Friday, September 20, 2019

Queremos os cabecilhas do terror

Director: Ângelo Munguambe l Editor: Egídio Plácido l Maputo, 19 de Setembro de 2019 l Ano XIV l nº 893 50,00 z E mt Sai às quintas amb Onde a nação se reenc e ontra z Comercial TABELA DE PREÇOS Abertas assinaturas para 2020 MAIS INFORMAÇÕES Cell: 82 45 76 070 | 84 26 98 181 Email: esmelifania2002@gmail.com ZAMBEZE 2.300,00mt 2.900,00mt 4.450,00mt período trimestral semestral ANUal Queremos os cabecilhas do terror Campanha eleitoral Ao ritmo da felicidade Trabalho do SERNAP resulta Apenas três dos indultados em 2018 voltaram à cadeira Promessas de paz fazem eco da Frelimo 2 | zambeze Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | destaques | Em busca de refúgio População sitiada na zona costeira de Macomia morre no mar Segundo escreve o Centro de Integridade Pública (CIP), milhares de pessoas estão sitiadas nas aldeias da zona costeira de Macomia, sem poder se comunicar com a vila-sede distrital por via terrestre. Para buscar refúgio em zona mais segura, a população está a usar embarcações precárias para navegar pelo Oceano Índico até à vila sede do distrito de Mocímboa da Praia, que fica mais a norte. No sábado passado foi reportado o primeiro caso de morte por naufrágio de um casal que buscava sair de Quiterajo para uma zona mais segura, usando um pequeno barco de pesca. Não foi possível apurar a identidade dos malogrados mas se trata de residentes do Posto Administrativo de Quiterajo, a mesma que sofreu um grande ataque por insurgentes na semana passada. “As pessoas queriam refugiar-se em Mocímboa da Praia, usando um barco, porque os insurgentes deixaram claro, depois do ataque, que iam voltar e não queriam os encontrar em Quiterajo se não carbonizavam- -os”, informou uma fonte. No raio de cerca de 50 quilómetros que separa a vila-sede de Macomia à costa não há circulação de pessoas nem de viaturas civis devido aos ataques. Assim, a população que se encontra a residir nessa zona está a usar o mar para chegar à zonas mais seguras. Desde o dia 31 de Agosto, só uma vez se fez a campanha em Quiterajo, pela Frelimo, organizada pela Directora de Serviços de Educação de Macomia. No mesmo dia, houve o ataque dos insurgentes. Promessas de campanha de Filipe em Cabo Delgado incluem acabar com os insurgentes. O candidato da Frelimo à presidência da República, Filipe Nyusi, trabalha desde sábado na província de Cabo Delgado, sua terra natal e alvo de ataques de insurgentes. Nyusi, que é o actual Presidente da República, fez várias promessas em sete distritos por onde passou, incluindo acabar com os insurgentes… se for reeleito. Pemba foi o primeiro distrito visitado por Nyusi. O candidato da Frelimo aterrou de um jacto executivo vindo das cerimónias fúnebres do presidente Robert Mugabe no dia 14 de Setembro e dirigiu um comício popular no campo 25 de Setembro. Na ocasião, o candidato da Frelimo pediu um minuto de silêncio em memória às vítimas da tragédia ocorrida no campo 25 de Junho de Nampula no passado dia 11 de Setembro. Aos eleitores de Pemba, o candidato da Frelimo prometeu atrair mais investimentos para gerar mais emprego e incentivou à produção agrícola. No dia seguinte, Nyusi seguiu de helicóptero, para Chiúre. Num comício realizado no distrito de Chiúre no dia 15 de Setembro, o candidato da Frelimo prometeu dialogar com os insurgentes que têm atacado alguns distritos da província mas exigiu que esses mostrassem a cara. Ainda no mesmo distrito, o candidato da Frelimo prometeu expandir a rede de energia eléctrica. Depois de Chiúre, Nyusi viajou de helicóptero para Namuno, tendo chegado às 11h00 a localidade de Milipone, onde foi recebido por membros e simpatizantes da Frelimo. Em Namuno, Nyusi prometeu construir uma estrada que liga o distrito e Montepuez, expansão da rede eléctrica, melhoramento das rodovias, ampliação de unidades sanitárias, construção de escolas e outras infra-estruturas caso seja reeleito no próximo quinquénio. De Namuno, Nyusi seguiu para Montepuez na companhia de Valigy Tualibo, candidato a Governador de Cabo Delgado, tendo chegado às 15h00 onde orientou mais um comício no campo da empresa Plexus. Na ocasião, Filipe Nyusi prometeu a recuperação de algumas estradas e conclusão das obras Montepuez-Ruassa como também a construção de hospital de referência dando prioridade ao emprego para jovens de Montepuez. Segunda-feira (16 de Setembro), o candidato da Frelimo deslocou-se para dois distritos alvos de ataques, Mocímboa da Praia e Muidumbe. Em Mocímboa da Praia, vila onde iniciaram os ataques dos insurgentes a 5 de Outubro de 2017, Nyusi prometeu acabar com os ataques caso seja reeleito. Depois Nyusi seguiu para o distrito Muidumbe, na localidade de Muatide concretamente no posto administrativo de Miteda. Aqui Nyusi prometeu criar emprego para jovens, construir um hospital para o distrito, tendo interagido, depois, com comerciantes locais. Por volta das 14h, Nyusi deixou o distrito de Muidumbe e percorreu 40 quilómetros para o distrito de Mueda, sua terra natal, onde era aguardado na sede do partido a partir das 7h00. Nyusi foi recebido pela população local. Estudantes não tiveram aulas porque os professores e outros funcionários do aparelho de Estado foram mobilizados para receber o candidato da Frelimo. Entretanto, ontem, enquanto Nyusi descansa e se prepara para fazer campanha na província de Niassa, a Primeira- -dama Isaura Ferrão, está em Nonge, 25 quilómetros da vila de Mueda, pedindo votos para o partido e seu esposo. Candidato da Renamo a deputado da AR detido em Gaza Foi detido segunda-feira (16), no distrito de Mandlakazi, Gaza, Heique Maria António Sitoe, candidato da Renamo a deputado da Assembleia da República pela província de Gaza. A detenção aconteceu após o mesmo ter publicado em sua página de Facebook uma mensagem a criticar a má actuação da Polícia durante a campanha eleitoral. “A campanha em Mandlakazi está a ser manchada pela má actuação da polícia. Membros dos partidos políticos estão a ser ameaçados pela Polícia, facto este que deixa claro que a polícia é da Frelimo”, escreveu na sua página de facebook no dia 15 de Setembro. Em entrevista ao Boletim, o cabeça-de-lista da Renamo em Gaza, Mouzinho Gama, disse que seu colega foi detido acusado de abuso às autoridades depois de ter feito duras críticas a PRM na sua página do Facebook. Mouzinho Gama disse que a prisão de Heique Sitoe foi legalizada pelo Tribunal Judicial do Distrito de Mandlakazi. A detenção de um candidato a deputado da Assembleia da República viola a lei eleitoral (art. 15, da Lei n. 2/2019, de 31 de Maio) que estabelece que nenhum candidato a deputado da Assembleia da República pode ser sujeito a prisão preventiva a não ser em caso de flagrante delito por crime doloso punível com pena de prisão maior. Os membros da Renamo dizem- -se agastados com a actuação da polícia e recusam ser escoltados durante as actividades da campanha no distrito de Mandlakazi, devido a sua inacção diante de casos de perseguição por membros pela Frelimo. Por criticar a Polícia Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | destaques | zambeze | 3 Nyusi sobre Cabo Delgado Queremos os cabecilhas dos ataques O candidato do partido Frelimo para as próximas eleições gerais, Filipe Nyusi, defendeu no município de Mueda, Cabo Delgado, que o seu governo está a caça dos financiadores dos ataques bárbaros, mais concretamente no distrito de Mocímboa da Praia. Segundo Nyusi, apesar dos referidos ataques, Moçambique tem tudo para dar certo. Por isso, disse estar também já em forja a lei do conteúdo local e um fundo soberano ideal para o nosso país com vista a potenciar o desenvolvimento económico e a distribuição da riqueza nacional. Aprovíncia de Cabo Delgado vestiu-se de vermelho a rigor para receber seu “filho”, que por sinal também é candidato da Frelimo para mais cinco anos na ponta vermelha. Em Cabo Delgado, Filipe Nyusi escalou, em campanha eleitoral, a paradisíaca cidade de Pemba, distrito de Muidumbe, vila municipal de Mueda, Montepuez e Mocímboa da Praia. Aliás, sabe-se que o grupo de malfeitores tem estado a intensificar os ataques bárbaros, sobretudo, no distrito de Mocímboa da Praia. A propósito dos ataques armados de supostos grupos terroristas, Filipe Nyusi explicou que o governo da Frelimo está a apertar o cerco e seu foco actualmente é de identificar os mandantes que financiam ataques macabros numa das mais ricas províncias do nosso país. “Vamos cuidar desses, porque eles estão a desafiar o povo moçambicano, um povo que nem é nocivo, mas nós não queremos guerra, queremos paz e para melhorarmos a nossa vida precisamos de trabalho e mais trabalho”, disse Nyusi. Segundo Filipe Nyusi, a Frelimo lamenta os assassinatos que estão a ser protagonizados por esses malfeitores nesta região. “O governo está determinado, está a trabalhar e vai continuar a trabalhar, mas processos desses levam tempo, porque precisamos de apanhar quem manda e quem dá dinheiro para esses perturbarem a ordem e tranquilidade da província de Cabo Delgado”, garantiu Nyusi. Conforme explicou Nyusi, a cada dia que passa, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) começam a compreender melhor o modus operandi e sobretudo como é “que eles actuam, estamos, a nos organizar para fazer frente a esses que desafiam ao povo moçambicano”. “As acções que estamos a levar a cabo na região de Mocimboa da Praia estão a ajudar a suavizar, porque a população local nos diz por onde é que eles vão, eles continuam a fugir porque estamos a trabalhar”, defendeu Nyusi. Distribuição da riqueza nacional só com Lei de conteúdo local Por outro lado, Nyusi falou dos investimentos que o governo está a encaixar no projecto da exploração do gás nacional, tendo defendido que o modelo de distribuição da riqueza nacional não passa por distribuir dinheiro por cada moçambicano. Nyusi disse que aceitou concorrer por mais um mandato porque quer trabalhar para potenciar os recursos naturais para gerar riqueza para o povo moçambicano. “Sobre a distribuição da riqueza dos recursos naturais para os moçambicanos, os candidatos da oposição aprenderam com o programa da Frelimo. As pessoas aproveitam para dizer que a riqueza de Moçambique não está a servir ao povo moçambicano”, disse. Segundo Nyusi, as escolas e os hospitais que “estamos a construir, a provisão da água e da energia, o dinheiro veio dos recursos naturais aqui de Moçambique, sobretudo, nos últimos cinco anos que não recebemos nenhum apoio dos nossos amigos”. “A produção da riqueza de que se fala no entender do partido Frelimo, não consiste em distribuir dinheiro por cada moçambicano, mas a riqueza nacional se distribui pagando salários aos professores, aos enfermeiros, construindo escolas, hospitais ou, quando houver desastres naturais, dar assistência e apoio aqueles que não tem nada nessa altura”, explicou Nyusi. De acordo com Filipe Nyusi, os salários estão a ser pagos com o carvão de Moatize, com projecto da energia de Cahora Bassa, com o algodão e gergelim de Montepuez , amendoim de Chiure, com a pesca de camarão de Sofala. “Estamos a distribuir a riqueza de igual forma para todos os moçambicanos”, disse. “Quando se fala da distribuição da riqueza, grande parte das pessoas estão a se referir ao gás natural da bacia do Rovuma, mas esquecem que estão a fazer barulho antes da hora, porque este gás ainda não está a ser exportado, estão a pensar que haverá roubo e essa distribuição irá ser feita da mesma maneira que está sendo feita com outros recursos”, desabafou Nyusi. Em relação a este projecto de gás natural, o governo da Frelimo entende que a primeira coisa que está a pensar é blindar a legislação moçambicana. “Significa que aquele que está a explorar o gás deve seguir a regras estipuladas pelo governo moçambicano. Blindamos essas leis para defender interesses de moçambicanos”, revelou Nyusi. Adiante, Nyusi disse “organizamos, em Palma e em Pemba, a conferência com essas empresas sobre o conteúdo local no sentido de beneficiar aos moçambicanos. Muitas empresas moçambicanas estão a se registar é outra forma de distribuição da riqueza, porque essas nossas empresas vão ganhar dinheiro e vão empregar mais moçambicanos”. “A Nigéria está há mais de 60 anos a explorar o petróleo, mas só aprovou, há pouco tempo, a lei de conteúdo local”, exemplificou Nyusi. “Nunca ouvimos que na Tanzânia, nos Estados Unidos, na Rússia ou na Europa que as pessoas fazem filas para serem distribuídas dinheiro, distribui-se riqueza dando oportunidades para o trabalho” sentenciou Nyusi. De igual modo, Nyusi revelou que o governo da Frelimo está agora a conceber aquilo que se chama de Fundo Soberano. “Estamos a escolher o melhor modelo e ideal para Moçambique, porque há países que escolheram um Fundo que falhou, andaram a guardar dinheiro mas quando estavam em crise gastaram o dinheiro e não fizeram nada. Quando se fala de distribuição de riqueza no nosso país, falam da exploração do gás, esse modelo para nós não vai servir” , explicou Filipe Nyusi. DÁVIO DAVID 4 | zambeze | destaques | Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 Nyusi tranquiliza bases da Renamo em Morrumbala O candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, convidou aos homens militares da Renamo estacionados no distrito de Morrumbala, província da Zambézia, a aderir com urgência ao processo de DDR em curso no país. Nyusi disse ao eleitorado de Morrumbala que, se votarem nele (desta vez), ninguém os vai ameaçar, igualmente, tranquilizou aos homens armados da Renamo naquela parcela do país assumindo que o processo de DDR é pacífico e não haverá nenhuma retaliação, porque a Assembleia da República já aprovou a lei de Amnistia Militar. O candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, namorou as bases da Renamo em Morrumbala, durante o seu showmício. Nyusi justificou que “em Morrumbala, não votamos como queríamos, porque tínhamos medo, mas, agora, vimos numa fase em que não há nenhum homem que ameaça outro homem”. Conforme recordou Nyusi, quando ele foi pedir votos em Morrumbala em 2014 “dissemos dêem-nos oportunidade para contribuirmos para o nosso país e dissemos que, na nossa cabeça, a palavra que cabia era a paz, disseram-me que sim, que queriam ter paz, porque aqui perto tem base de homens armados, e então mandei gente para ir a essas bases para conversar, e gente daquele partido que tem armas junto com os do governo conversaram e disseram que a população de Morrumbala quer paz”. “Estou aqui para dizer a população de Morrumbala que não deve esperar pela população de Namacurra, Nhasunge, Chinde para votar (na Frelimo) e para resolver problemas de Morrumbala, deve ser a própria população de Morrumbala a votar na Frelimo e no seu candidato”, apelou Nyusi. Nyusi disse ainda que, quando disseram que estavam a ser intimidados e ameaçados, trabalhou pela paz e todo Moçambique ficou em paz, por essa razão tranquilizou “não há ninguém que vai vos ameaçar, alguns podem aproveitar isso - como vocês andam sempre com medo - e dizer votem em mim, se não votarem vou fazer isso, ninguém vai vos fazer nada, votem com consciência para termos mais escolas, fábricas e machambas, não atrasem o desenvolvimento de Morrumbala”. Filipe Nyusi disse ainda que ele e o seu partido querem desenvolver a vila de Morrumbal, tornando-a como Mocuba, Alto-Molocuè. “Um dia esta vila deve ser uma cidade e município, dêem-nos tempo para fazermos”, exortou Nyusi. Nyusi tranquiliza bases da Renamo Paralelamente, Nyusi frisou que continua a trabalhar juntamente com a liderança da Renamo. Aproveitou a ocasião, para exortar aos homens da base da Renamo para entregarem as armas, registarem-se. “Nós estamos a organizar um pacote para a sua reintegração, que só se está a demorar por conta deles [homens da Renamo] próprios, “ destacou Filipe Nyusi. Nyusi tranquilizou ainda que o processo de DDR é pacífico e não vai acontecer nada de anormal. “Eu submeti na Assembleia da República, a Lei da Aministia, que significa perdoar tudo aquilo que aconteceu no passado , venham não percam tempo e não sejam mais uma vez enganados”, disse Nyusi. DÁVIO DAVID Província de Maputo Nova Democracia conquista simpatia do eleitorado A Nova Democracia escalou, sábado último, na província de Maputo, os bairros do distrito de Manhiça, posto administrativo de Xinavane e de Magude, tendo a população manifestado confiança no partido. Na Manhiça, destacou-se pela realização do showmício que contou com a presença de Refiller Boy, candidato à AR, na província de Gaza, de quem a população quis ouvir declarações em torno do manifesto. Apesar da chuva miúda que se fazia cair, o povo manteve- -se no local, emprestando ouvido para ouvir programas alternativos que respondam necessidades pontuais que incidem sobre o distrito. Foi durante o showmício que o líder da ND, Salomão Muchanga, teceu primeiras palavras para namorar o eleitorado. Os deputados, acentuou Muchanga durante a sua intervenção, não podem continuar no parlamento apenas para acomodar-se, mas para tomar decisões criativas, que produzam soluções para o povo moçambicano. A Nova Democracia, fundamentou Muchanga, significa inclusão nacional, justiça social. Sublinhou que este é o momento dos moçambicanos, sobretudo os jovens, juntarem- -se para resgatar a dignidade do parlamento, no sentido de que seja uma plataforma que tenha sensibilidade em relação às questões fundamentais do povo: o emprego, habitação, transporte, acesso à água, energia. “ Isto só é possível, se votarmos na ND”. O povo moçambicano, acrescentou Muchanga, deve ser o centro das decisões do Estado moçambicano, um Estado que se reencontra com os direitos humanos, preparado para o cidadão. “Estamos a falar de um momento histórico na vida nacional, é um momento em que a função social e política do povo moçambicano é centrada nas decisões ao nível parlamentar. Estamos a falar, não apenas da presença física, mas uma presença que represente mais- -valia, o atendimento das questões particulares dos jovens, mulheres, adultos e idosos, porque é preciso que sejamos sinceros, o nosso parlamento só está preocupado com as regalias dos dirigentes, quando as crianças estudam debaixo das árvores, quando o emprego está privatizado, salários de fome, basta de miséria colectiva”, disse Muchanga. “População declara voto a ND” Xinavane O posto administrativo de Xinavane continua com problemas graves de vária ordem, desde sistemas de abastecimento de água, oscilação de energia, vias de acesso, entre outros. Foi no bairro Filipe Samuel Magaia, posto administrativo de Xinavane, que a população manifestou a necessidade de uma alternativa credível aos vários e sucessivos programas falhados do governo no poder. A população chegou mesmo a dizer: “basta, acabou essa coisa de dizermos ao partido no poder, não se preocupe, pode descansar, nós aqui vamos votar em ti, já nos cansamos deste partido, há muito nos esqueceu. O nosso voto será para a proposta da ND”. “Não se justifica o agravamento do custo de vida, os preços dos produtos de primeira necessidade cada vez mais a observar uma subida astronómica, onde está o Presidente da República? Não há emprego aqui no distrito, nossos filhos não estudam, o que nos levaria a votar novamente neste partido?”, questionou a população. Na sede do posto administrativo de Xinavane, membros influentes de partidos, incluindo no poder, iam revelando sua simpatia para com a ND, sob pretexto de que o líder do partido teve sempre histórico interventivo na causa do cidadão. A caravana prosseguiu até ao distrito de Magude, onde também escalou alguns bairros da vila sede do distrito. Na província da Zambézia Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 zambeze | 5 Egídio Plácido | Destaque | Formação profissional nas prisões começa a produzir resultados Apenas três dos indultados em 2018 regressaram aos calabouços Em Dezembro de 2018, durante o informe anual sobre o Estado Geral da Nação, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou o perdão de penas a 1.498 condenados, assegurando que os mesmos haviam beneficiado da medida por terem mostrado estar no caminho da ressocialização. Volvido um ano e nove meses, apenas três reclusos dos que se beneficiaram do indulto voltaram a cometer crimes e reconduzidos aos estabelecimentos penitenciários. De acordo com o Director de produção do Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP), Rodolfo Cumbana, a redução dos níveis de reincidência criminal deve-se fundamentalmente as actividades de reabilitação que os condenados beneficiaram durante o período da reclusão. “Aferimos isso com muita certeza de que a actividade de reabilitação está a trazer resultados aceitáveis. Os indivíduos que beneficiaram de indulto tiveram essa formação técnico profissional e foram sensibilizados para não praticar crimes. O trabalho educa o homem”, começou por explicar Rodolfo Cumbana. A nossa fonte acrescentou que o trabalho de