sexta-feira, 20 de julho de 2018

Senhor Presidente: o modelo do Ruanda não serve para Moçambique


Marcelo Mosse
4 h ·

Senhor Presidente: o modelo do Ruanda não serve para Moçambique

Na terça-feira, a Vice-Ministra dos Negócios Estrangeiros, Maria Manuela Lucas, disse que a visita do PR Filipe Nyusi ao Ruanda era uma empreitada de aprendizagem. Vamos lá para aprender, asseverou ela. Ontem, já em Kigali, o PR reforçou essa vontade. E exigiu que os empresários deviam voltar para cá com negócios fechados. Se o PR não tiver olhar crítico e uma peneira bem tecida para filtrar fino, ele corre o risco de trazer de volta o pior que se pode esperar de uma democracia. Quando o PR regressar, eu gostaria de poder saber o que ele terá aprendido.

Para já, é preciso dizer que o Ruanda, o quarto país mais pequeno de África, tem coisas que atraem quando se lhe olha de relance. Um dado espantoso do World Economic Fórum: está no top 20 dos países mais seguros no mundo. Tem fama de gozar de bom ambiente de negócios. Seu ranking no doing business, um índice do Banco Mundial que avalia o ambiente de negócios do lado da legislação e burocracia, é o segundo melhor para investir em África. A CTA local tem acesso privilegiado ao Governo, que faz as reformas que ela propõe. A consequência é o país atrair considerável IDE. Há poucos dias, a FIAT anunciou que vai construir uma montadora. E a VW já estava servindo um franchise da UBER, esse esquema de partilha de viaturas que está substituindo o tradicional taxi.

Há poucos meses, o Ruanda assinou um contrato com o clube londrino Arsenal. “Visit Ruanda” é a inscrição publicitária agora estampada num cantinho das tshirts que a malta de Ozil e Lacazzete vão vestir este ano. O contrato foi criticado por cépticos como eu. Como é que um país pobre (que recebeu, em 2017, do DFID, 60 milhões de Libras para seu budget support) estava a gastar dinheiro num clube rico. Um paradoxo. O Ruanda pagou ao Arsenal 40 milhões de USD. A mesma pergunta foi feita ao clube britânico. Como é que o Arsenal negociava com um país cujo track record de democracia e protecção dos direitos humano é assustador?
Pois a Ruanda de Paul Kagame não é uma flor que se cheire.

Ele gere uma enorme máquina de cosmética para garantir que sua montra seja brilhante. Na montra exibe uma performance macroeconómica positiva e a redução da dependência, num registo impressionante, de 87% para 17 em anos. Elevou indicadores de desenvolvimento humano como esperança de vida e literacia. Mas, para lá da vidraça engalanada, nas prateleiras há um cenário desolador. Ruim! E a estória do ambiente de negócios não está bem contada. Porque as reformas foram feitas para acomodar em primeiro lugar uma holding empresarial da Frente Patriótica do Ruanda, o partido de Kagame. É uma espécie da nossa SPI, a holding da Frelimo, que controla a Kudumba, um dos maiores empecilhos ao ambiente de negócios local. Lá chama-se Tri-Star Investments/Crystal Ventures. Ela tem sua mão em tudo. Desde imobiliário até as finanças, passando pela telefonia móvel, processamento de leite. Seu braço de construção civil é que ergue as novas ruas de Kigali, uma cidade com várias empresas de segurança mas a única que usa armas é a ISCO, que também lhe pertence. Para além da Tri-Star/Crystal Ventures, há a Horizon, sob alçada do Ministério da Defesa, com tentáculos na construção e logística.

Em suma, o partido no poder está no centro da economia, e determina por isso quem pode acumular riqueza. Imaginem a Frelimo jogando um papel de relevo nos negócios locais.
Pois no Ruanda é assim. Kagame sacrificou a democracia local em nome do desenvolvimento. Sua estabilidade política resulta de um controlo centralizado e autocrático do poder. Um modelo onde o partido no poder gera e controla uma economia de rendas, espezinha a chamada “boa governação” e enriquece uma minoria e suas clientelas. Chamam na academia de “developmental patrimonialism”.

