países africanos em busca de actores de voz que seriam levados à China para narrar, traduzir, dublar os conteúdos e dramas chineses em oito idiomas: mandarim, inglês, francês, português, suaíli, hausa, ioruba e luganda. Nos próximos anos a StarTimes planeia inundar as televisões africanas de conteúdos chineses dublados em línguas locais, numa espécie de imperialismo cultural. Em paralelo, a política cultural chinesa avança com a disseminação dos Institutos Confúcio, encarregados do ensino e difusão do idioma e cultura chinesas. Na maioria das aldeias africanas onde a StarTimes se instala desfruta de um relacionamento mutuamente benéfico com o governo chinês. Por isso, ela é confiada a implementação do Villages Project, uma iniciativa que visa dar acesso à televisão via satélite para dez mil aldeias africanas. Trata-se de um projecto de cooperação China- -África com vista a reduzir o fosso digital nas áreas rurais africanas, dando às aldeias acesso à televisão digital. Isso é motivo de preocupação? Bem, se os empréstimos aos media não puderem ser pagos, a África arrisca a sua liberdade de imprensa, conquistada com tanto esforço. Neste sector, os investimentos da China em redes de telecomunicações e serviços de transmissão digital da televisão e dados, coloca o poder da China acima da soberania dos países africanos e, inclusive sobre as infra-estruturas de telecomunicações, transmissões nacionais e redes de televisões estatais. De várias maneiras, a situação da StarTimes é paralela à gigante de telecomunicações Huawei, que está enfrentando críticas globais pelo seu controlo sobre as redes 5G e seus vínculos com o sistema de segurança de Pequim. Huawei captura e controla o sistema de telecomunicações dos países em troca de tecnologias avançadas. A exploração da migração do sistema de televisão analógica para a digital é uma das áreas preferenciais de investimento chinês em África para a expansão do imperialismo cultural. Muitos governos africanos encontraram dinheiro e tempo necessários para concluir a migração para o sistema digital de televisão, antes do prazo inicial de Junho de 2015 da União Internacional de Telecomunicações (UIT). Era um prazo que quase todos os governos africanos perderam, mas havia pressão para investir e encontrar uma empresa que pudesse ajudá-los a implementar. Como resultado, todos correram atrás do dinheiro fácil do Exim Bank da China para cumprirem com os prazos da migração digital e, logo, assinaram acordos apressados em projetos de migração digital que anexavam a StarTimes como implementadora da rede. O Exim Bank, de propriedade estatal da China, é o provedor de empréstimos preferido nesses acordos, fornecendo aos governos africanos quantias significativas de fundos para concluir o processo de migração digital em seus países. Esses fundos são efectivamente pagos de volta à China por meio da StarTimes, que é contratada para construir a redes de Televisão Digital Terrestre (TDT). Enquanto a StarTimes conseguia grandes contratos com os governos africanos para operar a rede de infraestrutura da televisão digital, também atraía os consumidores de baixa renda com pacotes de televisão baratos, o que geralmente prejudica seriamente os concorrentes locais de televisão por cabo e satélite, numa estratégia comercial conhecida por dumping, ou seja, concorrência desleal. Ficou demonstrado, em muitos países africanos que tiveram a StarTimes como parceiro implementador da rede de televisão digital, que após a conclusão, a StarTimes permanecia neles reivindicando uma sociedade, transformando as tecnologias investidas num capital social. É aqui que a empresa entra em águas turvas, e a distinção entre os serviços públicos da radiodifusão e a lógica comercial permanecem incertas. Frequentemente, a StarTimes se transforma em distribuidor público de sinal e provedor de serviços de conteúdo, um claro conflito de interesses e uma óbvia ameaça à liberdade de imprensa. Isso representa um risco enorme para os governos africanos, pois efectivamente colocam o controlo sobre as redes nacionais de radiodifusão digital e a transmissão estatal do sinal de televisão nas mãos dos chineses. A soberania do Estado, o serviço público da televisão, o acesso à informação e o mandato que as emissoras públicas têm para com seus cidadãos deixam de ser garantidos. É um facto bem documentado que a primeira entidade a cair em uma aquisição forçada do governo é o controlo da emissora estatal. Se o que estamos a ver agora são de facto os primeiros estágios de um golpe dos media da China em toda a África e em Moçambique em particular, todos devemos estar muito preocupados. * Consultor e Investigador dos Media Digitais 20 Savana 21-02-2020 OPINIÃO SACO AZUL Por Luís Guevane Marcelino dos Santos O colaborador rezou bastante até chegar o dia em que, finalmente, ouviu a voz do mestre pintor. Desligou o telemóvel. Em voz alta anunciou aos familiares que no dia seguinte estaria a trabalhar. De facto, acordou cedo e apanhou o primeiro autocarro que lhe apareceu pela frente. Pensava nas tintas enquanto o autocarro avançava. Entraram mais alguns passageiros e sentiu-se ensardinhado. Uma senhora ao lado, mas sentada, falou um pouco mais alto. Parecia reclamar. Mas, o que pretendia era chamar à atenção para a condução do motorista. Uma voz masculina secundou-a, dizendo: - Esses motoristas de agora conduzem muito mal mesmo. Tem razão. Até parece que fizeram uma selecção de chapeiros para a empresa. Olha como está a entrar. Cortou prioridade àquela senhora. Ela só ficou a reclamar. Mas, já passamos. Foi Semáforo por pouco. Agora prestem atenção ao semáforo ali em frente. Aposto em como ele passa no vermelho. O importante é não ter nenhum veículo a empatar. Com o “chapa” é normal ver isso. Houve tempos, quando isto ainda se chamava TPM, em que se cumpria um horário pré-estabelecido, os tipos eram muito bem- -educados e não paravam em qualquer sítio, nem por engano. Eram comedidos que era uma maravilha. Prestem atenção ao vermelho! Ali a pensar na mistura de tintas o jovem colaborador aborreceu-se. Estava habituado que aquilo acontecesse num “chapa” e não naquele conhecido transporte público. Olhou para a senhora que havia iniciado a conversa e, em simultâneo, fixou-se no semáforo. Ela e o senhor que acabara de impor o desafio do “vermelho” tinham razão. Lembrou-se rapidamente que antes do ponto em que se encontravam o motorista havia feito uma curva perigosa. Só não reclamou porque assumiu que estava num “chapa”. Percebia agora que se encontrava no veículo errado. O seu hábito era o “chapa”. Sabia que no “chapa” os passageiros nunca reclamavam da atitude suicida dos condutores/motoristas. Os cobradores, para apimentar o ambiente, eram os que geralmente ditavam essa postura. Passageiro que reclamasse conheceria a sentença. Por isso, a regra absurda e incoerente, era engolir os sapos que o cobrador mandava e não reclamar. Afinal o importante era chegar ao destino. Não importavam as bujardas, a falta de postura no trato com o público e muito menos a clara e frontal falta de respeito ali exibida. Mas, essas coisas de generalizar levam sempre a possibilidade de erro. O colaborador não estava num bom ambiente para pensar em tintas. O autocarro estava a cerca de cem metros quando no semáforo brilhou o vermelho. Para o motorista era importante que imprimisse maior velocidade para passar o “vermelho”. Uma travagem brusca traria uma série de implicações. Mas ainda podia afrouxar e respeitar o semáforo. Todos perceberam que estava eminente um choque caso o motorista/condutor prosseguisse com a investida. Uma senhora encheu o peito e gritou alto e em bom som “sacana! Não vê o semáforo?” Era esta linguagem que o homem ao volante conhecia ou precisava. Fez um pequeno esforço e simplesmente ouviu-se um ligeiro chiar dos pneus. No alcatrão ficou uma ligeira marca de boçalismo daquele homem. Dentro do autocarro, ao volante, o homem ouvia os mais requintados apupos e insultos de ocasião que visavam amolecer aquela alma rude habituada aos extremos da insanidade. Enquanto no semáforo brilhava o verde o colaborador atendeu o seu telemóvel, acalmando o mestre pintor que o esperava. Graças àquela senhora não