reabilitação que se realiza nos estabelecimentos prisionais, um pouco por todo país, está dividido em três linhas, nomeadamente, a formativa, educativa e produtiva ou económica. Na actividade educativa, explica a fonte, a base está estabelecida e orientada através do diploma ministerial 130/2002, que cria o ensino no sistema prisioneiro. Nesse contexto, foram criadas as escolas secundárias dos estabelecimentos prisioneiros de Maputo, Mabalane Nampula e a Escola Secundária do Estabelecimento prisioneiro feminino de Ndlavela, na Matola. Com a excepção de Mabalane, todos outros estão operacionais e leccionam de primeira a 12ª classe e também o ensino e reabilitação de adultos. As aulas de 1ª a 12ª classes são assegurados por professores do sistema nacional de educação, e são anexas às escolas públicas, enquanto a educação de adultos são os próprios reclusos que dão aulas uns aos outros. “Por outro lado, temos áreas formativas de saber fazer, o ensino técnico profissional com formação na área de serralharia, mercenária, serralharia mecânica, electricidade auto e geral. Depois temos as actividades económicas que se inserem na produção agro-pecuária”, disse a fonte. Rodolfo Cumbane disse que nem todos os reclusos têm o direito de serem submetidos a formação, por questões de segurança e por razões comportamentais. “Não estabelecemos os parâmetros de um terço de pena para a área de educação. Entrou, pode ir directo a Escola. Diferente das áreas económicas que pressupõe tirar os presos para área de produção. Exige-se o cumprimento de 1/3 da pena, o bom comportamento e a idoneidade pública do recluso. É um regime de semi-liberdade, porque se podem movimentar”, disse. “Ensinar a fazer significa que estamos a preparar as pessoas para por em liberdade. Esse indivíduo ganha liberdade e tem formação e, ao voltar para a sua comunidade, deve ter em conta que vai poder desenvolver actividades que aprendeu na penitenciária. Ele vai-se inserir na comunidade. Dificilmente, ele vai voltar a delinquir. A formação é boa por isso que dizemos que a formação é uma actividade totalmente útil”, acrescentou. Ociosidade é mãe da criminalidade Entretanto, umas das grandes bandeiras do sector de prisão têm a ver com a redução de crimes dentro dos estabelecimentos prisionais. A nossa fonte explicou-nos que umas das medidas tomadas passam por evitar, sempre que possível, a ociosidade dos reclusos. “A ociosidade prisional pressupõe surgimento de bandos nos estabelecimentos penitenciários. Se um indivíduo não tem nada a fazer tem maior tempo para engendrar malandrices e as malandrices muitas das vezes aparecem porque não temos nada a fazer. Mesmo numa instituição normal se não temos muitas actividades para ocupar as pessoas vão produzir fofoca aqui e acolá”, disse Rodolfo Cumbane tendo acrescentado que “em qualquer parte do mundo a ociosidade prisional é grande problema para a reincidência criminal porque os delinquentes ao invés de aprender coisas úteis vão aprender malandrices”. A saída, segundo o nosso entrevistado, “é colocar mais condenados a desenvolver actividades produtivas nos campos abertos. A igreja também participa na reabilitação dos condenados. Temos muitas igrejas a prestar serviços de culto. É uma forma de reabilitação. Vão usando o cérebro daqueles indivíduos e eles estão com uma actividade útil. Eles quando vão dormir estão cansados”. Mabalane é estabelecimento piloto Entretanto, dos três estabelecimentos Penitenciários regionais existentes no país, nomeadamente, Mabalane (sul), Manica (centro) e Nampula (norte), o director de produção do SERNAP disse que o de Mabalane, na província de Gaza, funciona como estabelecimento piloto. Segundo a fonte, em Mabalene foi montado um sistema tecnológico de irrigação de ponta. Um sistema de rega de pivô central usado para múltiplas culturas. Pressupõem que todo ano a penitenciária de Mabalane não pára de produzir, porque tem conduções agri-ecológicas e tem equipamento para o efeito. “Há dias tivemos uma visita da ministra da Educação, porque queria ver a funcionalidade daquele sistema. Saiu de lá satisfeita e consumiu o feijão que é produzido. Tivemos também a visita da sua excelência governadora de Nampula ao centro aberto onde produzimos arroz. Ficou admirado pela qualidade de trabalho que está sendo feito lá. A fonte diz ainda que para a SERNAP as actividades agro-pecuárias nos estabelecimentos penitenciários são de vital importância. “Primeiro colocamos os homens a produzirem seu próprio alimento. Um pai não pode pedir comida fora. Tem de saber produzir seu alimento. Por outro lado, a produção de alimentos no estabelecimento penitenciário vai propiciar a melhoria da qualidade da dieta nutricional. É o que está ocorrer neste momento. Quando dizemos que produzimos qualquer quantidade de arroz num sítio, aquele arroz não vai para a venda. É para o consumo daqueles indivíduos. Portanto, é para a melhoria da dieta alimentar. Neste momento, ainda não estamos a produzir para redução de custos mas sim estamos a trabalhar para a melhoria da qualidade da alimentação”, disse a fonte. Entretanto, a fonte lança um apelo para toda sociedade para acarinhar o trabalho desenvolvido pelo seu sector. “A sociedade civil tem a obrigação de encorajar e acarinhar o sistema penitenciário, porque os delinquentes que nós temos saem da sociedade. Os delinquentes é a própria sociedade que os cria. Portanto, a sociedade deve também colaborar no processo de reabilitação porque o sistema penitenciário ao devolver por via de soltura daquele indivíduo deve tido como útil para a sociedade”, finalizou. 6 | zambeze | opinião | Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 ANUNCIE NO ZAMBEZE Departamento Comercial Contactos: (+258) 823073450 | (+258) 824576070 | (+258) 842698181 E-mail: zambeze.novomedia@hotmail.com esmelifania2002@yahoo.com.br Comercial É d o m i n g o à t a r d e (15.9.2019)!... A Campanha Eleitoral vai à velocidade de cruzeiro nestes dias que faltam. Decorridos 15 dias, a estória vai rezar que os moçambicanos, não obstantes as vicissitudes que se colocaram nestas 2 semanas, estão a escrever uma linda página na Democracia na África e no Mundo. Depois do “Acordo de Paz Definitiva e Duradoira” em que foi protagonista o Presidente da República, Filipe Jacinto NYUSI e o General Ossufo MOMADE, Presidente da RENANO, é do nosso modesto entender que está “enterrado definitivamente o machado de guerra” nesta pátria amada. Esta Pátria de Heróis que nem a violência de que está sendo vítima a população de Cabo Delgado faz vergar. Por isso, a Frelimo “deliberou” dedicar a quase totalidade das suas marchas de campanha, neste domingo (15.2.19), às manifestações de condenação dos “bárbaros” ataques nalguns distritos da rica província nortenha, provocados por “gente sem rosto”. Sobre a “Campanha Eleitoral” há muitos actores a entrar no terreno, sobretudo alguns partidos que só depois de receberem os fundos “reforçaram” a compra de material de propaganda, para vender o seu peixe. É assim em democracia: “é o povo quem ordena…”. Não como algum clérigo que anda aí em entrevistas “encomendadas” que quer a “alternância” à sua maneira, à força, ignoram que em eleições a regra é: “um homem, um voto”. Mas sobre a campanha eleitoral em curso, alertamos aos partidos políticos e grupos de cidadãos que: é necessário “ensinar” que o governador não é eleito para não confundir o eleitor… Na realidade, muitos dos que vão votar pela primeira vez, sobretudo jovens, podem chegar à mesa da votação ficar com aquela de que vão ver a cara do governador provincial no “Boletim de Voto”, quando na realidade é no “Boletim da AP – Assembleia Provincial” simbolizado pelo Partido ou Grupo que se vai votar. Logicamente, de onde provém a figura de “Cabeça-de-Lista”*… Os porta-vozes da CNE (Comissão Nacional de Eleições), Paulo Cuinic, e do STAE (Secretariado Técnico de Administração Eleitoral), Cláudio Langa, naquele seu estilo característico, deveriam, em nosso modesto entender, insistir na questão do “Cabeça-de- -Lista” que está na realidade no “Boletim de Voto” do seu partido ou grupo e não separadamente. Dir-me-ão que o “Eleitor” vai receber explicação do Presidente da Mesa, todavia, não esqueçamos que, quando nos dirigimos à cabine de voto, é como um aluno quando vai à prova escrita. É daí que alguns “eleitores” vão à cabine e dobram o “Boletim de Voto” e colocam em branco (para pessoa iletrada, sobretudo, julga que o seu sentimento foi manifestado, com a presença e meter o papel dobrado). É desta forma que temos grande número de “Boletins de Voto” em branco, em cada processo eleitoral, já que o autor tem estado destas as primeiras Eleições Multipartidárias como Delegado de Lista ou Delegado de Candidatura. Os partidos ou grupos que concorrem, nem sempre vão a estes detalhes, daí o descalabro de maior percentagem de votos em branco em todo o país, sobretudo em zonas onde a população não tem meios como televisão. Obviamente, apelamos que todos actores insistam que: o Governador Provincial é votado na lista do seu partido ou grupo (“Cabeça-de-Lista”). N.A. – 1. Constitui uma grande manifestação de pesar o velório realizado no dia 13.9.19 na Igreja de Santo António da Polana, pelas 9 horas e funeral no Cemitério de Lhanguene às 13 horas, em homenagem a Maria Esperança Chadraca de Mendonça, depois da morte ocorrida às 23 horas do dia 10. Na altura, foram apresentadas mensagens bastante comoventes do trabalho que Esperança Chadraca realizou, quer nos Serviços Sociais do Banco de Moçambique, quer no seio da Igreja Católica entre outros. Recordemos que Esperança Chadraca, foi esposa no nosso amigo C angela de Mendonça, então Governador da Província de Nampula, mais tarde Director Geral da ROMON (Rodoviária de Moçambique Norte) e ROMOS (Rodoviária de Moçambique Sul), tendo sido nomeado pelo Presidente Samora Moisés Machel, para Director Nacional de Protocolo de Estado. Aos filhos: Carla, Laura, Esperança, Alberto Júnior e Joaquim, apresentamos os profundos sentimentos de pesar. Requiem in pace, Esperança. 2. – Também constituiu uma expressiva manifestação de pesar, a cerimónia realizada na Paróquia Santos Mártires de Uganda em missa de corpo presente, no dia 13.9.19, pelas 10 horas e funeral às 14 horas no Cemitério de Michafutene, em homenagem a ELSA MARIA ELIAS DA CÂMARA JONAS, depois do falecimento ocorrido no dia 10 no HCM. Na altura, foram lidas várias mensagens, que deixaram a igreja, totalmente lotada, num profundo silêncio, porquanto a Dr.ª ELSA, era pessoa de muito prestígio, quer entre colegas da UP - Universidade Pedagógica, quer no seio familiar e amigos, quer na igreja. Elsa Jonas é esposa de Lourenço Jossias, Director do semanário MAGAZINE (Independente), que se publica em Maputo. À família Jonas e Manhique os nossos sentimentos pela inesperada perda. Requiem in pace Dr.ª Elsa. “Cabeça-de-Lista*” – Se no futuro os juristas não puderem arranjar designação directa para não confundir o povo com esta de “Cabeça de Lista”, quando queriam dizer, neste caso “Governador Provincial”. É necessário “ensinar” que o Governador não é eleito para não confundir o eleitor… Ma p u t a d a s Francisco Rodolfo • Governador provincial é votado na lista do seu partido ou grupo (“Cabeça de Lista”) • Riquiem in pace Maria Esperança Chadraca de Mendonça e Elsa Maria Elias Câmada Jonas Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | opinião | zambeze | 7 Política Nacional de Mobilidade Urbana Quando se fala de mobilidade, refere-se à capacidade ou condições de pessoas movimentarem-se de um lado para outro numa determinada área ou espaço geográfico. Este é um assunto actual que preocupa os dirigentes e, principalmente, o cidadão comum, este que mais sente o problema e o enfrenta no seu dia-a-dia. Têm vindo a ser tomadas algumas medidas públicas no sentido de minorar os grandes problemas inerentes à mobilidade dos cidadãos. Uma das provas pode ser constatada num plano do Governo que já existe, para aumentar o número de autocarros, projecto este que foi designado “Plano Mil”, se a memória não nos falha. A percepção que temos, sobre este assunto, é a de que a mobilidade urbana está a ser encarada de uma forma inversa, ou seja, estão a ser tomadas medidas para melhorar as condições de movimentação das pessoas sem, em primeiro lugar, ter sido criada uma Política Nacional de Mobilidade Urbana. Se na verdade esta política já existe, temos de concluir que não foi adequadamente divulgada, ou não está a ser respeitada, ou ainda, não existe uma estratégia de implementação, o que se pode comprovar pelo facto de, nalgumas iniciativas que têm vindo a ser tomadas, estarem a ser cometidos erros que numa política bem definida e já existente certamente não seriam permitidos. Qual é a vantagem de se elaborar e aprovar, em primeira posição, uma Política Nacional de Mobilidade antes de se implementarem certas decisões? É que este tipo de Política estabelece directrizes básicas para se trabalhar neste âmbito, posicionando o interesse da população sempre em primeiro lugar. Todos os órgãos ou instituições ligados à problemática da mobilidade, por exemplo, os Conselhos Municipais, o INATTER, a ANE, entre outros, quando adoptassem medidas, teriam de as aplicar no âmbito de uma Política Nacional de Mobilidade Urbana, que terá sido traçada de modo a que todas as iniciativas convergissem para o mesmo fim e se complementassem. Até agora, pelo que temos vindo a observar, parece-nos que as acções tomadas, quer no âmbito das legislações, quer nos meios circulantes ou quer ainda nas infra-estruturas, restringem- -se às iniciativas e obras de carácter rodoviário, privilegiando apenas os automobilistas. Porém, os problemas da mobilidade das pessoas são de uma abrangência maior, onde os interesses dos pedestres e dos ciclistas, por exemplo, deviam ter sido também contemplados. Basta lembrar que 30 a 40% dos trabalhadores deslocam-se casa/serviço/ casa a pé, e não de autocarros, por não poderem suportar o custo dos transportes públicos que lhes consome entre 25 a 30% dos seus salários e, pelo facto de não haver passeios disponíveis nas vias públicas ou pistas que lhes seriam reservadas, estão todos os dias pondo em risco a sua segurança ao transitar nas faixas de rodagem reservadas aos automóveis. Se tivéssemos uma Política Nacional de Mobilidade Urbana adequada, ela contemplaria ou incentivaria, por exemplo: A melhoria dos passeios para a circulação de peões; a criação de ciclovias; a criação de parques (gratuitos) de estacionamento nos arredores da cidade, junto das estações de transporte público; a criação, nas vias públicas existentes ou a construir, de filas de trânsito reservadas aos transportes públicos, permitindo fluidez de tráfego para os autocarros, táxis e ambulâncias; a diversificação de horários de início de actividades laborais nas instituições e empresas (em vez de todos iniciarem o trabalho às 8 horas); a descentralização dos Serviços Públicos (Finanças, Postos de Saúde, Notários), o que evitaria a deslocação para o centro da cidade à busca destes serviços; o aumento de transportes regulares usando linhas férreas, por exemplo, comboios e eléctricos, estes últimos que, nas zonas urbanas, fariam a ligação entre os respectivos bairros (Alto- -maé, Xipamanine, Malhangalene, Aeroporto,etc), que actualmente só se pode fazer usando táxis ou “chopelas” para quem dispõe de capacidade financeira para tal. Precisamos de uma Política Nacional de Mobilidade Urbana que estabeleça linhas ou balizas de orientação no que se refere a: Planeamento urbano; transporte colectivo e individual; políticas públicas que façam, por exemplo, a conjugação de serviços a prestar às populações por parte dos vários tipos de transportes públicos e privados ou a criação de passes sociais para minimizar o custo dos transportes; uso de tecnologia avançada na organização da mobilidade de pessoas; Formação de técnicos especializados, uma vez que, de nada servirá a tecnologia disponível se não a saberem usar e se não existir um quadro técnico capacitado para analisar e gerir os fenómenos ligados à mobilidade das pessoas; Sistema de avaliação e actualização periódicas dos planos traçados com base em políticas estabelecidas; e elaboração de estudos. Por exemplo, seria interessante estudar para saber, que impacto têm os engarrafamentos de trânsito na economia nacional, considerando o tempo perdido para a produtividade, o combustível que se gasta nas imobilizações prolongadas dos automóveis e o que isso implica nos negócios. Quantos por centos isto pode representar no PIB nacional? Parece estar bem perceptível que podemos ir construindo estradas, e podemos ir aumentando o número de autocarros, mas se estas benfeitorias não possibilitarem às populações melhor acessibilidade aos transportes, o interesse público não terá sido acautelado. Se estes autocarros e estradas que vêm crescendo, supostamente com a finalidade de proporcionar a fluidez no trânsito, o conforto e a segurança das pessoas nas vias públicas, continuarem a não estar ao alcance do cidadão comum, significa que as políticas de mobilidade usadas estão erradas, uma vez que estão apenas para servir o enriquecimento de alguns, ou ao serviço de outros interesses alheios à causa principal. Fazer uma política de mobilidade urbana cujo benefício não é acessível às populações não tem cabimento. No nosso país, tudo o que poderia facilitar ou melhorar a vida das populações demora muito a ser implementado, e a mobilidade das populações não podia fugir à regra. Sobre esta demora de os benefícios chegarem às populações, podemos apresentar alguns dos questionamentos por elas manifestados: _ Cahora Bassa é nossa, mas quando é que a electricidade será mais acessível à população? _ O país dispõe de muito gás, mas quando é que este produto será mais acessível para as populações? _ Estamos a construir muitas estradas, temos até a maior ponte de África, temos o MetroBus e já temos muitos autocarros, mas quando é que as populações terão uma mobilidade mais acessível? Quando nos referimos à importância de se criar, em primeiro lugar, uma Política Nacional de Mobilidade Urbana e uma estratégia de implementação, antes de avançar-se com certos empreendimentos, era para serem evitadas situações como as seguintes: _ Parece não fazer sentido a divulgação por parte do Conselho Municipal de Maputo, quando anunciou que vai criar ou já criou um aplicativo para horários dos transportes públicos nos diferentes destinos, se antes não se garantir que haverá fluidez de trânsito nos transportes públicos para que possam cumprir os tais horários divulgados pelo referido aplicativo; _ Parece não fazer sentido que as pessoas desalojadas das cidades, para permitir a construção de estradas e outras obras de arte, sejam colocadas em locais longínquos, sem garantir postos de saúde, escolas, e principalmente sem infra-estruturas rodoviárias e transporte, uma vez que tal procedimento contraria o princípio de facilitar a mobilidade para as populações. _ Parece não fazer sentido ter-se alargado a Estrada Nacional nº 1 para permitir acesso e saída facilitadas à cidade de Maputo, bem como ter-se reabilitado a Av. da Marginal e, nestas estradas, não se ter contemplado uma fila de trânsito reservada aos transportes públicos. _ Parece não fazer sentido continuar a melhorar somente os transportes e pouco ou nada fazer para melhorar a mobilidade dos peões, que já nem sequer podem usar os passeios; Esta é a nossa análise, visão e contribuição em relação ao tema deste escrito, que certamente vale o que vale, uma vez que reconhecemos que a Mobilidade Urbana para os cidadãos é um assunto muito complexo. Opinamos sem o objectivo de apenas criticar ou de fazer criar a impressão de que tudo está mal, o que não constitui verdade, até porque merece-nos um apreço muito especial o trabalho que vem sendo desenvolvido, por exemplo, pela Agência Metropolitana de Transportes em Maputo. *DIRECTOR DA ESCOLA DE CONDUÇÃO INTERNACIONAL Sobre o Ambiente Rodoviário Cassamo Lalá* 8 | zambeze Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA z E FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA amb Onde a nação se reenc eontra z FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA Grafismo: NOVOmedia, SARL Fotografia: José Matlhombe Revisão: AM Expansão: Adélio Machaieie (Chefe), Cell: 82-578 0802 (PBX) 82-307 3450 Publicidade: Esmeralda do Amaral Cell: 82-457 6070 | 84-269 8181 | 82-307 3450 (PBX) esmelifania2002@yahoo.com.br Impressão: Sociedade do Notícias S.A Editor: Egídio Plácido | Cell: 82 592 4246 ou 84 771 0584 (E-mail. egidioplacidocossa@gmail.com) Redacção: Ângelo Munguambe, Egídio Plácido e Luís Cumbe Colunistas: Sheikh Aminuddin Mohamad, Cassamo Lalá, Francisco Rodolfo e Samuel Matusse Colaboradores: Dávio David e Elton da Graça Director: Ângelo Munguambe | Cell: 84 562 3544 (E-mail: munguambe2 @hotmail.com Registado sob o nº 016/GABINFO-DE/2002 