Mais
um membro da Renamo foi assassinado a tiros, na semana finda, no
distrito de Tsangano, província de Tete, supostamente por elementos do
partido no poder, acusou o delegado político provincial do maior partido
da oposição em Moçambique, Félix Assumade. Em 2006, pelo menos oito
elementos desta formação polícia foram mortos na mesma província, em
Nampula, na Zambézia e em Maputo.
Trata-se
de João Abrão Djamissone e residia na localidade de Mapange. Ele foi
raptado na sua própria casa, na noite de 23 de Março corrente, disse
Félix Assumade.
A
vítima era chefe da organização distrital da Renamo. Antes de ser
levada para a zona de Nhadola, onde foi amarrada e enterrada, os
alegados membros da Frelimo festejaram a sua neutralização e preferiram
várias ameaças de morte.
Consta
que João Abrão foi submetido a uma série de sevícias a ponto de
implorar pela vida, o que foi literalmente ignorado pelos ofensores.
Leonel
Muchina, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Tete,
confirmou a ocorrência e disse que o crime está sob investigação com
vista a neutralização e responsabilização dos autores.
Este ano, é a primeira vez que há relatos, publicamente, sobre o assassinato de um quadro da “Perdiz”.
É nona vítima e nenhum suspeito detido
No
ano passado, vários membros da Renamo foram eliminados a tiros, na sua
maioria em plena luz do dia. João Abrão perfaz a nona vítima e nenhum
dos anteriores casos foi esclarecido e publicamente não se sabe em que
ponto está o processo de investigação.
A
02 de Novembro passado, um outro membro da “Perdiz”, de nome Abílio
Baessa, escapou da morte após ser ferido a tiro, no distrito de Mocuba,
província da Zambézia, acção alegadamente perpetrada por pessoas
desconhecidas.
A
vítima é docente e já desempenhou funções de director provincial
adjunto do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) na
Zambézia. Mas a 30 de Outubro passado, Juma Ramos, também da Renamo e
chefe desta bancada na Assembleia Provincial de Sofala, foi morto em
casa, na cidade da Beira (Sofala).
A
27 do mesmo mês, outro membro influente da Renamo, identificado pelo
nome de Luciano Augusto, foi crivado de balas na sua casa, no distrito
em Gúruè, província da Zambézia.
A
22 de Setembro passado, o membro da Assembleia Provincial (AP) de Tete e
delegado político distrital da Renamo, Armindo António Ncuche, de 55
anos de idade, foi também morto a tiros, em plena luz do dia, na vila de
Moatize, por indivíduos ainda desconhecidos.
Ainda
a 08 de Outubro, Jeremias Pondeca, membro do Conselho de Estado, eleito
pela Assembleia da República (AR) em representação da Renamo, e membro
da Comissão Mista do Diálogo Político, foi igualmente baleado
mortalmente por indivíduos também não identificados, em plena manhã, na
cidade de Maputo.
A
18 do mesmo mês, dois membros do maior partido da oposição em
Moçambique foram eliminados à queima-roupa, no distrito de Ribáuè, em
Nampula, igualmente por gente desconhecidas e que se pôs ao fresco.
Trata-se
de Flor Armando, de 45 anos de idade, delegado político distrital em
Ribáuè e membro da Assembleia Provincial de Nampula, e Zeca António
Lavieque, de com 25 anos.
A
29 de Dezembro, em menos de 48horas da primeira cessação das
hostilidades militares decretada pelo líder da Renamo, um membro da
Assembleia Provincial de Nampula (APN) pertencente a esta formação
política foi mortalmente alvejado a tiros à tarde.
Trata-se
de José Naitela, que também era membro da Comissão Política Provincial e
chefe da Secção de Relações Exteriores em Nampula da “Perdiz”.
@VERDADE - 29.03.2017
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