TAILÂNDIA
Responsável pelo resgate também disse que está preocupado com níveis de oxigénio. "É uma corrida contra o tempo", disse mergulhador, que avançou que rapazes devem ser retirados dois a dois.
O responsável pela operação de resgate dos 12 rapazes e do treinador que estão presos numa gruta na Tailândia disse que estão vão ser abertas “chaminés” para que possa entrar oxigénio. Em resposta aos rumores que apontavam para que a operação de extração dos jovens e do treinador podiam começar esta sexta-feira, o responsável pelas operações foi cauteloso.
“Estamos a tentar chegar ao melhor plano. Se o risco for mínimo, vamos tentar”, disse, sobre a possibilidade do resgate ser ainda esta sexta-feira. Porém, assume que há riscos: “Temos receio do tempo e do oxigénio na gruta. Temos de tentar arranjar um plano e perceber qual é o melhor possível.” Um fator que pode precipitar o início das buscas é a chegada de chuvas fortes.
De qualquer maneira, garantiu que o resgate não acontecerá de forma imediata. Quando lhe perguntaram se essa era uma opção em cima da mesa, respondeu: “Eles não conseguem mergulhar agora”.
Afastando a possibilidade de ser perfurado um túnel para remover os jovens futebolistas daquela da gruta de Tham Luang, como Elon Musk propôs, o governador da região de Chian Rai garantiu que eles vão sair por onde entraram: “Os rapazes entraram pela parte de frente da gruta e é pela parte da frente que vão sair”.
Foi também anunciado que foram encontrados mais de 100 “chaminés” por cima da gruta e que, entre estes, há 18 devem ser perfurados e alargados para permitir a entrada de oxigénio. Um deles, segundo o Channel News Asia, vai até 400 metros de profundidade.
A conferência de imprensa começou pouco depois da meia-noite local, já com cinco horas de atraso. Horas antes, um mergulhador belga disse a uma televisão do seu país que o resgate dos 12 rapazes e do treinador que estão presos numa gruta na Tailândia vai começar esta sexta-feira e que deverá estar terminado antes de domingo, dia para o qual estão previstas fortes chuvas. Ben Reymenants disse ao canal HLN que o resgate passou a ser “uma corrida contra o tempo”.
No entanto, quando abordado por um dos correspondentes do The Guardian no local, o mergulhador belga disse que a notícia da HLN estava “incorreta”.
Os 12 jovens futebolistas e o treinador estão presos na gruta de Tham Luang há 13 dias e os poucos que se seguem podem ser essenciais para o seu resgate. É possível que, com a chegada de chuvas fortes e prolongadas, tenham de permanecer meses naquela gruta. Também está a ser equacionada uma solução de extração dos rapazes e do treinador através de um túnel feito à superfície sobre a zona onde eles se encontram.
Segundo aquele mergulhador, a expectativa é a de que sejam retirados dois jovens ainda esta sexta-feira (ou seja, nas próximas horas, já que às 17h00 de Lisboa são já 23h00 no local).
“Eles não terão de nadar muito, vão ter uma máscara de oxigénio e vão estar quase sempre de mãos dadas com um dos mergulhadores”, disse Ben Reymenants. “No terceiro corredor, há espaço para poderem respirar e onde vão ser vistos por um médico. Depois há mais 1,5 quilómetros a subir, a subir.”
As declarações de Ben Reymenants surgem numa altura em que era esperada uma conferência de imprensa do ministro da Administração Interna da Tailândia, Anupong Paojinda. Esperava-se que nela fossem anunciadas as medidas de resgate dos 12 jovens e do seu treinador neste conferência de imprensa. No entanto, cerca de cinco horas depois da hora marcada, e quando já era meia-noite local, o ministro da Administração Interna foi visto a abandonar o local.
Esta sexta-feira foi feita uma busca intensa na montanha para encontrar locais seguros de perfuração para a gruta, mas sem sucesso. “As perfurações que fizemos hoje levaram sempre a becos sem saída”, concluíram as equipas de observação de pássaros que foram contratadas pela sua capacidade de encontrar buracos escondidos no meio da floresta.
Mais de 130 milhões de litros de água foram bombeados da caverna esta semana, e a operação continuará durante a noite, enquanto militares e voluntários continuam a trabalhar para drenar o complexo da caverna. Segundo a correspondente do Channel News Asia na Indochina, “parece que vai voltar a chover”.