Temos que nascer menos, para melhorar a economia do país. Esta foi a solução proposta pelo ministro das finanças, Adriano Maleiane, na Reunião Nacional de Advocacia para o Planeamento Familiar, organizada pelo Ministério da Saúde, esta segunda-feira.
“Na verdade, a questão da fecundidade, a questão de número de crianças, conta muito, porque, quando temos muitos dependentes, não conseguimos poupar, não conseguimos investir e, não investindo, o rendimento per capita dificilmente vai subir, porque está a aumentar o número de pessoas, mas o produto que estamos a produzir não está a crescer”, explicou o homem das finanças.
Para esclarecer a situação do país em números, o ministro recorreu aos dados do Instituto Nacional de Estatística, segundo os quais apenas cinco em cada 100 pessoas estão empregadas. Colocado a nível das famílias, isto significa que numa família de 10 pessoas, apenas uma trabalha, ou seja, nove são dependentes. Neste caso, a única pessoa que trabalha não terá capacidade de sustentar e, se tiver, não estará em condições de poupar.
A primeira-dama, Isaura Nyusi, também esteve presente no evento, na qualidade de patrona da Parceria Nacional para a Saúde da Mulher, criança e adolescentes. “Os dados actuais são encorajadores”, afirmou Isaura Nyusi, ao anunciar que “a prevalência do uso do planeamento familiar subiu de 11 para 25%, de 2011 a 2015. Entretanto, ainda é necessário reduzir o número de filhos por família”.
Ao concordar que há ainda muito a fazer nesta área, a primeira-dama frisou que a prevalência contraceptiva no grupo dos 15 aos 19 anos é ainda mais preocupante, dado que representa o grupo etário com maior necessidade: 26%.
Participaram na Reunião Nacional de Planeamento Familiar especialistas da saúde, parceiros de cooperação, líderes religiosos, padrinhos e madrinhas de ritos de iniciação.
Evidências científicas sobre planeamento familiar
Proporcionar o acesso à contracepção às mulheres que querem adiar a próxima gravidez ou parar de ter filhos tem o potencial de reduzir as gravidezes não planificadas em 73%, as mortes maternas entre 25 e 35% e o aborto provocado em 70%. Se as mulheres tiverem acesso aos meios adequados para espaçar as gravidezes por um período de três anos, poderia evitar-se a morte de 18% das crianças que morrem até aos 28 dias, de 24% de crianças que morrem até ao primeiro ano e de 35% das crianças que morrem até aos cinco anos de vida.
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