aconteceu o pior. E m 1983, eu fiz a cobertura integral do quarto Congresso do partido Frelimo para a revista Tempo. Tirando tudo o que houve por lá, o que acontece é que depois do encerramento houve uma recepção na Ponta Vermelha para todos os delegados provinciais. Por uma razão qualquer, alguém da segurança da Ponta Vermelha deu ordem para que os delegados não entrassem sem autorização, e eu estava fora com outros jornalistas e entre nós, todos, estava a delegação das delegadas de Nampula. Sentadas naquele estilo macua, de pernas levantadas, vestes garridas, a cabeça entre as mãos, em silêncio absoluto, o Marcelino dos Santos perguntou: “O que é que se passa convosco delegadas da minha província?” uma delas disse: “dizem que não podemos entrar porque não temos convite”. Marcelo dos Santos ficou mais alto do que era e disse: “deixem entrar as senhoras”. E disse mais ainda, “eu não sou da Frelimo eu sou a Frelimo, e disse mais ainda: Na Frelimo eu sou o número 2 o número 1 está lá em baixo”. Ou seja, o Samora Machel não existia, como líder, entre o Eduardo Mondlane e o Marcelino dos Santos. Acredito muito na teoria de que o Marcelino dos Santos era íntegro, coerente e fervoroso defensor dos seus ideais, coisa que, como sabemos, desapareceu desde o dia 19 de outubro de 1986. Depois disso, o grito de guerra é Fartai Vilanagem. (Fernando Manuel) J oshua Kapesse entrou numa transe quando, naquela manhã, a Marta lhe levou a informação de que a Madalena Menezes estava na estação de malas aviadas prestes a viajar para a Beira. A Marta era prima directa da Madalena Menezes, e lhe levou a informação porque achou estranho que o Joshua Kapesse não estivesse presente na hora de dizer adeus a Madalena Menezes que era, afinal, a sua noiva. E, era mais estranho ainda, porque a Marta disse-lhe que a Prima levava sete malas, mais prenhes que uma cabra prestes a parir. Joshua Kapesse de pé, na soleira da porta, experimentou uma violenta sensação de quem mergulha a pique para um poço sem fundo, escuro e sem contornos definidos. Atordoado e sem governo, o seu primeiro impulso foi o de ir ao encontro da Madalena Menezes para pedir explicações a que se achava com direito. Mas deteve-se, no primeiro passo, era natural. Ir ao encontro da Madalena Menezes seria o mesmo que ir ao encontro dum vexame superior àquele a que estava sujeito. Deu a volta, entrou na dispensa, serviu-se duma aguardente de pêssego, numa dose generosa, deixou a perna de cabrito que tinha registado do jantar anterior e foi-se sentar na varanda de olhos fechados a rememorar o que tinha sido a sua relação com a Madalena Menezes. A Madalena Menezes era a sua noiva, numa relação que durava há um ano, e durante esse ano todo, Joshua Kapesse tinha passado tardes, manhãs e noites de sincera conversa, sincera entrega como noivo que amava e era amado. Procurou encontrar, na sua memória, o que é que teria acontecido de errado para ela, a Madalena Menezes, tomar aquela decisão. Porque uma coisa era certa, estar na estação de malas aviadas, pronta a partir para a Beira, significava um rompimento definitivo de noivado. A Madalena Menezes tinha rompido o noivado sem lhe dizer nada, sem lhe dar nenhuma satisfação. Não achava justo que ela tivesse tomado uma decisão assim, porque não era normal ir de Tete para a Beira de comboio, com malas aviadas, sem dizer nada. Quando o comboio apitou sete vezes, a avisar que estava de partida para a Beira, Joshua Kapesse, também, tomou uma decisão que era definitiva. Que era de ir ao encontro do velho Mukapera, em Lifize, para que fizesse um remédio qualquer, de modo a que a Madalena Menezes viesse ao encontro dele ou dissesse alguma coisa para despertar o que se tinha passado. Estava nessa a beber a sua aguardente de pêssego, a petiscar o cabrito assado e trinchado, quando ouviu, ao de longe, alguém a aproximar-se. Era a irmã mais nova da Madalena Menezes, Ana Cristina. Ela ajoelhou-se, e disse: “Mano, venho lhe entregar um envelope que a mana Madalena Menezes me entregou, antes de sair de casa”. Joshua Kapesse abriu o envelope, estava um bilhete muito simples. Dizia “Jô Kapesse, estou de partida, vou a uma viagem sem retorno, não me procure porque não vale a pena. Durante esse ano todo, tentei disfarçar mas tudo acabou por se transformar num martírio insuportável. A minha orientação sexual faz com que qualquer contacto com um homem seja um martírio incrível. Tentei suportar porque há um tumulto, mas não posso suportar mais. Vou de partida, não me procure, não vale a pena. Eu sei que você será feliz porque sabe amar e sabe fazer-se amado, serás feliz com alguém que tenha uma orientação sexual diferente da minha. Eu sou lésbica. Não posso suportar uma relação com muito mais tempo do que este, aquele que suportei contigo. Vou de partida. Jô Kapesse, você merece ser feliz, e serás feliz, certamente. Adeus” Joshua Kapesse mergulhou os pés nas águas do rio Zambeze que passavam logo por baixo, e olhou para o horizonte onde se situava a catedral que divide Zumbo e as mulheres bonitas de Caprizage. Era manhã, fim de manhã, fechou os olhos, bebeu o último gole de aguardente de pêssego e mergulhou a mão na boca de um jacaré que passava em direcção à nascente do Rio Zambeze. Era fim de manhã, o sol nascia, o comboio apitou, mais uma vez, lá para os lados de Mutarara e Joshua Kapesse, que nunca tinha sido tão feliz na sua vida, nunca tinha sido tão amado como naquele momento. Pegou num envelope, meteu um pouco de rapé e pegou na folha de papel e escreveu assim: “Madalena Menezes, nunca, ninguém, te terá amado tanto na vida como eu. Seja feliz”. Uma estátua de sal no meio do deserto Savana 21-02-2020 21 PUBLICIDADE AVÓDEZANOVE E O SEGREDO DO SOVIÉTICO 27 de Fevereiro, 19h00, Scala MAK´ILA 28 de Fev, 18h00, CCFM RAFIKI 29 de Fevereiro, 18h00, CCFM T-JUNCTION 29 de Fev, 20h00, CCFM O VENTO SOPRA DO NORTE 01 de Março, 19h00, Scala ILHA DOS CÃES 02 de Março, 18h30, CCFM TEMPO DOS LEOPARDOS 02 de Março, 19h00, Scala VAYA 03 de Março, 18h30, CCFM DEIXEM-ME AO MENOS SUBIR ÀS PALMEIRAS 03 de Março, 19h00, Scala RESGATE 04 de Março, 18h30, CCFM Masterclass “CRÍTICA E ANÁLISE DE FILMES” por Ute Fendler 02 de Março, 15h00-18h00, CCFM “O SOM DOLBY” por Quinton Schmidt e Chris Born 03 de Março, 10h00-18h00, CCFM “DO GUIÃO AO ECRÔ por Neil Brandt 04 de Março, 10h00-18h00, CCFM Talk@University T-JUNCTION com presença do realizador Amil Shivji e da curadora Ute Fendler 02 Março, 10h00, FLCS - UEM MAK’ILA com presença da realizadora Machérie Ekwa e da curadora Ute Fendler 03 Março, 10h00, FLCS - UEM RESGATE com presença do realizador Mickey Fonseca e da Equipa de Produção 04 Março, 10h00, FLCS - UEM ABERTURA 22 Savana 21-02-2020 DESPORTO Eu Longo.Alcance17@hotmail.com O dia 18 foi uma data na história do ATCM! Isto porque, os sócios dirigiram-se para o Anfi - Teatro da Faculdade de Medicina afim de participarem em mais uma A.G Ordinária do clube, afim de assistirem, participarem, verem em directo e a cores a demissão da Mesa da Assembleia-Geral do ATCM, encabeçada pelo Professor João Salomão. Pela primeira vez na história do ATCM, aconteceu uma cena assim: nítida, clara e evidente, um mau estar, entre a Direcção e a Mesa da A.G., que culminou com o Presidente da Mesa a pedir a demissão, o que obrigou os seus colegas a seguirem-no por uma questão d’ética!!! Desde os anos 87, início da reactivação do ATCM até ontem, que nada disto ou parecido a isto, havia alguma vez acontecido !!! Aparentemente, motivado pela interposição d’uma providência cautelar, movida pela Direcção, para que não se realizasse a referida Assembleia Ordinária. A maior parte dos sócios, ainda tentaram demover a atitude da Mesa da A.G. mas… não se conseguiu! A acima mencionada providência cautelar foi movida por 3 Sócios, num universo de mais de 800!... Mais uma noite mal dormida por causa das coisas do ATCM!... Foi triste , mas… valeu pelas intervenções dos sócios presentes e do signatário desta colun , que fez um apelo ao Presidente da Direcção Rodrigo Rocha, para que tomasse um banho de humildade e ao Presidente da mesa Professor João Salomão que não saísse, pelo menos, tão já… Assim como ao Conselho Fiscal, para que conseguisse reunir com a