Inusitado e caricato um “armado exigir desarmamento” do outro.
Se há refugiados de guerra e se as hostilidades estão regressando a grande velocidade, há que olhar para os assuntos com olhos de ver. Fazer de conta que a razão está deste lado e que os outros simplesmente querem fazer coisas ilegais, é simples demais. Também sabemos que é uma mentira grosseira.
Insiste-se que a Renamo tem de ser desarmada, ou que deve desarmar-se, mas os que assim falam jamais se referem ao facto da Frelimo ser, em si, um partido armado, embora o seja por via de ser o partido de suporte do Governo moçambicano.
Quem não sente que a FADM e a PRM são braços militarizados da Frelimo? Quem desconhece que não se pode ser oficial ou pertencer ao comando da PRM/FADM sem plena confiança da Frelimo? Quem desconhece que ter cartão vermelho abre portas?
Quem desconhece que foi Joaquim Chissano, o seu partido e o seu Governo que não completaram e implementaram cláusulas do AGP de Roma, que desarmariam e integrariam as forças residuais da Renamo nas FADM e na PRM?
Quem quer dizer que as FADM são a mesma coisa que as FPLM do passado, só com um nome diferente?
Quem não sabe que é o controlo partidário das FADM e PRM que garantem cobertura para que haja um ambiente institucional favorável ao partido Frelimo? Com uma PGR conluiada com o Executivo e extremamente politizada, num ambiente de promiscuidade, desenvolveu-se uma cultura de falsificação da verdade dos factos.
Querem desarmar a Renamo, e depois continuarem só eles armados, como nos tempos do partido único? O que fez AEG durante os seus dois mandatos foi antidemocrático e contra os entendimentos de Roma – que ele discutiu, negociou –, ao promover a proliferação de células do partido Frelimo no aparelho de Estado e noutras instituições do Estado. Não há empresa pública que não tenha célula do partido, como todos sabemos.
Não há dúvidas de que sem as células da Frelimo nas escolas que serviram de reservatórios para recrutamento dos funcionários do STAE, os resultados eleitorais seriam outros. Nesse sentido, a ofensiva de AEG teve os seus dividendos.
Mas nas discussões, palestras, redes sociais foge-se da “verdade verdadeira”. Os “ilustres”, quando falam, recusam-se a tocar na ferida, porque isso teria implicações directas nas suas vidas. Uma intelectualidade fantasiosa e irrelevante traz para o público uma imagem muito pobre e irreal. Multiplicam-se “pronunciamentos” de pessoas, embora de credibilidade nula, reduzida e miserável, sobre “demónios” que não existem.
Quem é Gustavo Mavie para se arvorar em analista de gabarito sobre o processo político nacional e aparecer demonizando uma das partes? Opinar é diferente de continuar a ofensiva de demonização de compatriotas. Opinar não deve ser meio de angariação de benesses nem de busca de protecção judicial.
O regime precisa de defender-se, mas nem que recorrer a “cavaleiros desalmados de egos inflamados”.
A melhor defesa da paz e estabilidade em Moçambique passa por resolver com verticalidade e consequência o “dossier” militar e policial à luz do AGP.
Um partido efectivamente armado não pode exigir que o outro partido armado se desarme.
Isso não é lógico nem aceitável
Quando o ministro britânico para África diz que não há confiança entre as partes em litígio em Moçambique não está descobrindo a pólvora.
Há forças engajadas em destruir a confiança e as pontes que haviam sido construídas.
Adiar e tornar a adiar foi o que JAC.AEG fechou o “dossier” dos contactos regulares e só se encontrou com AMMD para fingir que queria ver as coisas resolvidas. Na verdade, ele estava construindo a sua segurança.
Responsabilizar a Renamo pela fuga de moçambicanos para o Malawi é uma falácia triste e vergonhosa.
Porque a Renamo até hoje tem armas?
A CRM não diz que a fraude é legal. Alguns ministros moçambicanos são caricatos nos seus “pronunciamentos” sobre as causas da instabilidade em Moçambique.
Há provas mais do que suficientes de que a verdade está sendo escamoteada.
Quem se tem mostrado irredutível no plano negocial é conhecido, e, na essência, é quem não quer ceder em nenhum ponto.
