A Polícia da República de Moçambique (PRM) acusou hoje homens armados da Renamo de terem morto a tiro um juiz comunitário da localidade de Chirassicua, no distrito de Nhamatanda, centro do país.
"Eles [os homens armados da Renamo] entraram na sua residência à força e depois o balearam", disse à Lusa Sididi Paulo, oficial de imprensa no comando da Polícia da República de Moçambique na Província de Sofala.
O incidente, descreve Sididi Paulo, teve lugar na madrugada de segunda-feira, quando sete homens da Renamo [Resistência Nacional de Moçambique] arrombaram a porta da casa do juiz comunitária da localidade de Chirassicua, na província de Sofala, e mataram-no a tiro.
Além do juiz comunitário, que também ocupava o cargo de secretário da localidade, os autores do ataque balearam a sua esposa na coxa, estando agora sob cuidados médicos no Hospital Central da Beira.
"Este é um caso de homicídio qualificado e nós estamos a trabalhar no sentido de o esclarecermos com celeridade ", afirmou a oficial de imprensa no comando da PRM em Sofala, acrescentando que a corporação está "atenta a estes incidentes" e não permitirá que a ordem e segurança públicas sejam colocadas em causa.
A Lusa contactou o porta-voz da Renamo, António Muchanga, que disse não estar informado sobre o assunto.
Nos últimos meses, Moçambique tem conhecido um agravamento da violência política, com relatos de confrontos entre o braço militar da Renamo e as forças de defesa e segurança, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados.
Na passada semana, foram também atribuídos à Renamo ataques a viaturas civis nas principais estradas do centro de Moçambique.
Afonso Dhlakama, que reapareceu numa base da Renamo na Gorongosa na quinta-feira, não era visto em público desde 09 de outubro, quando a polícia cercou a sua residência na Beira, alegadamente numa operação de recolha de armas, no terceiro incidente grave em menos de um mês envolvendo a comitiva do líder da oposição.
No dia 20 de janeiro, o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, foi baleado por desconhecidos no bairro da Ponta Gea, centro da Beira, província de Sofala, centro de Moçambique, e o seu guarda-costas morreu no local, num caso que continua por esclarecer.
Apesar da disponibilidade para negociar manifestada pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, o líder da Renamo diz que só dialogará depois de tomar o poder em seis províncias do norte e centro do país, onde o seu movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.
EYAC (HB/AYAC) // EL
Lusa – 16.02.2016
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