Propriedade da NOVOmedia, SARL Gestora Administrativa Esmeralda do Amaral, Cell: 82-457 6070 | 84-269 8181 esmelifania2002@gmail.com D i r e c ç ã o , R e d a c ç ã o M a q u e t i z a ç ã o e A d m i n i s t r a ç ã o : Av. 25 de Setembro, N. 1676, 1o Andar, Portas 5 e 6 Cell: 82-307 3450 (PBX) zambeze.novomedia@hotmail.com | opinião | Almadina Sheikh Aminuddin Mohamad A diversidade na criatura de Deus Deus criou inúmeras espécies, tanto no reino animal como no vegetal e no mineral, o que naturalmente revela a Grandeza do Seu Poder, bem como a perfeição criativa que Lhe é inerente. Quando falamos de diversidade na criação de Deus, temos de ter presente que isso em si prova inequivocamente a Sua Unicidade, pois toda a criação, por muito diferente que seja, tem algumas semelhanças com outra em vários aspectos. Por exemplo, o Homem, o animal, os insectos, etc., todos eles têm o cérebro na cabeça, onde também se localizam dois olhos, duas orelhas, um nariz e uma boca. Todos têm pele, peito, barriga, coração, etc. Movimentam-se, respiram, alimentam-se e defecam. Todos se reproduzem, e em cada um há um sinal que testemunha que Quem o criou, o distinguiu do outro, e deu-lhe personalidade, é o Único Deus. Ele nos ordena a reflectirmos nos Seus sinais e na diversidade da Sua criatura, conforme consta no cap. 10, Vers. 101 do Qur’án: “Olhai tudo o que há nos Céus e na Terra”. Também encontramos o Cap. 45, Vers. 4 – 5: “Certamente, nos Céus e na Terra há (muitos) sinais para os crentes. E na criação de vós próprios e dos animais que Ele espalha, há sinais para um povo convicto (na crença)”. E sobre as cores, consta no Cap. 16, Vers. 13: “E (pôs à vossa disposição) tudo o que na Terra vos (multiplicou e) espalhou de diferentes cores. Certamente, nisso há sinais para um povo que aceita conselho”. Ele colocou nos nossos olhos lentes especiais através das quais vemos tudo colorido. Imaginemos os tempos idos, quando as fotos e as imagens na TV eram todas a preto e branco. Deus diz no Qur’án, Cap. 39, Vers. 21: “Acaso não reparastes que Deus faz descer água do céu, e fá-la penetrar (e jorrar) como fontes na terra? Depois com ela produz plantas de cores diferentes”. Se vires um jardim, ou andares por um campo cultivado, ou então visitares uma aldeia, aí aperceber- -te-ás do Poder de Deus, bem como da perfeição nas coisas por Si criadas. Veremos campos com vegetação predominantemente branca, outros com vegetação vermelha, outros de cor verde, etc., etc., etc. Bom seria se todo o Humano, em presença de uma flor se recordasse do seu Senhor, pois na contemplação das suas pétalas aperceber-se-á que elas concentram mais do que uma cor, com uma beleza que nem o maior artista plástico seria capaz de pintar. A diversidade de cores no mel também é um outro sinal. Deus diz no Cap. 16, Vers. 69 do Qur’án: “Do seu ventre (isto é, da abelha) sai uma bebida (mel) de diferentes cores”. Um outro sinal encontramos nos Humanos e nos animais. Consta no Cap. 35, Vers. 27 - 28 do Qur’án: “Acaso não reparais que Deus envia água (incolor) do céu, com a qual produzimos frutos de diferentes cores? E de entre as montanhas há (algumas de) linhas brancas e vermelhas, de cores diferentes. E outras extremamente negras; E também de entre as pessoas, os animais e os rebanhos, há cores diferentes”. Se reflectirmos sobre como todos os Humanos, sendo descendentes de um único Pai – Adão – e uma única Mãe – Eva – que tinham uma única cor de pele, criados no início da espécie humana, perguntar-nos- -emos como é que os seus netos, bisnetos e trisnetos adquiriram cores de pele diferentes das deles. Não há dúvidas que tal indica um Grande Poder, pois todas as qualidades que os filhos adquirem dos pais são transmitidas através de cromossomas que o sémen transporta. Será que o esperma de Adão tinha todas essas cores? Sobre a diversidade, falemos de: Povos - Consta no Qur’án, Cap. 49,Vers. 13: “Ó gente! Nós vos criamos a partir de um par de macho e fêmea, e vos constituímos em povos e tribos”. Deus na Sua infinita vontade quis que houvesse povos diferentes, e apesar de cada um desses povos ser distinto e representar uma sociedade específica, eles são obrigadas a relacionar-se com outros povos, pois ninguém pode viver de forma isolada. Línguas - No Vers. 22 do Cap. 30 do Qur’án, consta: “E entre Seus sinais está a criação dos Céus e da Terra, e a diversidade de vossas línguas e cores”. Não obstante Adão em vida se tenha expressado apenas numa única língua, os Humanos, seus descendentes, não se expressam todos numa única língua. Falam línguas diferentes, e cada língua é suficiente para expressar os anseios, as vontades e os pensamentos de cada povo. Impressões digitais - Encontramos no Qur’án, Cap. 75, Vers. 3 – 4: “Acaso o Homem (descrente) julga que jamais juntaremos seus ossos (novamente, após a morte)? Aliás, somos capazes (até mesmo) de reconstituir as pontas de seus dedos”. Isto demonstra o Grandioso Poder de Deus, pois Ele não só pode juntar os ossos de cada indivíduo após estarem desconjuntados, como também pode reconstituir as suas impressões digitais, mesmo sendo diferentes de pessoa para pessoa. Qualidades no sémen e no óvulo - No Cap. 76, Vers. 2 do Qur’án consta: “Certamente, Nós criamos o Homem de uma gota misturada (isto é, mistura de fluídos sexuais de homem e mulher)”. Sabores nas frutas – Sobre as frutas temos no Cap. 13, Vers. 4 do Al’Qur’án: “E na Terra há regiões vizinhas, e jardins de videiras e plantações, e tamareiras partilhando a mesma raiz, e de raízes diferentes regadas pela mesma água, embora fazemos algumas delas melhores que outras no sabor (e na qualidade)”. E também no Cap. 6, Vers. 141: “É Ele quem cria jardins com (plantas) trepadeiras e não trepadeiras, as tamareiras, as plantações cujos frutos são variados (no sabor e na aparência)”. Do dia e da noite – Deus diz no Qur’án, Cap. 3, Vers. 190: “Certamente na criação dos Céus e da Terra, e na alternância da noite e do dia, realmente há sinais para os dotados de inteligência”. E também no Cap. 10, Vers. 6: “Certamente, na alternância da noite e do dia, e no que Deus criou nos Céus e na Terra, há sinais para um povo que O teme”. Nenhum Humano consegue alcançar a dimensão da Grandeza de Deus, por muito inteligente que possa ser, e nenhuma caneta ou livro conseguem descrevê-la. Observemos a seguir mais algumas das Suas Grandezas, alguns dos Seus Sinais. Deus diz no Qur’án, Cap. 35, Vers. 12: “E não são iguais os dois mares (isto é, tipos de água), uma é potável, doce, agradável de beber, e outra é salgada, amarga”. Consta ainda no Cap. 30, Vers. 54: Deus é Quem vos criou (num estado) de fraqueza, Em seguida deu força depois de fraqueza; Em seguida deu fraqueza e cabelos brancos (isto é, velhice) depois de força”. A diversidade é um sinal de Deus. Glória Àquele que mantém os Céus e a Terra, nos quais se revela o Seu poder sobre todas as coisas. Glória Àquele que quando diz a algo “seja”, de imediato, seja o que for, lhe obedece. Todas estas diversidades permitiram que o Mundo fosse presenteado com a beleza que ostenta. E não obstante as diferenças que nele encontramos, até mesmo nas religiões e na forma de pensar e agir da cada um, temos que respeitá-las e conviver com elas, pois só assim é que o Mundo estará bem. Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 zambeze | 9 O povo está traumatizado em tempo de campanha. O entusiasmo do processo eleitoral vigente encontra momentos de desmaio por causa dos ataques terroristas nalgumas vilas e lugarejos da nortenha província de Cabo Delgado. Temos que admitir que estes ataques dos últimos tempos representam um salto qualitativo que não pode ser minimizado, de tal forma que se tornam conversa de esquina nos dias de hoje, sendo este um mal que vem desestabilizando o equilíbrio social e económico nacional, incarnado na propagação do terror que implica uma psicose de insegurança pela perversidades dos ataques. Os moçambicanos, mais concretamente a população que reside nestes lugares, tem sabido resistir contra o terror, mas não basta. É preciso no entanto mandar para bem longe a ideia de que se trata apenas de vinganças,mas assumir que se trata de uma verdadeira guerra sem quartel, onde tudo indica que o objetivo é reivindicar algo do qual não se pode falar, porque na verdade, para os analistas, as explicações para os ataques são claramente insatisfatórias. Por causa desta incerteza, tem sido difícil identificar e neutralizar os malfeitores, ou pelo menos reduzir a ofensiva criminosa destes loucos, se assim os quisermos apelidar, que a cada dia acentuam os seus actos bárbaros, abalando a confiança da sociedade e acentuando a ruptura de consensos democráticos básicos, uma vez que estes ataques podem degenerar em ataques contra cidadãos estrangeiros. Admitamos. Famílias inteiras estão enlutadas pela estupidez dos que matam em nome da fé, ou movidos por razões outras, incompatíveis com o momento histórico de Moçambique, ou seja a busca pela paz efectiva. Dizem as crόnicas que o terrorismo é questão mundial. Espalha o pânico em todos os cantos do planeta. Desafia governos a encontrarem meios de se prevenir das agressões. Acções mais enérgicas são essenciais a fim de conter os cobardes. Às nações se impõe a necessidade de criar uma rede de inteligência para deter potenciais suspeitos de alinhamento com a barbárie. Independentemente da nacionalidade, credo ou etnia, a paz precisa ser construída. No enfrentamento do terror, não pode haver concorrência. As alianças são indispensáveis, pois não existe outro meio de garantir a segurança a todos os cidadãos. Os ataques terroristas estão voltando-se para locais que, mesmo que sob forte vigilância, são vulneráveis aos ataques de indivíduos dispostos a matar. É um desafio a mais para as forças policiais do mundo todo. Cá entre nόs. Os moçambicanos hão-de encontrar uma forma de superar esta etapa. Basta dar a mão à esperança! Editorial A campanha eleitoral está ao rubro. O engajamento da população aos comícios da Frelimo demonstra de forma inequívoca a aceitação que o partido e seu candidato possuem, um reconhecimento de que, independentemente de alguns erros do passado, os muitos acertos do presente os tornam a única esperança do povo moçambicano, não há melhor do que eles. O que temos notado nesta campanha é o particular pragmatismo de Filipe Nyusi em esmiuçar as linhas gerais do seu manifesto eleitoral. Está tão patente, em cada promessa que lança, o rastilho que une a esperança da acção, da realidade, a materialização verbal de um projecto de melhorar a vida dos moçambicanos. Um dos aspectos que salta à vista no manifesto, é a centralidade na promoção do trabalho e emprego principalmente para a juventude, um grupo que há muito anseia escutar palavras e ver acções que o coloca na centralidade das políticas públicas em Moçambique. Se olharmos na linha cronológica da governação de Nyusi, encontramos algo interessante sob o ponto de vista de prioridades. Em 2014, durante a campanha eleitoral, prometeu tudo fazer para trazer a paz em definitivo para o seu povo, e foi o que fez ao assinar, recentemente, com o líder da Renamo, Ossufo Momade (depois de, surpreendentemente, se ter encontrado com o falecido Dhlakama, na Serra de Gorongosa). Portanto, primeiro paz, depois tranquilidade na economia, nos investimentos nacionais, o que em última instância garante a criação de mais postos de trabalho para a juventude, que representa um número considerável de moçambicanos, mas que tem reclamado maior atenção por parte dos decisores. Afinal, sempre foi uma questão de estratégia e prioridade. Bem-haja. Não há dúvidas de que é uma promessa que será realizada, se tomarmos a realidade que o manifesto 2015-2019 nos mostrou, desde o combate à corrupção, melhoria da qualidade de vida dos cidadãos através da alocação de serviços públicos cada vez mais próximo aos moçambicanos, o retomar da economia, a descentralização que conferiu mais poder aos governos locais, entre muitas outras conquistas. Neste caso, como cidadão atento aos fenómenos políticos, desprovido de politiquices, apenas olhando no ângulo da razão, não tenho dúvidas de que Frelimo e Nyusi nunca estiveram em melhores condições de ganhar as eleições como nesta, compreendendo as promessas que lançam para o consumo de todos. Tem um manifesto rico em ideias e, mais do que isso, tem o candidato mais graduado em termos de trabalho, um verdadeiro antídoto oportuno contra a dor de cabeça que os demais falaciosos candidatos nos fazem sentir quando nos vendem o peixe podre. Daí que, sem reservas, endosso o meu voto a Nyusi e a Frelimo sem nenhum problema de consciência tendo em conta tudo o que anteriormente descrevi, pois não há como fazer diferente, principalmente nestas eleições em que a maioria dos candidatos da oposição só atrapalha mais do que ajuda, avaliando a dissonância gritante que geram quando a música é conceber e falar de um projecto sério para Moçambique desenvolver. Mais não disse. Emprego para Juventude: Uma boa nova do manifesto da Frelimo | opinião | Muphengula Govelane "Canto da Cigarra" Ataques terroristas: a etapa que é preciso saber superar! Ontem hoje e amanhã Marcelino Silva – marcelinosilva57@gmail.com O final do mês de Agosto e o princípio do mês de Setembro ficarão na história como momentos que marcaram pela negativa, mais uma vez, a vida de milhares de imigrantes, especialmente negros de alguns países africanos que demandam a África do Sul à procura de melhores condições de vida, uma vez que nas suas terras de origem as possibilidades de uma vida social e económica estável “estão fora de questão”, por razões de natureza diversa. Com efeito, mais uma vez, cidadãos sul-africanos desencantados com as suas próprias condições de vida, que estão degradadas em consequência da estagnação da economia e por causa de outros factores, descarregam as suas frustrações sobre os imigrantes, especialmente negros provenientes de países como Moçambique, Zimbabwe, Malawi, Nigéria, só para citar estes. Nessa saga, destroem os bens dos infelizes imigrantes, matam, ferem, espezinham e pisoteam os desgraçados. Ao procederem como procedem, fazem-no em jeito de retaliação, já que entendem que os estrangeiros visados estão a roubar os empregos e as oportunidades de negócio que “legitimamente” lhes pertencem. Um argumento falacioso como é bom de ver; pois, como é do domínio público ninguém,lá na África do Sul, proibe os nacionais de pedir emprego, por exemplo nas minas, nas farmas, nas empresas de construção, etc, ou de abrir qualquer tipo de negócio. Diz-nos a história que, segundo o Banco Mundial a África do Sul é um país com uma economia considerada de renda média alta A economia do país é também considerada a segunda maior do continente, atrás apenas da de Nigéria, e a 25ª maior do mundo. São estes “perfomances” que fazem dele o país mais apetecível para muitos cidadãos que não encontram melhores condições de vida nos seus países, neste caso concreto alguns cidadãos de Moçambique, Zimbabwe, Somália, Malawi e mesmo Nigéria. Sublinhe-se entretanto que o êxodo dos estrangeiros para a terra do rand remonta a muitas décadas. Aliás, foi, e continua a ser graças a participação dos imigrantes que o país cresceu economicamente até atingir os patamares em que se encontra hoje. Xenofobia o que é? De acordo com alguns dicionários de língua portuguesa, xenofobia significa aversão a pessoas ou a coisas estrangeiras.O termo é de origem grega e se forma a partir das palavras “xénos” (estrangeiro) e “phóbos” (medo). Pode-se também caracterizar a xenofobia como uma forma de preconceito ou ainda como uma doença, um transtorno psiquiátrico. A xenofobia manifesta-se geralmente através de ações discriminatórias e ódio por indivíduos estrangeiros. Ou ainda por intolerância e aversão por aqueles que vêm de outros países ou que manifestem diferentes culturas. No caso em apreço, a onda de xenofobia que de tempos a tempos “varre” diversas regiões da África do Sul vitimando moçambicanos, nigerianos, zimbabweanos, malawianos, etc, é recorrente e demonstra que as raízes do problema continuam intactas. Aliás, vários analistas, tanto sul-africanos, assim como dos países de origem das vítimas, são unânimes num ponto:os promotores da violência contra os estrangeiros (negros) são movidos aparentemente por medo de perder os seus status social e sua identidade; receiam também a possibilidade de perder vantagens na área económica a favor do estrangeiro; têm pavor a possibilidade de perder a oportunidade deter acesso a a empregos a favor do estrangeiro. Aponta-se também como catalisadores da onda de violência xenófoba, uma insuficiente informação intercultural, o que faz com que o estrangeiro seja visto como uma ameaça. Numa análise antropológica mais aprofundada, a xenofobia pode tabém derivar também da ideia de que o “não- -nacional”representa algum tipo de ameaça à identidade e aos direitos individuais do cidadão nacional. Esta percepção pode conduzir ao exacerbamento do sentimento de de nacionalismo. Chegados aqui pode-se aferir que o discurso do Rei Zulu, de Março de 2015, de que os estrangeiros eram culpados do aumento da criminalidade e que por isso deviam deixar o País, pode ter contribuído para agravar os sentimentos já nada simpáticos em relação aos imigrantes. Perante uma realidade que parece ter vindo para ficar – lembre-se que desde o fim do Apartheid, o mundo já assistiu várias edições xenófobas, umas mais violentas mais do que as outras, importa, na minha modesta opinião, direccionar as análise para a seguinte direcção: porque é que os nossos concidadãos, assim como os de outros países, decidem abandonarem os seus países indo sujeitar-se, recorrentemente, a uma vida de risco, de incerteza e de medo permanente? E, sobretudo, quais os caminhos a seguir, para inverter o actual ciclo? Xenofobia na RAS: Que ilações tirar?(1) 10 | zambeze | opinião | Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 TINFANELO TAVUMHUNU (Direitos Humanos) Hoje em dia parece que em todo lado faz-se jus ao ditado que diz: “Favor não compra pão”! Até em locais onde outrora era impensável que alguém pudesse exigir alguma gratificação, hoje se o cidadão não “soltar” voluntariamente, é cobrado“coercivamente”!E se der pouco, é olhado de esguelha ou enxovalhado! Numa das morgues, quando os familiares dum defunto iam levantar o cadáver, o cangalheiro cobrou- -lhes“gratificação”! Aqueles, estando desprovidos de valores, lá soltaram uma nota de vinte meticais, mas o raio do insensível almocreve ripostou: “Ah! Se não têm dinheiro, pronto! Aproveitem esses centavos para comprarem flores!” Será que os almocreves ignoram que a morte bate a porta sem nos ter dado tempo de organizar dinheiro seja para o que for? Porquê tanta insensibilidade e desumanidade?! Na escola, são poucos os professores que podem reprovar um aluno, tendo ele ou os seus pais a possibilidade de soltar mola... Na polícia e na justiça é o que já sabemos... O povo chega a crer que a justiça é só para os pobres e que só são presos os pilha galinhas! Mesmo quando se prendem os graúdos, malta Taípo, Ndhambini, Gregório etc., o povo pensa que é simples teatro para impressionar os doadores e lhes fazer esquecer as dívidas ocultas do mano Guebas... O terreno que dantes era simplesmente oferecido, hoje custa os olhos da cara, apesar de a lei continuar a dizer que a terra não se vende... No primeiro recenseamento geral da população os recenseadores não receberam nem um “tusto”, mas os de hoje até fazem greve quando o INE (Instituto Nacional de Estatísticas) demora soltar a mola! Mas o que terá feito os moçambicanos de hoje ficar então diferente sdos de ontem que até iam a ceifa de arroz no Chókwé sem exigir nada em troca? Será a carestia da vida? Pode ser! Mas os dirigentes de hoje de repente também começaram a ficar muitíssimo diferentes dos de ontem! Os de ontem podiam tachar sim, mas limpavam a boca, para dar a entender ao povo que o país era pobre! Até malta mano Guebas ontem ia aos comícios de Samora trajando caqui! O povo, mesmo desconfiando que pelo menos o dirigente camarada mano Guebas não podia ter só caqui no seu guarda-fatos, mas por causa do temor ao SNASP,fingia acreditar! Outrora, o dirigente que deixasse a barriga crescer, Samora “dava carolo”, como quem diz:” Maluco, assim o povo vai perceber que a pobreza deste país só está no nosso discurso! Tira esse bucho!” Hoje, todo povo, incluindo os voluntariosos fervorosos chefes de quarteirão, já quer dinheiro! Porquê? Porque alguns (muitos) dirigentes de hoje taxam e não limpam a boca! Andam todos gordos, já ninguém repreende os barrigudos! Eles, os seus filhos, concubinas, enteados, etc. são ricos para o carraças! Andam em carros luxuosos, fazem ralis, “grifam” maningue... Por conseguinte, o povo já percebeu que a pobreza deste país só está na narrativa frelimista, porque se na verdade Moçambique fosse assim tão pobre, onde é que os nossos dirigentes iriam buscar a riqueza que ostentam paradepois exortarem a nós outros para consentirmos sacrifícios?! Sendo assim, o povo sentenciou: “Que se lixem esses gajos! Se ser rico não é pecado, vamos lá todos ficar ricos!”