quarta-feira, 5 de outubro de 2016

É bom que Filipe Nyusi seja vigiado tacitamente, para ele não hipotecar o poder da Frelimo e a nacionalidade moçambicana a troco de gorjetas oferecidas pelas transnacionais

Perguntas a mim próprio e uma recomendação a quem de direito

Como o Facebook está sempre a perguntar-me em que estou a pensar, hoje estou a pensar em fazer certas perguntas a mim próprio. São perguntas relacionadas com a forma como o meu compatriota e camarada, Filipe Nyusi, Presidente da Frelimo e da República de Moçambique, vê e interpreta os eventos que ocorrem em Moçambique, e como reage aos mesmos (eventos).
São seguintes, as minhas perguntas a mim mesmo:
1. Por que estou a PENSAR que Filipe Nyusi, de tanto PENSAR e CRER que está sendo tratado como marioneta pelos veteranos da Frelimo—aparentemente induzido a este pensamento pelos seus verdadeiros detractores, fingidos de samaritanos—ele agora parece ter resolvido virar-se astuta e tacitamente contra esses veteranos (da Frelimo), que até lhe querem bem?
2. Por que estou a PENSAR que Filipe Nyusi ainda não se deu conta de que as pessoas que ele desconfia, evita e até hostiliza, quais esses veteranos da Frelimo, são, na realidade, os seus verdadeiros apoiantes e defensores?
3. Por que estou a PENSAR que a desconfiança que Filipe Nyusi parece ter dos veteranos da Frelimo—que apoiaram a sua ascensão ao poder sem outros interesses excepto manter a Frelimo no poder para a assegurar a consolidação da independência e soberania de Moçambique—, está a colocar em causa os valores e princípios da própria Frelimo, ameaçando até inviabilizar o projecto de manter este partido político no poder por mais tempo?
4. Enfim, por que estou a PENSAR que os inimigos da Frelimo (em oposição a adversários) estão neste momento a aproveitarem-se da ingenuidade política de Filipe Nyusi para, finalmente, lograrem realizar o seu propósito de destruir este partido político histórico moçambicano?

Estas perguntas surgem-me porque estou a discernir um esquema que me parece começou a ser posto em prática mais ou menos como descrevo a seguir:
1. Quando Armando Guebuza anunciou que não iria concorrer a um terceiro mandato, quase que ninguém quis acreditar que ele estava a falar sério. Mas, mesmo assim, um movimento interno para o apuramento de um possível sucessor de Armando Guebuza foi iniciado. Desse movimento resultou que Filipe Nyusi foi eleito candidato presidencial da Frelimo para as eleições gerais de 2014.
2. A eleição de Filipe Nyusi como candidato presidencial da Frelimo para as eleições gerais de 2014 pôs termo a um período de tensão política interna que se instalara no seio da própria Frelimo, colocando por um lado os apoiantes e por outro (lado) os contestatários da liderança de Armando Guebuza. Os contestatários da liderança de Armando Guebuza o eram porque, pretensamente, este (Armando Guebuza) "execrava a crítica" e estava a "personalizar o poder do Estado e da Frelimo". Estas CRENÇAS geraram uma tácita cisão no seio da Frelimo, dando origem a duas alas internas que se combatiam mutuamente. A eleição de Filipe Nyusi para suceder Perguntas a mim próprio e uma recomendação a quem de direito

Como o Facebook está sempre a perguntar-me em que estou a pensar, hoje estou a pensar em fazer certas perguntas a mim próprio. São perguntas relacionadas com a forma como compatriota e camarada Filipe Nyusi, Presidente da República de Moçambique, vê e interpreta os eventos que ocorrem em Moçambique, e como ele reage a estes eventos. São seguintes, as minhas perguntas a mim mesmo:

1. Por que estou a PENSAR que Filipe Nyusi, Presidente da República de Moçambique, de tanto PENSAR e CRER que está sendo tratado como marioneta pelos veteranos da Frelimo—aparentemente induzido a este pensamento pelos seus verdadeiros detractores, fingidos de samaritanos—ele agora parece ter resolvido virar-se astuta e tacitamente contra esses veteranos da Frelimo?
2. Por que estou a PENSAR que Filipe Nyusi ainda não se deu conta de que as pessoas que ele desconfia, evita e até hostiliza, quais esses veteranos da Frelimo, são, na realidade, os seus verdadeiros apoiantes e defensores?
3. Por que estou a PENSAR que a desconfiança que Filipe Nyusi parece ter dos veteranos da Frelimo que apoiaram a sua ascensão ao poder—sem outros interesses excepto manter a Frelimo no poder para a assegurar a consolidação da independência e soberania de Moçambique—está a colocar em causa os valores e princípios da própria Frelimo, ameaçando até inviabilizar o projecto de manter este partido político no poder por mais tempo?
4. Enfim, por que estou a PENSAR que os inimigos da Frelimo (em oposição a adversários) estão neste momento a aproveitar a ingenuidade política de Filipe Nyusi para, finalmente, lograr realizar o sonho de destruir este partido político histórico moçambicano?

