Há 35 anos no poder, o Presidente de Camarões, Paul Biya, anunciou esta sexta-feira no Twitter que concorrerá às eleições de 7 de outubro. Dissipam-se, assim, os rumores de um possível substituto do líder de 85 anos.
"Consciente dos desafios que devemos ultrapassar juntos para [um Estado dos] Camarões ainda mais unido, estável e próspero, aceito responder positivamente aos vossos incessantes apelos. Serei o vosso candidato às próximas eleições presidenciais", escreveu o chefe de Estado no Twitter.
Paul Biya não é o Presidente há mais tempo no cargo no mundo - o título é ostentado pelo líder da vizinha Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, no cargo desde 1979 -, mas anteriormente já tinha dirigido o país durante sete anos, entre 1975 e 1982, como primeiro-ministro.
Em outubro só serão realizadas eleições presidenciais, já que o Parlamento aprovou uma lei proposta pelo Governo para adiar as eleições parlamentares e municipais até outubro de 2019, tendo em conta a dificuldade de realizar três votações no mesmo dia.
Já são conhecidos outros candidatos às presidenciais, entre os quais o Joshua Oish, da Frente Democrática Social (FDS), principal partido da oposição, além do vice-presidente local da organização Transparência Internacional, Akere Muna, e o presidente do Movimento para a Renascença dos Camarões, Maurice Kamto.
John Fru Ndi, eterno rival de Biya e histórico líder da FDS, que já concorreu três vezes às eleições presidenciais, anunciou em fevereiro que desta vez não será candidato e dará espaço "às juventudes do partido".
Tensão aumenta
As eleições estão previstas num contexto de tensão, com o país a enfrentar invasões do grupo jihadista nigeriano Boko Haram a norte e também tem sido palco de conflitos nas regiões anglófonas, a noroeste e sudoeste, entre o exército e grupos separatistas radicais.
Na quinta-feira (12.07), em Kumba, sudoeste do país, um comboio em que seguia o ministro da Defesa, Joseph Beti Assomo, foi atacado. Quatro militares e um jornalista ficaram feridos e vários atacantes foram mortos.
Os Camarões foram uma colónia britânica e francesa até 1960, altura em que se tornou independente e instaurou um Estado federal até à realização de um referendo em 1972, que o unificou.
O movimento separatista ganha força desde o fim de 2017, procedendo a ataques às forças da ordem e segurança, incendiando escolas, violando símbolos administrativos e sequestrando funcionários públicos.
Desde o início dos conflitos, já morreram mais de 80 funcionários das forças de segurança nas regiões anglófonas do país africano. A minoria anglófona queixa-se de marginalização em relação à maioria francófona em matéria de distribuição de riqueza e diz que o inglês é considerado uma língua secundária.
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- Data 13.07.2018
- Autoria AFP, EFE, Agência Lusa, ar, ms
- Assuntos relacionados Eleições em Angola, Eleições em Cabo Verde, Eleições na Guiné-Bissau, Eleições em Moçambique, Eleições em São Tomé e Príncipe, Eleições de 2017 em Angola, Comissão Nacional de Eleições (CNE), Camarões, Democracia, Eleição
- Palavras-chave Camarões, Paul Biya, Presidente, candidatura, eleições, presidenciais, Teodoro Obiang
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