. Para voltarmos aos bons tempos “Samorianos”, onde nem tudo custava dinheiro, reinava o amor ao próximo, alguns dos nossos actuais dirigentes devem deixar de “fanar” e ostentar riqueza! Desse modo o povo acreditará que o país é pobre e que nem tudo deve custar dinheiro! Aqui fica uma singela homenagem a Samora ! Bayethy Samora, será que Moçambique ainda será túmulo da burguesia?! Que se lixem esses gajos! Se ser rico não é pecado,vamos lá todos ficar ricos! Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | opinião | zambeze | 11 Nova Democracia em Gaza Detenção de “Refiller Boy” populariza sua campanha A população da cidade de Chokwé, inconformada pela detenção ilegal do Refiller Boy, cabeça-de-lista da Nova Democracia, na província de Gaza à AR, amotinou-se no comando distrital de Chokwé, exigindo que as autoridades soltassem aquela figura, uma vez a polícia não tinha provas para explicar o crime de que era acusada. Depois das autoridades policiais soltarem o cabeça-de-lista da Nova Democracia, Félix Silva, mais conhecido por Refiller Boy, o partido escalou os bairros daquela urbe, numa caravana bastante concorrida pela população, desejando testemunhar a libertação do filho da casa. Falando ao Zambeze, a advogada do caso da detenção do Refiller Boy, disse que houve graves violações da lei. Aliás, não havendo provas concretas que justificassem a detenção, a polícia foi obrigada a soltar a vítima. A lei eleitoral diz que os candidatos não podem ser detidos, durante o período que decorre a campanha eleitoral, os 45 dias, que antecedem a eleição, salvo casos que o candidato seja encontrado em flagrante delito, a cometer crime, cuja moldura penal corresponde à pena de prisão maior. “Logo a prior, a detenção do candidato não observou esta lei, num país democrático, como se canta. Portanto, foi revista a situação dele e absolveu-se, porque se viram irregularidades”, indicou a advogada. O candidato a AR, pelo partido ND, não tem dúvida de que se trata de perseguição promovida pelo partido no poder, que se sente ameaçado ao notar uma campanha com manifesto eleitoral que vai de encontro àquilo que são as preocupações do povo. Refiller Boy foi detido, também apreendidas suas viaturas, quando apresentava a queixa à polícia contra membros do partido Frelimo que atacaram a sua caravana, em plena campanha, no posto administrativo de Chilembene. Tudo começa quando grupo de membros do partido Frelimo, encabeçados pelo secretário distrital da OJM, braço da Frelimo, atacou a caravana da Nova Democracia, no posto administrativo de Chilembene, em que quebraram a viatura do Refiller Boy. Depois daqueles terem tentado, sem sucesso, inviabilizar a campanha, o partido ND tratou de denunciar agressões dos supostos membros e simpatizantes da Frelimo às autoridades policiais do comando distrital de Chokwé. A polícia solicitou ao Refiller Boy e sua comitiva para que depusessem em relação ao ataque sofrido, entretanto, ao chegar a esquadra, membros da ND são detidos acusados das agressões de que denunciavam, uma clara situação de instrumentalização da polícia. Inesperadamente, a polícia lavrou auto onde afirma não ter detido ninguém, na sequência das escaramuças, embora Refiller Boy tivesse estado sob custódia policial. O cantor “Refiller Boy”, tido como um dos melhores cantores da província de Gaza, também conhecido pelas suas músicas de crítica social para os políticos moçambicanos, decidiu aventurar pelo mundo da política. “Queremos levar problemas de Gaza à AR” Segundo a fonte, as suas músicas trazem mensagens que os deputados deviam levar a Assembleia da República, uma vez que retratam problemas quotidianos pelos quais passa o povo. Por outro lado, entende a fonte que a província de Gaza não desenvolveu porque as pessoas que deviam levar os problemas do povo à AR nada fizeram, desde vias de acesso, o sector da agricultura, que apesar de ser considerado base da economia do país e de alimentação, foi esquecida, tomando como exemplo o regadio do baixo Limpopo, não capitalizado. “Se prestaram bem atenção, teriam visto que a estrada Macia/Chokwé não merece ser uma EN206, com tanta cova que dá uma pena ir a uma cidade. No tempo de Samora Machel, éramos o celeiro da nação, porque Chokwé produzia” “São estes pilares que quero defender na AR. O trabalho de um deputado não é ir a AR para bater palmas ou dormir, é ir falar dos problemas do povo para serem resolvidos. Para quem conhece meu reportório musical já sabe que só faltava oportunidade para poder proclamar deputado da AR”. LUÍS CUMBE Tem início no primeiro semestre do próximo ano e com a duração de um ano, o primeiro inquérito nacional sobre o impacto do acesso a energia sustentável, revelou recentemente o Director de Estatísticas Sectoriais e de Empresas do Instituto Nacional de Estatística (INE), Dr. Adriano Matsimbe. Trata-se de uma operação estatística que tem como objectivo principal a recolha de dados que contribuam para o conhecimento sobre o acesso e impacto da energia sustentável junto dos Agregados Familiares em Moçambique. A informação a ser recolhida irá contribuir, por outro lado, para a chamada “iniciativa Energia Sustentável para Todos”, inscrita nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. A realização da iniciativa, que conta com o financiamento da NORAD – Agência Norueguesa de Desenvolvimento, está a cargo do INE e conta com a participação do Ministério dos Recursos Minerais e Energia e da Empresa Pública Electricidade de Moçambique. Entre outros objectivos a alcançar, destaca-se o desenvolvimento e fortalecimento das capacidades do INE nos capítulos técnicos e de recursos humanos, a criação de bases que contribuam para melhorar a planificação das actividades do sector baseada em evidências, cujo objectivo final é facilitar o acesso a energia sustentável em todo o país. Espera-se, por outro lado, que os dados a serem recolhidos venham a contribuir para a criação de uma plataforma de informação que facilite a alocação de recursos de forma economicamente rentável e de acordo com prioridades definidas, bem como contribuir para facilitar a medição do nível do acesso à energia sustentável e o seu impacto no desenvolvimento económico e no bem-estar das comunidades. A anteceder o inquérito, foi realizado recentemente, nos Distritos de Xai-Xai e de Limpopo em Gaza, um pré-texte, enquadrado na preparação de um inquérito piloto destinado a avaliar a operacionalidade de todo conjunto de instrumentos desenhados para medir o impacto do Acesso a Energia Sustentável. Refira-se que o acesso as energias renováveis constitui o sétimo objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e da agenda 2030 das Nações Unidas. O cumprimento deste desafio requerer actividades coordenadas de monitoria e avaliação do impacto de implementação dos projectos ligados à energia.“No caso particular de Moçambique, a Agencia Norueguesa para o Desenvolvimento (NORAD) tem participado activamente no apoio às iniciativas governamentais e do sector empresarial de electrificação e acesso a energias renováveis e sustentáveis nas comunidades”, referiu o Director de Estatísticas Sectoriais e de Empresas do INE, adiantando que no quadro do apoio do organismo norueguês, foi assinado um Memorando de Entendimento no qual figura entre outros objectivos, a realização do Inquérito sobre o Impacto do Acesso à Energia Sustentável em Moçambique em 2020. (M. Silva) INE realiza inquérito sobre impacto da energia sustentável 12 | zambeze | NACIONAL | Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 Denuncia a Amnistia Internacional Ataques ensombram período eleitoral A Amnistia Internacional publicou, nesta terça-feira, um briefing sobre direitos humanos para todos os partidos e candidatos que participam no acto eleitoral em Moçambique, após revelar um catálogo chocante de abusos perpetrados contra defensores dos direitos humanos, activistas, jornalistas e outros membros da sociedade civil ao longo dos últimos anos. Obriefing, designado Virar a página! Um manifesto de direitos humanos para os partidos políticos moçambicanos e para os seus candidatos, descreve em pormenor dúzias de exemplos de proeminentes activistas da sociedade civil e jornalistas que são confrontados com actos de intimidação, assédio e violência devido ao seu trabalho, no período que antecede as eleições de 15 de Outubro. “Em Moçambique, quem desafia o governo sofre consequências devastadoras, incluindo raptos, detenções arbitrárias e ataques físicos. Quem denuncia, fá-lo por sua própria conta e risco,” disse Deprose Muchena, Director Regional da Amnistia Internacional para a África Austral. “Os dirigentes da sociedade civil, jornalistas, os defensores dos direitos humanos e os activistas estão a enfrentar mais riscos à medida que o país se aproxima do dia das eleições. Este briefing dá conta de um padrão de violações dos direitos humanos que todos os partidos políticos e candidatos devem levar a sério e ao qual se devem opor no momento em que vão às urnas.” Assédio e intimidação No rescaldo das eleições municipais de Outubro de 2018, os dirigentes de organizações da sociedade civil, os defensores e activistas dos direitos humanos, entidades religiosas e comunicação social foram vítimas de assédio e intimidação, tendo inclusivamente recebido ameaças de morte pelo seu papel na monitorização e divulgação dos resultados após o acto eleitoral. Receberam mensagens ameaçadoras, avisando-os que “tivessem cuidado” e que os seus “… dias estão contados” só por fazerem o seu trabalho. Alguns foram inclusivamente ameaçados de que “desapareceriam sem deixar rasto”. Foram acusados de contribuírem para a derrota do partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), por colocarem pessoas a monitorizarem as mesas de voto e publicarem resultados eleitorais ao vivo e em directo. Dois jornalistas foram ameaçados por publicarem informações relacionadas com as eleições nas redes sociais na Província de Tete, tendo o director do semanário Malacha recebido ameaças de morte por ter publicado resultados eleitorais na página do seu jornal no Facebook. Execuções extrajudiciais, desaparecimento forçado, tortura e outros maus tratos Andre Hanekom, um empresário sul-africano, morreu num hospital em Pemba em Janeiro de 2019. Hanekom foi atingido no braço e no estômago e raptado em Agosto de 2018 por quatro homens encapuzados e armados com AK’47 no distrito de Palma, província de Cabo Delgado. Ficou detido pelas forças de segurança do Estado em circunstâncias misteriosas e foram negadas visitas de familiares durante a sua detenção, apesar de um juiz ter considerado a sua detenção ilegal e ordenado a sua libertação provisória sob fiança. Durante a sua detenção pelos militares, Hanekom terá sido alegadamente sujeito a tortura e a outros maus tratos. Em 27 de Março, atiradores desconhecidos raptaram Ericino de Salema, um advogado de direitos humanos e comentador político, no exterior dos escritórios da União Moçambicana de Jornalistas em Maputo. Os homens agrediram-no, partiram-lhe os braços e as pernas, tendo-o posteriormente abandonado na estrada, deixando-o como morto. Salema, uma voz crítica bem conhecida no país, foi avisado pelos homens de que “fala demais” e que queriam dar-lhe uma lição. Antes do ataque, tinha recebido telefonemas ameaçadores de indivíduos não identificados. Ataques a pessoas, detenções e prisões arbitrárias Ataques brutais na Província de Cabo Delgado por um grupo extremista local conhecido localmente como ‘Al-Shabab’ são responsáveis pelo menos por 200 mortes e forçaram milhares de pessoas a fugir de suas casas desde Outubro de 2017. Os ataques têm continuado apesar de uma forte presença militar nas zonas afectadas. A província passou a ser uma zona interdita a jornalistas, investigadores, académicos e organizações não-governamentais, e muitas pessoas que têm tentado aceder à zona têm sido detidas arbitrariamente pelas forças de segurança sem mandados de captura. Por exemplo, o jornalista Amade Abubacar passou quase quatro meses em prisão preventiva no início deste ano por ter noticiado os ataques e a população em fuga. Enquanto esteve detido, Amade foi sujeito a maus tratos, incluindo 12 dias em regime de incomunicabilidade numa prisão militar, sendo-lhe negada a visita de familiares e não lhe tendo sido prestados os cuidados médicos devidos. Enfrenta várias acusações, incluindo “instigação pública com uso de meios informáticos”. Em 30 de Junho de 2018, Pindai Dube, um jornalista do Zimbabué, que trabalhava para a eNCA, uma estação de televisão de notícias independentes com base em Joanesburgo, na África do Sul, foi detido em Pemba enquanto fazia investigação na província de Cabo Delgado. Foi acusado de espionagem e libertado após três dias, sem qualquer acusação. Não se sabe ao certo qual a razão pela qual as forças de segurança não permitem a ninguém o acesso àquela zona. Supressão da liberdade de expressão, associação e reunião pacífica Nos últimos cinco anos, as autoridades têm intensificado a repressão dos direitos à liberdade de expressão, reunião pacífica e associação. Em 18 de Janeiro de 2019, Fátima Mimbire, defensora dos direitos humanos e, à data, investigadora no Centro de Integridade Pública (CIP), recebeu mensagens intimidatórias e ameaças de morte através das redes sociais. Os ataques começaram depois de a sua organização ter lançado uma campanha denunciando uma medida do Governo moçambicano que visava o reembolso de US$ 2 mil milhões em empréstimos que tinham sido secreta e ilegalmente obtidos para criar três empresas públicas. Militantes destacados da FRELIMO tinham andado a instigar violência contra ela nas redes sociais, incluindo a deputada Alice Tomás, que apelou a que Fátima fosse “violada por 10 homens fortes e energéticos que lhe dêem uma lição.” Em 2 de Dezembro de 2017, um atirador ameaçou matar Aunício da Silva, um jornalista de investigação e director do IKWELI, uma publicação semanal da cidade de Nampula, no norte de Moçambique. O atirador acusou da Silva de publicar artigos que manchavam a imagem de um político local. Da Silva continuou a receber ameaças de morte através do telemóvel e por SMS pelas investigações que fez sobre o tráfego ilegal de recursos naturais, pessoas e estupefacientes, bem como sobre alegações de corrupção, fraude eleitoral e apropriação de terras. Em 23 de Julho, o Conselho de Ministros emitiu um decreto que obriga os jornalistas e a comunicação social ao pagamento de taxas proibitivas de acreditação e licenciamento para a imprensa local e internacional que queira dar notícias sobre o país. “À medida que Moçambique se aproxima das eleições que terão lugar dentro de menos de um mês, os partidos políticos e candidatos que as disputam têm de se comprometer com uma cultura de respeito pelos direitos humanos e traçar um plano concreto de construção de uma sociedade respeitadora dos direitos,” disse Deprose Muchena. “O respeito integral pelos direitos humanos de todas as pessoas deve ser a nova pedra angular do Moçambique pós- -eleições. Tudo o que seja menos não é aceitável.” Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | NACIONAL | zambeze | 13 Ex-director do Credit Suisse mamou 5.7 milhões de dólares O cidadão inglês Surjan Sing, ex-director na instituição financeira internacional Credit Suisse, pode ter recebido, pelo menos, 5,7 milhões de dólares americanos no esquema de lavagem de dinheiro associado às “Dívidas Ocultas” de Moçambique. Singh assumiu a culpa, semana passada, num tribunal de Brooklyn, Nova Iorque. Na audiência, Singh admitiu ter recebido “milhões de dólares de comissões ilegais”, mas não especificou o montante que permitiu a sua facilitação do empréstimo do Credit Suisse a Moçambique. Contudo, o juiz William Francis Kuntz disse-lhe que enfrenta a confiscação de 5,7 milhões de dólares, facto que Singh reconheceu. O antigo executivo está em liberdade sob fiança e teve permissão para regressar a Londres, onde mora, devendo comparecer ao tribunal sempre que solicitado. O acordo entre ele e o tribunal está selado. Singh é o terceiro ex- -funcionário do Credit Suisse a aceitar a culpa na lavagem de dinheiro, depois da búlgara Detelina Subeva e do neo- -zelandês Andrew Pearse. Os três, em conluio com Jean Boustani, da empresa naval Prinvivest, de Abu Dabi, e altos funcionários do Governo moçambicano beneficiaram de mais 200 milhões de dólares desviados de empréstimos feitos para alegadamente para a pesca de atum e protecção costeira. Da parte moçambicana, o acusado mais mediático é Manuel Chang, ex-ministro das Finanças e deputado, detido na África do Sul, a pedido dos Estados Unidos e que aguarda a sua extradição para o Moçambique ou Estados Unidos. A próxima audição para a decisão da extradição de Chang será a 16 de Outubro. (VOA) Segundo a Economist Acordo é importante para a credibilidade A Economist Intelligence Unit (EIU) considera que o acordo de reestruturação da dívida soberana de Moçambique é um “marco importante para a credibilidade” mas alertou que os casos judiciais sobre os empréstimos podem trazer complicações. “Reestruturar a dívida soberana é um marco importante para melhorar a credibilidade de Moçambique junto dos investidores e permitir o acesso da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos aos mercados de capitais”, lê-se numa análise ao acordo alcançado a 9 de Setembro com os investidores. Na nota enviada aos clientes pelos peritos da unidade de análise da revista britânica The Economist, e a que a Lusa teve acesso, alerta-se, no entanto, que “apesar do processo de reestruturação em curso, os empréstimos mais avultados continuam por resolver, e podem complicar a completa normalização da relação com os credores”. Os portadores de títulos soberanos de Moçambique aprovaram a reestruturação da dívida de 726,5 milhões de dólares (656 milhões de euros) que teve origem na empresa pública Ematum, anunciou o Governo a 9 de Setembro. “A proposta foi aprovada por meio de uma deliberação escrita dos obrigacionistas detentores de 99,5% do valor agregado do capital das notas existentes em dívida”, lê-se em comunicado do Ministério da Economia e Finanças, que adianta que o voto favorável “inclui o Grupo Global de Obrigacionistas de Moçambique”, que representa 68% dos títulos e que já tinha declarado apoio à proposta, restando chegar aos 75% de votos favoráveis para a reestruturação ter efeito - fasquia que foi superada. “A resolução escrita entrará em vigor após a satisfação das condições de liquidação e espera-se que a distribuição inicial dos direitos ocorra no dia 30 de setembro de 2019”, acrescenta o comunicado. Regresso aos mercados Para a EIU, “Moçambique precisa de regressar aos mercados internacionais para angariar fundos para a sua participação nos projectos do gás” que prometem mudar a economia do país, e já em Julho adiou a angariação de 3,2 mil milhões de dólares para garantir a entrar no projecto de 20 mil milhões operado pela Anadarko. “Adiar a emissão de dívida vai ajudar a reduzir o risco e pode resultar em melhores condições”, consideram os analistas, concluindo que “quando o Governo começar a receber receitas da exploração do gás natural liquefeito, vai estar em melhores condições de pagar as dívidas, conseguindo mais facilmente acomodar taxas de juro mais elevadas”. O caso das dívidas ocultas está relacionado com as garantias prestadas pelo anterior executivo moçambicano, durante os mandatos de Armando Guebuza, a favor de empréstimos de cerca de 2,2 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros) para as empresas públicas Ematum, MAM e Proindicus. A justiça moçambicana e a justiça norte-americana, que também investiga o caso, consideram que parte desse dinheiro foi usada para o pagamento de subornos a cidadãos moçambicanos e estrangeiros. (Lusa) Dívidas ocultas 14 | zambeze Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 José Matlhombe Zoom | NACIONAL | Em 24 anos de existência A Politécnica forma perto de dez mil profissionais Ao longo dos 24 anos da sua existência, a Universidade Politécnica já graduou um total de 9.567 estudantes, dos quais 3.473 bacharéis, 5.367 licenciados, 225 mestres e 502 estudantes completaram cursos de pós-graduação. Para o próximo ano, o maior estabelecimento privado de ensino superior do país espera atingir e ultrapassar a marca de 10 mil graduados, conforme referiu o reitor, Narciso Matos, no decurso da XXI cerimónia de graduação, ocorrida no sábado, 14 de Setembro, em Maputo. Na ocasião, foram graduados 439 estudantes, sendo 407 licenciados e 32 mestres. Do conjunto de estudantes licenciados de 23 cursos, 252 são mulheres, o que corresponde à maioria dos graduados. “Estamos decididos a ser e permanecer como uma das melhores universidades de Moçambique”, disse Narciso Matos, assegurando aos presentes na cerimónia que a instituição está a trabalhar para ser uma universidade ainda melhor em 2020, do que em 2019. Para o efeito, segundo explicou, a Universidade Politécnica submeteu todos os seus cursos a um processo completo de auto-avaliação externa realizada pelo Conselho Nacional de Avaliação de Qualidade do Ensino Superior (CNAQ). “A preparação, as conclusões e recomendações deste processo estão já a promover, com certeza, a melhoria dos nossos cursos”, frisou. Num outro desenvolvimento, Narciso Matos indicou que foi iniciado um processo de revisão curricular, através do qual todos os cursos serão actualizados num processo de consulta com professores, estudantes, graduados, empregadores e ordens profissionais, nomeadamente a Ordem dos Engenheiros de Moçambique, a Ordem dos Advogados, Ordem dos Médicos, Ordem dos Contabilistas e Auditores, Ordem dos Enfermeiros, entre outras agremiações. Desde modo, espera-se que, em 2021, os cursos sejam actuais e melhor organizados do que agora, razão pela qual todos os professores estão a ser submetidos à formação em comunicação oral e escrita em metodologia de investigação científica, em pedagogia e psicologia da educação e em informática aplicada à educação superior. “Celebrem este dia e esta meta. É fruto da vossa determinação. Lembrem-se de que o conhecimento avança todos os dias. Muito do que aprenderam no primeiro ano dos vossos cursos, hoje já precisa de ser actualizado. Muito do que o vosso certificado representa está ainda por ser, porque o certificado significa, acima de tudo, que vocês estão habilitados a continuar a aprender de modo independente”, realçou Narciso Matos. Falando em representação dos graduandos, Ludmila Rangel, referiu que a graduação impulsiona outras buscas e, acima de tudo, abre novos horizontes visando um futuro brilhante. “Sempre acreditamos que este dia chegaria, pois esforçamo-nos e buscamos, dia após dia, condições para a concretização do nosso sonho. Mas não foi um percurso apenas de glórias, uma vez que houve momentos em que fomos colocados à prova. Passamos por momentos de aflição, desespero e noites em claro, ausência no seio familiar, mas foi por um bom motivo”, disse. Cancro da mama Uma “guerra” contra inimigo invisível zamb suplemento fem e inino zE As estatísticas mostram que o cancro da mama é o segundo mais frequente na mulher em Moçambique e em média registam-se 1.090 casos por ano, sendo a maior parte em estado avançado da doença e com poucas possibilidades de cura. Em termos absolutos, anualmente, Moçambique regista 20 mil novos casos de diferentes tipos de cancro, que tem como consequência 17 mil mortes, sendo salvas apenas três mil pessoas. A nível planetário, os dados também não são animadores. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2020 serão diagnosticados mais de 1,2 milhões de pessoas com cancro da mama por ano em todo o mundo (correspondente a toda população da cidade de Maputo). Tal número representa um aumento de 26% em relação ao número de mulheres, que até 2007, tinham sido diagnosticadas com cancro da mama. Para fazer face ao quadro negro do cancro da mama, Moçambique tem adoptado alguns programas de prevenção, que passa em expandir a rede sanitária que visa a prevenção e tratamento da doença. A título de exemplo, em Outubro do ano passado, a esposa do Presidente da República, Isaura Nyusi, lançou o projecto “Outubro Rosa”, uma campanha de sensibilização e rastreio do cancro da mama. “Estamos a apostar nas medidas de prevenção. Nos últimos anos, o nosso governo, com apoio dos parceiros, tem envidado esforços no sentido de expandir a rede sanitária especificamente com programas de prevenção e tratamento dos cancros de mama e do colo do útero”, disse a esposa do PR. O que as mulheres pensam sobre o cancro da mama Hoje em dia é quase impossível falar de algo tão real, que mexe com a sensibilidade de tantas mulheres e que preocupa o país e o mundo, sem que haja um conhecimento básico por parte da população feminina. O jornal Zambeze foi às ruas para perceber até que ponto as mulheres tem conhecimento sobre esta doença. Sheila Mahumane, jovem de 23 anos de idade, residente no bairro da Mafalala, cidade de Maputo, deixou-nos de boca aberta ao despejar o conhecimento que possui em relação ao tema. “Cancro da mama é um tumor que inicia como um nódulo no ceio e pode ser benigno ou maligno dependendo de como vai actuar ou se manifestar no organismo de cada mulher. O tumor benigno normalmente é composto de nódulos pequenos que não causam tantos danos, com tratamento normal pode ser eliminado já o maligno só pode ser eliminado por cirurgias correndo o risco de ter de se cortar a mama ou mesmo perder a vida”, afirma. Como forma de me precaver do cancro da mama faço o exame diário (apalpo a mama para ver se tem um nódulo ou algo anormal no ceio), disse Sheila, acrescentando o que o cancro da mama pode ser fatal quando descoberto num estágio mais avançado. “Não tenho cancro da mama, mas conheço algumas mulheres que tem passado dias tenebrosos por conta dessa doença indesejável e o conselho que deixo as mulheres que não sofrem do cancro da mama é que controlem a sua saúde, através dos exames diários e para as que sofrem do cancro da mama desejo muita força e que cumpram com o tratamento”, Sheila aconselha. Marta Manuel, de 35 anos de idade, é vendedora no mercado Xiquelene (Praça dos combatentes), vive no bairro Polana-caniço, uma senhorita bastante reservada e mesmo assim sentiu a necessidade de dar a sua contribuição em relação ao assunto em questão. 16 | zambeze | suplemento femenino | Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 Auto-exame da mama é fundamental O auto-exame da mama deverá ser feito mensalmente para avaliar quaisquer alterações nas mamas. Quando faz este exame, é importante lembrar que as mamas são diferentes, de mulher para mulher, e que podem surgir alterações, devidas à idade, ao ciclo menstrual, gravidez, menopausa, ou à toma de pílulas anticoncepcionais, ou outras hormonas. É normal sentir que as mamas são um pouco irregulares, e não lisas. Também é comum que as mamas se apresentem inchadas e sensíveis, no período antes da menstruação. Se notar algo não usual, durante o auto-exame da mama ou em qualquer outra altura, deve sempre contactar um médico, logo que possível. A melhor altura para realizar o auto-exame da mama é aproximadamente uma semana depois da menstruação (no fim do período menstrual). Se não tem uma menstruação regular, deverá realizar, preferencialmente, o auto-exame sempre no mesmo dia de cada mês. Para realizar o auto-exame de forma correcta, deverá colocar-se de pé, em frente a um espelho, com os braços caídos ao longo do corpo. É importante estar relaxada e certificar-se de que pode fazer o auto-exame calmamente, sem interrupções. • Compare as duas mamas, tendo em atenção a forma e o tamanho. Não é invulgar que uma mama seja maior que a outra. Verifique se as mamas apresentam nódulos ou saliências; observe se houve alguma mudança no tamanho ou aspecto das mamas (como sejam a formação de rugas ou pregas, depressões ou descamação da pele). Verifique se os mamilos estão normais (ou, pelo contrário, se estão retraídos ou escondidos). No mamilo, tente detectar a possível presença de nódulos, o aparecimento de algum tipo de secreção ou perda de líquido. Observe as mesmas características mas, agora, com os braços em diferentes posições. • Levante o braço esquerdo. Examine a mama esquerda com a mão direita, pressionando com a ponta dos dedos. Palpe a mama esquerda, de forma minuciosa e calma. Comece pela extremidade exterior, realizando movimentos circulares. Palpe toda a mama. Examine, também, a área próxima da axila, passando pela clavícula, bem como a zona abaixo da mama. • Pressione, suavemente, o mamilo e verifique se existe algum tipo de secreção ou perda de líquido. • Repita os passos 2 e 3 mas, agora, na mama direita. • Repita os passos 2 e 3 nas duas mamas, deitada. Deve deitar-se de costas, com o braço sobre a cabeça e colocando uma almofada (ou uma toalha dobrada) sob o ombro do lado da mama que vai examinar. Esta posição é favorável a um bom exame da mama. É importante, lembrar que o auto-exame da mama não substitui a mamografia regular de rastreio. O BancABC e a Business Women Connect assinaram recentemente um memorando de entendimento que visa a criação de emprego e empoderamento da mulher no sector bancário. O objectivo do programa Business Women Connect (BWC) é aumentar as oportunidades económicas das mulheres promovendo o uso efectivo de produtos formais de poupança e habilidades de negócios entre mulheres de negócios ou agentes financeiras e promover o uso efectivo de produtos formais de poupança. O BancABC através do seu programa de fornecimento de acesso a serviços financeiros para a população, não bancária, do país no âmbito da implementação da estratégia nacional de inclusão financeira, dispôs-se em apoiar o programa da BWC que visa a inclusão financeira feminina, formando mulheres para tornarem-se agentes bancárias. “Esta parceria celebramos num contexto de um programa chamado Business Women Connect, que é financiadopela Fundação ExxonMobil e implementada pela TechnoServe que a pouco mais de dois anos e meio encontra se em funcionamento. Neste programa BWC, formamos mulheres empreendedoras. Trata-se de mulheres que têm pequenos negocios. Por exemplo, pequenas mercearias, pequenos restaurantes, salao de cabaleireiro, ect. Estas mulheres são recrutadas e recebem uma formacao gratuita na araea de educacao e lideranca financeira. A intencao da Business Women Connect é ajudar as mulheres a fazerem crescer os seus negocios”, acrescenta sarah bove, directora de programas na BWC “Em parceria com provedores de serviços financeiros formais envolveremos pelo menos 200 mulheres de negócios para ajudá-las a melhorar os seus negócios e para se tornarem embaixadoras de serviços de poupanças eficazes para milhares de outras mulheres em Moçambique”, afirmou Jane Grob, director da TechnoServe. “Agora, o banco tem agentes bancários a operar em cinco províncias de Moçambique e continua a procurar maneiras de desenvolver mercados e segmentos de mercado não bancarizados e capacitar mais cidadãos a participar mais facilmente do desenvolvimento económico das suas famílias, comunidades, distritos, províncias e, eventualmente, o país como um todo”, disse Tawanda Munaiwa, Administrador Delegado do BancABC. Jane Grob, referiu ainda que o programa tem vindo a formar mulheres empreendedoras em educação financeira desde 2017 e já formou cerca de 220 mulheres e a meta é de até final de Fevereiro do próximo ano ter 350 mulheres formadas. Numa primeira fase o projecto alcançou mulheres das províncias de Maputo e Inhambane, actualmente pretende-se alcançar mulheresda província de Gaza, no distrito de Guijá”. Recentemente a BWC graduou cerca de 100 mulheres. BancABC e Business Women Connect Oportunidades económicas da mulher ganham vitalidade “O cancro da mama é uma doença que se manifesta através de uma ferida que surge no interior da mama”, disse Marta. “Nunca sofri desta doença, mas tenho o cuidado de fazer as consultas ainda que não com muita frequência. Faço-as de seis em seis meses no hospital que fica no meu bairro (Polana-caniço)”, acrescenta. Aconselho a todas as mulheres que não sofrem do cancro da mama a dirigirem-se ao hospital frequentemente para efectuar as análises e assim evitar danos maiores no caso de um eventual surgimento de algo anormal no seio. Para as que sofrem do cancro da mama, aconselho que dêem continuidade ao tratamento e que cumpram com o mesmo”, aconselha. Marta, com um pouco de receio, conta-nos um episódio drástico de uma conhecida que perdeu a vida há cinco anos, vítima do cancro da mama. “ Tenho uma filha de 16 anos, tenho consciencializado sobre a existência do cancro da mama, e da auto-análise para perceber a existência ou não de algo estranho no seio, no entanto, ainda não levei-a ao hospital para uma análise médica, acho que ainda é cedo”, afirma. Ao desenrolar da nossa entrevista, descobrimos a senhora Elisa Mucavel, que carrega com ela uma dor profunda pela perda da sua irmã vítima do cancro da mama. Elisa Alexandre Mucavel, 47 anos de idade, vive no bairro de Guava, distrito de Marracuene, uma senhora sofrida, que comoveu a equipa do jornal Zambeze ao soltar as lágrimas após termos feito a questão, o que e cancro da mama? “Poderia definir essa doença como um nódulo que aparece na mama, mas prefiro defini-la como uma doença que roubou a vida da minha irmã”, lamenta. Dona Elisa, afirma que sempre que ouve falar sobre cancro da mama fica bastante sensível, pois carrega marcas no seu coração e na sua mente, porque foi arrancada uma irmã que tanto amava. “Minha irmã perdeu a vida, porque sofria do cancro da mama. Ela descobriu a doença já numa fase avançada o que levou a amputação da mama, porém os danos causados foram grandes e, cinco anos depois da cirurgia, perdeu a vida. Foi submetida a cirurgia em 1997 e veio a falecer em 2002”, acrescenta. Dona Elisa referiu que depois de ter a experiência da sua irmã, engaja-se em fazer a auto-análise dos seios para evitar que a história se repita. “O cancro da mama mata quanto não é tratado, mas quando é tratado não mata e tem cura”, disse dona Elisa. Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | suplemento femenino | zambeze | 17 Encontramos a dona Elisa Ximene nas famosas barracas do Museu, a cidade de Maputo, uma mulher empreendedora e apaixonada pela cozinha. Receita da Elisa Ximene (Frango de coco) Ingredientes • Três (3) tomates maduros • Três (3) dentes de alho • Uma cebola • Uma colher de sopa de raja amarelo • Duas colheres de sopa de óleo • Dois (2) cocos • Um (1) franco • Caldo ou sal(ao gosto) Modo de preparar Como primeiro passo, cortamos o tomate em cubos, a cebola em rodelas, pilamos o alho e ralamos o coco. Colocamos as duas colheres de chá de óleo a aquecer na panela, de seguida introduzimos a cebola e mexemos com uma colher de pão até aloirar, passando para fase seguinte, adicionamos o alho pilado, uma colher de sopa de raja amarelo, o tomate em cubos e deixamos a refugar por um período de 2-3 minutos. Após refogar a cebola com alho, raja e tomate, o passo a seguir é adicionar o frango e rega-lo com o leite de coco. Depois é só deixar cozer por um período de 15-20 minutos. Por fim, adicionamos o caldo ou sal que baste, e deixamos ferver por três minutos. Essa receita de frango de coco pode ser acompanhada tanto com arroz ou Xima. Bom apetite! Ainda é muito difícil para a maioria das mulheres reflectir e falar sobre o prazer sexual. Algumas afirmam que sempre foram ensinadas a chamar de menina, o que na verdade é a vagina. Muitas delas não tem nenhuma abertura em casa para falar de sexo porque isso acaba gerando um escândalo e falta de respeito para com os pais. O tabu da sexualidade feminina tem sido influenciado por vários factores, como o social, o educacional que a mulher teve ou mesmo a sua personalidade, a cultura até mesmo a religião. Tânia Danilo, uma jovem de 20 anos de idade, estudante activista da AMODEFA (Associação Moçambicana para o Desenvolvimento da Família). transmitiu- -nos muito conhecimento e muita segurança ao falar do assunto em questão. “Todos nós vivemos a nossa sexualidade, mas muita gente não sabe o que é a sexualidade e acaba exercendo a sexualidade de forma inadequada e inconsciente”, afirma Tânia. A sexualidade é a forma de ser, estar, de cada um perante a sociedade. Cada um nasce exercendo a sua sexualidade. Os meninos ao nascer, quando estão para urinar, e o pénis fica erecto, é porque estão a exercer a sua sexualidade, os bebés quando estão a mamar e fazem aqueles gestos de pegar a cabeça, gestos de prazer, estão a exercer a sua sexualidade. Quando se fala de sexualidade muita gente corre para a ideia de sexo, mas existem vários contextos que englobam a sexualidade, acrescenta afirmando que a sexualidade está ligada ao comportamento, prazer, às nossas crenças, aos nossos hábitos e costumes. A sexualidade vai muito além de sexo. A menina ao longo do seu crescimento percebe que é diferente do rapaz. Ela também costuma ter hábitos diferentes dos rapazes. Ao tornar-se mocinha, ela começa a ter um pouco de vaidade, passa a se arrumar mais, procura estar bonita e quando apaixona-se procura estar diferente, e especial para o rapaz de que gosta. “Quanto ao sexo, as mulheres ainda são muito submissas aos homens, aos parceiros, porque amam muito, porque são muito sentimentais e muitas vezes os homens acabam usando isso contra elas”, lamenta. Kátia Castro Machava, uma simpática menina de 18 anos de idade, residente no bairro central. “Para mim, sexo é o contacto mais íntimo entre um homem e uma mulher. Falar de sexo não é algo estranho, hoje em dia começa-se a ter uma vida sexual activa muito cedo, por exemplo há meninas dos seus doze anos que já realizam relações sexuais. Nunca conversei sobre sexo com a minha mãe. Conversamos sobre casamento, constituir uma família, mas não falamos concretamente sobre sexo, acrescenta afirmando que sente-se mais a vontade falar do sexo com seus irmãos. “Apesar de ainda ser nova e não ter muita experiência sobre sexo, aconselho a todas meninas que tomem muito cuidado visto existirem muitas doenças que podem ser contraídas através de relações sexuais, por isso devem usar o preservativo”, aconselha. Diz ainda para que as mulheres tenham muita cautela antes de envolverem sexualmente com alguém, pois o facto de o homem manter relações sexuais com a menina não significa que ele a ame e que a vai tomar á serio. “Devemos manter relações sexuais com o homem que amamos, com quem temos certeza que será com ele que iremos casar e constituir um lar”, refere. “Minha mãe sempre falava do sexo com certas reservas. Nunca conversei com ela sobre sexo, e mesmo agora que sou maior de idade e inclusive sou mãe, não conversamos sobre isso. Conversamos sobre diversos assuntos, mas sobre sexo não, ela nunca sequer deu-me um conselho relacionado ao assunto”, acrescenta. Liliana Carlos, jovem de 19 anos de idade, vive na cidade da Matola. “Sexo para mim é o envolvimento mais íntimo entre um homem e uma mulher. E esta deve manter relações sexuais depois do casamento, para a sua própria dignidade”afirma, realçando que muitas vezes as mulheres mantêm relações sexuais ainda no namoro e depois separam-se, o que faz com que no fim das contas a mulher já tenha mantido relações sexuais com muitos homens, e isto é muito feio. “Aconselho as mulheres que se valorizem e que se guardem, isto para a sua própria dignidade. Sexo deve ser feito com o homem com quem iremos passar toda a vida”, terminou. Quebrando o tabu da sexualidade Feminina Ginecologista alerta Não durma com roupa interior Na hora de ir dormir, nada de usar roupa interior: ou se usa apenas o pijama ou se usam as ditas “cuecas da avó”. O alerta é dado pela ginecologista Alyssa Dweck que, ao jornal Mirror, revela que a roupa íntima pode colocar a saúde da pessoa em causa, especialmente se for justa ao corpo e feita com materiais sintéticos. Segundo a especialista, a roupa interior é o habitat ideal para que as bactérias se multipliquem e armazenem, sendo o caso ainda mais grave entre os homens e as pessoas que transpiram durante o sono. A humidade que se cria torna-se propicia a casos de infecção, irritação e comichão contínua na zona íntima. No caso do sexo masculino, diz o médico Brian Steixner, a proliferação bacteriana – provocada pelo suor e pelo calor causado pela cueca ou pelo boxer – pode ter consequências a nível de fertilidade. Culinária 18 | zambeze Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 Maquilhagem, vulgarmente conhecida como make-up, vira vício para as mulheres moçambicanas. Em cada parada é notável o excessivo número de mulheres que revelam a paixão que tem pela maquilhagem. Sheila, jovem de 29 anos de idade, residente no bairro da Munhuana,maquilhadoraprofis sional no Beto’slook, abraça a oportunidade para sobreviver fazendo o que mais gosta.