Estas perguntas surgem-me, porque estou a discernir um esquema que me parece funcionar mais ou menos assim:
1. Quando Armando Guebuza anunciou que não iria concorrer ao um terceiro mandato, quase que ninguém quis acreditar que ele estava a falar sério. Mas, mesmo assim, um movimento interno para o apuramento de um possível sucessor de Armando Guebuza foi iniciado. Desse movimento resultou que Filipe Nyusi foi eleito candidato presidencial da Frelimo para as eleições gerais de 2014.
2. A eleição de Filipe Nyusi como candidato presidencial da Frelimo para as eleições gerais de 2014 pôs termo a um período de tensão interna que se havia instalado no seio da própria Frelimo, colocando de um lado os apoiantes e doutro lado os contestatários da liderança de Armando Guebuza. Os contestatários da liderança de Armando Guebuza o eram porque, pretensamente, este (Guebuza) "execrava a crítica" e estava a "personalizar o poder do Estado e da Frelimo". Estas CRENÇAS geraram uma tácita cisão no seio da Frelimo, dando origem a duas alas que se combatiam mutuamente. Especificamente, parte da razão por detrás da aparente cisão residia na CRENÇA de que Armando Gurbuza armara um esquema para colocar como seu sucesso alguém da sua confiança pessoal, qual José Pacheco, que era para ele (Armando Guebuza) continuar a liderar Moçambique e a Frelimo por procuração. Por causa desta CRENÇA, uma parte dos contestatários da liderança de Armando Guebuza apostara na Luísa Diogo e a outra parte apostara no Aires Ali, as duas figuras que passaram a integrar a lista dos providenciáveis da Frelimo na última hora. (Filipe Nyusi fazia parte da lista proposta pela Comissão Política da Frelimo, lista essa que foi objecto de muita polémica e nela constavam também os nomes de José Pacheco e Alberto Vaquina.) Filipe Nyusi, mesmo sendo membro do elenco governamental liderado por Armando Guebuza, não era tido como da confiança pessoal de Armando Guebuza. Portanto, a eleição de Filipe Nyusi para suceder Armando Guebuza foi vista como a melhor saída para o reencontro da família Frelimo, que já andava profundamente desavinda a seguir ao X Congresso deste partido. Isto permitiu que Filipe Nyusi acabasse por ser considerado "o único potencial candidato presidencial de consenso" da Frelimo, razão pela qual ele (Filipe Nyusi) conseguiu fazer-se eleger candidato presidencial por este partido (a Frelimo) para as eleições gerais de 2014, num processo que foi marcado por venda e compra de consciências.
3. Uma vez Filipe Nyusi eleito candidato presidencial da Frelimo para as eleições gerais de 2014, "voluntários" para a organização da sua campanha eleitoral começaram a emergir como cogumelos. Esse "movimento voluntário" para fazer o melhor pela campanha eleitoral de Filipe Nyusi voltou a dividir tacitamente a família Frelimo em duas alas. Novamente, por um lado ficou a ala que apoiava o governação de Armando Guebuza, e que defendia a separação dos poderes do Partido e do Estado; chamemos esta ala "A1". Esta ala (A1) defende, até hoje, que Filipe Nyusi deveria ficar apenas Presidente da República de Moçambique e Armando Guebuza continuar Presidente da Frelimo, pelo menos até ao fim do seu mandato neste cargo (em 2017). Por outro lado ficou a ala que contestava a liderança de Armando Guebuza; chamemos esta ala "A2". Esta ala (A2) defende, até hoje, que se o Presidente da República de Moçambique for militante da Frelimo, então ele(a) tem que ser igualmente o Presidente deste partido político (a Frelimo).
4. Quando Filipe Nyusi foi eleito candidato presidencial da Frelimo para as eleições gerais de 2014, para a ala A1 estava assente que ele (Filipe Nyusi) seria o Presidente da República de Moçambique, mas não da Frelimo, que estatutariamente continuaria a ser liderada por Armando Guebuza. Porém, a ala A2 começou a combater vigorosamente contra a posição da ala A1, concitando Filipe Nyusi a trair o arranjo tácito com esta ala (A1).
5. Com a Frelimo novamente divida em duas alas (A1 e A2), Filipe Nyusi, já eleito Presidente da República de Moçambique, decide inclinar-se estrategicamente para o lado da ala A2 e aceita assumir a liderança do Partido (Frelimo), em violação do acordo tácito que tivera com a ala A1. Esta violação de um arranjo previamente aceite por Filipe Nyusi produziu a primeira prova de que ele (Filipe Nyusi) é falso e se julga esperto. Quando assume a liderança da Frelimo, já com todos os poderes, Filipe Nyusi afasta-se também da ala A1, mais uma vez provando que ele joga falso e se julga esperto. Estas provas de falsidade e de exercício de esperteza política fizeram com que Filipe Nyusi perdesse a confiança de ambas alas (A1 e A2), estando neste momento literalmente isolado, por sua própria conta e risco, na liderança do Estado, do Governo e do Partido.
6. Estando no meio de duas alas (A1 e A2) e não sendo parte de nenhuma delas, Filipe Nyusi está actualmente a optar por jogo perigoso de entreter ambas alas com um discurso contraditório. Por exemplo, num momento ele parecia estar contra a auditoria das empresas criadas através dos «créditos ocultos», o que agradava a ala A1 e desagradava a ala A2; mas ultimamente Filipe Nyusi parece estar a favor da auditoria daquelas empresas, o que agrada a ala A2 e desagrada a ala A1. Este jogo de "agrada-desagrada" está a pôr muita gente nervosa e parece que Filipe Nyusi está a diverte-se com isso, ao mesmo tempo que parece estar a montar a sua própria ala—chame-mo-la ala A3—para defender o poder que agora detém quase em absoluto. Com efeito, Filipe Nyusi hoje manda recados aos seus críticos, ao mesmo de tempo que se ouvem reclamações tanto da ala A1 quanto da ala A2. Eu calculo que esta brincadeira—que na minha opinião é perigosa para o futuro político do seu protagonista e da Frelimo, no poder—vai sobrar para o próprio Filipe Nyusi, que é o protagonista. Com efeito, começa a ficar claro que a reserva moral da Frelimo—que reside na Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN)—está a posicionar-se em bloco do lado da ala A1. Os contornos que se desenham em torno da auditoria que se quer feita às empresas criadas pelos fundos dos «créditos ocultos» apertam-se mais na direcção de implicar o próprio Filipe Nyusi em ilícito passível de requerer uma sanção que poderá ditar o seu afastamento precoce da liderança de Moçambique e da Frelimo.