No ano passado, depois de uma alteração constitucional feita para remover a limitação de mandatos presidenciais em dois, Kagame ganhou as eleições com 99% dos votos, estendendo seu reinado de 17 anos até 2024. Teoricamente pode continuar no poder até 2034. Ele suprimiu opositores e mandou assassinar jornalistas e activistas críticos. Outros tiveram que se exilar. Um artigo no New York Review Books, sob o título a Repressão Eficiente de Kagame, descreve o Ruanda como um mosaico de pequenas aldeias comunais, cada uma com um chefe e um informador. É um estado bufo. Imaginem um informador do SISE em todas as esquinas das nossas cidades. Os cidadãos ruandeses são como que marionetas de kagame. Quando ele diz que ninguém deve andar descalço, no dia seguinte estarão todos calçados.

Nosso PR está no Ruanda para aprender mas é óbvio que voltará desiludido. Do Ruanda não temos nada a aprender. Seu modelo não serve em Moçambique. Eu espero que o PR seja assertivo. Como foi quando Kagame esteve cá exigindo que o Governo caçasse e deportasse seus opositores. Uma triste reedição do Recep Erdogan. Nosso Governo rejeitou. E bem!

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25 comentários
Comentários

Linette Olofsson Essa vice Ministra Maria Manuela Lucas tem algumas abordagens esquisitas , já quando embaixadora na República Italiana , afirmou num programa sobre a África de que Graça Machel foi antiga Combatente.

Helder Hugo Já deixou de ser? Ou o conceito mudou?.

Alvaro Simao Cossa Lenette Olofsson,Graça Machel sim foi antiga Combatente, ela esteve na clandestinidade em Portugal até 1973-1974.

Vasquinho King A arma de combate nao só AKM no fb a palavra é a arma pesada.

Linette Olofsson Alvaro Simao Cossa falo na frente e no terreno. Que foi estudante lá sim. Membro na clandestinidade.

Linette Olofsson Vasquinho King não desvie o debate. Falo da combatentes no terreno , não é preciso sim pegar em AkMs ...entenda o meu sentido.

Wilson Timane Linette Olofsson, tens que aprender a saber reconhecer quando falhas e não inventar manobras desnecessárias para não assumir o erro..

Alvaro Simao Cossa Lenette Olofsson conhece o estatuto do antigo combatente?.

Wilson Timane Linette Olofsson, o reconhecimento do erro, é uma virtude e não fracasso..

Sura Rebelo de Oliveira Alvaro Simao Cossa esse estatuto prevê tb q filhos de antigos combatentes tb se tornem antigos combatentes por "herança "? Essa parte faz me confusão ainda.
Não conheço os estatutos.

Alvaro Simao Cossa Sura Rebelo de Oliveira, aqueles filhos, de combatentes, que nasceram no exilo e os que seus pais (combatentes), ainda que em territorio patrio, estavam nas cadeias quando estes eram menores de idade, sim sao cobertos por esta lei. Creio que é justo ter que lhes dar cobertura.

Sura Rebelo de Oliveira Não faz sentido... Foi atribuído a muito poucos então. Tem antigos combatentes com filhos mas q não tiveram visibilidade no cenário político. A esses tb foi atribuído esse estatuto de antigo combatente?.

Alvaro Simao Cossa Sura Rebelo de Oliveira estamos a desviar o tema do texto aqui exposto, eu nao gosto disso no meu mural, e nao vou fazer isso aqui no mural do meu amigo Marcelo Mosse.

Sura Rebelo de Oliveira Alvaro Simao Cossa já terminei. Não perdi o foco do post. Só vejo viagens a "procura" de modelos etc em vez de se arrumar a casa primeiro. Vejo gastos desnecessários. Não digo q não deva viajar mas anda muito. Certamente q já tem ideias sobre o q fazer e não.

Helder Hugo Sura Rebelo de Oliveira parece estar um pouco deslocada do assunto em debate..

Helder Hugo Linette Olofsson por favor nao nos venha com essas de frente de combate. Vá ler o dispositivo legal sobre antigo combatente.
Não posso confirmar mas existem vozes que dizem que o conceituado e malogrado escritor José Craverinha nunca esteve numa frente...apenas ia as bases e zonas libertadas qdo vinha de férias na Europa onde estudava. Porque quando é Craverinha nao põem em causa o seu estatuto de antigo combatente mas quer por da Graça Machel?

Linette Olofsson Só se for aprender a lição mais profunda do centralismo Democrático.

