Tuesday, May 2, 2017

ZECA CALIATE - TENTATIVA DE RAPTO, EM LISBOA

ZECA CALIATE “A VOZ DA VERDADE” - TENTATIVA DE RAPTO, EM LISBOA

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Zeca_caliate12EM 1982, FUI VISADO POR UMA TENTATIVA DE RAPTO, PÓXIMO DA MINHA CASA, SITA NA QUINTA DA PAILEPA, CHARNECA DO LUMIAR LISBOA, PORTUGAL, PELA FORÇA DO MAL: FRELIMO
Em novembro de 1981, fui vítima de uma tentativa de rapto, por parte de alguns elementos da SNASP.
Este acontecimento foi dirigido a mim e à minha mulher.
Participamos esta tentativa às autoridades policiais portuguesas, que na altura montaram vigilância sobre a nossa residência, bem como, aos nossos movimentos, sem que ninguém se apercebesse e aconselharam-nos para que não se denunciasse publicamente, para se evitar especulações.
Algumas pessoas mais chegadas a nós, sabiam do sucedido.
Tudo começou com um reencontro que tive no ano acima referido, em Colónia, na República Alemã com um conterrâneo meu de nome João da Costa Rajabo, que nos conhecíamos desde Dar-es-Salaam, Tanganica, em 1965/66, quando eu fazia parte da guarnição de segurança à residência do Primeiro Presidente da Frelimo, Dr. Eduardo Mondlane em Oyster bay.
João da Costa Rajabo, era natural de Manganja da Costa, Província da Zambézia, e foi locutor da Rádio Frelimo, “Chama cha Mapinduzi”, que quer dizer em português, a voz revolucionária do Partido Frelimo.
 Mais tarde, fui destacado para uma missão clandestina na Republica da Zâmbia, onde vim a saber que o João da Costa Rajabo, juntamente com a sua esposa Teresa, tinham recebido bolsa de estudo, num País da Europa do Leste.
Em julho de 1973, após ter escapado à morte que Samora Machel e seu grupo, tinham ditado e planejado do contra mim, vi-me forçado a pedir refúgio aos Portugueses.
Mais tarde, com o “25 de Abril de 1974 “que acabou com as hostilidades entre o Exército Português e a Frelimo, e culminou com Independência do País, em 1975, refugiei-me em Portugal, onde continuo a viver até os dias de hoje.
Como acima referi, em 1981 desloquei-me a Alemanha, na altura era conhecida por República Federal de Alemanha, onde mantive contactos com um grupo de Moçambicanos que viviam nas cidades de Colônia e de Bona, qual não foi a surpresa, quando me disseram que o João da Costa Rajabo, tinha abandonado a Frelimo e se encontrava-se a representar naquele País, a “RNM - Resistência Nacional Moçambicana”.
Quando soube da minha visita, veio ter comigo e conversamos durante algumas horas e nos despedimos.
Três meses mais tarde, apareceu em Lisboa, convidou-me para um almoço. O Restaurante escolhido, localizava-se no Campo das Cebolas, junto à Praça do Comércio e, pela primeira vez o Rajabo, durante o almoço que durou aproximadamente mais de duas horas, abriu-se comigo para revelar um grande segredo. Segredou-me que teve um encontro privado com Joaquim Alberto Chissano, num hotel de luxo, em Berlim Oriental. Teve uma longa conversa confidencial, pois na altura era Ministro dos Negócios Estrangeiros do primeiro Governo de Samora Moisés Machel. Quis convencer Rajabo a regressar a Moçambique, onde ele, Chissano, iria convencer o Presidente Samora Machel, para nomear João da Costa Rajabo, para Governador de uma das Províncias de Moçambique, provavelmente Inhambane, terra natal da sua esposa Teresa. Também o Chissano, encarregou-o para me contactar o “ex-Comandante da Frelimo Zeca Caliate”, que sabia que o mesmo se encontrava a residir em Portugal e, para o convencer a regressar, se possível, juntamente para o País e, de igual modo iria persuadir o Presidente Samora para o receber e nomeá-lo para um cargo importante que ele merece; visto que o Zeca Caliate, tinha trabalhado muito pela causa da Independência do nosso País.
