Monday, May 29, 2017

Egipto silencia mais de 20 órgãos de comunicação social


A mais recente "vítima" é um reputado site de notícias de finanças. Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos também bloquearam media online.
Reuters/AMR ABDALLAH DALSH
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REUTERS/AMR ABDALLAH DALSH
Um dos mais conhecidos jornais especializados em economia e finanças do Egipto, o Al-Boursa, foi bloqueado pelo governo, segundo noticia a Reuters neste domingo, citando o proprietário do jornal. Alarga-se assim o cerco a publicações que o regime do Presidente Al-Sissi considera como "hostis", "difusoras de fake news (notícias fabricadas)" ou às quais atribui ligações à Irmandade Muçulmana, classificada como organização terrorista desde 2013 pelo governo egípcio.
O Egipto bloqueou mais de duas dezenas de sites noticiosos, incluindo os da Al-Jazira e a versão árabe do Huffington Post, na quarta-feira, 24 de Maio, segundo a Reuters, e não está sozinho nesses actos de censura: dois aliados do Golfo, a Arábia Saudita (que Donald Trump visitara apenas quatro dias antes, no dia 20) e os Emirados Árabes Unidos, fizeram o mesmo, acrescenta a Reuters. 
O bloqueio do Al-Boursa, um jornal popular por se distanciar da política e apostar numa perspectiva de negócios, é encarado como um apetite ainda mais vorza por parte do regime em controlar os media privados. Outro site do mesmo grupo, o Daily News Egypt (publicado em língua inglesa), foi igualmente bloqueado, de acordo com um comunicado dos proprietários, a empresa Business News.
"Al-Boursa e Daily News Egypt condenam de forma veemente esta campanha governamental que está em marcha para os silenciar", lê-se no documento, segundo a Reuters.
A agência diz ainda que responsáveis não nomeados dos serviços de segurança egípcios teriam revelado que 21 publicações online foram bloqueadas, alegadamente por pertencerem à ilegalizada Irmandade Muçulmana ou por estarem a ser financiadas pelo Qatar.
O governo egípcio declarou em 2013 a Irmandade Muçulmanaorganização terrorista. O movimento, que venceu todas as eleições realizadas no país entre 2011 e 2013, desmente as acusações de recurso à violência.

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