Heleno Bombe Lembrem-se que Kagame é detentor de esquadrões da morte e comete atrocidades aos seus opositores políticos um pouco pelos países da Africa Austral Central e oriental onde encontram se exilados requerentes de asilo e refugiados ruandeses, onde praticam sequestros assassinatos e sevícias !
5Gerir

Ndibe Novais São essas coisas que os nossos governantes gostam de aprender. Máfias para se manter no poder a força.

Vasquinho King Kagame é mao dura e a vantagem é que tem país pequeno e grande apoio do ocidente nas liberdades é zero a esquerda

Geraldo Manjate Alguém já quis comparar Paul Kagamé a Nelson Mandela!!! que absurdo. Infelizmente há gostos para tudo, nem Jesus Cristo teria 99%, prova é que foi sacrificado sem dó nem ré.

Dalio Wing O Rwanda está a sofrer uma autêntica ditadura,tem um presidente que "assasinou" os opositores,o mesmo presidente esteve a comandar o massacre que em 10 dias fez 800 mil mortos.

Wa Ka Nhabanga Post bem colocado. É bom que a vice saiba que tem gente atenta

Júlio Mutisse Gostava de saber o que pensam os ruandeses do seu do seu país.
Há muito que vejo propaganda de opositores a PK neste sentido mas os dados que se falam até internacionalmente do Ruanda são outros.
Já li do meu irmão Gabriel um argumento sobre dissidentes inclusive em Moz que fogem do seu país. Será isso um medidor do não crescimento? Será isso um medidor de que a prosperidade que se projecta do Ruanda é cosmética?
Nos anos de maior crescimento do país estavam todos contentes? O nosso taciturno SISE era santinho e não perseguia ninguém?
Vou ali a Ucrânia beber um copo com meu irmão Alvaro Simao Cossa

Gabriel Muthisse O meu argumento principal nem foi esse. O meu argumento foi que (i) Moçambique também cresceu, durante vários anos, numa média altíssima, das mais altas a nível mundial; (ii) já foi apresentado como exemplo no mundo todo; (iii) esse crescimento teve limites, que se cristalizaram na presente onda de descrença; (iv) é preciso ver as características do crescimento do Rwanda; (v) é um crescimento que se baseia em factores internos, ou no apoio de doadores? (vi) se se apoiar no apoio de doadores é um crescimento com limites; (vii) para além de infraestruturas, saúde, educação... o que mais cresce no Rwanda? (viii) há um crescimento dos empresários locais? (ix) há um enfoque no desenvolvimento da cadeia de valor da produção interna? (x) há diversificação e horizontalizacao da economia?

Se só há estradas, eletrificação, saúde, educação, doadores, montagem de automóveis... esse crescimento não é nada!

Boa Monjane Gabriel Muthisse "para além de infraestruturas, saúde, educação, que mais cresce no Rwanda?". O que mais devia crescer?

Gabriel Muthisse Boa Monjane, se ler o comentário há-de perceber.

Alvaro Simao Cossa Temos muita coisa a aprender com o Ruanda, a primeira coisa que o presidente devia aprender é:
1. Como os dirigentes ruandeses deixaram de confundir seus bolsos pessoais com os cofres do estado
2. A grande atenção que eles dão para a erradicação de doenças endémicas
3. O sector de construção civil gerido pelo estado e planeamento urbano
4. O sector de saneamento do ambiente
5. Aspetos ligados à unidade nacional
6. Sector de educação sua massificação e (como combater fraude de titulos académicos)
7. Segurança das fronteiras, processo de reconciliação nacional efectiva 8. Como propagar, difundir, multiplicar, uma ideia nacional, opinião ou doutrina para a coesão das populações 9. Transporte público entre outros aspectos.

Júlio Mutisse E há sempre algo a aprender até sobre que caminhos não trilhar.

Sura Rebelo de Oliveira Aí sim.

Hannah Miranda E um dilema. Se Kagame sacrificou a liberdade pelo desenvolvimento não sei se será este o maior pecado. Eu tive a sorte de estar no Rwanda mais do que uma vez e vi ministros com programas de avaliação de desempenho realizados pelo povo, presidente a andar sem escolta, aldeias com água,luz escola e hospital, mortalidade materna e infantil equiparada a países europeus até melhor que alguns destes, um povo que tem medo do dia em que o presidente sair do poder.
Como um homem um partido consegue manipular tanta gente e tantos indicadores?
Rwanda pode não ser um bom exemplo para nós porque temos que passar por muitas transformações não só da liderança mas de cada um de nós..