Mesa e a Direcção , para sanar esta situação que em Nada abona a favor de um Clube tão “IN” como o Automóvel & Touring Clube de Moçambique! O pior é que o ATCM não foi, não é e, por vontade dos sócios, não será um Clube que viva à sombra dos Tribunais e nos Tribunais. Como o caso Presidente da Direcção cessante que, como arguido, foi absolvido em 5 sentenças !!! Que se saiba no espaço de mais ou menos 6 meses, entrou uma providência cautelar, que anulou a vontade da Direcção em interditar a entrada d’um cidadão, pai d’um Piloto nas instalações do Clube. Agora, foi esta providência cautelar, a anular a possibilidade da realização d’uma A.G. em que se iria apreciar o Relatório de Actividades e Contas e, como segundo ponto analisar-se, o orçamento para 2020! Questionou-se também na reunião de sócios, já que ninguém ousou desafiar um tribunal, qual é verdadeiramente o objectivo do tribunal, de tudo o que está à acontecer!? Quando tudo se poderia resolver, em A.G. Ordinária ou Extraordinária, como sempre foi feito até ontem, pelos Órgãos Sociais do ATCM: “António Twin Can Marques”, como dizia o saudoso sócio João Carvalho ! Leia se faz favor: Querido e estimado Doutor Mário Machungo, nesta hora da despedida , deixe-me que lhe agradeça o que fez por mim e pelo ATCM, como Presidente cessante da mesa da Assembleia -Geral, durante muitos anos. Muito grato também pelo que fez pelo país! À família enlutada aceite, por favor, as minhas mais sentidas e respeitadas condolências, neste momento em que deixou de ser de dor e passou para um desejado descanso eterno, para o nosso Mário! Uma Data na História O presidente da Federação Moçambicana de Patinagem, Nicolau Manjate, afirma que deixa, este ano, o cargo que ocupa neste organismo, com a sensação de missão cumprida, e sem alaridos, porque durante o seu mandato a modalidade deu passos gigantescos, de tal forma que os resultados que foram alcançados nas diversas frentes não constituem nenhuma surpresa. Outrossim, defende que a nomeação de Gilberto Mendes, para o cargo de secretário de Estado de Desporto é bem-vinda, até porque não se trata de um “paraquedista”, mas sim, de uma figura de desporto, pois já foi atleta e dirigente desportivo com credências dadas. A seguir os excertos da conversa. Presidente, que balanço tem a fazer da época desportiva finda? - 2019 foi um ano de muitas dificuldades, mas conseguimos lutar contra as adversidades e acabamos cumprindo o nosso programa. Tínhamos um mandato que passava pelas eliminatórias no africano, e, mesmo no meio de dificuldades, com apoio de parceiros, participamos no evento e, felizmente, conseguimos nos qualificar para o mundial. Pela primeira vez, estivemos presentes com duas selecções, uma de sub- 19 e outra de seniores e os resultados foram encorajadores. Vencemos a taça intercontinental em seniores, e nos sub-19 ficamos em terceiro. Isso foi meritório, até porque a participação dos sub-19 foi um teste e ao mesmo tempo afirmação de que o trabalho que iniciámos está a dar frutos, daí os aplausos e o alento que recebemos em Espanha, por várias entidades ligadas à modalidade. Quais as perspectivas da FMP para este ano? -Bem, perspectivamos o incremento das nossas actividades, sendo que vamos nos concentrar na formação, concretamente, na de árbitros e treinadores. Temos um plano abrangente de formação que vai iniciar, em princípio, no mês de Março, e essa actividade não só será realizada em Maputo, mas também em outras províncias, nomeadamente, Nampula, Zambézia e Sofala. Como pode depreender, a nossa preocupação tem a ver com a expansão da modalidade e já estamos a dar passos gigantescos nesse sentido. E em relação à patinagem em linha? -Estamos a trabalhar com a patinagem em linha, e já iniciámos algumas competições internas. Neste momento esta especialidade só se resume à cidade de Maputo, mas a meta é levá-la para outros cantos do país. Outrossim, a FMP continua a envidar esforços no sentido de conseguir patrocínios para o efeito e Vou deixar a FMP sem alaridos - Garante Nicolau Manjate, cujo mandato termina este ano Por Paulo Mubalo Nicolau Manjate, presidente da FMP esse trabalho é realizado, juntamente com a Associação de Patinagem da Cidade de Maputo. Parafraseando a palavra de ordem, este é um ano de muito trabalho, particularmente no hóquei, mas também de muita união no seio dos fazedores da modalidade Foi o primeiro presidente da Associação de Patinagem da Cidade de Maputo (1978) e um dos membros da comissão organizadora da participação de Moçambique na sua estreia ao mundial de Argentina. Ou seja, está há quatro décadas no hóquei... - Isto me encoraja a dar o meu máximo na modalidade, por isso que, independentemente da posição em que me encontrar, sempre estarei de peito aberto para apoiar a modalidade naquilo que for possível. Estou no hóquei, de facto, desde dessa altura, e por motivo algum poderei virar as costas a esta modalidade. Está nos derradeiros meses do seu mandato. O que tem a dizer? -Sairei feliz pelo trabalho que estou a realizar e pelos frutos do próprio trabalho. Espero ver esse trabalho que iniciei, em 2011, a continuar com a futura direcção a ser eleita. Sairei com consciência limpa e sem alaridos e espero que a futura direcção continue a trabalhar em prol do crescimento do hóquei. Eu já fiz a minha parte e o que se seguirá será a passagem do testemunho. Como disse, o hóquei sempre esteve nos lugares cimeiros, sempre surgem novos talentos e claramente devem continuar a ser acarinhados, porque são o garante do sucesso de amanhã. Gilberto Mendes é escolha acertada O que tem a dizer da nomeação de Gilberto Mendes para o cargo de secretário de Estado de Desporto ? - A família do hóquei está muito satisfeita com essa nomeação de Gilberto Mendes. Acreditamos que ele trará outro ímpeto ao desporto, irá continuar com o trabalho dos seus antecessores e o facto de estar focalizado apenas no desporto vai lhe conferir mais tempo para, juntamente com os quadros que o vão rodear, desenhar as melhores estratégias para o crescimento da actividade desportiva. Creio que, vocês, da comunicação social, também devem estar satisfeitos com esta nomeação. Mas quais seriam, a seu ver, os grandes desafios de Gilberto Mendes? -Penso que a área de infra- estruturas constitui uma grande preocupação e, felizmente, constou-me que ele está preocupado com a situação dos nossos campos. Gilberto Mendes é um indivíduo com muita experiência no desporto, primeiro como atleta e depois como dirigente, daí que contamos com a sua contribuição para o crescimento do hóquei. Uma das formas de melhor conduzir o barco e atingir os objectivos preconizados é congregar a família do desporto, é trabalhar com todos os desportistas e não só, colhendo as suas sensibilidades e nós, família de hóquei, estamos convictos de que o vai fazer. Esperam dele algum tratamento privilegiado? - Não necessariamente um tratamento privilegiado, o que pensamos é que o hóquei faz parte deste grande mosaico chamado desporto e acreditamos que quando se pensa hoje na construção de um pavilhão multi-uso, a nossa modalidade está inclusa; quando se fala de um projecto para o melhoramento das condições das infra-estruturas desportivas, nós estamos inclusos; quando se fala da necessidade de se trabalhar na formação como forma de se alcançar resultados positivos nas várias competições que o país participa, quer a nível nacional como internacional, também estamos lá. Em resumo, a componente infra-estrutura, assim como a própria organização do nosso desporto é um aspecto muito importante a ter-se em conta, e se tivermos um plano concreto de acção e cumprimo-lo, na íntegra, as coisas poderão fluir naturalmente. Mas deixa me dizer que o país exige uma nova abordagem em relação a questão de patrocínios para o desporto. E isso tem que ser urgente. Savana 21-02-2020 23 PUBLICIDADE KUHANHA A Sociedade Gestora do Fundo de Pensões do Banco de Moçambique comunica que decorre de 5 a 29 de Fevereiro de 2020 o processo de prova anual de vida, nos termos do artigo 35 do Regulamento de Segurança Social Obrigatória dos Trabalhadores do Banco, aprovado pelo Decreto n.