A Frelimo tem que organizar bem a sua campanha eleitoral. É seu dever. Chega de mortes. Ontem, domingo, morreram quatro pessoas e 56 ficaram feridas em acidente rodoviário após comício de Filipe Nyusi em Songo, província de Tete. São dados oficiais. Mas aventa-se a possibilidade de haver mais mortes, segundo fontes do hospital daquela vila.
O camião capotou!
O que está a falhar? Por que a Frelimo, um partido maduro (pelo menos no que se refere à idade) tem que transportar essas pessoas em camiões? E percorrem várias distâncias. Mais de 100 quilómetros. A Frelimo gaba-se de ter sabe-se lá quantos membros. Do dinheiro que esses membros contribuem não dá para pelo menos alugar autocarros para transportar, condignamente, as pessoas só nesta campanha eleitoral?
Como é que aquele que te promete um futuro risonho transporta-te num camião? Isto até parece uma seita religiosa. Ninguém critica. A obediência é cega. O “pastor” Filipe Nyusi vai a esses comícios em altos bólides. É escoltado. Há sirenes. Ninguém lhe pode impedir o caminho. Chega são e salvo. Discursa, promete e vai embora. O que vai pedir exibe riqueza. O dono do voto vai em camiões e às vezes morre pelo caminho. Parece teatro. Rasca!
É a segunda vez no mesmo mês, depois das mortes de Nampula. Os organizadores desta campanha é que são os maiores culpados. Se não dá para arranjar autocarros, para transportar as pessoas em segurança, que não as carreguem em camiões para percorrerem grandes distâncias. Que seja só um comício para pessoas desse distrito, vila ou cidade.
E essas pessoas que morrem às estradas por correr atrás de Filipe Nyusi, jamais serão lembradas. São meras baixas, como na guerra. Outros deixam filhos desamparados, por correr atrás de camisetas. O partido em nenhum momento ficará a responsabilizar-se pelos seus filhos. O povo, o votante, pode não perceber que está a ser matrecado, mas ao partido exige-se razoabilidade. Não se brinca com vidas!
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