Enquanto persistir a atitude de negar que os outros não são cidadãos iguais e a governação ter sido transformada numa rampa de lançamento de projectos de enriquecimento privado, a instabilidade continuará.
Tudo ficou e é uma bolada. A cultura é mesmo a de que “cabrito come onde está amarrado”.
Mesmo aquele que dizia que iria combater o “deixa-andar” acabou promovendo-o e colocando em patamares bem mais altos.
A situação actual de instabilidade e de recomeço é um resultado directo da intolerância e da apropriação do país por uma clique que se autoprotege e manobra para manter o “status”.
Nenhuma ofensiva – por mais mediatizada que seja, por mais analistas contratados que se revezem para defender a ideia ou tese de que a razão mora do lado deles – vingará porque os moçambicanos estão realmente “fartos” de serem enganados.
Compatriota, já ninguém é cego ou acredita em historietas. Aqui e agora, os moçambicanos clamam e exigem realismo e seriedade.
Não há proprietários exclusivos de Moçambique, como alguns pretendem impor a todo um povo.
Zona centro em chamas e Nyusi a brincar à paz em Maputo
Tropas governamentais incendiaram palhotas da população em Morrumbala, alegando que foram traídas. Muxúnguè volta a ser palco de grande movimentação militar.
Intensificam-se os confrontos militares na região centro do país, com o Governo a expedir mais tanques de guerra e armamento pesado, incluindo de longo alcance. Já se fala em mais um plano de assalto final à Serra da Gorongosa, onde se supõe acredita que esteja Afonso Dhlakama.
As tropas governamentais e da Renamo voltaram a confrontar-se na madrugada da passada sexta-feira, 12 de Fevereiro, numa região próximo de Sabe, distrito de Morrumbala, na província da Zambézia.
Existem relatos de fontes não oficiais segundo os quais os confrontos se prolongaram até ao amanhecer de sexta-feira, tendo havido pelo menos cinco mortos.
Segundo os mesmos relatos, os homens armados da Renamo atacaram uma unidade das forças governamentais que se aproximavam duma posição sua.
Ainda segundo as mesmas fontes, no ataque os homens da Renamo apoderaram-se de armamento em quantidades não especificadas.
Na sexta-feira, as tropas governamentais voltaram à povoação onde perderam armamento e incendiaram palhotas da população acusando-a de albergar e colaborar com homens da Renamo.
A Renamo, através de uma fonte superior na Zambézia, que pediu o anonimato, confirmou o ataque pelos homens daquele partido a uma unidade das tropas governamentais que se aproximavam duma posição.
Confirmou também que as tropas do Governo estavam a incendiar palhotas da população em retaliação pelo ataque da Renamo.
Contactado telefonicamente pelo CANALMOZ , o comandante provincial da PRM na Zambézia, João Manguele, não desmentiu nem confirmou a ocorrência, tendo-se limitado a dizer que não tinha conhecimento e que a situação estava calma.
No domingo, a situação era descrita como calma, mas com a população ainda refugiada.
Entretanto, diversas unidades das Forças Armadas de Defesa de Moçambique saíram, na noite de quinta-feira, do Comando do Exército em Maputo com destino à região centro do país, concretamente as províncias de Sofala, Manica, Tete e Zambézia.
MINISTRO DO INTERIOR DE ANGOLA DE VISITA A MOÇAMBIQUE CONFUNDE MOÇAMBIQUE COM ANGOLA
O dirigente instado a pronunciar-se sobre a situação da ditadura no seu país, afirmou que há interesse em colocar governos doces. E mais, o ministro angolano disse que Moçambique deve a todo custo manter a paz. Feita análise, pode-se concluir que para este dirigente Moçambique deve enverdar pela via militar para alcançar a paz.
Só que o ministro angolano esqueceu-se que Moçambique não é Angola. Pois, o posicionamento geográfico de Angola no Atlântico e Moçambique no Índico é diametralmente diferente. O guia do povo Afonso Dhlakama não é Savimbe. Eis a diferença entre nós sr mínistro.
O vosso envolvimento na guerra moçambicana não vai solução desejada pelos dois regimed comunistas.
A resistência do povo moçambicano vai triunfar
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