Já se adivinhavam negociações difíceis entre Governo e Renamo, em torno de uma paz efectiva e duradoura.
Daí o alerta do presidente Nyusi, semana passada, não ter caído em saco roto, precisamente por ser conhecido o extremar de posições entre os arqui-rivais.
Parco em palavras e durante a sessão do Comité Central da Frelimo, Filipe Nyusi foi avisando que os próximos dias serão decisivos e muito difíceis, mas recorrendo à auto-moralização para sublinhar a pernitência deste tipo de iniciativa. Já lá vai o tempo de debates políticos ‘ao ar livre’, protagonizados por elementos ligados às partes no diálogo, que nunca levaram a bom porto, até que Nyusi e Dhlakama decidiram que para a praça pública não vazasse nenhuma informação sobre o que andam a tratar em salas climatizadas os representantes do Governo e da Renamo, assistidos por peritos estrangeiros requisitados pelas embaixadas em Maputo.
A estes peritos, se juntam observadores que, segundo garantias dadas tanto por Nyusi como por Dhlakama, não fazem mais nada que não seja observar como as ‘conversas’ decorrem na sala de uma estância hoteleira da cidade de Maputo.
Mesmo as escaramuças advindas das garantias dadas pelo presidente da República, a 25 de Junho, da retirada dos militares dos locais previamente acordados, não atingiram as proporções que numa situação normal teriam alcançado.
Daí o alerta do presidente Nyusi, semana passada, não ter caído em saco roto, precisamente por ser conhecido o extremar de posições entre os arqui-rivais.
Parco em palavras e durante a sessão do Comité Central da Frelimo, Filipe Nyusi foi avisando que os próximos dias serão decisivos e muito difíceis, mas recorrendo à auto-moralização para sublinhar a pernitência deste tipo de iniciativa. Já lá vai o tempo de debates políticos ‘ao ar livre’, protagonizados por elementos ligados às partes no diálogo, que nunca levaram a bom porto, até que Nyusi e Dhlakama decidiram que para a praça pública não vazasse nenhuma informação sobre o que andam a tratar em salas climatizadas os representantes do Governo e da Renamo, assistidos por peritos estrangeiros requisitados pelas embaixadas em Maputo.
A estes peritos, se juntam observadores que, segundo garantias dadas tanto por Nyusi como por Dhlakama, não fazem mais nada que não seja observar como as ‘conversas’ decorrem na sala de uma estância hoteleira da cidade de Maputo.
Mesmo as escaramuças advindas das garantias dadas pelo presidente da República, a 25 de Junho, da retirada dos militares dos locais previamente acordados, não atingiram as proporções que numa situação normal teriam alcançado.
É o rigor no congelamento de qualquer informação capaz de suscitar polémica em torno do assunto paz efectiva e durável
De igual modo e com idêntica intenção, provavelmente, foi engavetado o relatório da autópsia feita a alguns dos corpos descobertos na linha de fronteira entre as províncias de Manica e Sofala, região de confrontação militar entre a tropa e a Guerrilha.
A autópsia, requisitada pela Procuradoria-Geral da República provincial de Manica, realizada pelos peritos da Medicina Legal sediados no Hospital Provincial da Beira, em Sofala, teria sido já entregue à Procuradoria Provincial de Manica, mas sem data para a divulgação dos motivos que levaram às mortes.
Fonte da Medicina Legal em Sofala, terá garantido terem sido detectadas as causas das mortes ainda a identidade dos corpos submetidos à autópsia, mas cabendo à entidade que solicitou os serviços pronunciar-se, ou não, sobre os mesmos.
Claramente, tratando-se de uma questão fulcral no actual contexto de busca de entendimento político entre as partes beligerantes, não se aconselha que se ande por aí a deitar combustível e a atear fogos que podem ser de difícil controlo.
Filipe Nyusi limitou-se, por isso, a um discurso evasivo semana passada e como lhe cabia dizer alguma acerca do assunto, disse o que disse, na retina a certeza de que o diálogo permanece.
Há meses, Afonso Dhlakama fizera o mesmo, acabando secundado por António Muchanga, quando da retirada, ou não, do exército das posições como abrangidas a serem abandonadas.
Ora, o recuo da tropa era uma das condições impostas pela Renamo para que houvesse lugar o diálogo, não tendo na altura aceite pelo Governo, até que a Renamo tomou a iniciativa de declarar trégua temporária ao conflito que acabou sendo em tempo indeterminado.
Nos próximos tempos a Assembleia da República entra em sessões plenárias.
Entre as matérias em discussão, a análise e aprovação de propostas de lei neste momento a serem produzidas entre Governo e Renamo.
Dhlakama diz que é importante um tratamento célere, o suficiente para o presidente da República calendarizar os próximos processos eleitorais já tendo em linha de conta o entendimento entre as comissões de diálogo, primeiro, e os deputados, em última instância.
A Renamo está mais interessada na eleição dos governadores provinciais, daí a necessidade de se estabelecer um entendimento comum a ser tramitado aos deputados da Assembleia da República que não farão mais do que se limitarem a aprovar a proposta de lei a ser submetida pelo Governo.
