17-05-2006
“Nós não estamos arrependidos”
Marcelino dos Santos
Emílio Manhique, apresentador do programa “No Singular” na TV pública moçambicana (TVM), entrevistou, em 2005, o antigo membro da Frente de Libertação de Moçambique e mais tarde ministro de Samora Machel, presidente da Assembleia Popular, e membro do Bureau Político (mais tarde Comissão Política Permanente) do Comité Central do partido Frelimo marxista leninista.
Dos arquivos do «Canal de Moçambique» extraímos parte dessa entrevista relativa aos fundadores e combatentes da Luta de Libertação Nacional que defendiam um regime como o que hoje vigora em Moçambique e com a alegação de que por isso eram anti-patrióticos e “reaccionários” foram sumariamente abatidos no fim da década de 70, princípio de 80, já depois de Moçambique ser membro das Nações Unidas, sem que tenham sido observados os mais elementares princípios do Direito consagrado em sociedades civilizadas.
Emílio Manhique : “Lazaro Nkavandame, Gwenjere, Joana Semião foram mortos depois da independência, mas a Frelimo tinha dito que iam ser reeducados, que iam servir de exemplo. Porque é que foram mortos sem sequer nenhum julgamento?”
Marcelino dos Santos: “Naturalmente... primeiro porque consideramos que era justiça.”
Manhique: “Justiça popular?”
Marcelino dos Santos: “Altamente popular, exercida”...
Manhique:... “mas foi uma justiça de um movimento guerrilheiro, não de um partido”.
Marcelino dos Santos: “Justiça contra traidores porque qualquer um deles se aliou ao colonialismo português.”
Manhique: “Mas porque é que a Frelimo primeiro disse que iam servir de exemplo?”
Marcelino dos Santos: “Sim, e depois sobreveio a acção, a tentativa do inimigo de buscar elementos moçambicanos descontentes, em particular aqueles que pudessem ser-lhes bastante úteis. Então, aquela consciência que nós tínhamos inicialmente de que são traidores e que, portanto deveriam ser executados. Bom, numa certa medida podemos dizer que surgiram as condições que forçaram a implementação de uma preocupação e de um sentimento muito, muito, muito antigo porque é bom não esquecer que Lázaro Nkavandame...”.
Manhique: “E porque é que não se informou o povo?”
Marcelino dos Santos: “Porque aí é preciso ver o momento em que isso acontece e naturalmente embora nós sentíssemos a validade da justiça revolucionária, aquela construída, fecundada pela luta armada revolucionaria de libertação nacional, havia, no entanto, o facto de que já estávamos em Estado independente. Quer dizer, Moçambique se tinha ja constituído em Estado embora a Frelimo fosse realmente a força fundamental desse Estado. Então foi isso, talvez, que nos levou, sabendo precisamente ainda que muita gente não estava certamente apta a entender bem as coisas, que nós preferimos guardar no silêncio esta acção realizada. Mas que se diga bem claramente que nós não estamos arrependidos da acção realizada porque agimos utilizando a violência revolucionária contra os traidores e contra traidores do povo moçambicano”.
(TVM – 19.Set.2005 - Programa «No Singular»)
N.E.: De referir que Emílio Manhique é locutor da Rádio Moçambique e sobrinho do moçambicano que deu o nome de Frente de Libertação de Moçambique ao movimento que viria a negociar o país com o regime implantado em Lisboa depois do golpe de Estado do 25 de Abril em Portugal. O tio do jornalista, estava com Marcelino dos Santos em Acra, no Ghana, quando este último criou a partir da inspiração de Fanuel Malhuza o acrónimo Frelimo. Malhuza morreu o ano passado em Maputo sem merecer quaisquer honras se bem que foi o criador da designação que imortalizou o movimento pela Independência de Moçambique.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 17.05.2006
NOTA:
Na realidade, para quem confunda FRELIMO com POVO DE MOÇAMBIQUE não está mal explicado...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
(TVM – 19.Set.2005 - Programa «No Singular»)
N.E.: De referir que Emílio Manhique é locutor da Rádio Moçambique e sobrinho do moçambicano que deu o nome de Frente de Libertação de Moçambique ao movimento que viria a negociar o país com o regime implantado em Lisboa depois do golpe de Estado do 25 de Abril em Portugal. O tio do jornalista, estava com Marcelino dos Santos em Acra, no Ghana, quando este último criou a partir da inspiração de Fanuel Malhuza o acrónimo Frelimo. Malhuza morreu o ano passado em Maputo sem merecer quaisquer honras se bem que foi o criador da designação que imortalizou o movimento pela Independência de Moçambique.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 17.05.2006
NOTA:
Na realidade, para quem confunda FRELIMO com POVO DE MOÇAMBIQUE não está mal explicado...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
16-05-2006
ILHA DE MOÇAMBIQUE: FINALMENTE, NA ROTA DA SUA VOCAÇÃO TURÍSTICA !
Vasco Fenita
Desta vez parece que será mesmo de vez.
Ao contrário do que sucedeu no passado, com organizações que se proclamavam predispostas a desencalhar a Ilha de Moçambique do profundo marasmo em que, penosamente, se encontra mergulhado. E que, afinal, não eram senão meros simulacros.
Aliás, por inerência das funções que exercia, na altura , eu mesmo fui compelido a assumir o cargo de presidente do Conselho Fiscal da primeira dessas instituições, a Associação dos Amigos da Ilha de Moçambique. De que, entretanto, me viria a resignar (lógicamente), pouco depois, quando me apercebi que, afinal, não passava de uma instituição fantoche e que nós, os membros dos diversos órgãos constituintes éramos, reflexamente, uns simples títeres. Porque da profusão dos donativos provenientes, principalmente, do exterior do país, apenas uma parte insignificante era drenada para a nossa gestão, na Ilha de Moçambique (destinatária legítima). A “parte de leão” era extraviada, sem qualquer explicação plausível, algures na capital do país.