Agora segue a minha pergunta a mim mesmo:

Será que Filipe Nyusi crê mais na esperteza do que na inteligência?

Eu não tenho resposta ainda para esta pergunta. Mas posso dizer que a X Conferência Nacional de Quadros do partido Frelimo não decorreu nada num ambiente de cordialidade, qual se se pretende fazer crer. Estava tudo montado para sufocar a opinião dos que não concordam com a forma como Filipe Nyusi está a fazer as suas alianças para defender o poder que agora detém. Engana-se quem, qual Marcelo Mosse, pensa que o poder de Filipe Nyusi é bicéfalo ou multipolo.
De facto, Filipe Nyusi está actuando a solo, de forma cínica, a confiar no apoio da liga juvenil da Frelimo—a OJM. Só que a OJM ela própria está tacitamente divida em alas que se combatem entre si. Por um lado está a ala que chamaremos "OJM1", que tenciona formar uma oligarquia para se apoderar dos negócios do Estado; esta ala é politicamente imatura e materialmente ambiciosa, e se está lixando com os princípios e valores da Frelimo—trata-se de uma ala comparável àquela que se desmembrou do ANC para formar o EFF, tendo à cabeça o Julius Malema, na vizinha África do Sul. Por outro lado está a ala que chamaremos "OJM2", que ainda se guia pelos princípios e valores da Frelimo. Actualmente, Filipe Nyusi parece estar mais inclinado para o lado da ala OJM1, e, ao que transparece, ele vê nesta ala da OJM o embrião da sua aparentemente projectada ala A3.
À luz do expendido acima, pode vaticinar-se que Filipe Nyusi entrará na história da Frelimo e de Moçambique qual Mikhail Gorbachev entrou na história do já-extinto Partido Comunista da também já-extinta URSS. O potencial para que assim seja está amontando. Estou errado? Pode ser! Interessa a Moçambique o que ocorreu na já-extinta URSS, quando Mikhail Gorbachev chegou ao poder? Acho que não! Note-se que a desintegração da URSS fez desaparecer uma nacionalidade. Isso ocorreu porque Mikhail Gorbachev, então Presidente da já-extinta URSS e do já-extinto Partido Comunista daquele país, não liderou bem as transformações sociopolíticas que então decorriam evolvendo o já-extinto povo soviético.
Em Moçambique, o estilo de liderança de Filipe Nyusi é tal que coloca a nacionalidade moçambicana, ou a própria Pátria moçambicana, em risco de extinção. E pior, começa a transparecer que Filipe Nyusi pensa e crê que pode manipular tudo e todos. Recusa ouvir ou finge que ouve, depois de ter proferido um discurso muito bonito e bem acolhido por todos os moçambicanos na cerimónia da sua investidura. Ultimamente ele anda fazendo coisas que contrariam todo o seu discurso, sinalizando que só fala para vaca dormir antes do abate—soi dizer-se que abater uma vaca quando está dormindo torna sua carne mais tenra e saborosa, mas isto não passa de mito. É bom que Filipe Nyusi seja vigiado tacitamente, para ele não hipotecar o poder da Frelimo e a nacionalidade moçambicana a troco de gorjetas oferecidas pelas transnacionais interessadas em explorar os recursos naturais de Moçambique a preço de banana. E quem fala de Filipe Nyusi fala também dos que lhe vão pedir projectos em privado, quando na praça pública andam a propalar discursos pró-transparência, como se suas vidas fossem exemplos imaculados de transparência. A Frelimo tem que estar unida em torno de Filipe Nyusi sim, mas para escrutinar o que ele faz em prol do bem dos moçambicanos, sem qualquer tipo de discriminação; não para permitir que ele faça o que quiser do Moçambique dos moçambicanos.