Vasquinho King Hitler, Bokassa e Idi Amin tambem eram adorados pelos seus povos. Ele nao precisa de escolta porque tem um espiao em cada aldeia e bairro quem nem KGB. Eu continuo a pensar que Tanzania daria melhores lições que Moçambique é lento mas também já andou.

Arao Jose Valoi 👌👌👌👌👌.

Hannah Miranda Vasquinho King os indicadores de saúde e de desenvolvimento humano que Rwanda atingiu em 10 anos após o apocalíptico genocídio não chegam aos pés da Tanzânia. O wow do Rwanda não é o que atingiu mas o tempo que levou a atingir. O país saiu de um apocalipse e se reergueu de forma vertiginosa em menos de 2 décadas. Reduziu mortalidade materna de quase mil para menos de 100 por cada 100.000 nascimentos isto é uma verdadeira obra..

Hannah Miranda
Gerir
.

Edwin Hounnou Quando Paul Kagamé esteve em Maputo, os seus esquadrões da morte iam vasculhar do os bairros da cidade e até as salas de aulas foram invadidas. É isso que Nyusi foi aprender?

Taula Mudauca Bem esta ciente o Nyusi de que vai fazer benchmark em Ruanda. Na vespera da Renamo ver seus homens integrados em varios ramos da PRM, FDS, SISE (se nao mudarem), outros integrados na sociedade, isso vai ter que ser como matequenha no pe - (insecto díptero da família dos tungídeos), portanto bicho estranho ao corpo, sendo preciso extrair de qualquer jeito. Ja existem esquadroes de morte a operarem ja faz tempo mas no entender dele e preciso de lhes doctar de mais capacidade para fazer face aos tempos que se avizinham, portanto, unidade e vigilancia e preciso e nunca baixar a guarda. Nada de bom vem ai.

Jr Chauque Afinal é FLOR NÃO PARA CHERAR,,,, os presidentes que alteram a constituição para permanecer no poder são ditadores, está claro... Bem claro

Jr Chauque Espero que o PR não vá aprender como nos oprimir também.

Júlio Mutisse Mas Marcelo, há ou não coisas boas no Ruanda?.

Marcelo Mosse Faça tua pesquisa meu caro. Eu posso partilhar as minhas fontes se quiseres..

Júlio Mutisse Marcelo estou a questionar a sua conclusão feito título. Aliás, é também uma forma de eu perceber se não estou equivocado na visão que tenho deste post. Me parece contraditório....

Jeremias Chilaw Ruanda tem muito a ensinar ao mundo em todas as vertentes!

Nairinho Mabote Também na democracia?

Carlos Viegas Nunes Podem aprender como se organiza uma matanca de 5 milhoes de pessoas a catanada!

Marcelo Mosse Bom dia. Esses comentários reaccionários não serão permitidos aqui. Obrigado

Hannah Miranda E muito tristes.

Rob Sau Ja enxiste uma informadora em cada esquina da cidade!

Marcelo Mosse Tas a gozar o Rob Sau

Rob Sau Marcelo Mosse quando fores abordado vais te lembrar de mim.....

Hélio Mahanjane Ditaduras, democracias, Sub mundos, secreta, máfia existe infelizmente tem prosperado em todo lado, mas lá há coisa visíveis o que eventualmente o PR/Moç pode aprender

Arao Jose Valoi Marcelo Mosse, qual é o sentimento do povo em Ruanda em relação à governação do País? Acho que faltou um pouco essa abordagem no seu post. Lembro-me de ter estado na Líbia da era Khadaf, numa altura em que internacionalmente se debatia a questão dos direitos humanos na Líbia. Mas lá, o sentimento do povo não era esse. Gostava do seu presidente porque ele fazia tudo e mais alguma coisa para o bem estar social das populações.

Marcelo Mosse Qual é o teu sentimento em relação a crise da dívida e seu autores? Tens coragem para o que pensas? Esta complacência dos moçambicanos é porque?

Arao Jose Valoi Marcelo Mosse as suas inquietações não retiram as minhas perguntas. Obviamente que muitos de nós repudiamos as dividas, mas pode ser que não seja o mesmo sentimento dos ruandeses em relação ao seu pais.