À Associação dos Amigos da Ilha de Moçambique, sucederam-se muitas outras agremiações congéneres, aparentemente imbuídas do mesmo espírito solidário (ou “altruísta”), que, naturalmente, acabaram, também, por soçobrar acossadas pelas mesmas deformidades.
Porém, as notícias chegadas, há dias de Lisboa, revestem-se de perspectivas bastante animadoras porquanto dão-nos conta de foi constituída uma parceria bastante consistente para resgatar a histórica cidade, constituída por representantes de Portugal, Moçambique, Suiça, Banco Africano e UNESCO, Os quais voltarão ainda a encontrar-se no final deste ano, já em território moçambicano (previsivelmente, na própria Ilha de Moçambique), com a finalidade de definir o plano estratégico destinado a pôr cobro à totalidade dos problemas que inibem a vetusta cidade de se adequar ao estatuto de Património Cultural da Humanidade, que lhe foi outorgado, em 1991, pela UNESCO.
A reunião da capital portuguesa, a que esteve presente o nosso ministro da Educação e Cultura, Aires
Aly, pressupõe, pois, que tudo se conjuga para que, desta feita, a Ilha de Moçambique seja contemplada com um manancial de requisitos que, finalmente, viabilizarão a assunção plena da sua vocação intrínseca para o turismo industrial.
Entretanto, está prevista para Agosto próximo a conclusão das obras de reabilitação da ponte longelínea
(de 3.800 metros) que estabelece o hífen entre a Ilha de Moçambique e o continente fronteiriço (Lumbo). Foram já substituídos cerca de 200 pilares dos 500 que se encontravam em avançado estado de degradação.
Observe-se que, inaugurada em 1967, aquela ponte nunca beneficiou do processo de manutenção recomendado pelo respectivo engenheiro, de nacionalidade portuguesa, Edgar Cardoso, aquando da sua deslocação a Moçambique, a convite de Samora Machel.
WAMPHULA FAX – 16.05.2006
Desta vez parece que será mesmo de vez.
Ao contrário do que sucedeu no passado, com organizações que se proclamavam predispostas a desencalhar a Ilha de Moçambique do profundo marasmo em que, penosamente, se encontra mergulhado. E que, afinal, não eram senão meros simulacros.
Aliás, por inerência das funções que exercia, na altura , eu mesmo fui compelido a assumir o cargo de presidente do Conselho Fiscal da primeira dessas instituições, a Associação dos Amigos da Ilha de Moçambique. De que, entretanto, me viria a resignar (lógicamente), pouco depois, quando me apercebi que, afinal, não passava de uma instituição fantoche e que nós, os membros dos diversos órgãos constituintes éramos, reflexamente, uns simples títeres. Porque da profusão dos donativos provenientes, principalmente, do exterior do país, apenas uma parte insignificante era drenada para a nossa gestão, na Ilha de Moçambique (destinatária legítima). A “parte de leão” era extraviada, sem qualquer explicação plausível, algures na capital do país.
À Associação dos Amigos da Ilha de Moçambique, sucederam-se muitas outras agremiações congéneres, aparentemente imbuídas do mesmo espírito solidário (ou “altruísta”), que, naturalmente, acabaram, também, por soçobrar acossadas pelas mesmas deformidades.
Porém, as notícias chegadas, há dias de Lisboa, revestem-se de perspectivas bastante animadoras porquanto dão-nos conta de foi constituída uma parceria bastante consistente para resgatar a histórica cidade, constituída por representantes de Portugal, Moçambique, Suiça, Banco Africano e UNESCO, Os quais voltarão ainda a encontrar-se no final deste ano, já em território moçambicano (previsivelmente, na própria Ilha de Moçambique), com a finalidade de definir o plano estratégico destinado a pôr cobro à totalidade dos problemas que inibem a vetusta cidade de se adequar ao estatuto de Património Cultural da Humanidade, que lhe foi outorgado, em 1991, pela UNESCO.
A reunião da capital portuguesa, a que esteve presente o nosso ministro da Educação e Cultura, Aires
Aly, pressupõe, pois, que tudo se conjuga para que, desta feita, a Ilha de Moçambique seja contemplada com um manancial de requisitos que, finalmente, viabilizarão a assunção plena da sua vocação intrínseca para o turismo industrial.
Entretanto, está prevista para Agosto próximo a conclusão das obras de reabilitação da ponte longelínea
(de 3.800 metros) que estabelece o hífen entre a Ilha de Moçambique e o continente fronteiriço (Lumbo). Foram já substituídos cerca de 200 pilares dos 500 que se encontravam em avançado estado de degradação.
Observe-se que, inaugurada em 1967, aquela ponte nunca beneficiou do processo de manutenção recomendado pelo respectivo engenheiro, de nacionalidade portuguesa, Edgar Cardoso, aquando da sua deslocação a Moçambique, a convite de Samora Machel.
WAMPHULA FAX – 16.05.2006
15-05-2006
MORTOS COM OS «SAFANÕES» ORDENADOS POR SALAZAR E CAETANO
Retirado do Blog 25 de Abril - O antes e o agora
A guerra não é uma partida de xadrez ou damas calma e bucolicamente disputada à sombra dum imbondeiro, dum coqueiro ou duma azinheira.