 Respondi-lhe, da parte que me dizia respeito, ele Rajabo esquecesse o assunto e que não  o voltasse a frisar para sempre, pois disse-lhe que eu jamais voltaria a Moçambique para colaborar com o governo de assassinos da Frelimo.
 A minha resposta pareceu não agradar o João Rajabo. Terminado o nosso almoço, que ele pagou as despesas e pediu imenso para que aquela conversa não saísse daquele lugar e tinha terminado entre nós e, que não dissesse ao seu compadre, Dr. Miguel Artur Murupa.
Assegurei-lhe que ficasse descansado, que não ia dizer a ninguém, separamo-nos e cada um seguiu o seu rumo. Disse-me, que ia para Alemanha, onde tinha deixado sua esposa e mais tarde voltaria a Portugal.
Passaram seis meses aproximadamente, apareceu sem aviso na Quinta da Pailepa, em Charneca do Lumiar, Lisboa, e desta feita, vinha acompanhado de José Maria Conde, cunhado de Miguel Murupa e com uma conversa a dizer que, se eu quisesse trabalhar com eles os dois, aqui em Portugal, que encontrasse uma sala de convívio com bar de come e bebe, com bailes aos fins de semanas e que seria responsável por aquela atividade. O lucro, seria dividido a meio e, ele Rajabo, seria o financiador. Na altura estava desempregado e achei que era uma boa ideia.
Encontrei um estabelecimento, no antigo cinema da Charneca, próximo da minha casa na Quinta de Pailepa e a um quilómetro de distância. Fui falar com o proprietário do edifício e chegamos a um acordo sobre o valor e condições de pagamento.
Mas eu não sabia o que estava por detrás daquele negócio.
Afinal, era um isco para eu engolir, raptarem-me e possivelmente liquidar, como tinham feito com Dr. Evo Fernandes, o Delegado da Resistência Nacional Moçambicana na Europa, no dia 20 de fevereiro de 2011.
Ele, João Rajabo, sem eu saber e talvez, o José Maria Conde, cunhado de Miguel Murupa, também não devia saber que, o Rajabo tinha contratado dois Moçambicanos, naturais do Maputo, ex- militares do Exército Português e antigos GEP`S, um chamado, Fernando Fernandes e outro Matos.
O objectivo era, para que os dois contratassem mais dois marginais, para no primeiro dia do baile, provocarem distúrbios durante o convívio e na confusão aproveitarem para me esfaquear e eu ao tentar fugir do local, estaria um carro próximo para me transportar ao hospital e, pelo caminho desviariam a viatura para um lugar ermo e ali tratavam-me da vida!...
Eu sem saber do plano de João Rajabo, organizei tudo sem desconfiar de nada, desde os diversos petiscos, bebidas, publicidade etc., entreguei o João Rajabo e pagou todas as despesas incluindo o aluguer para três dias; isto é, sexta, sábado e domingo. Mas desconfiei quando eu lhe sugeri que devíamos contratar um polícia para garantir a segurança naquele local, quando ele recusou liminarmente, com o argumento de que não tinha mais dinheiro para isso. Comecei a pensar, que algo não estava a bater certo e redobrei a vigilância.
Chegou o dia de convívio, era uma sexta-feira, cerca das 22 horas e o baile tinha começado com quizomba à moda Angolana e Cabo Verdiana bem alta e a comer, beber e dançar. Quando era aproximadamente às 00:00, entraram os dois Moçambicanos acompanhados por dois Angolanos marginais e já na sala da festa, os quatro recusaram-se pagar a entrada. A partir dai, começou um grande sarilho, os quatro dirigiram-se ao balcão, onde pediram oito cervejas de uma só vez e não pagaram, dirigiram-se para uma mesa começaram a beber e a petiscar, quando a empregada foi cobrar o valor correspondente ao consumo, recusaram-se unanimemente pagar aquela conta.