º 65/2009, de 14 de Dezembro. Para o efeito, os trabalhadores reformados e os titulares de pensão de sobrevivência deverão se dirigir à KUHANHA, Rua Consiglieri Pedroso, número 99 em Maputo, e às Filiais da Beira, Nampula, Maxixe, Xai-Xai, Tete, Quelimane, Pemba e Lichinga, munidos do Bilhete de Identidade. Na impossibilidade de deslocação, o pensionista deverá notificar, por escrito, a KUHANHA, que se encarregará de confirmar a prova de vida. ANÚNCIO Apela-se a todos os pensionistas que a realizem, em tempo, por forma a evitar a interrupção do pagamento das pensões, por falta de efectivação da prova de vida. Para o caso do trabalhador reformado, comunica-se que está em curso a actualização do cadastro, devendo igualmente apresentar o documento de identificação do cônjuge, certidão de casamento, documentos de identificação dos filhos com idade até 25 anos e declaração escolar destes. Maputo, 24 de Janeiro de 2020 KUHANHA- Sociedade Gestora do Fundo de Pensões 9(1'( 6( Uma propriedade (15 x 30), com casa tipo3, uma suit e vedaçao, estrategicamente localizada, zona do Mercado Boquisso - Municipio da Matola. Valor a negociar, sem intermediário Contacte-nos + 258 82 0755690 / 84 4629155 Matrículas para 2020 A Escola Comunitária Luís Cabral- ECLC, informa aos alunos, pais, encarregados de educação e ao público em geral, que ainda tem vagas para matricular novos ingressos da 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 11ª e 12ª classe por apenas 600,00 meticais. Podendo obter mais informações na secretaria daquela escola, sita na sede do bairro Luís Cabral, entrando a partir da Junta ou Maquinague ou contactar através dos telemóveis: 847700298 ou 826864465 ou ainda 871232355. 24 Savana 21-02-2020 PUBLICIDADE A ExxonMobil Moçambique, Limitada (EMML), convida os prestadores de serviços de aeronaves interessados que HVWHMDPGHYLGDPHQWHTXDOLÀFDGRVDDSUHVHQWDUVXDPDQLIHVtação de interesse (“Manifestação de Interesse”)SDUDIRUQHcer Serviços de Aeronaves adhoc quando necessário. ÂMBITO DO TRABALHO 2kPELWRGRWUDEDOKRLQFOXLRIRUQHFLPHQWRGHDHURQDYHVGH DVDVÀ[DV FRPWULSXODomR QXPDSULPHLUDIDVHSDUDRPRYLPHQWRGHSDVVDJHLURVHIUHWHGHFDUJDOHYHHP0RoDPELTXH FRP XP SRWHQFLDO GH H[SDQVmR SDUD RXWURV DHURSRUWRV UHJLRQDLV ,VVRSRGHVLJQLÀFDURSHUDUGH RXSDUD DHURSRUWRV FRPR0DSXWR 3HPED $IXQJL 1DFDODH-RDQHVEXUJR (VSHra-se que o prestador de serviços já tenha operações estabeOHFLGDVHP0RoDPELTXH LQFOXLQGRDDWXDO$2& &HUWLÀFDGR GH2SHUDGRU$pUHR HP0RoDPELTXH DOCUMENTOS NECESSÁRIOS As empresas interessadas neste convite devem completar as LQIRUPDo}HVGD(PSUHVDHVXEPHWHURVGRFXPHQWRVQHFHVViULRVOLVWDGRVDEDL[RQR3RUWDOGH5HJLVWURGH)RUQHFHGRUHVGD (00/ KWWSV P] URYXPDOQJVUS FRP bem como enviar XPH PDLOFRQÀUPDQGRRUHJLVWURSDUDemmlprocurement@ H[[RQPRELO FRP 1RWD 2UHJLVWURGHYHID]HUUHIHUrQFLDDRVHJXLQWHFyGLJR %% $% ²$HURQDYHV 'HQWURGRSRUWDO DDED¶3URGXWRV 6HUYLoRV· VHOHFLRQDP0HLRVGH7UDQVSRUWH %% !$HURQDYHVH+HOLFySWHURV %% $% !$HURQDYHV %% $% &DUWDGHDSUHVHQWDomR TXHGHFODUHRLQWHUHVVHHPUHDOL]DURWUDEDOKR GHWDOKHVGDHPSUHVDHLQIRUPDo}HVGH contato. 5HJLVWUR DWXDO GD HPSUHVD H GHWDOKHV GRV FHUWLÀFDGRV DWXDLV GH$2& 'HWDOKHV GR DWXDO UHJLVWUR GD HPSUHVD 0RoDPELFDQD H GD $2& 0RoDPELFDQD LQFOXLQGR TXDLVTXHUSDUFHULDVH[LVWHQWHVRXSURSRVWDVFRPRXWUDV entidades. 4XHHVSHFLÀTXHPFODUDPHQWHVHHVWHVHVWmRDWXDOPHQWH HP0RoDPELTXH HVHQmR DIRQWHSURSRVWDHRWHPSR GHPRELOL]DomRSDUDHVWDUGLVSRQtYHO0RoDPELTXH 'HWDOKHVGDH[SHULrQFLDDWXDOHUHFHQWHRQGHIRUDPRIHUHFLGRVVHUYLoRVVLPLODUHVGHKHOLFySWHURDQtYHORIIVKRUH HRQVKRUHHPRSHUDo}HVGH3HWUyOHR *iV SHORPXQGR HHP0RoDPELTXH &9VGRVJHVWRUHVFKDYHVHSHVVRDOWpFQLFR 9LVmRJHUDOGRSODQRGH3URWHomR 6HJXUDQoD 6D~GHH 0HLR$PELHQWHGDHPSUHVD 'HWDOKHVGHLQFLGHQWHVRX DFLGHQWHVGHDYLDomRQDKLVWyULDGHVXDHPSUHVD 'HFODUDomRVREUHFRQWH~GRORFDOHXVRGHIRUQHFHGRUHV locais. (YLGrQFLDVGHTXHDHPSUHVDRSHUDGHDFRUGRFRPDV 3ROLWLFDVVREUH&RUUXSomRHPSDtVHV(VWUDQJHLURVHTXH EXXONMOBIL MOÇAMBIQUE, LIMITADA ANÚNCIO PÚBLICO PARA MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE APOIO A AERONAVES EM CONEXÃO COM O PROJECTO ROVUMA LNG DA ÁREA 4 NA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE RSHUDHPFRQIRUPLGDGH D/HLGH6XERUQRGR 5HLQR8QLGR 2 REMHWLYRGDVLQIRUPDo}HVHGRFXPHQWRVpLGHQWLÀFDU SUHVWDGRUHV GH VHUYLoRV TXDOLÀFDGRV FRP FDSDFLGDGH FRPSURYDGD H H[SHULrQFLD UHOHYDQWH $(00/DYDOLDUiDGRFXPHQWDomRVROLFLWDGDH VH VDWLVIHLWD LQFOXLUiDVHPSUHVDVLQWHUHVVDGDVQDOLVWD de empresas que irão participar do concurso. 7RGRVRVGDGRVHLQIRUPDo}HVIRUQHFLGRVQRkPELWR do pedido não serão considerados como um comSURPLVVRSRUSDUWHGD(00/GHFHOHEUDUTXDOTXHU DFRUGRRXFRQWUDWRFRPRFDQGLGDWR QHPSHUPLWLrá a empresa candidata de reivindicar qualquer inGHPQL]DomRGD(00/ $HPSUHVDLQWHUHVVDGD1®2GHYHHQYLDURXGLYXOJDUj(00/TXDOTXHULQIRUPDomRRXPDWHULDOFRQÀGHQFLDO $(00/QmRVHUiUHVSRQViYHOSHODFRQÀGHQFLDOLGDGHGHTXDOTXHULQIRUPDomRRXPDWHULDO HQYLDGDMXQWRGHVWD([SUHVVmRGH,QWHUHVVH $ HPSUHVDLQWHUHVVDGD HQWHQGH TXH D (00/ QmR aceita qualquer obrigação em relação aos itens adTXLULGRVRXTXDLVTXHULQIRUPDo}HVGLYXOJDGDVSHOD HPSUHVDLQWHUHVVDGDHPUHVSRVWDDHVWD0DQLIHVWDção de Interesse. A empresa interessada concorda TXHQmR IDUiQHQKXPDYLVRUHVWULWLYRHPQHQKXP GRFXPHQWR 1RHQWDQWR VH DHPSUHVDLQWHUHVVDGD À]HU XP DYLVR SUpYLR D (00/ HVWi DXWRUL]DGD D DQXODU UHPRYHURXGHVFRQVLGHUDUWDLVFOiXVXODVUHVWULWLYDVHD(00/HVWDUiOLYUHGHXVDURXGLYXOJDU TXDOTXHU RX WRGDV DV LQIRUPDo}HV FRQWLGDV QHODV SDUDDÀOLDGRVH WHUFHLURVVHPFRQVXOWDUDHPSUHVD interessada. Quaisquer custos incorridos pela empresa interessada ou qualquer um de seus subcontratados que UHVSRQGHUHPDHVWD0DQLIHVWDomRGH,QWHUHVVHVHUi H[FOXVLYDPHQWHUHVSRQVDELOLGDGHGDHPSUHVDLQWHressada e estará a cargo da empresa interessada e QmRWHUiUHFXUVRSDUDD(00/ 2EVHUYHTXHVRPHQWHDVHPSUHVDVTXHDWHQGHUHPDRVUHTXLVLWRVPtQLPRVGD(00/VHUmRSUp TXDOLÀFDGDVHFRQYLGDGDV DDSUHVHQWDUSURSRVWDVGRVVHUYLoRVUHIHULGRV 2SUD]RSDUDDDSUHVHQWDomRGH0DQLIHVWDomRGH,QWHUHVVHHVWiGHÀQLGRSDUDRXDQWHVGH06 de Março de 2020, pelas 17:00 (Horário de Maputo). Savana 21-02-2020 25 PUBLICIDADE ExxonMobil Moçambique, Limitada (EMML) LQYLWHV LQWHUHVWHG$LUFUDIW6HUYLFHSURYLGHUVWKDWDUHGXO\TXDOLÀHGWRVXEPLWWKHLUH[SUHVVLRQRILQWHUHVW(“Expression of Interest”)WRSURYLGHDGKRFFKDUWHU$LUFUDIW6HUYLFHV when required. SCOPE OF WORK 7KHVFRSHRIZRUNLQFOXGHVWKHSURYLVLRQRIÀ[HGZLQJ DLUIUDPHV ZLWKFUHZ SULPDULO\IRUSDVVHQJHUDQGOLJKW IUHLJKW PRYHPHQW LQ0R]DPELTXH DQG SRWHQWLDOO\ WR UHJLRQDODLUSRUWV 7KLVPD\LQFOXGHRSHUDWLQJWRRUIURP DLUSRUWVVXFKDV0DSXWR 3HPED $IXQJL 1DFDODDQG-RKDQQHVEXUJ 7KHVHUYLFHSURYLGHULVH[SHFWHGWRDOUHDG\ KDYHRSHUDWLRQVHVWDEOLVKHGLQ0R]DPELTXH LQFOXGLQJ DFXUUHQW0R]DPELTXH$2& $LU2SHUDWRU&HUWLÀFDWH REQUIRED DOCUMENTS &RPSDQLHVLQWHUHVWHGLQ WKLVLQYLWDWLRQ VKDOOFRPSOHWH &RPSDQ\LQIRUPDWLRQ DQG VXEPLW WKH UHTXLUHG GRFXPHQWVOLVWHGEHORZLQ(00/6XSSOLHU5HJLVWUDWLRQ3RUWDO KWWSV P] URYXPDOQJVUS FRP DQG HPDLO FRQÀUPLQJ UHJLVWUDWLRQ WR HPPOSURFXUHPHQW#H[[RQPRELO FRP 1RWH 7KHUHJLVWUDWLRQPXVWUHIHUWRWKHIROORZLQJFRPPRGLW\FRGH %% $% ²$LUFUDIW :LWKLQWKHSRUWDO XQGHUC3URGXFWV 6HUYLFHVWDE VHOHFW0HDQVRI7UDQVSRUW %% !$LUFUDIWDQG+HOLFRSWHUV %% $% !$LUFUDIW %% $% &RYHUOHWWHULQFOXGLQJVWDWHPHQWRILQWHUHVWLQSHUIRUPLQJWKHZRUN FRPSDQ\GHWDLOVDQGFRQWDFWLQIRUPDWLRQ &XUUHQW FRPSDQ\ UHJLVWUDWLRQ DQG GHWDLOV RI FXUUHQW$2&FHUWLÀFDWHV 'HWDLOVRIFXUUHQW0R]DPELFDQFRPSDQ\ UHJLVWUDWLRQ DQG0R]DPELFDQ$2& LQFOXGLQJ DQ\ H[LVWLQJ RU SURSRVHG SDUWQHUVKLSV with other entities. 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EXXONMOBIL MOÇAMBIQUE, LIMITADA PUBLIC ANNOUNCEMENT FOR EXPRESSIONS OF INTEREST PROVISION OF AIRCRAFT SUPPORT SERVICES IN CONNECTION WITH THE ROVUMA LNG PROJECT OF AREA 4 IN THE REPUBLIC OF MOZAMBIQUE (YLGHQFHWKDWWKHFRPSDQ\KDV)RUHLJQ&RUUXSW 3UDFWLFHV $FW DQG 8. %ULEHU\ $FW FRPSOLDQFH V\VWHPV 7KHSXUSRVHRIWKHLQIRUPDWLRQDQGGRFXPHQWVLVWR LGHQWLI\TXDOLÀHGVHUYLFHSURYLGHUVWKDWKDYHSURYHQ FDSDELOLW\ DQG UHOHYDQWH[SHULHQFH (00/ZLOOHYDOXDWH WKH UHTXHVWHG GRFXPHQWDWLRQ DQG LI VDWLVÀHG ZLOO LQFOXGH WKH LQWHUHVWHG FRPSDQLHV LQ WKH OLVW IRU LQYLWDWLRQWRWHQGHUIRUWKHVHUYLFHV $OOGDWDDQGLQIRUPDWLRQSURYLGHGZLWKLQWKHDSSOLcation shall not be considered as a commitment on the SDUWRI(00/WRHQWHULQWRDQ\DJUHHPHQWRUDUUDQJHPHQWZLWK\RX QRUVKDOOLWHQWLWOH\RXUFRPSDQ\WR FODLPDQ\LQGHPQLW\IURP(00/ 7KH LQWHUHVWHG FRPSDQ\ VKRXOG 127 VXEPLW RU RWKHUZLVHGLVFORVHWR(00/DQ\FRQÀGHQWLDORUSURSULHWDU\LQIRUPDWLRQ RUPDWHULDO (00/ZLOO QRW EH UHVSRQVLEOH IRU WKHFRQÀGHQWLDOLW\RIDQ\VXFKLQIRUPDWLRQRUPDWHULDOVXEPLWWHGZLWKWKLV([SUHVVLRQRI Interest. 