Entre os mortos e outras vítimas há os «profissionais» da guerra e aqueles que lhe sofreram as consequências, por estarem livre ou conscientemente ou não dum dos lados em confronto, quaisquer que sejam as razões que assistam a cada um deles.
Não tenho e não sei se existe o balanço das vítimas do «corporativismo» português de Salazar e Caetano, designadamente dos civis ditos «portugueses» negros (sem direitos de cidadania no Portugal do Minho a Timor) que foram mortos pela polícia política (leia-se PIDE/DGS, Flechas e similares) e pelas Forças Armadas Portuguesas nos teatros de guerra ou não a partir de 1960. ... ... ...
Leia tudo em:
Download vn_mortos_com_os_safanoes.doc
A guerra não é uma partida de xadrez ou damas calma e bucolicamente disputada à sombra dum imbondeiro, dum coqueiro ou duma azinheira.
Entre os mortos e outras vítimas há os «profissionais» da guerra e aqueles que lhe sofreram as consequências, por estarem livre ou conscientemente ou não dum dos lados em confronto, quaisquer que sejam as razões que assistam a cada um deles.
Não tenho e não sei se existe o balanço das vítimas do «corporativismo» português de Salazar e Caetano, designadamente dos civis ditos «portugueses» negros (sem direitos de cidadania no Portugal do Minho a Timor) que foram mortos pela polícia política (leia-se PIDE/DGS, Flechas e similares) e pelas Forças Armadas Portuguesas nos teatros de guerra ou não a partir de 1960. ... ... ...
Leia tudo em:
Download vn_mortos_com_os_safanoes.doc
NOTA:
-Para melhor compreensão de alguns factos aqui descritos, aconselho a leitura dos seguintes textos, colocados no MOÇAMBIQUE PARA TODOS:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/11/quantos_morrera.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/10/que_ligar_mtele.html
-Para melhor compreensão de alguns factos aqui descritos, aconselho a leitura dos seguintes textos, colocados no MOÇAMBIQUE PARA TODOS:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/11/quantos_morrera.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/10/que_ligar_mtele.html
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
MACUA DE MOÇAMBIQUE
13-05-2006
Uma “revolução sem sangue...”?
Sol Português
Já o sabíamos. Já o tínhamos escrito. Agora, porém, é a toda poderosa RTP a dar o mote para, uma vez mais... mais políticos e mais altos militares, alguns ainda vivos, se cobrirem de vergonha. Talvez não tanto pelo que fizeram... mas pelo que deixaram fazer.
Com testemunhos insuspeitos, preto no branco, ficámos a saber que Portugal, enquanto Pátria, servida por uns quantos políticos de pacotilha e por algumas patentes militares de opereta... entregaram, na Guiné, às forças que em 75 passaram a dominar o País... os soldados que nos tinham sido fiéis. Entregaram-nos, pronto. Sem cuidar de saber o que lhes iria acontecer. Pois... umas quantas centenas foram fuziladas. Ou nos campos de futebol. Ou nas “fugas” inventadas dos terríveis campos de concentração. Que Portugal permitiu. Que Portugal “abençoou”, embora agora todos nós juremos a pés juntos que não. Pragmaticamente até somos capazes de dizer que... não havia mais nada a fazer.
O “25 de Abril”. Efeméride que, aos poucos, se vai perpetuando nos meandros da História. Com razões de glória. Com motivos de vergonha. Sobretudo quando os apaniguados que ainda existem teimam em atirar aos ares com atoardas que querem que fiquem na História. A falar (só) de heroismo e a querer apagar coisas que a História está a começar a alinhar. Neste caso, pelas mãos de quem menos pensaríamos, como foi o caso da RTP.
Soldados guineenses que serviram Portugal nas Unidades de Comandos. Entregues à morte por fuzilamento. Entregues, afinal, por quem assinou as chamadas “negociações” de Argel. Alguns dos poucos sobreviventes aos “massacres” ainda têm forças para gritar frente às câmaras televisivas o seu amor a Portugal. “Eu jurei bandeira... por Portugal”. “Sou leal a Portugal”. “Sou ainda... português”. Por sobre tudo, o bacoco do Nino Vieira a atirar mais umas quantas atoardas, ele que tem também as mãos cheias de sangue, a dizer que “sim... que Portugal tem o dever moral de ajudar aquelas famílias”.
Ouvimos. Pasmámos. E ainda temos dificuldade em entender ser possível ouvir dizer – e ainda agora aconteceu – que o “25 de Abril” foi uma revolução sem sangue. É que a Guiné foi apenas um exemplo. Angola e Moçambique também tem páginas... que nos deveriam cobrir de vergonha. Entregar soldados – que eram, tecnica e realmente soldados de Portugal – aos seus algozes não é mais do que “massacrar”.
O “25 de Abril” deu a Portugal algo de bom, sim. Mas a meditação não deveria toldar-nos a mente para não vermos que, de facto, a chamada “descolonização exemplar” nos cobriu, igualmente, de vergonha. Uma vergonha que há-de cair sobre a cabeça dos nossos filhos e netos. E mesmo que se diga que Portugal respondeu a crimes feitos pelos extremistas... que não tinha outra solução senão fazer o que fez... entendemos que não há forma de entender... a vergonha que é entregar à morte – todos deveriam saber que era a morte que os esperava – milhares de soldados guineenses, angolanos e moçambicanos, que serviram Portugal. Que tinha jurado bandeira por Portugal. Que tinham jurado fidelidade ao velho... Portugal.
Foi, então, uma “revolução sem sangue”? Com muitos cravos vermelhos, não é? Talvez que em Portugal... talvez que nas fileiras das Forças Armadas lá no “puto”. Talvez... Mas e os milhares que entregámos à morte? Não se contabilizam? Não são gente...? Não têm sangue, talvez!