Eu na qualidade de encarregado do salão, dirigi-me para eles com toda a calma para cobrar o que deviam, mas infelizmente a resposta não se fez esperar, os quatro olharam para mim, arremessaram uma quantidade de garrafas algumas com cervejas e só não me atingiram na cara, por ter desviado para o lado e, o mais engraçado, o João Rajabo, não interveio a meu favor, mas sim a dos quatro bandidos, que se juntaram contra mim e, não demorei a raciocinar que ele estava feito com aqueles indivíduos.
O que eles se esqueceram, foi de que Zeca Caliate não estava ali sozinho, estava ali um grande número de Cabo-Verdianos meus amigos, que prontamente acorreram para me apoiar e juntos enfrentamos aqueles os cinco bandidos, incluindo o João Rajabo. Perante aquela situação confusa, enervei–me, peguei no molhe de chaves que trazia na mão, entreguei ao João Rajabo, bem como o dinheiro da venda do produto, que trazia nos bolsos.
Pedi ao grupo de Cabo-Verdianos que me acompanhasse até à minha casa que ficava a um quilómetro do local. Todavia, o pior estava para vir, assim que os Cabo-Verdianos se retiraram dali, eu entrei em a casa e fechei a porta.
Os quatro bandidos, já de madrugada, chegaram à porta da minha casa com uma quantidade de pedras, e começaram a arremessar sobre a minha barraca, que era feita de zinco e, onde eu, a minha mulher e duas filhas menores, estávamos todos a dormir. A minha mulher, levantou-se assustada, pegou no telefone e ligou à esquadra da “PSP” Polícia da Segurança Publica, que logo de manhã, deteve os dois intrusos marginais Angolanos, que foram severamente castigados depois de serem interrogados e confessaram que tinham sidos pagos por Moçambicanos para ferir e raptar o antigo comandante da guerrilha moçambicana.
A polícia pediu a minha opinião e da minha mulher, sobre o que pretendíamos fazer com aqueles desordeiros?
Como conhecíamos os pais dos dois, que eram nossos vizinhos, pedimos clemência para com eles, para que fossem soltos depois de serem castigados corporalmente, porque eles mereciam aquele castigo.
Dois dias mais tarde, foram libertados. Os dois Ex-GEP`S sumiram do mapa, o João da Costa Rajabo, também sumiu e nunca voltei a vê-lo.
No ano seguinte, chegou-me a informação de que o Rajabo, tinha regressado a Portugal precisamente na véspera do assassinato do Dr. Evo Fernandes e, desta vez foi se hospedar na residência de Carlos Reis que morava com mulher Elsa e filhos, em Bobadela, Sacavém.
Foi na altura em que a SNASP, raptou e assassinou o Dr. Evo Fernandes e, que três dias depois, apareceu já morto na Malveira da Serra, no dia 20 de fevereiro.
Ao que me parece, naquela altura os assassinos da Snasp, andavam por aí espalhados, um grupo estava identificado e alojado na Baixa da Banheira e era dirigido por um Tenente Coronel da Segurança da Frelimo, que usava nome de código “Romano”, o qual colaborava com um outro chamado António Chivaca, natural da Beira, que vivia maritalmente com uma rapariga Angolana, na Fonte da Prata e um terceiro individuo do mesmo grupo chamava-se Inácio Chonzi.  Todos regressaram a Moçambique.
Por fim, tive a informação de que o João da Costa Rajabo, que tinha aceite o convite de Joaquim Alberto Chissano, na altura Ministro dos Negócios Estrangeiros, no Governo de Samora Machel, e regressara a Moçambique com a sua mulher Teresa.
Passado algum tempo, deixou ser visto naquele País, desapareceu definitivamente e sem deixar rasto até hoje.
 É esta a génese da Frelimo.
 FUNGULANI MASSO. A LUTA É CONTINUA!...
 Zeca Caliate, General Chingòndo um dos sobreviventes da teia do mal Frelimo!
Europa, 04de Abril de 2016 
(Recebido por email)
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