Justiça Nacional
Certa vez um homem sábio disse que não existe coisa pior no mundo do que alguém se deixar levar por palavras tão vazias quanto a pessoa que as profere. Pois é: estamos em período de campanha eleitoral. Cada um inventa o seu discurso, as suas promessas, para enganar o incauto eleitor. Neste período as palavras abundam. Em período algum foram tantas.
Filipe Nyusi arrancou a sua campanha, na província de Sofala, prometendo à juventude emprego. Muito emprego. Mas este Filipe Nyusi, é o mesmo que convivemos com ele no quinquénio passado. E os mesmos jovens estavam aqui. Não lhes deu emprego. Diz que vai dar agora. Cinco anos depois. E, em 2014, prometeu construir uma universidade pública em cada província moçambicana. Não se viu nada disso.
Talvez porque estava ocupado nas negociações de paz. E conseguiu a tal paz? Podemos chamar a isto que temos de paz? É definitiva? O mesmo sábio que falamos dele anteriormente, disse que paz não é só o calar das kalashnikovs. É muito mais: despartidarização do Aparelho do Estado. Distribuição equitativa de riquezas. Nada de boladas. Nada de corrupção. Nada de amiguismos. A lista é longa e pelos vistos ainda não iniciamos nada disto. Neste País é preciso ser membro da Frelimo para ter pão à mesa diariamente. E não qualquer membro da Frelimo. Tem que ser próximo ao poder. Aqui não vale o conhecimento, a experiência, a capacidade. Enfim…é uma selva!
Durante a campanha eleitoral, criam-se palavras com sentidos diferentes dos habituais… Roubam-se palavras… Inventam-se novas palavras para servirem de moeda de convencimento dos eleitores… Fazem-se novos jogos de palavras…
Bom: cada um é livre de acreditar no que quiser. Nós não vamos agitar a ninguém para não votar no candidato X ou Y. Mas podemos dar uma dica: votem em alguém sério. Escutem o que cada um diz. Avaliem as promessas. E votem. O voto é secreto. Cada um sabe o que quer. Os mentirosos, os que querem ser votados, também já sabem o que vão fazer com o poder que vocês lhes derem. Isto é assim. Uns são eternos votantes. Outros enriquecem aldrabando esses votantes!
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