Por mim... continuo envergonhado! Angustiado! Com a certeza de não saber explicar aos netos – se algum dia eles me perguntarem – porque é que os da minha geração atraiçoaram leais servidores de Portugal. E só não choro, porque de tanto amargor... as lágrimas de há muito me secaram nos olhos. Talvez seja uma meditação que muitos chamarão de “reaccionário” ou mesmo “fascista”. É possível. Mas como também já houve quem alinhasse, frente a mim, outros “istas” – mesmo esse que está a pensar... – não me apoquenta o epíetto. Apoquenta-me, isso sim, essa vergonha... que colectivamente me vai roendo as entranhas.
Fernando Cruz Gomes - Canadá
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/05/rfos_de_ptria_d.html
Já o sabíamos. Já o tínhamos escrito. Agora, porém, é a toda poderosa RTP a dar o mote para, uma vez mais... mais políticos e mais altos militares, alguns ainda vivos, se cobrirem de vergonha. Talvez não tanto pelo que fizeram... mas pelo que deixaram fazer.
Com testemunhos insuspeitos, preto no branco, ficámos a saber que Portugal, enquanto Pátria, servida por uns quantos políticos de pacotilha e por algumas patentes militares de opereta... entregaram, na Guiné, às forças que em 75 passaram a dominar o País... os soldados que nos tinham sido fiéis. Entregaram-nos, pronto. Sem cuidar de saber o que lhes iria acontecer. Pois... umas quantas centenas foram fuziladas. Ou nos campos de futebol. Ou nas “fugas” inventadas dos terríveis campos de concentração. Que Portugal permitiu. Que Portugal “abençoou”, embora agora todos nós juremos a pés juntos que não. Pragmaticamente até somos capazes de dizer que... não havia mais nada a fazer.
O “25 de Abril”. Efeméride que, aos poucos, se vai perpetuando nos meandros da História. Com razões de glória. Com motivos de vergonha. Sobretudo quando os apaniguados que ainda existem teimam em atirar aos ares com atoardas que querem que fiquem na História. A falar (só) de heroismo e a querer apagar coisas que a História está a começar a alinhar. Neste caso, pelas mãos de quem menos pensaríamos, como foi o caso da RTP.
Soldados guineenses que serviram Portugal nas Unidades de Comandos. Entregues à morte por fuzilamento. Entregues, afinal, por quem assinou as chamadas “negociações” de Argel. Alguns dos poucos sobreviventes aos “massacres” ainda têm forças para gritar frente às câmaras televisivas o seu amor a Portugal. “Eu jurei bandeira... por Portugal”. “Sou leal a Portugal”. “Sou ainda... português”. Por sobre tudo, o bacoco do Nino Vieira a atirar mais umas quantas atoardas, ele que tem também as mãos cheias de sangue, a dizer que “sim... que Portugal tem o dever moral de ajudar aquelas famílias”.
Ouvimos. Pasmámos. E ainda temos dificuldade em entender ser possível ouvir dizer – e ainda agora aconteceu – que o “25 de Abril” foi uma revolução sem sangue. É que a Guiné foi apenas um exemplo. Angola e Moçambique também tem páginas... que nos deveriam cobrir de vergonha. Entregar soldados – que eram, tecnica e realmente soldados de Portugal – aos seus algozes não é mais do que “massacrar”.
O “25 de Abril” deu a Portugal algo de bom, sim. Mas a meditação não deveria toldar-nos a mente para não vermos que, de facto, a chamada “descolonização exemplar” nos cobriu, igualmente, de vergonha. Uma vergonha que há-de cair sobre a cabeça dos nossos filhos e netos. E mesmo que se diga que Portugal respondeu a crimes feitos pelos extremistas... que não tinha outra solução senão fazer o que fez... entendemos que não há forma de entender... a vergonha que é entregar à morte – todos deveriam saber que era a morte que os esperava – milhares de soldados guineenses, angolanos e moçambicanos, que serviram Portugal. Que tinha jurado bandeira por Portugal. Que tinham jurado fidelidade ao velho... Portugal.
Foi, então, uma “revolução sem sangue”? Com muitos cravos vermelhos, não é? Talvez que em Portugal... talvez que nas fileiras das Forças Armadas lá no “puto”. Talvez... Mas e os milhares que entregámos à morte? Não se contabilizam? Não são gente...? Não têm sangue, talvez!
Por mim... continuo envergonhado! Angustiado! Com a certeza de não saber explicar aos netos – se algum dia eles me perguntarem – porque é que os da minha geração atraiçoaram leais servidores de Portugal. E só não choro, porque de tanto amargor... as lágrimas de há muito me secaram nos olhos. Talvez seja uma meditação que muitos chamarão de “reaccionário” ou mesmo “fascista”. É possível. Mas como também já houve quem alinhasse, frente a mim, outros “istas” – mesmo esse que está a pensar... – não me apoquenta o epíetto. Apoquenta-me, isso sim, essa vergonha... que colectivamente me vai roendo as entranhas.
Fernando Cruz Gomes - Canadá
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/05/rfos_de_ptria_d.html
12-05-2006
Petição "A VERDADE SOBRE A DESCOLONIZAÇÃO"
Relembro estar a decorrer a recolha de assinaturas. Não deixe de subscrever!
Um grupo de cidadãos empenhados em que se discuta "A VERDADE SOBRE A DESCOLONIZAÇÃO" lança uma PETIÇÃO para a recolha de 4 000 assinaturas, ao abrigo do disposto na alínea a) ponto 1 do artigo 20 do Texto da Lei nº 43/90, publicado no Diário da República I Série n.º 184 de 10 de Agosto de 1990 com as alterações introduzidas pelas Leis nºs 6/93 e 15/2003, publicadas respectivamente nos Diários da República I Série A n.º 50 de 1 de Março de 1993 e n.º 129 de 4 de Junho de 2003.