7KH LQWHUHVWHG FRPSDQ\ XQGHUVWDQGV WKDW (00/ GRHVQRWDFFHSWDQ\REOLJDWLRQRIFRQÀGHQFHZLWKUHVSHFW WRLWHPV DFTXLUHG RU DQ\LQIRUPDWLRQ GLVFORVHG E\WKHLQWHUHVWHGFRPSDQ\LQUHVSRQVHWRWKLV([SUHVVLRQ RI ,QWHUHVW 7KHLQWHUHVWHG FRPSDQ\ DJUHHV WKDW LWZLOOQRWSODFHDQ\UHVWULFWLYHQRWLFHVRQDQ\GRFXPHQW +RZHYHU LILQWHUHVWHGFRPSDQ\SODFHVDQRWLFH (00/LVKHUHE\DXWKRUL]HG WRQXOOLI\ REOLWHUDWH UHPRYHRUGLVUHJDUGDQ\VXFKUHVWULFWLYHFODXVHVDQG (00/VKDOOEHIUHHWRXVHRUGLVFORVHDQ\RUDOORIWKH LQIRUPDWLRQFRQWDLQHG WKHUHRQ WRDIÀOLDWHVDQG WKLUG parties without consulting with the interested comSDQ\ $Q\FRVWVLQFXUUHGE\WKHLQWHUHVWHGFRPSDQ\RUDQ\ RILWVVXEFRQWUDFWRUVUHSO\LQJWRWKLV([SUHVVLRQRI,QWHUHVWVKDOOEHVROHO\WKHLQWHUHVWHGFRPSDQ\UHVSRQVLELOLW\DQGVKDOOEHIXOO\ERUQE\WKH interested contractor and shall have no recourse WR (00/ 1RWH WKDW RQO\ FRPSDQLHV ZKLFK PHHW (00/·VPLQLPXPUHTXLUHPHQWV ZLOOEHSUHTXDOLÀHG DQGLQYLWHGWRWHQGHUIRUWKHVHUYLFHV 7KHGHDGOLQHIRUVXEPLVVLRQRI([SUHVVLRQRI,QWHUHVW LVVHWIRURQRUEHIRUHMarch 06, 2020 by 5PM (Maputo Time). 26 Savana 14-02-2020 CULTURA D urante a 5.ª edição da Semana de Cinema Africano Moçambique, que decorrerá em Maputo, entre 27 de Fevereiro e 4 de Março, será estreado o filme “Avódezanove e o segredo soviético”, do realizador moçambicano, João Ribeiro, que promete, até esta parte, ser a grande novidade do evento organizado pela Associação Amigos do Museu de Cinema em Moçambique. “Avódezanove e o segredo soviético”, para além do título que sugere uma longa-metragem de acção, carrega consigo, diga-se, dupla particularidade. É um filme moçambicano, baseado na literatura angolana, visto que o mesmo é inspirado nos escritos do renomado escritor angolano Ondjaki, que escreveu e publicou o mesmo título, no género romance. Partindo daquilo que é a obra de Ondjaki, pode esperar-se um filme que acontece numa das praias da capital de Angola, Luanda, onde os soldados soviéticos constroem um mausoléu, para abrigar os restos mortais do primeiro presidente de Angola, Agostinho Neto, que morreu, em 1979. A construção do referido mausoléu ameaça desalojar os moradores desta região, sendo, deste modo, uma obra cinematográfica que retrata as incertezas do quo- “Avódezanove e o segredo soviético” marca a ressurreição da Semana do Cinema Africano Por Lucas Muaga tidiano e as diferenças sociais e o período que seguiu a Independência de Angola, caracterizado pela adopção do comunismo, conforme aconteceu, em Moçambique, onde o filme será estreado. O enredo conta uma equipa conhecida de actores, pois, para além de três jovens actores em estreia absoluta, podemos ver Ana Magaia, Mário Mabjaia, Anabela Adrianopoulos, Adelino Branquinho, Cândida Bila e Filimone Meigos. Mas as noites do cinema não estão apenas reservados à tentativa de, a partir de “Avódezanove e o segredo soviético”, João Ribeiro ampliar os horizontes de Ondjaki (ou frustrá-lo). A 5.ª edição da Semana de Cinema Africano Moçambique também rodará outros filmes realizados por moçambicanos, como é o caso do “Resgate”, de Mickey Fonseca e Pipas Forjaz, uma longa-metragem que arrasou 2019, ano da sua estreia, onde arrecadou os prémios “Film Fest Zell”, na Áustria e “melhor roteiro” e “melhor direcção de arte”, em Lagos, na Nigéria, durante o Africa Movie Academy Awards. A Associação dos Amigos do Museu do Cinema em Moçambique rodará, igualmente, três filmes, considerados clássicos moçambicanos, “O vento sopra do Norte” (1987), drama de José Cardoso, “Tempo dos Leopardos” (1985), drama de guerra realizado por Zdravko Velimirovic, e “Deixem- -me ao Menos Subir às Palmeiras”, rodado entre 1971 e 1972, de Lopes Barbosa. A exibição do filme “Deixem-me ao Menos Subir às Palmeiras” contará com a presença do seu realizador, Lopes Barbosa. O mesmo tem a particularidade de confundir-se com a história do cinema moçambicano, aliás, antes de 1974, o mesmo era proibido na íntegra, pelo sistema colonial, por denunciá-lo. É também inspirado na literatura, em textos como o conto “Dina”, de Luís Bernardo Honwana e o poema “Monangamba”, de António Jacinto. A presente mostra cinema apresentará, no seu todo, sete filmes, sendo que seis destes, serão exibidos pela primeira vez, em Moçambique. Cinco obras da mostra serão apreciados no Centro Cultural Franco-moçambicano (CCFM), nomeadamente,“Mak’ila” com a presença da realizadora congolesa Machérie Ekwa Bahango; “Rafiki”, da queniana Wanuri Kahiu; “T-Junction”, do tanzaniano Amil Shivji, com a presença especial do realizador, “Vaya”, do nigeriano Akin Omotoso e “Ilha dos cães” do luso-angolano Jorge António. Com a ideia principal de dar a conhecer as linguagens e a cinematografia do continente (haverá, por isso, sessões de conversa sobre a sétima arte). A semana do cinema é um evento anual e teve a sua primeira edição, em 2013. Este ano, o evento ressurge, depois de ter tido uma pequena paragem, desde a sua última edição, em 2016. N ão é para se dizer que “era uma vez”, mas chegou ao fim, a suposta hegemonia do estilo tropical, no recém-criado Maputo International Music Festival, que decidiu abraçar novas dinâmicas, permitindo a fusão de outros ritmos, como forma de celebrar a música no seu todo. A acontecer no último sábado do mês dos heróis moçambicanos, 29 de Fevereiro corrente, no Campus da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), o Maputo International Music Festival juntará artistas que dominam a arena musical nacional e internacional, abrindo o palco para o Pink Floyd Legend (grupo de tributo à banda inglesa Pink Floyd), a banda inglesa Imagination, bem como os já conhecidos Kappa Dech, António Marcos, Seth Suaze e Hot Blaze. Maputo International Music Festival abraça novas dinâmicas e aposta na fusão de ritmos Por Lucas Muaga São artistas que, segundo a organização do evento, vem responder ao que foi desenhado para o Festival, que procura exaltar a diversidade, unindo-a, de modo a criar uma harmonia sonora, que faça com que o referido evento fique na história, ao menos esta é a percepção deixada por Belmiro Quive, da BDQ – Concertos, que vê nisto “uma combinação perfeita, tendo em conta aquilo que pretendíamos em termos de variedade de bandas e de músicas”. Entretanto, há mais novidades para Maputo International Music Festival, visto que, para a presente edição, haverá dois palcos no Campus Universitário da UEM, para dar mais dinâmica ao evento, isto é, enquanto um grupo actua, o que segue estará a posicionar- -se no sentido de não permitir que haja longas paragens no espectáculo, que pretende fechar, em grande, o primeiro Fevereiro da nova década. “É um modelo diferente que estamos a fazer, por isso a nossa espectativa é grande no sentido de querer manter a nossa tradição – que é fazer as coisas com maior qualidade”, frisou Quive. Segundo Zé Pires, do famoso agrupamento Kapa Dech, a grande lamentação assenta-se ao facto do Festival chegar, sem que esta banda esteja pronta para apresentar ao público, os seus novos trabalhos discográficos, que já estão no estúdio. Mas, diante disso, O Kappa Dech está convicto que irá trazer os sons que o tornaram a grande banda que é. “Diria que estaria num momento de apresentação do seu novo álbum, mas isso ainda vai levar o seu tempo e vão ter uma miscelânea de músicas que é uma miscelânea de músicas das suas várias fases”, refere Zé Piris, que adianta que o seu agrupamento trará a mesma qualidade de apresentação que já acostumou ao seu público. Sem muita diferença com a primeira edição do evento, as montagens do cenário (e demais aspectos) já arrancaram e já não sobra quaisquer dúvidas sobre a vinda das duas bandas internacionais, que começam a aterrar no Aeroporto Internacional de Mavalane, já na próxima semana, onde se juntarão com os artistas e amantes da música, em Moçambique. Dos que vão aterrar em Maputo, em poucos dias, são figuras de cartaz na Inglaterra, sendo que os Pink Floyd Legend, chegam a um país com admiradores da mesma, principalmente no seio artístico. Dos que vão participar do Festival, pode dar-se o exemplo do próprio Zé Pires, que afirma ter crescido a escutar os seus trabalhos, quando ainda jovem, isto na década de 80, aliás, foram um dos grandes responsáveis pelo sucesso