Em aditamento, requisitos relativos à reforma da administração territorial, suficiente para sustentar as exigências da Renamo e, já agora, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
O MDM tem chamado para si o protagonismo à volta dos governadores provinciais, no sentido de que passem a ser eleitos e não indicados a dedo pelo presidente da República.
A Renamo não tem comentado muito sobre isso, tendo entrado tardiamente nesse tipo de exigência, valendo-se, agora, pela sua grandeza e poder de influência face ao MDM.
Também reformas no Aparelho de Estado, onde se sugere a sua despartidarização.
Reformas igualmente nas Forças de Defesa e Segurança, desmobilização e desmilitarização da guerrilha, estão em cima da mesa negocial em curso.
A Renamo pretende que seus elementos sejam integrados na Polícia e no SISE, ainda reintegração no exército.
A avaliar pelas palavras de Nyusi, em Malhazine, Maputo, está-se diante de um diálogo à saca-rolha.
EXPRESSO – 02.08.2017
De igual modo e com idêntica intenção, provavelmente, foi engavetado o relatório da autópsia feita a alguns dos corpos descobertos na linha de fronteira entre as províncias de Manica e Sofala, região de confrontação militar entre a tropa e a Guerrilha.
A autópsia, requisitada pela Procuradoria-Geral da República provincial de Manica, realizada pelos peritos da Medicina Legal sediados no Hospital Provincial da Beira, em Sofala, teria sido já entregue à Procuradoria Provincial de Manica, mas sem data para a divulgação dos motivos que levaram às mortes.
Fonte da Medicina Legal em Sofala, terá garantido terem sido detectadas as causas das mortes ainda a identidade dos corpos submetidos à autópsia, mas cabendo à entidade que solicitou os serviços pronunciar-se, ou não, sobre os mesmos.
Claramente, tratando-se de uma questão fulcral no actual contexto de busca de entendimento político entre as partes beligerantes, não se aconselha que se ande por aí a deitar combustível e a atear fogos que podem ser de difícil controlo.
Filipe Nyusi limitou-se, por isso, a um discurso evasivo semana passada e como lhe cabia dizer alguma acerca do assunto, disse o que disse, na retina a certeza de que o diálogo permanece.
Há meses, Afonso Dhlakama fizera o mesmo, acabando secundado por António Muchanga, quando da retirada, ou não, do exército das posições como abrangidas a serem abandonadas.
Ora, o recuo da tropa era uma das condições impostas pela Renamo para que houvesse lugar o diálogo, não tendo na altura aceite pelo Governo, até que a Renamo tomou a iniciativa de declarar trégua temporária ao conflito que acabou sendo em tempo indeterminado.
Nos próximos tempos a Assembleia da República entra em sessões plenárias.
Entre as matérias em discussão, a análise e aprovação de propostas de lei neste momento a serem produzidas entre Governo e Renamo.
Dhlakama diz que é importante um tratamento célere, o suficiente para o presidente da República calendarizar os próximos processos eleitorais já tendo em linha de conta o entendimento entre as comissões de diálogo, primeiro, e os deputados, em última instância.
A Renamo está mais interessada na eleição dos governadores provinciais, daí a necessidade de se estabelecer um entendimento comum a ser tramitado aos deputados da Assembleia da República que não farão mais do que se limitarem a aprovar a proposta de lei a ser submetida pelo Governo.
Em aditamento, requisitos relativos à reforma da administração territorial, suficiente para sustentar as exigências da Renamo e, já agora, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
O MDM tem chamado para si o protagonismo à volta dos governadores provinciais, no sentido de que passem a ser eleitos e não indicados a dedo pelo presidente da República.
A Renamo não tem comentado muito sobre isso, tendo entrado tardiamente nesse tipo de exigência, valendo-se, agora, pela sua grandeza e poder de influência face ao MDM.
Também reformas no Aparelho de Estado, onde se sugere a sua despartidarização.
Reformas igualmente nas Forças de Defesa e Segurança, desmobilização e desmilitarização da guerrilha, estão em cima da mesa negocial em curso.
A Renamo pretende que seus elementos sejam integrados na Polícia e no SISE, ainda reintegração no exército.
A avaliar pelas palavras de Nyusi, em Malhazine, Maputo, está-se diante de um diálogo à saca-rolha.
EXPRESSO – 02.08.2017
Comments
1
moolla sidat said...
ESSA
PALHAÇADA COMO SEMPRE NUNCA VAI HÁ LUGAR NENHUM, A RENAMO E O SEU CHEFE
VITALÍCIO , DEVE METER NA CABEÇA DE UMA VEZ PRA SEMPRE QUE A FRELIXO
NUNCA VAI CEDER, DIARIAMENTE OUVIMOS E LEMOS NOTÍCIAS DA VERDADEIRA FACE
DA FRELIXO , ISSO NUNCA ADE ACONTECER NADA, A OPOSIÇÃO MOÇAMBICANA TÁ A
GOSTAR DESTA PALHAÇADA , PORISSO VAMOS ASSISTIR O CIRCO SENTADO QUE É A
MELHOR COISA.