Entre em (com o som ligado)
http://descolonizacao.net/
leia e subscreva (apenas cidadãos portugueses eleitores) a petição. E não deixe de a divulgar. Pela internet ou imprimindo para recolha de assinaturas a enviar para a morada indicada.
Assim:
Exige-se tão-só
Um grupo de cidadãos empenhados em que se discuta "A VERDADE SOBRE A DESCOLONIZAÇÃO" lança uma PETIÇÃO para a recolha de 4 000 assinaturas, ao abrigo do disposto na alínea a) ponto 1 do artigo 20 do Texto da Lei nº 43/90, publicado no Diário da República I Série n.º 184 de 10 de Agosto de 1990 com as alterações introduzidas pelas Leis nºs 6/93 e 15/2003, publicadas respectivamente nos Diários da República I Série A n.º 50 de 1 de Março de 1993 e n.º 129 de 4 de Junho de 2003.
Entre em (com o som ligado)
http://descolonizacao.net/
leia e subscreva (apenas cidadãos portugueses eleitores) a petição. E não deixe de a divulgar. Pela internet ou imprimindo para recolha de assinaturas a enviar para a morada indicada.
Assim:
Exige-se tão-só
A REPARAÇÃO MORAL, AFINAL, A QUE TEMOS JUS
com a
REPOSIÇÃO DA VERDADE
. pela revisão dos manuais escolares de História Contemporânea,
. pela abertura da radiodifusão áudio e audiovisual do Estado à revelação do modus vivendi das distintas comunidades no PERIODO ANTERIOR AO DO ABANDONO,
com a
REABILITAÇÃO de cada um e todos os que nados e criados ou só criados além-mar ergueram sob o signo do trabalho honesto verdadeiros IMPÉRIOS
. por um pedido formal de escusas, pelos altos dignitários do Estado aos representantes eleitos das associações de espoliados.
E, à semelhança do que sucedeu noutras paragens, a consagração de um
DIA NACIONAL DOS REFUGIADOS DO ULTRAMAR.
Daí que formulemos a PETIÇÃO que visa a veicular uma tal pretensão.
A memória de PORTUGAL ETERNO impõe-no, exige-o veementemente, numa revisão de processos, a que a História há-de proceder.
Assine e divulgue
Grato
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Grato
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
11-05-2006
França comemora pela primeira vez abolição da escravatura
A abolição da escravatura será comemorada pela primeira vez em França quarta-feira, depois do anúncio feito pelo Presidente francês, Jacques Chirac, a 30 de Janeiro.
A comemoração da abolição da escravatura em França continental pretende levar o país a assumir tanto as "páginas gloriosas" como as épocas de "sombra", disse Jacques Chirac, quando anunciou a data oficial da celebração da data.
"A grandeza de um país é assumir toda a sua história. Com as suas páginas gloriosas, mas também com a sua parte de sombra", disse o chefe de Estado, num discurso solene no palácio do Eliseu.
O 10 de Maio de 2001 foi a data em que o Senado (câmara alta do sistema parlamentar francês) adoptou por unanimidade a lei que reconhece o tráfico e a escravatura como um crime contra a Humanidade, tendo sido a França o primeiro país no mundo a fazê-lo.
Christiane Taubira, deputada da Guiana e autora da proposta de lei para o "reconhecimento do tráfico e da escravatura como um crime contra a humanidade", felicitou-se com a comemoração.
"Já não estamos em conflito. É a história de França assumida por toda a comunidade nacional", afirmou a deputada.
A França tem uma população negra de cerca de cinco milhões de pessoas.
A escravatura foi abolida definitivamente em França a 27 de Abril de 1848, mas na memória persiste o sofrimento de muitas vítimas, habitantes das antigas colónias e dos territórios que hoje são províncias ultramarinas francesas.
Muitas destas províncias já têm datas oficiais de comemoração da abolição da escravatura, pelo que o 10 de Maio será apenas celebrado na França metropolitana, que inclui a ilha da Córsega.
Jacques Chirac sugeriu ainda que as celebrações sejam realizadas em locais de homenagem à escravatura e que o 10 de Maio seja também assinalado em território africano.
LUSA - 09.05.2006
A comemoração da abolição da escravatura em França continental pretende levar o país a assumir tanto as "páginas gloriosas" como as épocas de "sombra", disse Jacques Chirac, quando anunciou a data oficial da celebração da data.
"A grandeza de um país é assumir toda a sua história. Com as suas páginas gloriosas, mas também com a sua parte de sombra", disse o chefe de Estado, num discurso solene no palácio do Eliseu.
O 10 de Maio de 2001 foi a data em que o Senado (câmara alta do sistema parlamentar francês) adoptou por unanimidade a lei que reconhece o tráfico e a escravatura como um crime contra a Humanidade, tendo sido a França o primeiro país no mundo a fazê-lo.
Christiane Taubira, deputada da Guiana e autora da proposta de lei para o "reconhecimento do tráfico e da escravatura como um crime contra a humanidade", felicitou-se com a comemoração.
"Já não estamos em conflito. É a história de França assumida por toda a comunidade nacional", afirmou a deputada.
A França tem uma população negra de cerca de cinco milhões de pessoas.
A escravatura foi abolida definitivamente em França a 27 de Abril de 1848, mas na memória persiste o sofrimento de muitas vítimas, habitantes das antigas colónias e dos territórios que hoje são províncias ultramarinas francesas.