que persegue a banda Kappa Dech, durante os mais de 20 anos de carreira musical. O Maputo International Music Festival pretende ser uma grande referência no país e, diferente dos outros festivais, também pretende aproveitar todos os ambientes possíveis, sendo já certo que, começa no período da tarde e vai progredindo para a meia-noite, onde bandas como o Imagination já terão espalhado o seu perfume, fazendo perceber a razão pela qual, usando a música, terão feito sucesso, nos quatro cantos do mundo. De referir que, ainda na sua fase prematura, a primeira edição do Maputo International Music Festival aconteceu, em Junho do ano passado, com a ideia inicial de cruzar artistas jovens e executores do ritmo tropical, sendo que quase 1 ano depois, o conceito inicial ganhou novos acréscimos, ao querer resgatar o legado deixado por grandes bandas, que marcaram a trajectória mundial e moçambicana, em particular. Savana 21-02-2020 27 OPINIÃO Pedro Madruga (Texto) Naita Ussene (Fotos) E m 2005, na esteira do festejo dos 100 anos de vida, Teresa Santos a mãe de Marcelino dos Santos revelou que o seu filho (Marcelino), era louco «porque havia nascido perto de um cemitério no Lumbo». Testemunhamos por estes dias que, por vezes, até a fotografia mente. E talvez a «loucura» do nosso herói fosse por amar um país, a três velocidades, representando três figuras. Sabemos todos que o poeta que privou com Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Aquino de Bragança, Nelson Mandela, Noémia de Sousa, José Craveirinha, João Mendes, Ricardo Rangel e outras figuras de proa dos países africanos e do mundo usava o nome Lilinho Micaia para rubricar muitos poemas, muitas versões em língua francesa. A nossa galeria, por vezes, nos mente, talvez porque seja esta uma linha criativa, uma instalação futurista que pretende mostrar a grandeza, os fragmentos da verdadeira dimensão de Marcelino dos Santos. (…) Por toda a parte/ é preciso plantar/ a certeza/ do amanhã feliz/ nas carícias do teu coração/ onde os olhos de cada menino/ renovam a esperança// sim mamã/ é preciso/ é preciso plantar// pelos caminhos da liberdade// a nova árvore/ da Independência Nacional”. João Munguambe, Feliciano Gundana, fundadores da FRELIMO olham e vêm sobre o mar e nas estrelas, o sonho do poeta. Rui Baltazar e Naíta Ussene levaram à praça os versos da MÃE NEGRA, «Coberta de cabelos negros/ Ela guarda sonhos maravilhosos». Prakash Ratilal e o músico José Mucavele vestem a ocasião solene de canções que só a luz pode testemunhar. José Óscar Monteiro resgata os versos do poema: «É preciso plantar nas estrelas e no mar». E ele enraizou-se no chão da sua terra. «No lento balancear/ Das palmeiras/ Torcendo-se em movimentos melancólicos/ eu canto-te o meu amor.» Teodato Hunguana, Armando Panguene e Carlos Silya sabem que a única loucura é amar uma nação, representando três figuras. Marcelino, Lilinho & Kalungano: um só Herói! Alfredo Mueche À HORA DO FECHO www.savana.co.mz EF 'FWFSFJSP EF t "/0 997** t /o 1363 Diz-se... Diz-se Foto Naíta Ussene R eunido na sua quinta sessão ordinária, o Conselho de Ministro decidiu, nesta terça- -feira, que os restos mortais do antigo primeiro-ministro de Moçambique, Mário da Graça Machungo, serão enterrados na próxima segunda- -feira, 24. 7ÓUJNB EF EPFOÎB .BDIVOHP QFSEFV B WJEB OB NBESVHBEB EB ÞMUJNB TFHVOEB GFJSB FN 1PSUVHBM POEF TF FODPOUSBWB FN USBUBNFOUP NÏEJDP 0 HPWFSOP EFDSFUPV B SFBMJ[BÎÍP EF VN GVOFSBM PmDJBM F PSEFOPV B PCTFSWÉODJB EF MVUP OBDJPOBM EF EPJT EJBT " OPUÓDJB DIFHPV OVNB BMUVSB FN RVF P QBÓT FTUBWB BJOEB B EJHFSJS B NPSUF UBNCÏN QPS EPFOÎB EF .BSDFMJOP EPT 4BOUPT DVKPT SFTUPT NPSUBJT GPSBN EFQPTJUBEPT OFTUB RVBSUB GFJSB OB QSBÎB EPT IFSØJT NPÎBNCJDBOPT " JOGPSNBÎÍP EB NPSUF EP BOUJHP EJSJHFOUF GPJ DPOmSNBEB F QVCMJDBEB TFHVOEB GFJSB QFMB GBNÓMJB EP NBMPHSBEP /BTDJEP B EF %F[FNCSP EF OB .BYJYF QSPWÓODJB EF *OIBNCBOF .ÈSJP .BDIVOHP GPJ NFNCSP EB 'SFMJNP UFOEP PDVQBEP WÈSJPT DBSHPT OP QBSUJEP BTTJN DPNP OP &TUBEP -JDFODJPV TF FN FDPOPNJB QFMP *OTUJUVUP 4VQFSJPS EF &DPOPNJB F 'JOBOÎBT EB 6OJWFSTJEBEF 5ÏDOJDB EF -JTCPB 'PJ EPDFOUF EB GBDVMEBEF EF &DPOPNJB EB 6OJWFSTJEBEF EB 6OJWFSTJEBEF &EVBSEP .POEMBOF 6&. 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O objectivo é viabilizar o crescimento sustentável em todas as actividades desenvolvidas pelas comunidades. Até ao momento, 85 pessoas residentes nas comunidades de Nseue, Chiomoio e Mpuho beneficiaram do primeiro ciclo de formação e espera-se a inclusão, no segundo ciclo, das comunidades de Nanhupo, Namanhumbir, Nanune, Mpupene e Nsembia. Os beneficiários foram dotados de conhecimentos básicos sobre matérias relacionadas com gestão monetária, poupança e investimento. Acredita-se que, com esta acção, será melhorada a consciência e a capacidade de tomada de decisão das pessoas no seio das comunidades. Ao longo da formação, foram criados três grupos de Poupança e Crédito Rotativos: na comunidade de Nsewe foi denominado Nova Vida, Poupança Salvação na comunidade de Chimoio e Niussane na comunidade de Mpuho, nas quais foi possível pôr em prática e avaliar a efectividade das lições apreendidas. O Gestor da Gapi em Montepuez, António Ngonha, anotou que a iniciativa está a surtir os efeitos desejados. “Durante quatro meses, o grupo Nova Vida poupou 62.600,00 meticais e esse valor circulou entre os membros do grupo em forma de empréstimo, permitindo acumular juros na ordem de 15.910 meticais. C entenas de pessoas apaixonadas marcaram presença no espectáculo de Yola Semedo, realizado no último fim-de-semana, em Maputo, que contou com alto patrocínio da Puma Energy Moçambique. Sala cheia e quase todos vestidos a rigor, diga-se, traje próprio de apaixonados, luz e som no ponto. Todas as condições estavam criadas para uma noite memorável. Eram 23 horas quando a cantora angolana subiu ao palco, para uma actuação de cerca de duas horas e meia, acompanhada pela sua banda, composta por instrumentistas angolanos e moçambicanos. Com um rico repertório musical, Yola Semedo interpretou as suas composições mais românticas, levando as almas presentes a um verdadeiro delírio. “Marido Infiel”, “Mar Azul”, “Volta Amor”, “Pura Ilusão”, “Você me Abana”, uma por uma, Yola Semedo, sem medo, foi descarregando o seu repertório musical e a cada paragem para uma água, o público delirava e pedia “Mais uma, Yola, queremos ‘És tu’, ‘Ingrato’ e ‘Injusta’”. De forma acústica, em voz sensual e única, Yola Semedo viajou na intimidade de “Injusta”, a música mais requisitada da noite, e logo de seguida ouviu-se a guitarra, a viola baixo, as batidas da bateria, o ranger do piano… não podia ser engano, a combinação dos instrumentos já denunciava que lágrimas se derramariam naquele momento. Refira-se que o espectáculo teve continuidade na cidade de Quelimane, concretamente no campo do Sporting, onde, além de Yola, actuaram Preto Show, Titica, Cef, Dama do Bling, entre outros artistas moçambicanos. Ruby Mining e Gapi promovem educação financeira Yola Semedo encanta e espalha amor a centenas de moçambicanos Savana 21-02-2020 EVENTOS 2 A Associação Amigos do Museu de Cinema em Moçambique (AAMCM), com o patrocínio oficial da MultiChoice Moçambique, realiza de 27 de Fevereiro a 04 de Março de 2020, a 5.ª edição da Semana de Cinema Africano Moçambique. Trata-se do maior evento anual de exibição de filmes africanos contemporâneos de ficção, de longa-metragem, no país. Depois de quatro edições realizadas entre 2013 e 2016, o evento ressurge em 2020, com a 5.