Passaram mais de 24 horas após a publicação daquela que eu considero uma das fotos mais comentadas e partilhadas nesta rede no presente ano, o momento que ilustra o encontro entre o Presidente da República e o Presidente da Renamo.
De tudo o que já se disse, pouco posso acrescentar sobre um acto que para mim renova a esperança da Paz no país. Contudo, me preocupam alguns comentários que tentam criar heróis isolados desta realização. Por exemplo, a habitual TVM dedicou nas últimas 24 horas espaços continuados de "hosanização" da figura do Presidente da República.
São aqueles analistas habituais (e alguns newcomers/recém-chegados) que de forma insistente tentam vangloriar a figura do Chefe de Estado como o único arquitecto da Paz por causa deste encontro. São os mesmos cidadãos que ontem diziam que as conversações da paz só podiam decorrer na "capital política" do país, Maputo.
Recordem-se, a Procuradora-Geral da República chegou a defender em plena Assembleia da República que a Renamo devia ser ilegalizada. Houve ainda quem defendesse uma eliminação política de Dhlakama e outros que diziam que não se devia negociar duas vezes com o mesmo bandido.
Admitamos, há comentários dispensáveis que só atrapalham o ambiente animador de Paz que se está a tentar criar no país. A ida do Presidente da República a Gorongosa foi uma acção que encontrou muitos de surpresa, uma demonstração de que é preciso criar distância desses que se colocam sempre na frente para comentar/defender as acções do chefe, mesmo sem serem solicitados.
Ontem tivemos um grupo que defendia tudo e mais alguma coisa, mas hoje mudou da cor da pele de forma instantânea como um autêntico camaleão. É preciso dizer, de uma vez por todas, que esses "pseudo-ANAlistas" estão a mais no processo da paz, só atrapalham.
Porém, de fotos e apertos de mãos os moçambicanos não têm memória curta e já viram esse tipo de "flashs", aguardemos pelos resultados concretos e palpáveis. Aliás, o Presidente da República não está a fazer nada a mais do que prometera no dia 15 de Janeiro de 2015.
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