Muitas destas províncias já têm datas oficiais de comemoração da abolição da escravatura, pelo que o 10 de Maio será apenas celebrado na França metropolitana, que inclui a ilha da Córsega.
Jacques Chirac sugeriu ainda que as celebrações sejam realizadas em locais de homenagem à escravatura e que o 10 de Maio seja também assinalado em território africano.
LUSA - 09.05.2006
“Viúvo” de Joana Semião diz porque exige divórcio
“Eu sei que ela foi executada”
- Francisco Joaquim Manuel
- Francisco Joaquim Manuel
“Estou a ser injusto com a mulher de casa que me deu seis filhos. E já temos netos”
O “viúvo” de Joana Semião, explicou ontem ao «Canal de Moçambique», as motivações que o levaram a mover um processo de “Divórcio letigioso” contra a “falecida”.
“Eu sei que ela foi executada” afirmou Francisco Joaquim Manuel, candidato da Renamo União/Eleitoral às últimas eleições autárquicas da cidade de Inhambane.
“Os caminhos que eu segui para chegar a fase de pedir um divórcio litigioso foram longos e penosos”.
Francisco Joaquim Manuel diz que contraiu matrimónio Joana Semião, em 1974, e que a separação foi única e exclusivamente devido “a problemas políticos”.
“A nossa separação foi uma coisa forçada”.
Um novo matrimónio em vista com a sua companheira dos últimos anos é a razão da tentativa desesperada que está a empreender junto do Tribunal Judicial de Inhambane no sentido de finalmente conseguir divorciar-se daquela a que a Frelimo pôs termo à vida – tal como assumiu – sem que tenha providenciado o acento do óbito num cartório notarial o que teria evitado a Francisco Joaquim Manuel mais do que a separação forçada da mulher que era sua esposa agora mais esta de sendo viúvo ainda ter de andar a tentar separar-se judicialmente.
Estas cenas macabras alimentam as mais diversas interpretações mas a motivação parece ser tão simples quando um homem de idade querer voltar a casar-se.
“Estou a ser injusto com a mulher de casa que me deu seis filhos. E já temos netos”.
O “viúvo” diz que soube das morte de Joana Semião e outros “reaccionários”, por alturas da execução, por via de informação veiculada na imprensa mundial que divulgou o “massacre”.
“Houve conhecidos meus em Lichinga que me informaram”.
“Dai para frente até à introdução no país do multipartidarismo e com a nova Constituição, na busca das minhas pretensões invoquei na justiça as declarações de Sérgio Vieira, que indicavam que a Joana foi executada”.
“Tinha que ter um documento escrito e ninguém de direito se dignou a passar-me”, afirmou. Adiantou que, na Justiça, sempre lhe exigiram uma prova médica, dando conta do óbito.
“Isso não consegui, apesar de muito esforço”
O “viúvo” conta que o director nacional dos Registos e Notariado, Manuel Didier Malunga aconselhou-o assim pelo que “optei por pedir um divórcio litigioso evocando abandono de lar”. “Ele disse que era a única saída que eu tinha”.
Francisco Manuel, diz que tem a certeza absoluta de que Joana Semião “não vai comparecer em tribunal” porque “a falecida teve a sorte que teve e todo o mundo sabe, porque ouviu”.
Manuel diz que após a sentença, que certamente lhe será favorável, “quem quiser contestar que conteste”.
Um reputado jurista que está a seguir este “enredo” com muita atenção disse que os interessados em obter uma certidão de óbito de Joana Semião, no caso, o “viúvo”, a filha, e parentes de primeiro grau podem pedir uma “declaração de presunção de morte”. Essa declaração, é passada no caso de pessoas “em parte incerta” acima de dez anos.
“Ai juntado as declarações de Sérgio Viera, Joaquim Chissano, Marcelino dos Santos, o documento de Jacinto Veloso, tenho a certeza que eles obteriam. É de lei” explicou.
A fonte acrescentou ainda que o juíz José Sampaio “não pode agir de outra forma. É assim em direito”.
“Não basta que todo o mundo saiba”, concluiu a fonte.
Luís Nhachote - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 11.05.2006
O “viúvo” de Joana Semião, explicou ontem ao «Canal de Moçambique», as motivações que o levaram a mover um processo de “Divórcio letigioso” contra a “falecida”.
“Eu sei que ela foi executada” afirmou Francisco Joaquim Manuel, candidato da Renamo União/Eleitoral às últimas eleições autárquicas da cidade de Inhambane.
“Os caminhos que eu segui para chegar a fase de pedir um divórcio litigioso foram longos e penosos”.
Francisco Joaquim Manuel diz que contraiu matrimónio Joana Semião, em 1974, e que a separação foi única e exclusivamente devido “a problemas políticos”.
“A nossa separação foi uma coisa forçada”.
Um novo matrimónio em vista com a sua companheira dos últimos anos é a razão da tentativa desesperada que está a empreender junto do Tribunal Judicial de Inhambane no sentido de finalmente conseguir divorciar-se daquela a que a Frelimo pôs termo à vida – tal como assumiu – sem que tenha providenciado o acento do óbito num cartório notarial o que teria evitado a Francisco Joaquim Manuel mais do que a separação forçada da mulher que era sua esposa agora mais esta de sendo viúvo ainda ter de andar a tentar separar-se judicialmente.
Estas cenas macabras alimentam as mais diversas interpretações mas a motivação parece ser tão simples quando um homem de idade querer voltar a casar-se.
“Estou a ser injusto com a mulher de casa que me deu seis filhos. E já temos netos”.