ª edição e o mesmo propósito de sempre - dar a conhecer as linguagens e a cinematografia do continente. Estão agendados no programa principal desta edição, sete filmes, seis dos quais em estreia nacional, além da exibição de três clássicos do cinema moçambicano, conversas com realizadores e masterclasses. Na cerimónia de abertura, mar5ª edição da Semana de Cinema Africano Moçambique cada para 27 de Fevereiro, numa sessão de “tapete vermelho” no Cinema Scala, em Maputo, teremos oportunidade de ver “AvóDezanove e o Segredo do Soviético” do realizador moçambicano João Ribeiro, uma adaptação da obra homónima do escritor angolano Ondjaki, que segue depois para as salas comerciais. O filme cujo enredo decorre nos anos 80, retrata uma história de amor e a relação profunda que as pessoas estabelecem com o espaço em que vivem e conta com um elenco de luxo, conhecido pelo nosso público. Para além de três jovens actores em estreia absoluta, podemos ver Ana Magaia, Mário Mabjaia, Anabela Adrianopoulos, Adelino Branquinho, Cândida Bila e Filimone Meigos. Ora, se as portas serão abertas com uma aguardada estreia, já a encerrar estará uma produção independente que já conquistou o público, o filme “Resgate”, de Mickey Fonseca. O Governo do Japão concedeu o montante de 545.454,00 USD para apoiar a província de Manica na reconstrução pós- -ciclone Idai. A contribuição do Japão será destinada a restauração, melhoria das vias de acesso nas zonas rurais e garantir a capacidade de resiliência. Em Março e Abril de 2019, dois ciclones tropicais (Idai e Kenneth) atingiram consecutivamente Moçambique e deixaram um rastro de morte e destruição por onde passaram. Estima-se que aproximadamente 2.2 milhões de pessoas foram afectadas, encontraram-se em situação difícil e necessitaram de assistência urgente. Os danos causados na rede viária e no sistema de drenagem, como pontes e outras estruturas de passagem e canalização de água foram significativos. Em Manica, três pontes sofreram danos consideráveis e cerca de Japão apoio reconstrução pós Idai 239 km de estradas 10 por cento da rede viária foram seriamente afectadas, segundo os dados da Administração Nacional de Estradas (ANE) Com o suporte do Governo do Japão, a apoiar na reconstrução das vias de acesso e melhoria da capacidade de resiliência nas áreas afectadas da província de Manica, criando emprego para a comunidade local, permitindo geração de renda. Esta intervenção servirá de ponte entre acções humanitárias e de desenvolvimento, envolvendo comunidades e empreiteiros de pequena escala, que irão introduzir técnicas inovadoras e de baixo custo na pavimentação de estradas rurais e construção pontes de pequeno porte, de forma a desenvolver capacidades locais que possam restaurar e melhorar as estradas que são críticas para prestar ajuda humanitária e reactivar a economia local. A H E I N E K E N M o ç a m b i q u e inaugurou, esta quinta-feira, quatro furos de água potável que irão beneficiar cerca de 13 500 habitantes do distrito de Marracuene, zona onde a empresa está implantada. As quatro fontes de água fazem parte de um lote de 12, dos quais dois estão operacionais, quatro serão inaugurados no dia 20 e os restantes (6) estarão disponíveis nas próximas semanas. Heineken leva água potável a 13 500 habitantes de Marracuene A cerimónia de inauguração contará com a presença do administrador do distrito de Marracuene, Shafee Sidat, líderes tradicionais, direcção da Heineken Moçambique e população em geral. Espera-se que os quatro furos de água facilitem a vida das comunidades, em particular das mulheres, a quem muitas vezes cabe a função de buscar água. Este acto faz parte do princípio de sustentabilidade da Heineken Moçambique, que consiste em crescer com as comunidades locais onde a fábrica está inserida e é neste contexto que a empresa foi parceira pelo terceiro ano consecutivo das recentes festividades do Gwaza Muthini, uma festa que enaltece a autoestima da nossa população e coloca Marracuene num lugar importante na história de Moçambique. A responsabilidade social da Heineken Moçambique estende-se a outras áreas como o apoio às iniciativas desportivas, prevenção da sinistralidade rodoviária e abuso do álcool, bem como a consciencialização sobre as questões ambientais. O Standard Bank proporcionou, no dia 14 de Fevereiro, uma sessão de cinema a mais de 30 casais, constituídos por clientes e colaboradores, numa das salas da cidade Maputo, por ocasião da celebração do Dia dos Namorados. A iniciativa, que visa aproximar cada vez mais o banco dos seus clientes, incluiu, também, uma sessão de fotografia aos casais. Com este gesto, de acordo com a representante do banco, Xissangue Massamba, o Standard Bank pretende demonstrar que “não olha somente para as necessidades financeiras dos seus clientes, mas sim para todos os aspectos da sua vida, incluindo o lado afectivo”. “Decidimos proporcionar este moSB oferece sessão de cinema no dia dos Namorados mento aos nossos clientes, porque olhamos para eles como parceiros. Estamos muito satisfeitos porque permitiram que o Standard Bank pudesse fazer parte da sua vida numa data especial como hoje (Dia dos Namorados) para partilhar o amor, a reconciliação, a cumplicidade, a harmonia. Eles podem contar connosco para tudo”, explicou a representante do banco. Os clientes, por seu turno, elogiaram a iniciativa que, na sua opinião, estimula-os a estar cada vez mais próximos do banco, tornando a sua relação cada vez mais interessante e de ganhos mútuos. É o caso de Prencidónio Matavele, cliente há cerca de três anos. Recebeu uma chamada do banco a convidá-lo a si e a sua parceira para assistirem um filme. Considerou a iniciativa louvável e digna de ser replicada noutras ocasiões. “É um estímulo aos clientes e esperamos que o Standard Bank continue a promover estas acções, por mais vezes”, disse Prencidónio Matavele, que apelou aos outros clientes a aderirem a estas iniciativas sempre que receberem um convite do banco. Quem também foi convidada à sessão foi Cecília Armando, que realçou a importância deste gesto na relação entre o banco e os seus clientes: “Nós vamos ao balcão só para tratar das nossas contas, mas o Standard Bank mostrou-nos que também se preocupa com a parte social dos seus clientes. Superaram as minhas expectativas. Foi uma escolha perfeita”, disse. Em virtude da restrição no abastecimento de água às cidades de Maputo e Matola, a Sociedade de Águas de Moçambique (SAM) iniciou uma Promoção de Solidariedade que coloca o garrafão de 5 L de água mineral Fonte Fresca à venda ao público ao preço de 30 Meticais por unidade. Esta acção promocional que também assume carácter de responsabilidade social terminará quando o abastecimento normal de água for restabelecido. Garrafão de 5L de Fonte Fresca em promoção solidária Savana 21-02-2020 EVENTOS 3 A Telecomunicações e Electrónica (tvSD) celebra, este ano, os seus 20 anos de existência em Moçambique cujas festividades culminarão num evento comemorativo designado “tvSD 20 Anos” a ter lugar em Maputo. Além da celebração, o evento, que contará com a representação do Ministério dos Transportes e Comunicações, pretende evidenciar e reforçar a identidade tvSD, como uma Empresa Moçambicana de Capitais próprios, com sede em Maputo. A empresa foi fundada no ano 2000, com a designação (tvSD -Televisão Satélite Digital), tendo, em 2004, alterado a sua designação para (tvSD-Telecomunicações e Electrónica), com o TvSD celebra 20 anos de existência no mercado moçambicano objectivo de reforçar a sua imagem e prática especializada na área das telecomunicações, associada a diversas marcas, entre as quais a DStv. A mesma está orientada para a distribuição de TV Pré-Paga, Fornecimento e Instalação de Equipamento e Cobrança de Subscrições através do Franchise que deteve até 2014, com a MultiChoice (DStv). Recordar que, a tvSD é distribuidora oficial das marcas Motorola Solutions, Itelbras, Inosat e Barrett, em Moçambique, bem como é igualmente responsável pelos sistemas meteorológicos que permitem aos aviões levantarem voo no território nacional, pela emissão dos cartões NUIT e pela distribuição das Rádios de Comunicações utilizados pelos seguranças. O Instituto Agrário de Chókwè, na província de Gaza, graduou, semana passada, um total de 179 técnicos do sector agrário e pecuário. Trata-se de uma acção que concorre para o desenvolvimento da actividade agrícola, com vista a alcançar a “fome zero” em Moçambique. Do total dos graduados, 95 são homens e 80 mulheres, sendo 46 do nível básico e 129 técnicos médios, distribuídos por dois cursos nomeadamente: agricultura com 59 e curso de extensão e fomento agrário com 70. Atanásio Cossa, Director Provincial da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, que presidiu a cerimónia, em representação do Secretário Graduados 179 técnicos pelo Instituto Agrário de Chókwè do Estado na Província de Gaza, instou os graduados a fazer jus ao juramento e aplicarem os conhecimentos adquiridos durante a formação para combater à fome nas famílias e na sociedade em geral. “Usem os conhecimentos adquiridos para produzirem e alimentar as vossas famílias, pois o país tem vasta extensão de terra”, disse Atanásio Cossa na sua intervenção. Por sua vez, o Administrador de Chókwè, Ecéu Muianga, disse que Chókwè tem todas potencialidades para a agricultura e pecuária e do trabalho que vem fazendo com o instituto, espera que os Graduados possam representar melhor a instituição, o distrito, a província e a nação, bastando aplicar o saber fazer, ser e estar. Mestrado. Direito Empresarial & Corporate Governance Mestrado. Ciências Jurídicas Mestrado. Direito Fiscal Mestrado. Pedagogia do Ensino Superior e Qualidade de Ensino Mestrado. Engenharia Informática Mestrado. Saúde Pública MBA/Mestrado. Gestão de Projectos MBA/Mestrado. Gestão de Empresas MBA/Mestrado. Gestão de Negócios de Petróleo e Gás MBA/Mestrado. Gestão de Sistemas Integrados em Qualidade, Ambiente e Segurança Rua 1194 nº322 | Tel:. (+258) 84 093 1000 | info@isctem.ac.mz | isctem.ac.mz Maputo - Moçambique Pós Graduação. 