Sergio Vieira queria uma reuniao para discutir, debater, com menos canticos e dancas e hossanas a Filipe Nyusi, um desiderato nao totalmente conseguido porque debate houve pouco ate porque o perfil de militantes e o seu numero (3.000) nao eh necessariamente compativel com um evento de discussao de ideias. Mas a agenda ja mostrava que nao era essa a grande finalidade. No primeiro dia, Zeca Morgando, um veterano, denunciou uma "agenda" carregada de dancas e cancoes e moncoes e menos de momentos para discuitir.
Graca Machel voltou a ser estrela, quando criticou um certo desfazamento das liderancas em relacao as bases sobretudo na escolha dos candidatos do Partido em eleicoes locais, agitando o fantasma do ANC na Africa do Sul, que perdeu boa parte das camaras municipais nas recentes eleicoes regionais. Um militante, secundou Graca, dando nomes aos bois: na Zambezia, em Quelimane, as bases ja quiseram Pio Matos mas a Comissao Politica escolheu o seu canditado; na Beira, as bases ja quiseram Lourenco Bulha mas, na altura, foram bafejados com Chivavice Muchangage. Resultado: a Frelimo perdeu para o MDM. Este retrato recebeu grandes ovacoes, sobretudo por militantes oriundos das bases.
Tomas Salomao tambem foi estrela, mas uma estrela apagada, por voltar a mostrar seu recalcamento contra Guebuza. Os militantes mostraram-se algo cansados desse discurso "vingativo". Alias, Tomas foi muito duro ao criticar a recente deriva do Pais, que ele atribuiu ao aumento da corrupcao no contexto de uma lideranca que comecou "dividindo" o Partido no Congresso de Muxara, em 2012.
Mas Guebuza saiu fortalecido. "O camarada Nyusi nao pode isolar o camarada Guebuza", frisou um veterano da luta armada, que foi altamente ovacionado, sobretudo quando insinuou que Nyusi tambem pertenceu ao consulado de Guebuza. "Para que isolar o camarada Guebuza?", repetia ele. A avaliar pelo coro de aplausos subsequente, Guebuza acabou sendo acarinhado pela maioria.
Numa reacao negativa em face do acordo de Nyusi com o FMI para a auditoria forense as empresas do endividamente oculto, um militantes, muito apoiada, insurgi-se contra o factoi de Nyusi estar a trazer "curandeiros" a casa sem informar a mulher sobre qual era doenca e qual seria o tipo de terapia. "Isso nao poder ser; temos de, primeiro, chegar a um entendimento dentro de casa".
Este militante, quando se percebeu de que a analogia pegara, tratour de entoar o "Viva Viva a Frelimo.." e nao a "A Patria Amada". Este foi o momento mais alto de uma conferencia que antecede uma sessao do Comite Central que sera, por ventura, mais prenhe em discussoes, e seu sentido geral tendera para o fortalecimento do poder de Nyusi. Bom, se ele quiser. Porque foram destacadas as intervencoes que apelaram ao Presidente Nyusi para "liderar". Tipo voce tem o poder mas deve comecar a impor autoridade.
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