Júlio Mutisse Ademais, Marcelo parece querer analisar o Ruanda a imagem de Moz e seu post não é sobre Moz é sobre o que o Ruanda não tem para nos ensinar.
As suas perguntas também são minhas Arão.
E não se trata de complacência com os que endividaram Moz porque não é desses que se fala neste post, trata se, no meu caso, de negat sucumbir à propaganda e reputo este texto disso mesmo. Propaganda.

Joaquim Sérgio Inácio Manhique Marcelo Mosse, vale a pena ver isto: Ruanda tem visibilidade internacional considerável devido ao genocídio ocorrido em 1994, no qual cerca de 800 mil pessoas foram mortas, mas também pela grande recuperação social e, hoje, apresenta um modelo de desenvolvimento que é considerado exemplar para países em desenvolvimento. Em 2009, uma reportagem da rede de notícias CNN classificou Ruanda como tendo a história de maior sucesso do continente, por ter alcançado a estabilidade, crescimento da economia (a renda média triplicou nos últimos dez anos) e integração internacional. Em 2007, a revista Fortune publicou um artigo intitulado "Why CEOs Love Rwanda" (Por que os directores executivos gostam do Ruanda). A capital, Kigali, é a primeira cidade africana a ser galardoada com o Habitat Scroll of Honor Award, em reconhecimento de sua "limpeza, segurança e conservação do modelo urbano.

O PIB per capita foi estimado em 1 284 dólares em 2011, comparado com 416 dólares em 1994. O país cultiva principalmente café, chá, piretro, banana, feijão, sorgo e batata. Café e chá são as principais culturas de exportação. O setor industrial é pequeno, contribuindo com apenas 14,3% do PIB em 2010. Os produtos fabricados incluem cimento, produtos agrícolas, bebidas, sabonetes, móveis, sapatos, produtos de plástico, têxteis e cigarros. Os minerais minados incluem cassiterita, volframite, ouro, e coltan, que é usado no fabrico de dispositivos eletrônicos e de comunicação, tais como telefones celulares. O sector dos serviços é o maior do país por produção econômica e contribuindo com 43,6% do PIB nacional. Os principais elementos do setor terciário incluem bancos e negócios, comércio grossista, hotéis e restaurantes, transporte, armazenamento, comunicação, seguros, imobiliárias, serviços de negócios e de administração pública, incluindo educação e saúde. O turismo é um dos recursos de mais rápido crescimento econômico e tornou-se o maior setor de captação de recursos vindos do estrangeiro em 2011.

Apesar da herança do genocídio, o país está cada vez mais consolidado internacionalmente como um destino seguro; a Direcção de Imigração e Emigração registrou 405 801 pessoas que visitaram o país entre janeiro e junho de 2011, 16% deles chegaram de fora da África. A receita gerada pelo turismo foi de 115,6 milhões dólares entre janeiro e junho de 2011; os "turistas de férias" contribuíram com 43% dessa receita, apesar de ser apenas em 9% do total.

O sistema de transporte centrado principalmente na rede viária, com estradas pavimentadas entre Kigali e a maioria das outras grandes cidades e vilas do país. Ruanda está ligada por estrada a outros países do Leste da África, como Uganda, Tanzânia, Burundi e Quênia. A infra-estrutura de água do país consiste em sistemas urbanos e rurais, que fornecem água para a população, principalmente através de fontanários em áreas rurais e conexões privadas em áreas urbanas. Nas regiões não servidas por estes sistemas, bombas manuais e nascentes são amplamente utilizadas. A maioria da população, tanto urbana como rural, usa latrinas públicas comuns.

Marcelo Mosse Propaganda. Se me pagarem posso pintar um quadro idílico de Moçambique. ...