2020 Anuncie a sua marca, produto e serviços, na SAVANA FM . Proporcionamos para si pacotes promocionais, contacte-nos através de: 84 1440048, 82 8944278 ou ainda através do e-mail: radiosavana100.2@mediacoop.co.mz SAVANA 100.2 FM A mediacoop, SA informa os seus clientes que, desde dia 10 de Agosto de 2018, tem disponível o jornal SAVANA e o diário electrónico mediaFAX no seu telemóvel, PC e tablet. Para o fazer, aceda à nossa plataforma pelo link https://www.jornal.savana.co.mz O envio aos assinantes da cópia PDF será descontinuado nessa data. Os assinantes com contrato em dia, receberão as senhas de acesso fornecidas pelo nosso Departamento Comercial. Para mais informações contacte-nos: Avenida Amílcar Cabral n.º 1049 R/C Maputo E-mail: mediafax@mediacoop.co.mz ou dinguizwayo.chiconela@mediacoop.co.mz Cell: 84 2272591 | 82 3171100 | 21 301737 Direcção Comercial mediaFAX e Savana 21-02-2020 EVENTOS 4 1. INTRODUÇÃO O Observatório do Meio Rural (OMR) tem realizado a recolha de preços dos principais produtos alimentares nos principais mercados das cidades de Maputo, da Beira e de Nampula, com o objectivo de analisar e acompanhar as flutuações dos preços nestas cidades. A recolha foi realizada, semanalmente, entre Janeiro e Dezembro de 2019, tendo sido publicada em boletins mensais na página WEB do OMR (https://omrmz.org/omrweb/publicacoes_categ/boletim/). Foi seleccionado um conjunto de produtos que fazem parte da cesta básica nacional definida pelo MISAU. Destes, a análise limitou-se aos seguintes produtos: (1) farinha de milho; (2) arroz; (3) massa esparguete; (4) amendoim; (5) coco; (6) feijão nhemba; (7) tomate; (8) cebola; (9) batata-ren;, (10) repolho; (11) sal; (12) açúcar; (13) óleo alimentar; (14) peixe carapau; e, (15) carvão. O presente trabalho tem por objectivo analisar as flutuações dos preços entre as cidades de Maputo, da Beira e de Nampula durante o ano de 2019. 2. VARIAÇÕES MÉDIAS DAS VARIAÇÕES MÉDIAS MENSAIS POR PRODUTO NAS TRÊS CIDADES EM 2018 E 2019 EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DOS BENS ESSENCIAIS DE CONSUMO EM 2019 Resumo do Observador Rural Nº 85 https://omrmz.org/omrweb/evolucao-dos-precos-dos-bens-essenciais-de-consumo-em-2019/ 3. RESUMO $PpGLD DQXDOGDVYDULDo}HVGRVSUHoRVQDV WUrVFLGDGHVQmR IRLVLJQLÀFDWLYD (VWHFRPSRUWDPHQWR SRGHUHYHODUHVWDELOLGDGHGDRIHUWDHGDSURFXUD HPDQXWHQomRRXOLJHLUDUHGXomRGRSRGHUGHFRPSUD Se for este caso, pode-se deduzir sobre a substituição de bens na dieta alimentar por outros de menor FXVWRH SURYDYHOPHQWH GHPHQRUYDORUQXWULWLYR (P YHULÀFRX VHXPDUHGXomRJHUDOGRVSUHoRVGRV EHQVDQDOLVDGRVHPFHUFDGH H HP XPDXPHQWRGH (P DSHQDVRVDOHRSHL[HFDUDSDXDSUHVHQWDUDPVXELGDVGHSUHoRV (P RVSURGXWRVFXMRVSUHoRVUHGX]LUDPIRUDPDSHQDVVHLV FRFR WRPDWH FHEROD EDWDWD Do~FDU HyOHR 3RUpP FRQVWDWDUDP VHYDULDo}HVPHQVDLVVLJQLÀFDWLYDV GHVWDFDQGR VH RVPHVHVGH1RYHPEURH'Hzembro na maioria dos produtos, mercados e cidades; na cidade da Beira, em todos os cinco mercados, HHP0DSXWR SDUDDOJXQVSURGXWRV RVSUHoRVQRVPHVHVGH0DUoRH$EULOVXELUDPVLJQLÀFDWLYDPHQWH GHYLGRDRFLFORQH,'$, TXHFRUWRXDVYLDVHQWUHDV]RQDVSURGXWRUDVHDVGXDVFLGDGHV $VYDULDo}HVSRUSURGXWRHQWUHDVFLGDGHVVmRVLJQLÀFDWLYDVHSRGHVHUGHYLGRDRVVHJXLQWHVDVSHFWRV épocas de colheita nas zonas produtoras; distâncias entre as zonas produtoras e consumidoras, e custos GHWUDQVSRUWH ORFDOL]DomRGRVED]DUHV SULQFLSDOPHQWHQRVED]DUHVFHQWUDLVGDVFLGDGHV HRVTXHWrP também funções de grossistas), e importação de produtos (época de colheita, distâncias e variações FDPELDLV (P UHVXPR FRQVLGHUD VH TXH D GHVFLGD GH SUHoRV GRV EHQV GH SULPHLUD QHFHVVLGDGH DSUHVHQWDGRV FRQVWLWXLXPDVSHFWRSRVLWLYRQDySWLFDGRFRQVXPLGRU GHVGHTXHHVVDGHVFLGDQmRLPSOLTXHDVXEVtituição de bens por outros de menor valor nutritivo ou redução da procura com efeitos sobre a má QXWULomR 1DySWLFDGRSURGXWRU DUHGXomRGRVSUHoRVSRGHVLJQLÀFDUUHGXomRGDSURGXomRHPHQRUHV UHQGLPHQWRVHUHQWDELOLGDGH (VWHVDVSHFWRVPHUHFHPHVWXGRVHVSHFtÀFRV SRLVSRGHPLPSOLFDUHIHLWR QHJDWLYRV FRQWUiULRVDXPSULPHLURHIHLWRSRVLWLYRQRFXVWRGHYLGD Resumo das variações médias do preço por produto nas três cidades, em 2018 e 2019, em percentagem Produtos Variação média em 2019 Variação média em 2018 Farinha de milho 1 -0,5 Arroz importado 0,1 -0,2 Massa esparguete 0,2 -0,2 Amendoim 4 -1 Coco -3 -6 Feijão nhemba 2 -5 Tomate -1 -4 Cebola -1 -8 Batata-reno -1 -3 Repolho 1 -2 Sal 0,2 2 Açúcar castanho -1 -0,1 Óleo alimentar -1 0,1 Peixe carapau 1 1 Carvão 0,4 -2 Média da variação de preço dos 15 produtos 0,1 -2 A reportagem foi publicada pelo SAVANA: Jornalista portuguesa premiada em Espanha por trabalho feito em Moçambique A portuguesa Sofia da Palma Rodrigues foi galardoada, sexta-feira da semana passada, em Madrid, com o Prémio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha, na categoria de “Jornalismo Ambiental e Desenvolvimento Sustentável”, pelo trabalho “Terra de todos, terra de alguns”, uma reportagem reproduzida, ano passado, pelo 6$9$1$. O jurado destacou “o bom exercício jornalístico do trabalho que coloca em relevo o valor dos testemunhos directos dos envolvidos” no documentário feito no chamado “Corredor de Nacala”, em Moçambique, “emitido por RTP África/Divergente.pt”, em 29 de Dezembro de 2018. “Terra de todos, terra de alguns” é um trabalho de Sofia da Palma Rodrigues e de Diogo Cardoso, que contou com Boaventura Monjane para pesquisa, entrevistas e revisão. Para o júri, o programa “reflecte com realismo as consequências da agricultura intensiva, dando voz a quem não costuma tê-la: os camponeses expropriados, com destaque para o papel das mulheres, num reflexo fiel do seu activismo e luta pelos seus direitos”. Sofia da Palma Rodrigues trabalhou como jornalista em diversas publicações e, actualmente, faz parte da direcção dos Bagabaga Studios, uma cooperativa dedicada à produção de media digitais, e é editora da Divergente, uma revista independente de jornalismo multimédia. O Rei de Espanha, Felipe VI, vai entregar, numa cerimónia em Madrid, a realizar em 23 de Março próximo, os Prémios Internacionais de Jornalismo Rei de Espanha. Palma Rodrigues está entre os vencedores das dez categorias em que se divide o galardão, que este ano também inclui jornalistas da Colômbia, Brasil, e Espanha. Os prémios têm como objectivo reconhecer o trabalho informativo dos profissionais jornalistas em língua espanhola e portuguesa dos países que constituem a comunidade ibero-americana de países e os nacionais dos Estados com quem a Espanha mantém vínculos de natureza histórica e cultural. Estes galardões são atribuídos anualmente desde 1983, tendo sido criados pela agência de notícias espanhola EFE e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento. Agenda Cultural Cine-Gilberto Mendes Sextas, Sábados, Domingos e Feriados 18h30 Apresenta: “O PROFETA” Maputo Waterfront Todas Sextas, 19h Jantar Dancante com Alexandre Mazuze Todos Sábados, 19h Música com Zé Barata ou Fernando Luís Todos Domingos, das 13/18h Animacao com DJ Chefs Restaurante Todas Sextas, 19h Música ao vivo e

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