“Estou no mundo da maquilhagem há três (3) anos. Começo com a minha careira profissional como maquilhadora motivada pela vaidade e curiosidade”, afirmouSheila. Referiu ainda que, desde mocinha, sempre olhava para o mundo da maquilhagemcom os olhos apaixonados. Usava suas amigas como tubo de ensaio e com opassar do tempo foi descoberta no mercado de emprego como uma jovem munida de muito talento nas mãos. “Amor à camisola é a maneira mais carinhosa que uso para expressar o gosto que tenho pela maquilhagem”, afirma. Sheila assume que é possível viver através desta actividade no país devido ao fluxo elevado e valorização no mercado de emprego. As mulheres têm aderido muito a estes serviços. Também explica que os profissionais de maquilhagem devem usar produtos originais para fidelizar os seus clientes e também evitar os possíveis efeitos devastadores a pele dos mesmos. “A maquilhagem é linda mas também tem suas consequênciasquando o uso da mesma é frequente e excessivo, a pele precisa respirar e nunca pode se dormir com a maquilhagem no rosto, antes de ir dormir é preciso se fazer a remoção da mesma”, recomenda. Sheila afirma que o maior fluxo de mulheres que procuram pelos serviços de maquilhagem regista-se aos finais de semana, visto que são nesses dias que elas recebem convites para casamentos, festas, até mesmo uma saída com os seus parceiros para um jantar e elas sempre procuram estar diferentes do habitual. É recomendável que o uso de maquilhagemseja partir dos 20 anos de idade, embora hoje em dia existam meninas de idade inferior que já estão nesse mundo de make-up, acrescenta. Tudo tem o seu custo, e no mundo da maquilhagem não é diferente. A nossa maquilhagem parte do mais simples ao mais complexo e a tabela de preços varia de 800mt a 2.500mt. Mas como se maquilhar? Sheila explica: Tal como a culinária, a maquilhagem também tem seus ingredientes: começando pela base; gel das sombras ou lápis; concília; wiline; primier; fixador; água de rosas;óleo; wipe; corrector; pó; iluminador; fixador. Maquilhando-se passo a passo: Como primeiro passo é necessário fazer a limpeza facial com a água de rosas; Hidratar a pele com o óleo e 0assar o primier.De seguida, passa-se para a segunda fase que é fazer o desenho das sombras ao gosto e delineá-las com a concília para deixa-las em 3D, como terceira fase limpa-se o rosto com wipes para retirar o excesso e imediatamente aplica-se a base para esconder as imperfeições no rosto. A quarta fase passa- -se o corrector para desenhar o formato do rosto e disfarçar olheiras, o passo a seguir é passar a famosa blush, pó, iluminador e o batom, e por fim passamos o fixador para garantir que a maquilhagem não fique borrada ou derreta facilmente. Contudo, Sheila recomenda que ao fazer a maquilhagem preste-se atenção às cores. “A escolha das cores deve ser de Maquilhagem vira vício acordo com o tom de cada pele”. Optometrista explica os cuidados a ter com a maquilhagem Por toda parte deparamo- -nos com mulheres maquilhadas. Para além de ser uma actividade profissional,maquiar-se é uma rotina da mulher vaidosa que conta com diversos cosméticos para realçar a beleza do seu rosto. Jonas José, especialista em optometria,explica que uso de maquilhagem constitui um factor de risco para a saúde visual. “A maquilhagem pode causar blefarite que é a inflamação das bordes das pálpebras, os sintomas da blefarite são a comichão e numa fase mais avançada pode causar conjuntivite (os olhos ficam vermelhos e lacrimejam) ”, explica. Para evitar contrair a blefarite, recomenda que se façauma limpeza minuciosa nos olhos antes de dormir, através do uso das técnicas de remoção de maquilhagem nos olhos, que já passaa explicar: “Use a comprensa fria para tampar os olhos (mergulhe a comprensa na agua fria) por um período de 10-15 Minutos, isto facilita o amolecimento dos produtos usados para maquiar os olhos, por exemplo o lápis que serão fácil de retirar em seguida com um cotonete mergulhado no shapoomjhonson para limpar os cílios, usar as técnicas de remoção de maquilhagem é importante para a retirada de partículas que podem afectar os olhos” Vê-se portanto, que hoje em dia a maquilhagem virou moda, uma febre total para as mulheres. De tal maneira que algumas não saem de casa sem maquilhagem no rosto, já outras preferem usar maquilhagem em ocasiões especiais, umas preferem uma maquilhagem forte bem elaborada e outras mais simples e discreta. Mas o que muitas não sabem é que até mulheres mortas são maquiadas,são sepultadas com maquilhagem no rosto. No entanto, sepultar a mulher com maquilhagem no rosto é uma preferência da família, que se encarrega em deixar o rosto do seu ente bonito assim a ser enterrado. Trata-se de algo novo que ainda não é muito praticado,embora já se presenciamalguns casos nos velórios. | suplemento femenino | Editor: Egídio Plácido | Cell: 82 592 4246 ou 84 771 0584 (E-mail. egidioplacidocossa@gmail.com) Produção: Ana Munguambe e Elsa Mutiana Ficha Técnica Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | comercial| zambeze | 19 Zambeze.info disponível Caro leitor, o leito do Zambeze está cada vez mais navegável. Acompanhe, diariamente, as últimas notícias on line no seguinte endereço: www.zambeze.info 20 | zambeze |INSÓLITO| Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 Jovem perde memória a cada duas horas e pensa que todos os dias são 11 de Junho Riley Horner, uma jovem norte-americana de 16 anos, acorda todas as manhãs a pensar que é dia 11 de Junho. A estudante, residente no estado do Illinois, sofreu uma lesão cerebral durante um baile após ter sido alvo de um pontapé acidental na cabeça, o que faz com que a sua memória seja redefinida de duas em duas horas. Esta condição faz com que a jovem não se lembre da data em que está e que esqueça o que estava a fazer há poucas horas atrás. “Eu tenho um calendário na porta do meu quarto e de cada vez que eu olho para ele e vejo que estamos em Setembro fico muito baralhada”, disse em declarações ao canal televisivo WQAD. A família de Riley continua desesperadamente à procura de respostas médicas depois de lhes ter sido dito que não há nenhuma causa clínica que provoque esta condição. “Os médicos dizem que não há nada de errado. Não conseguem encontrar nada”, disse Sarah Horner, a mãe da adolescente. Enquanto isso, Riley reajustou a sua vida e as suas tarefas diárias. Todos os dias aponta num caderno várias notas e tira fotos com o telemóvel para se lembrar de coisas básicas. A história de Riley é frequentemente comparada ao filme ‘O Feitiço do Tempo’, de 1993, protagonizado pelos atores Bill Murray e Andie MacDowell. Na película, a personagem principal revive o mesmo dia repetidamente. Anatomia Investigação sobre temperatura dos testículos ganha prémio Ig Nobel Uma investigação sobre a temperatura dos testículos é um dos vencedores dos prémios Ig Nobel, atribuídos às descobertas científicas mais estranhas do ano. Os vencedores da 29.ª edição dos prémios Ig Nobel foram anunciados semana passada, na Universidade de Harvard, no Estado norte-americano do Massachusetts. O galardão, entregue anualmente, visa “celebrar o incomum, homenagear a imaginação e estimular o interesse das pessoas na ciência, na medicina e na tecnologia”, destacando investigações “que primeiro fazem rir e depois fazem pensar” Na categoria de Anatomia, o primeiro prémio foi para os especialistas em fertilidade Roger Mieusset, Louis Boujan e Bourras Bengoudifa, pelo estudo de 2007 “Assimetria térmica do escroto humano”, publicado na revista “Human Reproduction”, que mede a assimetria na temperatura dos testículos. O estudo dividiu-se em três experiências: a primeira envolveu oito homens, submetidos a quatro posições corporais diferentes durante 15 minutos cada uma, com e sem roupa; a segunda incidiu sobre 11 funcionários dos correios, de pé durante 90 minutos seguidos; e a terceira teve como alvos 11 motoristas de autocarros em posição de condução durante igual período de tempo. Depois de analisarem os valores recolhidos por sensores estrategicamente posicionados, os cientistas observaram uma “falta de simetria térmica” em ambos os testículos. Em todas as experiências, concluíram que o testículo esquerdo é mais quente que o direito, mas apenas quando os homens estavam vestidos. A diferença de temperatura pode contribuir para a assimetria nos órgãos genitais externos masculinos. Mieusset, co-autor da investigação e especialista em medicina reprodutiva na Universidade de Toulouse, é o inventor de uma cueca térmica que, em algumas condições, funciona como contraceptivo. Uma outra investigação sobre o mesmo tema sugere que a temperatura a que os testículos são submetidos pode afectar a fertilidade dos homens e concluiu que a qualidade do esperma nos países ocidentais está em declínio. Pizza contra cancro e máquina que troca fraldas Entre as investigações destacadas na 29.ª edição dos prémios Ig Nobel, saliente-se ainda a dos cientistas que estudaram o prazer de aliviar a comichão e a dos que analisaram o volume total de saliva produzido por uma criança de cinco anos. Silvano Gallus levou para casa o prémio na categoria de Medicina por descobrir que comer piza pode proteger contra doenças (nomeadamente cancro), mas apenas se for feita e comida em Itália. Iman Farahbakhsh, do Irão, venceu o prémio de Engenharia graças a uma máquina que troca a fralda dos bebés e que foi patenteada nos Estados Unidos no ano passado. Dois youtubers detidos dentro da Área 51 dias antes da “invasão” A dez dias do evento mundial marcado para invadir a Área 51, dois youtubers holandeses entraram na base militar secreta norte-americana e acabaram detidos, já depois de terem andado durante cinco quilómetros dentro do local. É um dos locais mais misteriosos dos EUA, associado a mitos e teorias da conspiração e guardado por sistemas de segurança de alta tecnologia, como sensores de movimento e câmaras de alta-definição, e militares armados e camuflados. Para muitos, a Área 51, no Estado do Nevada, é o local onde os governos norte-americanos mantêm tecnologia extraterrestre e, para os mais excêntricos, vida alienígena. O mistério levou três páginas de Facebook a criarem um evento nas redes sociais, marcado para dia 20 de setembro, em que apela à invasão do local - “Invadir a Área 51, Eles Não Nos Podem Parar a Todos”, em português. Dez dias antes da data, dois youtubers desrespeitaram a sinalética de proibição presente na entrada do espaço e invadiram-no. Ties Granzier e Govert Sweep, de 20 e 21 anos, foram encontrados, na terça-feira, dentro da base, a quase cinco quilómetros do portão de entrada. Foram libertados no dia seguinte, sob pagamento de 500 dólares (453 euros) de fiança, anunciou a Polícia do condado de Nye. Os dois jovens produzem conteúdos virais para o YouTube e são seguidos por milhares de seguidores. Estavam dentro de um carro quando foram abordados pela Polícia. Questionados sobre se tinham visto a placa que indica a proibição de entrada naquele território, responderam que “sim”, mas que “queriam ver o que havia nas instalações”. Dentro do veículo, as autoridades encontraram câmaras de fotografar e filmar, um telemóvel, um computador portátil e um drone. As investigações aos materiais revelaram que os dois youtubers já tinham recolhido imagens captadas no interior da base militar, sendo que todos os vídeos e fotografias foram depois apagados. Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 |desporto | zambeze | 21 “Quero encontrá-las” Cristiano Ronaldo recorda mulheres que lhe davam sobras no McDonald’s Cristiano Ronaldo pode ter muito dinheiro hoje, mas não esquece aquilo por que passou. Na entrevista que deu ao canal ITV, o capitão da Selecção Nacional recorda os tempos em que ia ao McDonald’s sem dinheiro. Hambúrgueres “Quando era miúdo, com uns 12 anos, não tínhamos dinheiro. E vivíamos juntamente com outros jovens jogadores provenientes de outras zonas do país. Era um período complicado, sem a família por perto. Às 10 e tal 11 horas, tínhamos fome e havia um McDonald’s por perto. Pedíamos os hamburgueres que sobravam e uma senhora chamada Edna, mais outras duas raparigas, elas davam aquilo que sobrava. Espero que esta entrevista ajude a encontrá-las. Queria convidá- -las a jantar comigo, em Turim ou em Lisboa. Quero poder devolver aquilo que fizeram por mim. Nunca me esqueci desse momento”. Quanto vale “Não sei quanto posso valer, mas sei que tenho muito dinheiro no banco. Se calhar não devo dizer isso, mas é verdade e não posso esquecer. Se tenho 17 carros, não vou dizer que tenho 2.” Filho “Espero que o Cristianinho seja como eu, mas ele será o que quiser. Sem pressão. Talvez um pouquinho só de pressão [risos]” Recordes “A minha obsessão pela vitória ajuda-me muito. Bater recordes é parte de mim. Eu não persigo os recordes, eles é que me perseguem. Sou viciado no sucesso. E não acho que isso seja mau. Motiva-me, se alguma coisa não te motiva não vale a pena.” Desporto recreativo Jardim, ADV e A. Kongolote na linha da frente As equipas de ADV cmc, Jardim e Amigos Kongolote lutam, neste momento, pelo título e semana a semana trocam-se na liderança da tabela. Semana passada houve goleadas protagonizadas pelas equipas de Mafalala e ADV cmc, que fizeram coisas raras nesta temporada, no campeonato de veteranos da cidade de Maputo, ao derrotar os seus adversários, na 26ª jornada, por cinco a zero e seis a zero, ou seja, os Veteranos apanharam cinco a zero e Luís Cabral aceitou seis a zero. Quadro dos resultados Veteranos Unidos 0-5 Mafalala, Xipanipane 1-2 Círculo, Munna’s 0-1 Jardim, Matendene 1-2, Choupal, Kongolote 0-0 Madgumb’s, ADV 6-0 Luís Cabral, Sustenta 1-2 Amigos Matola, Tsalala 0-1 Leões Bravos, Eleven Main 3-3 Inhagóia, Amigos Kongolote ( ficou de fora). Jogos da 27ª jornada Leões Bravos x Matendene, Munna’s x Sustenta, ADV cmc x Eleven Main, Amigos Matola x Xipanipane, Jardim x Choupal, Mafalala x Amigos Kongolote, Luís Cabral x Tsalala, Inhagóia x Kongolote, Madgumb’s x Veteranos Unidos e Círculo ( ficou de fora). José Matlhombe Luta permanente na tabela classificativa São quatro, as equipas que lutam pelo título no campeonato de veteranos do bairro de Hulene em Maputo, com os Ressuscitados, detentores do troféu de 2018, a comandar a tabela classificativa com o intuito de, novamente, serem campeões mas, tem três equipas na perseguição que, também tem chancas de levantar o canecão de 2019 ou, ficarem na segunda posição, como são os casos de Matsuva, Célula D e Nova Luz pois, a diferença pontual é mínima ou seja, de dois com o segundo, três com o terceiro e quatro pontos com o quarto classificados. Assim, as quatro equipas da frente, ainda têm chances de meter na sua vitrina a taça de campeão edição - 2019. No fim-de-semana as quatro equipas voltaram a vencer os seus adversários e tudo ficou na mesma na tabela classificativa. Resultados da 17ª jornada Ondas do Mar 2-1 Tigres, Ressuscitados 5-2 Escorpião, Veteranos 1-3 Célula D, Célula H 1-2 Nova Luz, Matsuva 3-2 Cruzeiro, Nova Alianca 4-2 Célula A, Sporting - 1-5 Mavalane. Jogos da 18ª jornada Ressuscitados x Mavalane, Célula A Nova Luz, Escorpião x Célula H, Nova Alianca x Veteranos, Tigres x Sporting, Ondas do Mar x Cruzeiro, Célula D x Matsuva. Classificação actual Ressuscitados 39 pontos, Célula D- 37, Matsuva - 36, Nova Luz 35, Cruzeiro -28, Ondas do Mar - 25, Mavalane - 21, Veteranos - 21, Nova Alianca - 20, Tigres - 19, Célula H - 18, Sporting - 17, Célula A - 11, Escorpião - 7 pontos. Bairro de Hulene 22 | zambeze | Internacional| Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 A repressão dos defensores dos direitos humanos na Rússia aumentou desde o regresso de Vladimir Putin à presidência, em 2012, o que tem um impacto devastador no trabalho dos activistas, conclui a Amnistia Internacional num relatório hoje apresentado. “Cada dia repre - s e n t a u m a n o v a ameaça para os defensores dos direitos humanos”, refere a investigadora Natalia Prilutskaya, da Amnistia Internacional da Rússia, sobre as conclusões do relatório. O documento - intitulado “Unfair Game: Persecution of Human Rights Defenders in Russia Intensifies” (“Jogo Injusto: Perseguição a Defensores de Direitos Humanos na Rússia Intensifica-se”) -- expõe a existência de “um vasto conjunto de decisões” adoptadas pelas autoridades russas desde 2012 para “restringir, obstruir ou interromper o trabalho dos defensores dos direitos humanos na Rússia”. Este aumento da repressão dos defensores dos direitos humanos de várias áreas -- desde activistas políticos, pelos LGBT, pelo ambiente ou pela região da Chechénia - tem tido um “impacto devastador” no trabalho na Rússia, conclui a Amnistia Internacional. Segundo Natalia Prilutskaya, as represálias aos activistas passam por “serem espancados por agressores desconhecidos” ou por se tornarem “alvos de acusações ou detenções por crimes que não cometeram”. Além disso, acrescenta a investigadora, os activistas vêem, cada vez mais, as suas contas bancárias congeladas e recebem multas “de valores exorbitantes”. Outros ainda passam a ter “a família na mira da imprensa estatal intrusiva”, explica a responsável da Amnistia Internacional. De acordo com a organização, aqueles que protegem os direitos humanos na Chechénia e os activistas LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgéneros) estão entre os maiores alvos das autoridades russas, com “inúmeros ataques cruéis registados”. A Amnistia dá exemplos, como o de Igor Kochetkov, de São Petersburgo, cuja organização Russian LGBT Network expôs crimes contra homossexuais na Chechénia e que recebeu ameaças de morte em Rússia “reprime mais” os activistas dos direitos humanos com Putin Janeiro passado através de um vídeo que circulou nas redes sociais. “Até o momento, não há indicação de que a polícia tenha efectivamente investigado o assunto”, aponta a Amnistia. Um outro exemplo apontado é o de Oyub Titiev, líder do Centro de Direitos Humanos do Memorial da Chechénia” “Desde que Oyub Titiev foi preso por posse de drogas, uma acusação motivada por questões políticas, o trabalho de defesa dos direitos humanos é quase impossível na Chechénia”, considera a organização. De acordo com a Amnistia, muitos activistas deixaram de realizar actividades e os poucos que ainda operam fazem-no de locais remotos. “Estas restrições tiveram um impacto muito forte no resto do Norte do Cáucaso”, acrescenta. Os defensores dos direitos humanos na Rússia sempre enfrentaram assédio, intimidação, ataques físicos e detenções arbitrárias, admite o relatório sobre aquele país. “Mas nos últimos anos, o nível e extensão destas represálias aumentou significativamente, ao ponto de os activistas dos direitos humanos arriscarem a sua reputação, a sua liberdade e até a sua vida”, aponta o documento. “As autoridades russas têm de se pronunciar sobre estas violações e garantir que os activistas são protegidos e podem trabalhar sem medo de serem perseguidos”, defende a organização. “Pedimos às autoridades que acabem com as campanhas de represálias e difamação que se tornaram o seu ‘modus operandi’ e investiguem, de forma imparcial e eficaz, todos os crimes cometidos contra defensores e activistas de direitos humanos”, pediu Natalia Prilutskaya. As autoridades devem “revogar as leis excessivamente restritivas, que prejudicam o trabalho das organizações não governamentais (ONG), e cumprir as obrigações internacionais de proteger aqueles que protegem os direitos dos outros”, apelou a responsável. EUA garantem Ataque contra Arábia Saudita foi lançado de solo iraniano Os Estados Unidos têm a certeza que o ataque no sábado contra a Arábia Saudita foi realizado a partir de solo iraniano e que foram utilizados mísseis de cruzeiro, indicou hoje um responsável norte-americano à agência France Presse. A administração norte-americana está a preparar um dossier para provar as suas alegações e convencer a comunidade internacional, nomeadamente os europeus, na Assembleia- -Geral das Nações Unidas na próxima semana, adiantou o responsável que não quis ser identificado. Instalações petrolíferas em Abqaiq e Khurais, no leste da Arábia Saudita, foram atacadas no sábado, presumivelmente por aparelhos aéreos não tripulados (‘drones’), levando a uma queda para cerca de metade da produção saudita de crude, à volta de 5,7 milhões de barris diários ou cerca de 6% da oferta global. Embora o ataque tenha sido reivindicado pelos rebeldes iemenitas pró-iranianos Huthis, que regularmente disparam mísseis balísticos contra alvos no sul da Arábia Saudita e que atingiram a infra-estrutura petrolífera do reino em Maio e Agosto, os serviços de informações norte-americanos dispõem de elementos que permitem localizar a origem dos tiros, precisou a mesma fonte. Questionado sobre se Washington tem a certeza de que os mísseis partiram de solo iraniano, o responsável respondeu “sim”. Também respondeu afirmativamente em relação à utilização de mísseis de cruzeiro, recusando precisar o número de mísseis utilizado. O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou hoje que o Irão parecia estar por trás do ataque contra a Arábia Saudita, mas que queria “saber com certeza quem é o responsável”, adiantando pretender “evitar” um conflito. Teerão tem rejeitado as acusações sobre o seu envolvimento no ataque, que classificou de “insensatas” e “incompreensíveis”. A Arábia Saudita (sunita) combate desde meados de 2015 no Iémen os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão (xiita), o grande rival regional de Riade. Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | Internacional | zambeze | 23 O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, depositou na terça-feira no Supremo Tribunal de Justiça o dossiê de candidatura às presidenciais de 24 de Novembro e mostrou-se confiante na vitória. Vindo directamente de um périplo de uma semana pelo interior do país, para o Supremo Tribunal de Justiça, em Bissau, Domingos Simões Pereira defendeu que acredita que será o próximo Presidente guineense “pela resposta” que tem tido da população. “Em todos os pontos onde passei falei com pessoas humildes, pessoas que sofrem, falei com mulheres que não conseguem mandar os filhos para escola, falei com gente que passa fome, falei com gente que fica no sol para poder vender o pouco que tem para sustentar a família. Com todos eles me comprometi ser um Presidente que os represente”, disse Domingos Simões Pereira. O dirigente também disse que pretende ser um Presidente que irá emprestar a sua voz aos desfavorecidos e predispor-se para construir um país diferente com todos. “A partir do dia 24 de Novembro, vamos construir um país diferente, um país em que todos os guineenses vão estar convocados para juntos abrirmos uma nova pagina”, observou Domingos Simões Pereira. Questionado sobre se já tem ideia de como resolver os problemas que identificou no país, o candidato apoiado pelo PAIGC respondeu que a Guiné-Bissau tem soluções próprias. “Este país tem remédio para isso tudo, porque é um país viável basta que sejamos capazes de colocar os recursos lá onde eles são necessários, a favor dos mais desfavorecidos”, defendeu Domingos Simões Pereira, para quem a pluralidade étnica não deve ser vista como um problema, mas uma vantagem, disse. O líder do PAIGC afirmou ainda que está confiante na sua vitória no dia 24 de Novembro. “Estou confiante na vitória porque confio no povo e sei que o povo confia em nós”, declarou Domingos Simões Pereira, sublinhando “ser evidente” a diferença entre o seu discurso e de outros candidatos “que não conseguem ter uma retórica que convoque os guineenses”. Sobre o acordo político que vai ser assinado ainda hoje entre o Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido - Partido Social Democra - ta (APU- - P D G B ) , este último parceiro do PAIGC no actual Governo, Simões Pereira disse não pretender comentar assuntos das outras candidaturas. Domingos Simões Pereira defendeu igualmente que a sua candidatura representa a estabilidade e a “garantia de que a Guiné-Bissau se vai reencontrar”, a partir do dia 24 de Novembro. Domingos Simões Pereira deposita candidatura no Supremo Tribunal Entrega de candidaturas para disputar a liderança da UNITA começou O principal partido da oposição angolana, UNITA, iniciou o período de entrega de candidaturas à liderança do partido, mas apenas dois possíveis sucessores de Isaías Samakuva assumem a candidatura. Em declarações à Lusa, o presidente do grupo parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, admite que a sua candidatura é uma “hipótese forte” e acredita que a liderança do partido do “Galo Negro” venha a ser disputada por três a quatro candidatos. Outro candidato que já anunciou a intenção de concorrer é o general Abílio Kamalata, que pretende desfazer a “má imagem que a UNITA ganhou nos últimos tempos” e “consolidar princípios de respeito e de democracia e honrar os compromissos que a UNITA sempre assumiu”. “Vou mesmo avançar, estou pronto para o embate”, disse o general, citado pela Voz da América. O novo presidente irá a votos no congresso da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) agendado para Novembro, mas até lá terão de ser formalizadas e aprovadas as candidaturas e só se conhecerá quem irá disputar as eleições no dia 04 de Outubro. As candidaturas serão submetidas ao crivo da comissão eleitoral, que vai avaliar o cumprimento dos requisitos até 30 de Setembro, um processo previsto nos regulamentos partidários. Depois de cumprir quatro mandatos à frente da UNITA, Samakuva, de 73 anos, não deverá recandidatar-se, tendo declarado esta intenção publicamente. No entanto, notícias veiculadas pela imprensa angolana deixaram no ar a possibilidade de uma nova recandidatura do líder, o que os analistas acreditam que deixaria de fora outros aspirantes ao cargo. José Pedro Kachiungo, que já foi a votos em 2011, foi outro dos nomes anunciados como pré-candidato à presidência da UNITA. A Lusa tentou saber se o deputado iria formalizar a sua candidatura, mas não foi possível contactar o parlamentar. A escolha do novo líder vai ser decidida no XIII Congresso do maior partido angolano da oposição, que se realiza entre 13 e 15 de Novembro, em Luanda. 24 | zambeze | CIÊNCIA E TECNOLOGIA| Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 NASA pondera regresso à Venus da missão baptizada em honra de Fernão de Magalhães O Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA submeteu uma proposta para regressar a Vénus, através do programa Discovery, trinta anos depois da missão Magellan, que foi baptizada em honra ao explorador português Fernão de Magalhães. Aproposta irá competir com cerca de uma quinzena de outras missões potenciais, disse à Lusa a vulcanóloga e cientista sénior do JPL Rosaly Lopes, que fez a revisão do projecto, das quais a NASA escolherá apenas uma para voar. “A missão Magellan foi a primeira que mapeou a superfície e realmente viu abaixo das nuvens de Vénus, que tem uma atmosfera muito espessa”, explicou a cientista do laboratório sediado em Pasadena, no condado de Los Angeles. “Antes da Magellan, quase não se tinha conhecimento da superfície de Vénus”, acrescentou. A nave, feita com componentes de outras missões, incluindo das Voyager, foi lançada a 04 de Maio de 1989 e esteve activa até 13 de Outubro de 1994, momento em que cumpriu a ordem de se despenhar na atmosfera venusiana. Segundo Rosaly Lopes, a comunidade científica tem agora muito interesse em retornar a Vénus, “porque a Magellan foi uma missão muito bem sucedida mas ela ainda tem muitas coisas para descobrir”. Originalmente denominada “Venus Radar Mapper”, a missão de exploração do planeta vulcânico foi renomeada “Magellan” (a versão inglesa de Magalhães) em 1985, “porque foi a primeira missão justamente a fazer a circum-navegação de Vénus”, entrando em órbita ao redor do planeta, explicou Rosaly Lopes.A referência a Fernão de Magalhães, que em Setembro de 1519 partiu na primeira viagem histórica de circum-navegação da Terra, espelha a continuada importância das descobertas feitas pelo explorador português há 500 anos. A viagem de Fernão de Magalhães comprovou que o planeta é redondo e mostrou aos europeus que a sua dimensão era muito superior ao que se pensava na altura, bases científicas que hoje são postas em causa por uma franja da sociedade que acredita que a Terra é plana. Um retrocesso que “não tem explicação”, disse Rosaly Lopes. “Desde os últimos 500 anos nós temos tantas provas, temos imagens da Terra feitas do Espaço e basta entrar num avião para ver a curvatura da Terra”, afirmou, considerando tratar-se de uma “moda”. Entre os autodenominados “flat earthers” há algumas personalidades conhecidas, como a estrela da NBA Kyrie Irving, o rapper B.o.B. ou a estrela da MTV Tila Tequila. Em Junho, o clube de futebol da terceira divisão espanhola Móstoles Balompié mudou de nome para Flat Earth FC, por decisão do ex-futebolista e presidente Javi Poles, que acredita na teoria da terra plana. “Há pessoas que escolhem acreditar em coisas sem sentido”, disse Rosaly Lopes. “Não podemos convencer pessoas que têm uma mente fechada”.A NASA está agora a analisar as propostas de novas missões e deverá anunciar quais passarão à próxima fase até ao final do ano. Rosaly Lopes, que é co-investigadora de uma nova missão que vai estudar as luas de Júpiter, acredita que o regresso a Vénus acontecerá nos próximos dez a quinze anos. O JPL em Pasadena está também a trabalhar num novo Rover que vai a Marte, Mars 2020. Sistemas Solares Off-Grid lançados em parceria com Vodacom A Fenix International, uma empresa de energia da próxima geração e subsidiária da ENGIE, abriu o seu sexto mercado em Moçambique, visando facultar energia não poluente e serviços financeiros inclusivos, num período de 3 anos, a 200.000 residências. O lançamento de vendas em Moçambique foi o último passo na expansão da Fenix. Sediada em Kampala, a empresa já conectou 500.000 clientes à energia solar em Uganda, Zâmbia, Costa do Marfim, Benin e Nigéria. A título de subsidiária da ENGIE, as operações da Fenix cresceram rapidamente, o que permitiu expandir serviços de energia off-grid e financeiros para novos mercados, sendo Moçambique o quarto novo mercado, o qual foi aberto no ano passado. Luke Hodgkinson, Director-Geral da Fenix Moçambique, comentou: “Moçambique estabeleceu um objectivo ambicioso com a sua iniciativa ProEnergia, o qual visa facultar electricidade à 100% da população até 2030. O país representa um mercado ideal para produtos solares off-grid, com apenas 27% das residências, actualmente, conectadas à electricidade e uma população altamente distribuída. As operações da Fenix centrar- -se-ão em abranger aos que mais necessitam de acesso à energia, especialmente, distritos do Norte do País e pessoas que utilizam métodos dispendiosos, poluentes e perigosos como, por exemplo, querosene e velas para iluminar as suas residências. Ao substituir as lanternas alimentadas por combustíveis fósseis, os sistemas solares domésticos permitem aos clientes, que estão fora da rede eléctrica, iluminar as suas casas com luzes LED não poluentes, bem como carregar os seus telefones e alimentar rádios, TVs, máquinas de cortar cabelo e alto-falantes. O último produto da Fenix, o Fenix Power, é um sistema de energia GSM que permite à empresa determinar a utilização do produto e potenciais problemas técnicos à distância, melhorando assim a experiência do cliente. A Fenix é a primeira empresa solar de pagamento por utilização (PayGo) em Moçambique a utilizar as tecnologias da Internet das Coisas (IdC) para reduzir custos e facultar tecnologia acessível e de alta qualidade aos clientes de zonas rurais e outros consumidores finais. A Fenix celebrou uma parceria com a Vodacom e a Vodafone M-Pesa SA para atender aos desafios de distribuição, conectividade e pagamentos móveis que, no passado, deixavam os moçambicanos de zonas rurais mal servidos no que respeita à produtos energéticos acessíveis. Luke acrescentou, “estamos felizes por celebrar esta parceria com a Vodacom e a Vodafone M-Pesa SA. Com a sua marca, rede de distribuição e plataforma de pagamento líderes no mercado, em combinação com os produtos de alta qualidade e excelente atendimento ao cliente da Fenix, iremos facultar energia não poluente e inclusão financeira de milhões de Moçambicanos de zonas rurais. Após o estabelecimento destes alicerces, as possibilidades de facultar outros produtos transformadores, desde electrodomésticos ao seguro de colheitas, são verdadeiramente infinitas.” Gulamo Nabi da Vodafone M-Pesa SA acrescentou, “temos trabalhado para desencadear o potencial do M-Pesa para milhões de Moçambicanos nas zonas rurais com difícil acesso a serviços financeiros tradicionais. A Vodafone M-Pesa SA, está entusiasmada em trabalhar com a Fenix para acessar essas áreas e facultar uma plataforma de pagamentos fácil, rápida e segura aos clientes, para que estes possam iluminar as suas residências com energia acessível e não poluente. Isto está totalmente alinhado com a nossa missão de criar soluções móveis para mudar as vidas dos nossos Clientes.” Sediada em Maputo, a Fenix irá operar em todas as províncias de Moçambique nos próximos três anos. Embora as vendas já tenham começado na região sul, o próximo ponto de entrada para investimento sera a província de Nampula, antes do final do ano. Esta decisão é fundamentada pelo compromisso da Fenix em facultar a sua solução às residências mais necessitadas, nas zonas mais recônditas de Moçambique. Para servir aos seus clientes no país, a Fenix irá formar e contratar 150 profissionais de vendas e marketing, atendimento ao cliente, diagnóstico de produtos e logística a tempo inteiro. Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 zambeze | 25 CONTACTOS: 823073450/ 847714280 ZAMBEZE Comercial | NACIONAL| ZAMBEZE ANUNCIE NO Departamento Comercial Contactos: (+258) 82 307 3450 (+258) 824576070 | (+258) 84 269 8181 E-mail: esmelifania2002@gmail.com esmelifania2002@yahoo.com.br A NOVOMÉDIA, SARL, PROCURA AGENTES PARA VENDER O JORNAL EM TODAS AS PROVÍNCIAS DO PAÍS Na Zambézia MDM invade localidades vulneráveis nos distritos de Gilé e Gurué O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), na província da Zambézia, faz um balanço positivo do seu trabalho de campanha nos distritos de Gilé e Gurue. Para o membro do MDM na Zambézia, José lobo, a sua formação política tem estado a fazer campanha em localidades onde os outros partidos dificilmente penetram para o contacto com o eleitorado. Esta aposta pelo eleitorado das localidades, segundo nos conta a fonte, é uma estratégia que está surtir efeitos positivos atendendo e considerando que muitos eleitores daquela província estão a aderir a mensagem que o MDM vai divulgando nos lugares em que passa. Em localidades como a de Namalo e Namicopo, no distrito de Gilé, José Lobo entende que a pobreza ainda é extrema dai que, o seu partido tem estado a interagir com os eleitores para que no dia 15 de Outubro votem no ”Galo” de modo que possam ver a curto prazo seus problemas resolvidos considerando que o MDM é a esperança do povo. “São localidades cujas populações vivem de forma dispersa. O MDM tem optado por concentrar as populações das localidades, não só para explicar o nosso manifesto que se resume na inclusão, como também para informar aos cidadãos que o voto é a única forma de escolher ou retirar os nossos representantes”, explicou. José Lobo afirma que o MDM já provou nas cidades municipais cuja gestão esteve em suas mãos que é competente e que pode governar este país, eliminando as acentuadas desigualdades sociais que as populações atravessam em todas frentes. Os municípios da cidade de Beira, Nampula e Zambézia desenvolveram depois de muitos anos de sono o que quer dizer que o MDM quer o bem-estar do povo e é a esperança para muitos. Por exemplo, Lobo entende que o distrito de Gilé é rico em recursos minerais. Contudo, o governo vendeu a fonte mineira que servia de rendimento para a população. Para o membro do MDM, a população de Gilé vive, actualmente, dependente da agricultura de enxada de cabo curto o que não faz sentido atendendo que Gilé já devia ter sido instalado uma indústria para processamento daquilo que é produzido. “Produz-se muito gergelim e caju e, em contrapartida não temos uma indústria para o processamento da produção. Na lógica científica, a indústria deve estar perto dos centros de produção para facilitar o escoamento dos produtos”, disse acrescentando que o MDM quer mudar a província da Zambézia caso seja eleito. Educação Cívica eleitoral O membro do MDM disse, num outro desenvolvimento, que o seu partido tem estado a dar continuidade ao trabalho de educação cívica eleitoral para evitar abstenções massivas no escrutínio de 15 de Outubro. ”A província da Zambézia olhando para sua extensão acredito pouco que o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) tenha tido capacidade de fazer o trabalho de educação cívica completo, até porque o processo que antecedeu à educação cívica, que foi o recenseamento eleitoral, foi marcado por sabotagem, dado que alguns mandatos foram movimentados para a província de Gaza”, disse. José lobo denuncia ainda aquilo que chama de “maquinação da fraude” por alguns membros do partido no poder que, ao invés de fazerem a campanha, exigem cartões de eleitores aos cidadãos com promessas não muito claras. ”Estão a contactar cidadãos a proceder a entrega de seus cartões de eleitores para a extracção do número do eleitor, no sentido de descobrirem quem ira votar na oposição”, disse acrescentando que são pessoas identificadas. Contudo, as autoridades nada fazem mesmo com as denúncias dos partidos políticos. Relativamente ao distrito de alto Mulocué, José Lobo afirma que é uma região de disputa entre o MDM e a Renamo. A Frelimo nesta região não tem grandes chances a olhar pelos resultados das autárquicas do ano passado. Aliás, a aparição do partido no poder, segundo a mesma fonte, é mínima. “No dia 15 de Outubro antevejo muitas surpresas, o eleitor compreendeu que a única forma de se libertar da lenda dos 44 anos de governação e a urna”, reaçou. Caixa Porta-Porta marca campanha do MDM na cidade de Maputo O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), na cidade de Maputo, diz haver muita aceitação do seu manifesto por parte do eleitorado. Segundo o membro do MDM, na cidade de Maputo, Ismael Nhacucue, na última semana o partido trabalhou nos bairros de Triunfo, Mafalala, Maxaquene, Benfica, Chamanculo e Xipamanine. A campanha porta-porta foi a estratégia usada pelos membros do MDM nesta cidade para namorar o eleitorado dos vários distritos municipais. ”Estamos a um nível de inserção dos 30%. No terreno estamos a ter bons indicadores e acredito que teremos bons resultados no dia 15”, disse. O membro do MDM afirma que os cidadãos só têm no número dois do boletim de voto para mudar o rumo que o país se encontra, pois o MDM é a alternância desejada pelos moçambicanos. “A mensagem que temos priorizado no contacto com os eleitores centra-se na luta cerrada contra a corrupção e eliminar as injustiças sociais”, disse. Elton da Graça 26 | zambeze |ECONOMIA| Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 Indústria do gás Programa de apoio à certificação de PME já iniciou Cumprindo o compromisso assumido durante o lançamento do Seminário de Oportunidades Locais (SOL), em Agosto do ano passado, na cidade de Pemba, o projecto Mozambique LNG, liderado pela Anadarko, em parceria com o Instituto para Promoção de Pequenas e Médias Empresas (IPEME), iniciou o programa de apoio à certificação de pequenas e médias empresas (PME) no país. Ocontrato para apoio à formação de empresas locais e ao desenvolvimento de sistemas e procedimentos necessários para certificação foi adjudicado à Energy Works, uma empresa moçambicana dedicada à implementação de padrões de gestão internacionais. O Director Geral do IPEME, Claire Mateus Zimba, afirmou que “com esta acção voltada ao apoio estratégico ao fortalecimento da estrutura competitiva das PME nacionais no acesso ao mercado, está-se a responder com serenidade e de forma concreta, por um lado, ao memorando de entendimento celebrado este ano com a Anadarko e, por outro, a cumprir-se com um dos compromissos da actual agenda governativa no referente à inclusão empresarial local. Estão lançadas as bases para o arranque e implementação sustentável da verdadeira qualificação empresarial, onde a profissionalização na gestão e modernização produtiva tem no processo da certificação um activo relevante para a contínua melhoria da competitividade das PME moçambicanas. Steve Wilson, Vice-Presidente e Director Geral da Anadarko em Moçambique, disse: “Este é um marco importante nos nossos esforços visando o empoderamento das empresas locais no país e, evidentemente, isto só foi possível graças ao apoio contínuo do Governo moçambicano em todo este processo. Por isso, apraz-nos anunciar que como culminar do concurso lançado em finais do ano passado, já adjudicámos o contrato à empresa que irá apoiar no treinamento de empresas moçambicanas para a certificação em padrões internacionais, aumentar a sua capacidade e competitividade para acesso às oportunidades oferecidas pelo projecto Mozambique LNG, bem como a outras oportunidades existentes na indústria de petróleo e gás, no geral”. “Nesta primeira fase, com a duração de 6 a 9 meses, iremos trabalhar na capacitação e desenvolvimento de 40 empresas moçambicanas, sendo 20 em Maputo e outras 20 em Pemba, para um padrão essencial para a certificação internacional ISO 9001 (Gestão de Qualidade). Esperamos que em 2020, estejamos em condições de implementar o programa completo, que contempla o desenvolvimento das empresas nos seguintes sistemas de gestão de qualidade: ISO 45001 (Saúde e Segurança Ocupacional), ISO 14001 (Gestão Ambiental) e ISO 22000 (Gestão de Segurança de Alimentos), incluindo outros padrões exigidos para a prestação de serviços para o projecto”, acrescentou Steve Wilson. Recorde-se que em Junho passado, a Anadarko Moçambique Área 1, Lda. e seus parceiros da Área 1 offshore anunciaram a Decisão final de Investimento (DFI) do projecto Mozambique LNG. Em Agosto, o Presidente da República, Filipe Nyusi, procedeu ao lançamento da primeira pedra para a construção da instalação de GNL, e à inauguração da nova vila de Quitunda, construída para albergar as famílias impactadas pelo projecto em Palma. O projecto Mozambique LNG espera gastar cerca de 2,5 mil milhões de dólares americanos com empresas de propriedade moçambicana ou registadas em Moçambique ao longo dos cerca de 5 anos do período de construção das instalações de GNL. Mphanda Nkuwa tem pernas para andar O Ministério dos Recursos Minerais e Energia apurou o consórcio Synergy Consulting, Baker Mckenzie, Worley Parsons e HRA Advogados, entidade que irá prestar assistência técnica ao Governo na elaboração da estratégia da estruturação legal e financeira do Projecto da Barragem de Mphanda Nkuwa, soube o nosso jornal. Aselecção resultou de um concurso público lançado em Março do presente ano pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) que obedeceu a procedimentos de “procurement” internacional, tendo transcorrido duas etapas, nomeadamente a de manifestação de interesse na qual participaram dezoito (18) entidades e a segunda limitada a nove (9) firmas pré-qualificadas. O nosso jornal soube por outro lado que o consórcio ora seleccionado é constituído por firmas com créditos internacionais, especializadas em estruturação financeira, técnica, comercial e legal, com vasta experiência na implementação de projectos de infraestruturas na área de energia em empreendimentos desenvolvidos na base de “project finance”. Resulta dos termos de referência do concurso público que a entidade seleccionada irá trabalhar com o Gabinete de Implementação do Projecto Mphanda Nkwua, prestando assessoria de toda a natureza requerida para viabilizar a actualização dos estudos técnicos identificados como críticos e para a selecção do parceiro estratégico que se deverá juntar as empresas públicas EDM e a HCB no desenvolvimento das infraestruturas projecto. A contratação do consultor irá imprimir celeridade no processo de selecção do Parceiro Estratégico para o desenvolvimento do empreendimento. Mphanda Nkuwa apresenta-se como um projecto estruturante para o País, devendo contribuir para responder ao desafio do aumento da disponibilidade de energia para o desenvolvimento económico e social e para fazer de Moçambique um país de referência no fornecimento ao mercado regional da África Austral. A implementação deste projecto irá gerar milhares de empregos qualificados e não qualificados, quer directos, quer empregos indirectos e constituirá um forte estímulo para o empresariado nacional industrial, comercial, agrícola e de prestação de serviços. De recordar que no passado mês de Agosto o Governo concluiu os acordos de financiamento para o projecto da linha de transporte a 400 kV ligando Temane – Maputo, numa extensão de 560 km, que constitui a primeira fase da construção da espinha dorsal da linha de transporte a ser usada para evacuação da energia a ser gerada em Mphanda Nkuwa. A materialização de diversos projectos em curso em Moçambique, tanto de geração como de transporte, que incluem centrais hidroeléctricas e termoeléctricas a carvão e linhas de transporte de energia, todos eles de dimensão regional, representa um contributo na consolidação da cooperação regional, bem como no aumento das transacções de energia no contexto do mercado da SAPP. Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 |ECONOMIA| zambeze | 27 ZAMBEZE ANUNCIE NO Departamento Comercial Contactos: (+258) 82 307 3450 (+258) 824576070 | (+258) 84 269 8181 E-mail: esmelifania2002@gmail.com esmelifania2002@yahoo.com.br Comercial Cimeira Financial Times Há necessidade de se capacitar as PME face à exploração do gás natural A capital do país acolheu, na semana passada, a quarta edição da Cimeira Financial Times em Moçambique, durante a qual o administrador delegado do Standard Bank, Chuma Nwokocha, defendeu a necessidade de o país se focar na capacitação das suas Pequenas e Médias Empresas (PME) para que tirem, efectivamente, vantagem das oportunidades que se abrem com a implantação dos projectos associados à exploração do gás natural na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado. Este apelo surge do facto de existir um défice de participação deste segmento de empresas no processo de desenvolvimento sustentável do País, bem como na prestação de serviços e fornecimento de bens aos grandes projectos. É neste sentido que Chuma Nwokocha aponta como prioridade a capacitação das PME para que estas tenham acesso às oportunidades existentes, não só nos grandes projectos, mas também nos mercados regional, continental e mundial. “O financiamento é a parte menos relevante, neste momento. O mais importante é ajudar as empresas moçambicanas, em particular as pequenas e médias a adquirirem capacidades e conhecimentos, pois só assim é que terão acesso às oportunidades criadas pelos projectos da bacia do Rovuma”, disse o administrador delegado do Standard Bank. Chuma Nwokocha defendeu, ainda, a contínua aposta na agricultura, apesar do enorme potencial que o País detém no sector energético: “A agricultura contribui com 24 por cento para o nosso Produto Interno Bruto e é o maior empregador da população moçambicana. Ou seja, é um sector a ter sempre em conta. Não podemos abandoná-los, só porque descobrimos o gás”. Chuma Nwokocha falava na abertura da quarta edição da Cimeira Financial Times em Moçambique, que, na sua opinião, se afigura como uma excelente plataforma de debate e de troca de experiências sobre as melhores soluções para o futuro do País. “O Standard Bank sempre investiu no futuro de Moçambique, onde está implantado há mais de 125 anos. Por isso, apoia a realização desta cimeira desde o primeiro momento. Estamos felizes com a qualidade dos debates, que vão, certamente, contribuir para um crescimento sustentável e inclusivo do País”, sublinhou. A cerimónia de abertura foi dirigida pelo ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, para quem o evento serve de montra para as oportunidades que o País possui em diversas áreas, pois “a partir daqui é mais fácil fazer saber que existimos e que Moçambique é um bom País para se investir”. “Esta cimeira é uma plataforma que nos permite trocar informações sobre as nossas potencialidades. A Financial Times é uma publicação especializada em assuntos económicos, com inserção mundial, e é sempre bom termos um evento desta natureza aqui. Temos e fazemos muitas coisas boas, mas não temos tido a capacidade de as fazer chegar ao mundo, e as pessoas que não conhecem Moçambique começam, pelo menos, a ter informações a partir daqui”, disse Adriano Maleiane. Importa realçar que a quarta edição desta cimeira teve como tema “Construindo Resiliência para um Crescimento a Longo Prazo”, dada a necessidade e pertinência do debate sobre reformas e soluções que possam permitir um crescimento sustentável da economia, transformando os actuais desafios em oportunidades. A tónica das apresentações e dos debates esteve centrada na diversificação da economia do País e a introdução de reformas com vista ao seu crescimento sustentável, numa altura em que o País se prepara para receber grandes volumes de investimento associados à exploração do gás na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado. 28 | zambeze | CULTURA| Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 40 anos de carreira Pedro Mourana expõe no Espaço Cultural da Tmcel Por ocasião dos 40 anos de carreira, o renomado artista plástico moçambicano Pedro de S. Betrufe Mourana, de nome artístico PMourana, inaugura, na sexta-feira, 20 de Setembro, em Maputo, uma exposição sob o tema “Eterno Recomeço - 40 anos de peregrinação artística”. Trata-se de uma compilação de valiosas obras plásticas feitas ao longo de quatro décadas de uma notável carreira artística, caracterizada por uma criatividade ímpar, na forma de exprimir a paixão e as emoções, através da cultura. A exposição, que estará patente durante 30 dias, no Espaço Cultural Moçambique Telecom (Tmcel), localizado no IFT – Instituto de Formação das Telecomunicações, conta com o apoio desta empresa de telecomunicações, inserido no âmbito das suas acções de responsabilidade social corporativa, visando estimular, fomentar, preservar e divulgar o património artístico e cultural nacional. PMourana, cuja primeira exposição ocorreu em 1979, tem abordado várias temáticas, desenvolvendo diversas técnicas: “Nesta exposição, as pessoas poderão ver a minha evolução em termos de busca de temáticas, como também na técnica aplicada. Abordo exaustivamente temas de carácter social, sobretudo no que diz respeito à mulher, pois é a partir dela que procuro abordar a humanidade”, referiu o artista. Quarenta anos de carreira, conforme enfatizou PMourana, são quatro décadas de escola, de muita aprendizagem contínua. A ideia do artista é juntar no mesmo espaço cerca de 40 obras de arte, algumas das quais pintadas em 1983. Sobre a parceria com a Tmcel, PMourana contou que tudo começou a partir duma visita que o presidente do Conselho de Administração da Tmcel, Mahomed Rafique Jusob, fez ao seu atelier, onde contemplou algumas das obras do artista: “Estou feliz por esta parceria e acredito que vai imprimir maior qualidade à minha exposição”, frisou. Ainda a propósito da parceria, PMourana considerou que as artes só podem desenvolver- -se se o empresariado nacional apoiar, uma vez que um artista isolado mesmo que tenha talento, dom e potencial, se não tiver uma parceria institucional, um curador à altura, não pode singrar na sociedade. Importa realçar que PMourana já participou em diversas exposições, tanto individuais como colectivas, dentro e fora do País, onde abordou temas que exaltam o amor, a mulher, a poesia, a música e outros de intervenção social, focalizando assuntos inerentes à valorização do património cultural, à exaltação da diversidade cultural e ao diálogo entre as artes, nomeadamente a pintura e a música. Está patente, desde sábado, 14 de Setembro, no Auditório do BCI, em Maputo, uma exposição colectiva de trabalhos manuais de alunos do Centro Infantil e Escola Pequenos Sábios, intitulada “A Magia das Ciências”. Como refere uma nota da escola, pretende-se com esta actividade que as crianças desenvolvam o pensamento crítico, rigor científico, capacidade de observação, que saibam reflectir, questionar, formular hipóteses, pesquisar, analisar, resolver problemas, concluir, justificar, entre outros. A directora da escola, Fátima Valimamade, reiterou, na ocasião, a importância da arte na aprendizagem das crianças, estabelecendo uma relação directa com a ciência. “As ciências levaram- -nos a uma grande aprendizagem, à descoberta de formas divertidas. Os alunos sentiram prazer e motivação na aquisição de conhecimentos” – disse, salientando que “a escola deve importar-se muito mais, para além de transmitir conhecimentos de leitura e escrita. Ela deve preparar o aluno para a vida”. Já o representante do BCI, Simão Nhambessa, referiu o compromisso do Banco em continuar a apostar em novos talentos que vão emergindo ano-após anos, o que faz augurar um futuro promissor para a arte e a cultura. “Assumimos desde sempre uma postura de intervenção activa na valorização de causas como a que hoje é aqui apresentada” – disse. Fundado há 19 anos e vocacionado para a infância, o Centro Infantil e Escola Pequenos Sábios tem como objectivo fundamentar a prática pedagógica nos seguintes eixos: educar, brincar e cuidar. Refira-se que a mostra pode ser vista, com entrada livre, até ao dia 21 de Setembro. Pequenos Sábios expõem “A Magia da Ciência” ZAMBEZE ANUNCIE NO Departamento Comercial Contactos: (+258) 82 307 3450 (+258) 824576070 | (+258) 84 269 8181 E-mail: esmelifania2002@gmail.com esmelifania2002@yahoo.com.br Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | CULTURA| zambeze | 29 O Centro Cultural da Universidade Eduardo Mondlane, acolheu no último fim-de-semana em Maputo a estreia da primeira Ópera Moçambicana com o título “O Grito de Mueda”. O Grito de Mueda é uma criação colectiva de vários músicos e dramaturgos numa cooperação entre moçambicanos e argentinos. O objectivo desta iniciativa é contar a história do massacre de Mueda numa só voz e de forma livre. Este é um concerto que representa um marco fundamental no mundo das artes e cultura em Moçambique, uma vez que marca o nascimento da música académica nacional. Nó Boane da embaixada da Argentina em Moçambique que falava ao “Zambeze” depois da realização de espetáculo, no último fim-de-semana em Maputo, salientou que este é uma projecto que iniciou através do maestro argentino, Óscar Castro há mais de dez anos que “desde esta altura pensou em colocar em cena a história de massacre de Mueda em colaboração com vários artistas moçambicanos e argentinos como forma de construir um legado na cultura dos moçambicanos,” disse. Mais de oitenta artistas estão em envolvidos na exibição da primeira ópera moçambicana desde músicos, compositores, actores, instrumentistas. “Narra a gestação, desenvolvimento e resultado fatal da convocação dos camponeses de Mueda, levada a cabo pelas autoridades coloniais portuguesas a 16 de Junho de 1960 e está ópera é uma, representação, uma narração livre de um facto histórico moçambicano que é um massacre de moeda, que é um evento histórico para moçambique ”, esclareceu, Nó Boane. Por seu turno, Óscar de Castro professor da Universidade de Buenos Aires, da Argentina e professor convidado na Escola da Comunicação e Artes na Univerdade Eduardo Mondlane, considera igualmente que “a obra estreada neste sábado em Maputo constitui um marco importante na cultura dos moçambicanos, tendo em conta que o Massacre de Mueda, foi um dos mais marcantes episódios da resistência dos moçambicanos à opressão colonial” disse o professor. A ideia de se fazer uma opera moçambicana nasce, segundo Óscar de Castro numa interação com estudantes universitários após a sua chegada ao solo pátrio “nessa altura comecei a investigar no sentido de encontrar uma tema forte que nos permitisse contar a história dos moçambicanos, e foi a partir deste prossuposto que escolhi o tema massacre de Mueda, muito importante para as independências e a reposição de alguns aspectos culturais,” explicou a fonte. Mas adiante questionado a fonte sobre a escolha do tema “Grito de Mueda” o interlocutor disse que “mudou-se de nome de Massacre para o Grito de Mueda porque é uma palavra muito forte e é como um começo para as liberdades e para libertação deste país, portanto a cena é uma interpretação livre deste país.” Foi um evento de alegria, grande aprendizagem, um rebuscar da história da Moçambique. Foi um grande ensinamento sobre o processo de massacre de moeda. “O Grito de Mueda” foi escrita por Nilza Laice, sobre ideias de Óscar Castro, Hortêncio Langa e Feliciano de Castro Comé, todos professores da Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane. Inspira-se em factos verídicos narrados num capítulo das memórias de Domingo Pachinuapa. Com uma composição original, a música foi criada por uma equipa de compositores moçambicanos e argentinos: Edildo Cuna, Pedro Tinga, Hortensio Langa, Edson Uthui, Feliciano de Castro Comé, Samuel Manhiça Júnior, Luis Caruana, Ilidio Manhiça, Hugo César de la Vega e Óscar Castro. Este fim-de-semana a ópera moçambicana volta aos palcos do centro Cultural da Universidade Eduardo Mondlane com as entradas livres. Num futuro próximo poderá ser exibido nas províncias. Alberto Mazanga Alberto Mazanga Elton Lalfy na primeira pessoa musical… Elton Bernado Bila de 21 anos, estudante do Nível médio, residente no Bairro Triunfo, jovem músico, dos géneros Kizomba, R&B e HIP-HOP. Nome artístico Elton Lalfy “Comecei a contar em 2010, descobri este talento através de um primo que certa vez levou-me ao estúdio e perguntou-me se eu não queria cantar, e assim foi. Comecei a minha carreira pelo Rap, actualmente faço outros géneros musicais. Faço parte de um grupo musical denominado “Death Boys”, formado em 2013, o grupo é composto por 4 membros. Como grupo em 2015 lançamos uma EP, denominada “Life Style”, que contém 5 faixas de géneros variáveis. Seguindo a carreira a solo, está previsto o lançamento da minha EP, para o ano de 2019, uma data por anunciar. Para a gravação e captação das nossas músicas contamos com o estúdio de um dos membros do grupo. O nosso primeiro show foi em 2014, em que participamos no reality show “Miss e Mister” entre escolas, no Cine África, participamos igualmente no lançamento do Álbum “ Tesouro” do cantor Hot Blaze. Daí em diante tivemos vários shows agendados. Ao longo da carreira tivemos vários constrangimentos, como grupo e como fazedores de arte, como grupo houve desavenças internas, como artistas, por vezes não fazer parte do cartaz de um show, os promotores não davam valor as nossas atuações, as vezes éramos convidados, mas nem sempre actuávamos. Em 2018, Bruno, um dos responsáveis pela descoberta do cantor Messias Marricoa, organizou um casting para a busca de novos talentos. Fui apurado para a segunda fase, mas não pude participar, por problemas pessoais. O meu maior sonho é entrar para o mercado da música, expandir o meu trabalho além fronteiras, ser reconhecido e conseguir gravar mais vídeos. Como grupo temos um vídeo lançado e o resto são apenas participações. Silvino Miranda Primeira Ópera Moçambicana narra a história do “Massacre de Mueda” ROX-Mazito encanta o Publico do Centro Cultural Franco-Moçambique Foi na noite da última sexta-feira que a trio constituído por artistas como Rhodália Silvestre, Onésia Muholove e Xixel Langa, dividiu o palco na sala grande do Centro Cultural Franco-Moçambicano num concerto musical intitulado ROX Mazito. Segundo a representante do trio em conversa com a nossa esquipa de reportagem, este é um projecto de três mulheres artistas, criado em 2018, em conversa de bar, com o intuito de fazer um show que tinha como designação noite das divas. “Tudo começou nesta actuação e fomos sugeridas para cantarmos juntas e criarmos uma marca. Dado o sucesso e satisfação nas actuações ganhamos coragem para continuar a trabalhar juntas para dar continuidade a este projecto”, explicou. Rhodália Silvestre, diz que o espectáculo superou as expectativas previstas e projectadas. “Foi um espetáculo, e é isto que nos incentiva a trabalhar como artistas, cada vez mais, e este foi um show que superou o primeiro que tivemos há um mês no big-brother e prometemos não decepcionar os nossos fãs”. Cada uma destas artistas trouxe ao palco quatro músicas individuais da sua autoria, que foram interpretadas neste cruzamento de vozes e algumas imitadas para animar a noite do espetáculo. Na mesma ocasião a Rhodália Silvestre prometeu lançar o seu primeiro álbum ainda este ano. Já a jovem artista Onésia Muholove diz que o espetáculo foi um momento único e esta marca “ROX” veio para ficar na cultura moçambicana. “Vamos continuar a trabalhar e cada apresentação será diferente da outra. Estivemos muito bem no palco e o público cantou a nossas músicas” ROX vem da junção das iniciais dos nomes das artistas: Rhodália, Onésia e Xixel e Mazito, que significa vozes, traduzido de Tsonga para Português. O trio fazer-se-ia acompanhar de uma banda constituída por Stélio Zoe na bateria, Euclides Carlos na guitarra, Nicolau Cauaneque no piano, Samito Tembe na percussão e Sérgio Mudjidji e viola-baixo. Alberto Mazanga Quinta-feira, 19 de Setembro de 2019 | Zambeze RIR | zambeze | 31 Ver, ouvir... e não calar Ângelo Munguambe Homenagem ao Ângelo de Oliveira Comercial Renovação de assinaturas para 2020 z Av. 25 de amb Onde a naçã Setembro, Nr. 1676 l Cell: 82 30 73 450 o se reenc l esmelifania2002@gmail.com e ontra zl Maputo E Comercial Renovação de assinaturas para 2020 Meninos e meninas, rapazes e raparigas, velhos e velhas. Nos dias de hoje, as empresas orgulham- -se do que produzem. Para a EDM, as coisas não são assim. Esta instituição sabotou, ou melhor meteu água ao retardar o processo produtivo do jornal Zambeze. É assim: desde segunda-feira que a EDM se envolveu em trabalhos demorados de remoção do seu PT, na Av. 27 de Setembro para facilitar a vida profissional da nova empresa vizinha, a Mahindra. Tudo bem. Mas para actos do género, mandam os manuais da boa educação empresarial, que aos utentes dos serviços em causa, lhes deve ser dada informação sobre a obra e as horas de reposição de energia. Nada disto aconteceu. As instituições das redondezas sentiram o efeito demolidor da falta de energia. Quanto a nós, a edição e o fecho da edição presente ficaram comprometidos, e a empresa gráfica, aplicou as devidas multas pelo atraso no envio do material. Moral da baboseira: a EDM ganhou dinheiro com o trabalho efectuado na empresa vizinha. Nós outros em especial o jornal Zambeze, ficamos a ver a banda passar, ou seja, duas empresas uma com ganhos e outra (a nossa) com prejuízo. Que asneira esta da EDM. Do tamanho dos buracos que pululam pelas avenidas de Maputo conforme ilustram as outras imagens. De permeio à patetice profissional da EDM, dois jovens se guerreiam na apetência pelo petisco da lavagem de viaturas. Ainda sobre a EDM. Em terra de empresa única, quem tem o domínio da energia é rei! EDM meteu água em vez de energia!

1 comment:

Mrs. McCarthy Juan said...

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