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Existe
muita água a jorrar em torno da acusação do vice-presidente de Angola,
uns dizem é, e outros o defendem, mas o certo é que o Governo português,
diz ter todas provas da acusação feita a Manuel Vicente e companheiros.
Fontes lusas, dão conta que tudo terá começado aquando a realização da investigação feita pelo procurador Orlando Figueira, quando descobre que o vice-presidente de Angola decide comprar três apartamentos, no 9º andar, em Estoril Sol Residence, em Portugal, para os seus dois generais, nomeadamente general Leopoldino Fragoso do Nascimento, conhecido por “Dino”, e do general Manuel Hélder Vieira Dias, conhecido por “Kopelipa”.
Além destes, ainda constavam na lista José Pedro Morais Júnior, ex-ministro das Finanças de Angola, Luísa Giovetty, mulher de “Kopelipa”, o ex-ministro da Comunicação Manuel António Rabelais, e o então presidente do BES Angola, Álvaro Sobrinho, eram outras das pessoas politicamente expostas que teriam comprado apartamentos no Estoril Sol Residence.
Manuel Vicente teria pago cerca de 3,8 milhões de dólares pelo seu 9º andar com vista privilegiada sobre o mar: cerca de 2,6 milhões em Março de 2011 através de uma conta sua no Banco Comercial Português (BCP), e o restante, entre Julho de 2007 e Agosto de 2008, através das offshore Damer Industries, Delta Shipping Overseas UK e Portmill.
As investigações não duraram muito tempo e foram arquivadas pelo procurador Orlando Figueira, que passado algo tempo, foi acusado de ter recebido mais de 750 mil dólares ao vice-presidente angolano. Motivo este que o levou a ser acusado de corrupção passiva e incorreu a uma prisão preventiva.
Segundo Paulo Blanco, advogado de Manuel Vicente, afirmara que o seu cliente tinha capacidades monetárias suficientes para fazer aquela aquisição, devido aos seus rendimentos na Sonangol, numa participada da petrolífera chamada Sonalis e no Banco Angolano de Investimento (BAI).
Meses depois de ter começado a cair dinheiro nas suas contas abertas no Banco Privado Atlântico, o procurador deixou o Ministério Público, passando a desempenhar funções no sector privado, junto do BCP e do AtivoBank. Para as procuradoras que investigaram Orlando Figueira e Manuel Vicente, o emprego terá sido outra forma do então presidente da Sonangol conseguir corromper o magistrado.
Já depois de integrar o governo de José Eduardo dos Santos, Manuel Vicente terá decidido vender o imóvel a uma empresa, a Oceangest, que pertenceria a Armindo Pires, o quarto acusado neste processo, descrito como representante dos negócios e interesses de Manuel Vicente em Portugal.
Manuel Vicente terá sido constituído arguido sem ser ouvido porque a procuradoria-geral da República em Angola não terá dado cumprimento à carta rogatória. A qualquer momento pode ser emitido pelo Ministério Público português um mandado de captura internacional.
Durante a investigação, as procuradoras que investigaram o caso concluíram que, de acordo com os indícios recolhidos, o Procurador-Geral da República de Angola, José Maria de Sousa, iria recebendo informações de Paulo Blanco sobre o andamento dos processos contra angolanos quando ainda estavam em segredo de justiça.
É nesta mera resenha que nasce a acusação do vice-presidente da República Manuel domingos Vicente de Corrupção e de branqueamento de capitais.
Fonte: Lusa
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