07.07.2018 às 15h51
Os 13 jovens encurralados na gruta da Tailândia conseguiram fazer chegar mensagens escritas às famílias, enquanto as equipas de resgate fizeram 100 furos na montanha, na tentativa de os tirar de lá. A previsão de mais chuvas e de mais inundações, aliada à diminuição de oxigênio na caverna, transformaram o tempo num inimigo voraz
Os socorristas que trabalham no salvamento das 12 crianças e do seu treinador há já duas semanas encurralados na gruta de Tham Luang, na Tailândia, anunciaram esta madrugada que foram feitos 100 furos na montanha na procura de alternativas de resgate que não passem pelo mergulho. Porém, estes esforços ainda não permitiram determinar a posição do grupo dentro da gruta, como declarou o líder da equipa de crise e governador da província de Chiang Rai, Narongsak Osottanakorn,
No terreno, especialistas em deteção de ninhos de andorinhas estão também a ajudar a encontrar uma fissura na montanha que possa servir de ponto de extração. Isto porque, na sexta-feira, a morte por falta de oxigênio de Saman Kunan, um mergulhador da marinha tailandesa, enquanto fazia parte de uma operação para levar mantimentos aos treze retidos, veio a instalar a opinião de que a saída destes por mergulho pode ser "inoportuna" e demasiado arriscada. Seria necessário ensinar em tempo recorde os rapazes a mergulhar e em alguns casos mesmo a nadar num curto espaço de tempo e em circunstâncias que até os mais experientes consideram extremamente difíceis, demorando cinco horas para fazer o percurso entre a entrada da gruta e o local onde o grupo se encontra - onze horas no total para ir e regressar.
Este sábado, pela primeira em 15 dias foi possível ao grupo fazer chegar mensagens às familias, entregues pela mão dos mergulhadores. "Não se preocupem, papá e mamã. Há semanas que parti mas vou voltar para ajudá-los na loja", escreveu um dos rapazes. "Estou bem mas o ar é frio. Não se preocupem, e não esqueçam a minha festa de aniversário", pontuou outro. Na sua missiva, o tom do treinador, Ekkapol Chantawong, de 25 anos, foi diferente: "As crianças estão bem. Há uma equipa a tomar conta delas. Prometo cuidar delas o melhor que conseguir. Agradeço a todos o apoio moral e peço perdão a todos os pais." As autoridades tentaram instalar uma ligação telefónica colocando um cabo ao longo dos 4 km até à saída da gruta, mas esta nunca chegou a funcionar.
"Precisamos de ter um plano que seja o melhor plano", dizia na sexta-feira Osottanakorn. Por sua vez, Arpakorn Yookongkaewm o comandante dos fuzileiros tailandeses envolvidos no socorro alertava que as condições estão a agravar-se de forma imprevista à medida que o tempo passa. "Pensávamos que os rapazes ficariam seguros dentor de caverna por algum tempo, mas as circunstâncias mudaram. Temos um tempo limitado", constatou.
Referia-se ao facto de a previsão de fortes chuvas na região se manter nos próximos dias, o que torna urgente o salvamento, mas não só. Acontece que o nível de oxigênio na caverna está a diminuir - a entrada e saída de pessoas fê-lo baixar de 21% para 15%. A forma encontrada para o reforçar foi infiltrar tubos de oxigênio no seu interior, permitindo a renovação do ar. Mesmo assim, segundo as autoridades, os 12 rapazes entre os 11 e os 16 anos e o seu treinador estão fisicamente saudáveis, embora enfraquecidos.
No sábado 23 de junho, a equipa de futebol Moo Pa, composta por 13 jovens, ficou encurralada quando explorava a gruta de Tham Luang, a norte da Tailândia, e só foi encontrada nove dias depois. Tinham ficado presos numa caverna a 4 km da entrada da gruta, devido à chuva que bloqueou o caminho feito até ali.
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