O “viúvo” diz que soube das morte de Joana Semião e outros “reaccionários”, por alturas da execução, por via de informação veiculada na imprensa mundial que divulgou o “massacre”.
“Houve conhecidos meus em Lichinga que me informaram”.
“Dai para frente até à introdução no país do multipartidarismo e com a nova Constituição, na busca das minhas pretensões invoquei na justiça as declarações de Sérgio Vieira, que indicavam que a Joana foi executada”.
“Tinha que ter um documento escrito e ninguém de direito se dignou a passar-me”, afirmou. Adiantou que, na Justiça, sempre lhe exigiram uma prova médica, dando conta do óbito.
“Isso não consegui, apesar de muito esforço”
O “viúvo” conta que o director nacional dos Registos e Notariado, Manuel Didier Malunga aconselhou-o assim pelo que “optei por pedir um divórcio litigioso evocando abandono de lar”. “Ele disse que era a única saída que eu tinha”.
Francisco Manuel, diz que tem a certeza absoluta de que Joana Semião “não vai comparecer em tribunal” porque “a falecida teve a sorte que teve e todo o mundo sabe, porque ouviu”.
Manuel diz que após a sentença, que certamente lhe será favorável, “quem quiser contestar que conteste”.
Um reputado jurista que está a seguir este “enredo” com muita atenção disse que os interessados em obter uma certidão de óbito de Joana Semião, no caso, o “viúvo”, a filha, e parentes de primeiro grau podem pedir uma “declaração de presunção de morte”. Essa declaração, é passada no caso de pessoas “em parte incerta” acima de dez anos.
“Ai juntado as declarações de Sérgio Viera, Joaquim Chissano, Marcelino dos Santos, o documento de Jacinto Veloso, tenho a certeza que eles obteriam. É de lei” explicou.
A fonte acrescentou ainda que o juíz José Sampaio “não pode agir de outra forma. É assim em direito”.
“Não basta que todo o mundo saiba”, concluiu a fonte.
Luís Nhachote - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 11.05.2006
Samora Machel contra a execução de Uria Simango
CRÓNICA exotérica
por Yahia ben Yokhanon
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(Segundo texto apócrifo de Zoao Kraveirinya na era do Tsuname)
por Yahia ben Yokhanon
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(Segundo texto apócrifo de Zoao Kraveirinya na era do Tsuname)
Nachingueia, Farm 17, sul de Tanzânia. Manhã de um dia diferente no mês de Janeiro de 1975. Alguns Homens e mulheres abatidos estão perfilados perante Samora Machel e o então 1º Ministro Joaquim Chissano, passando revista e verificando até que ponto a “sessão” da noite anterior no mato (até ao amanhecer), tinham causado danos físicos aos apresentados. O destino desses homens e mulheres estão em jogo.
Samora Machel dirige-se ao veterano nacionalista, Adelino Gwambe, com a saudação: - “kundjane uá li kaya?” (Como estás patrício da terra?).
- Adelino Gwambe responde com altivez de mãos nos bolsos: …”chauane mufana uá mina”…(olá meu miúdo) …
Leia em:
Download samora_no_queria_matarjc.doc
Samora Machel dirige-se ao veterano nacionalista, Adelino Gwambe, com a saudação: - “kundjane uá li kaya?” (Como estás patrício da terra?).
- Adelino Gwambe responde com altivez de mãos nos bolsos: …”chauane mufana uá mina”…(olá meu miúdo) …
Leia em:
Download samora_no_queria_matarjc.doc
10-05-2006
ÓRFÃOS DE PÁTRIA do Jornalista António Mateus Nº 1
Sinopse da RTP:
Neste Programa
Neste Programa
Uma história sobre o que aconteceu aos comandos africanos que combateram na Guiné durante a guerra colonial, integrados no Exército Português.
Todos os oficiais daquele corpo de comandos foram fuzilados depois da independência. As familias nunca beneficiaram de qualquer pensão de sangue
Os que tinham patentes abaixo de oficial e escaparam, vivem hoje situações de pobreza e descriminação.
Apresentado na RTP1 em 09.05.2006
Todos os oficiais daquele corpo de comandos foram fuzilados depois da independência. As familias nunca beneficiaram de qualquer pensão de sangue
Os que tinham patentes abaixo de oficial e escaparam, vivem hoje situações de pobreza e descriminação.
Apresentado na RTP1 em 09.05.2006
Comentário:
Além de outros é de "agradecer" esta situação, que também ocorreu nos restantes territórios, à lei da Nacionalidade então promulgada na qual prevaleceu a vontade de Almeida Santos, segundo declarações do próprio. É sua opinião que mais de 2 milhões de naturais dos ex-territórios escolheriam a nacionalidade portuguesa, se a lei portuguesa o consentisse. Todos "eles" sabem porque nada foi perguntado aos respectivos povos.
Sobre este assunto escrevi em 1979:
Download as_responsabilidades_morais_do_estado_portugus.doc
Além de outros é de "agradecer" esta situação, que também ocorreu nos restantes territórios, à lei da Nacionalidade então promulgada na qual prevaleceu a vontade de Almeida Santos, segundo declarações do próprio. É sua opinião que mais de 2 milhões de naturais dos ex-territórios escolheriam a nacionalidade portuguesa, se a lei portuguesa o consentisse. Todos "eles" sabem porque nada foi perguntado aos respectivos povos.