Joaquim Sérgio Inácio Manhique Eu já vou adiantando pintar: Uma pesquisa igual (que fiz em relacão a Ruanda) para Mocambique é: O reassentamento de refugiados da guerra civil e reformas económicas bem sucedidas levaram a uma alta taxa de crescimento: o país teve uma recuperação económica notável, atingindo uma taxa média anual de crescimento do PIB de 8% entre os anos de 1996 e 2006 e entre 6% e 7% no período entre 2006 e 2011.[65] As devastadoras inundações do início de 2000 desaceleraram o crescimento económico para 2,1%, mas uma recuperação completa foi alcançada em 2001, com um crescimento de 14,8%. Uma rápida expansão no futuro dependia de vários grandes projectos de investimento estrangeiro, o prosseguimento das reformas económicas e a revitalização dos sectores de turismo, agricultura e transportes. Em 2013, cerca de 80% dos habitantes do país estava empregada no sector agrícola, a maioria dos quais dedicados à agricultura de subsistência em pequena escala,[66] que ainda sofre com uma infraestrutura, redes comerciais e níveis de investimento inadequados. Apesar disso, em 2012, mais de 90% das terras cultiváveis de Moçambique ainda não tinham sido exploradas.[67] Em 2013, um artigo da BBC informou que, desde 2009, portugueses estão a voltar para Moçambique por causa do crescimento da economia local e pela má situação económica de Portugal, devido a crise da dívida pública da Zona Euro.

Mais de 1 200 empresas estatais (principalmente pequenas) foram privatizadas no país. Os preparativos para a privatização e/ou liberalização do sector estão em andamento para as restantes empresas estatais, como as dos sectores de telecomunicações, energia, portos e ferrovias. O governo frequentemente selecciona um investidor estrangeiro estratégico quando quer privatizar uma estatal. Além disso, os direitos aduaneiros foram reduzidos e a gestão aduaneira foi simplificada e reformada. O governo introduziu um imposto sobre valor agregado, em 1999, como parte de seus esforços para aumentar as receitas internas. Em 2012, grandes reservas de gás natural foram descobertas em Moçambique, receitas que podem mudar drasticamente a economia do país.[69]
No entanto, a economia de Moçambique tem sido abalada por uma série de escândalos de corrupção política. Em julho de 2011, o governo propôs novas leis anticorrupção para criminalizar o peculato, o tráfico de influência e a corrupção, depois de inúmeros casos de desvio de dinheiro público. Esta legislação foi aprovada pelo Conselho de Ministros do país. Moçambique condenou dois ex- ministros por corrupção desde 2011.[70] Moçambique foi classificado no 123º lugar entre 174 países no Índice de Percepção de Corrupção de 2012 feito pela Transparência Internacional.[71] De acordo com um relatório de 2005 feito pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID - sigla em inglês), "a escala e o âmbito da corrupção em Moçambique constituem um motivo de alerta."[72]

Em termos de infraestruturas está muito difícil descorrer todos os sectores de desenvolvimento (ou melhor não está bem documento) mas temos a circular, a ponte maputo-catembe, ponte sobre Zambeze, algum asfalto aqui e acolá. Os prédios são maioritariamente privados(?). O resto é da era colonial

Marcelo Mosse Esquece se dívida oculta? E de uma elite que acumula para si e não redistribuição?

Joaquim Sérgio Inácio Manhique De facto!n

Júlio Mutisse Então podemos aprender do Ruanda.

Stelio Jeree Octave Tuyambaze meu amigo ruandês, vem cá ler isto & falar do sentimento dos ruandeses

Aunorius Andrews Simbyne This post is a wonderful work of investigative journalism. Thanks for existing Mosse!

Yoma Amoy Imim Simples
Vai verificar como fazer os mesmos feitos que o presidente faz usando as empresas do partido.
Esse o aprendizado

Júlio Mutisse 1. Se o PR precisa ter uma peneira e filtro é porque daquele modelo há algo que se pode aprender.
2. Os dados do WEF referidos no post podem ser indicativos de coisas positivas que se fazem por lá.
3. A interacção com o sector privado citada dá mostras de algo positivo que se pode considerar até pela CTA dirigida por Agostinho Vuma
4. A atracção de investimentos como esses da indústria automóvel
5. O contrato com o Arsenal pode estar numa estrategia de promoção do turismo que não se deve ignorar. Como estamos, por exemplo, nesse campo com os imensos recursos que temos?
6...
O texto do Marcelo Mosse dá várias dicas do que se pode aprender mas é titulado ao contrário o que para mim é estranho e contraditório.
Eu sou e olho com cepticismo a estas coisas. Já li muita coisa assim algures de gente que não concorda com PK e modelo Ruanda. É legítimo, mas não concordar não pode apagar o que de bom deve existir por lá.
Eu até acho este texto bem escrito como muitos do Marcelo mas não concordo com ele. Pelo menos desta vez (também)

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