Ecos da X Conferência Nacional de Quadros da Frelimo indicam que Filipe Nyusi fez o que quis com alguma facilidade, ao mesmo tempo que fingia reclamar falta de colaboração, que ele na verdade tem estado a dispensar tacitamente. É assim que contribuições importantes para aprimorar a acção política da Frelimo na definição da agenda nacional foram excluídas das sínteses dos trabalhos de grupo. Isto foi feito por relatores propositadamente escolhidos a dedo para esquartejar opiniões que não estejam alinhadas com o pensamento de Filipe Nyusi. Esse exercício indicia que se está no alvor de uma ditadura que vai fragmentar cada vez mais a Frelimo. Se não, então por que será que a actual liderança da Frelimo fica impávida e serena ante a proliferação, nas redes sociais, de mensagens indicando que está em preparação um esquema para assaltar o seu poder? Essa indiferença potencia o pensamento e a crença de que a própria liderança é que é a autora e difusora dessas mensagens, porventura para acobertar um esquema de instalação de uma ditadura. O que mais se pode pensar?!

Sede todos vigilantes, ó militantes e simpatizantes da Frelimo! Não permiti que os ideais, princípios e valores do vosso glorioso e cinquentenário partido—a Frelimo—sejam desvirtuados! O próprio Presidente da Frelimo (de da República de Moçambique) tem que ser vigilante para consigo próprio. E uma forma de alguém ser vigilante para consigo próprio é ouvir e tratar correctamente a crítica e as percepções negativas sobre o seu comportamento, os seus actos ou práticas. Quando a crítica é dirigida de forma doce, com enfeites ou indirectamente, ela não é honesta. Crítica honesta é aquela que nos é dirigida de forma clara e directa, e muitas vezes é áspera e nos causa desconforto. Essa sim, é crítica que vem de alguém que nos ama ou nos quer bem. Quem execra a crítica honesta, não é honesto; é falso e tem estirpe de ditador. Cuidado com ele!
Enfim, eu continuo a confiar no Filipe Nyusi. Porém, a suspeição começa a atentar contra a minha confiança nele. Insisto que o meu Presidente, Filipe Nyusi, tem que ler sempre o seu discurso inaugural antes de tomar qualquer decisão governativa. O povo—por ele (Filipe Nyusi) definido como «patrão»—mede tudo o que ele ("empregado" Filipe Nyusi) faz na governação de Moçambique tendo como referência aquele discurso inaugural. Tudo o que o povo espera do seu "empregado" Filipe Nyusi é o que ele prometeu naquele discurso, ou melhor que aquilo; mas não o contrário, tampouco o pior.

Viva a paz, porque viabiliza o progresso!
Abaixo a corrupção, porque é inimiga da paz, da liberdade, da justiça e do progresso!
GostoMostrar mais reações
Comentários
Zeca Becane Felisberto Sibia Que sapiencia. Lido este textao da para concluir que se queres provar a consciencia do homem, dee lhe poder e ou dinheiro.
A ser verdade isto estamos mergulhados mesmo num abismo. Que se estude o Nyusi
Gosto11 h
Antolinho André Excelente contribuição que o destinatário tenha o tempo de ler e assumir porque directo e de boa fé.

1 comentário:

Anónimo disse...

Já não é tempo de aplaudir gongorismos e vocábulos raros como acontecia em 1980. Qual é a sua ala?