Sobre este assunto escrevi em 1979:
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Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Registos Verbais
“A pena de morte é uma arma dos trabalhadores na dura luta de classes que travamos no nosso país.” – Dr. José Óscar Monteiro (Assembleia Popular 26 Junho 1979)
***
“A Lei dos Crimes Contra a Segurança do Povo e do Estado Popular tem por isso como objectivo prevenir e reprimir qualquer acto das classes capitalistas e seus agentes regionais e locais, internos ou externos, contra o nosso poder.” - idém
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 10.05.2006
NOTA:
Para quem se não lembra aqui se transcreve a "Lei da Chicotada", só revogada depois do Acordo Geral de Paz:
Download lei_chicotada.pdf
Se retomada nos dias de hoje, quem seriam os principais arguidos?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 10.05.2006
NOTA:
Para quem se não lembra aqui se transcreve a "Lei da Chicotada", só revogada depois do Acordo Geral de Paz:
Download lei_chicotada.pdf
Se retomada nos dias de hoje, quem seriam os principais arguidos?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Joana Semião e “outras 16 pessoas”
“Primeiro mataram depois houve processo”
“O Dr. Sérgio Vieira foi enviado para formalizar e executar”, diz Máximo Dias e acrescenta: “Não sei onde está esse processo, se calhar está no SISE (antigo SNASP) a aguardar ainda o julgamento”.
“Não acredito que tenha sido ordem do ex-presidente Samora Machel”
(Maputo) Joana Semião primeiro foi morta e depois elaborou-se um processo, afirmou ontem ao «Canal de Moçambique» o jurista Máximo Dias, correligionário e contemporâneo dela, ambos então apelidados de “reaccionários”.
Leia em:
Download joana_semio_e_outros_16.doc
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 10.05.2006
“Não acredito que tenha sido ordem do ex-presidente Samora Machel”
(Maputo) Joana Semião primeiro foi morta e depois elaborou-se um processo, afirmou ontem ao «Canal de Moçambique» o jurista Máximo Dias, correligionário e contemporâneo dela, ambos então apelidados de “reaccionários”.
Leia em:
Download joana_semio_e_outros_16.doc
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 10.05.2006
09-05-2006
Uria SIMANGO, a INDEPENDÊNCIA E A TEORIA DA CONSPIRAÇÃO!
CRÓNICA exotérica
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Reverendo URIA SIMANGO
segundo texto apócrifo rehausser de Zoao Kraveirinya publicado em Moçambique a 19 Outubro 2004
na era do Tsuname
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por Yahia ben Yokhanon
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Uria SIMANGO, a INDEPENDÊNCIA E A TEORIA DA CONSPIRAÇÃO!
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” OS QUE ESQUECEM O PASSADO ESTÃO CONDENADOS A REPETÍ-LO” …escreveu George Santayana (1863 - 1952), filósofo espanhol / norte-americano...
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Reverendo URIA SIMANGO
segundo texto apócrifo rehausser de Zoao Kraveirinya publicado em Moçambique a 19 Outubro 2004
na era do Tsuname
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por Yahia ben Yokhanon
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Uria SIMANGO, a INDEPENDÊNCIA E A TEORIA DA CONSPIRAÇÃO!
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” OS QUE ESQUECEM O PASSADO ESTÃO CONDENADOS A REPETÍ-LO” …escreveu George Santayana (1863 - 1952), filósofo espanhol / norte-americano...
Nas vésperas da Independência, de 11 a 12 de Maio 1975, Samora Machel Presidente da FRELIMO, recebia os Presidentes da Tanzânia Julius K. Nyerere e Keneth Kaunda da Zâmbia, em Nachingweia (Nachingu-eia); Quartel-general da Frente de Libertação na Tanzânia. Desse encontro ficariam registados para a História os discursos dos quais transcrevemos alguns excertos proferidos pelo Presidente do Movimento de Libertação moçambicano, Samora Moisés Machel, no dia 12 de Maio de 1975:
- ...”Antes de vocês falarem (camaradas Kaunda e Nyerere), gostava de vos mostrar um batalhão de agentes (...), quadros que se transformaram em agentes do inimigo”...
Leia em:
Download uria_simango_crnica_exotricajc.doc
PÚNGUÈ - 09.05.2006
- ...”Antes de vocês falarem (camaradas Kaunda e Nyerere), gostava de vos mostrar um batalhão de agentes (...), quadros que se transformaram em agentes do inimigo”...
Leia em:
Download uria_simango_crnica_exotricajc.doc
PÚNGUÈ - 09.05.2006
Frelimo mandou fuzilar Joana Semião e outros
“No espírito das tradições, usos e costumes da luta de libertação nacional, o Comité Político Permanente da Frelimo reuniu e condenou por fuzilamento os seguintes desertores e traidores do povo e da causa nacional, os quais já foram executados: Uria Simango; Lázaro Kavandame; Júlio Razão Nilia; Joana Semião e Paulo Gumane”, ministro da Segurança, Jacinto Veloso - Maputo, 29 de Julho 1980.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 09.05.2006
Leia em:
Download frelimo_mandou_fuzilar_joana_semio_e_outros.doc
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 09.05.2006
Leia em:
Download frelimo_mandou_fuzilar_joana_semio_e_outros.doc
08-05-2006
Caso do “divórcio” de Joana Semião
Pelo seu interesse e porque muitas vezes passam despercebidos os comentários aqui colocados, anexo os que até esta data foram feitos ao "Caso do divórcio de Joana Simeão".
Veja em:
Download commentarios_joana_semio_08.05.2006.doc
Veja em:
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Caso do “divórcio” de Joana Semião
“Os que declararam a morte dela, que passem a certidão de óbito”, Dr. Domingos Arouca
“Não há ninguém neste país que não ouviu que a Joana Semião foi executada”, idém
(Maputo) Joana Semião, certamente não irá responder à convocatória do juiz presidente do Tribunal Judicial da província de Inhambane no processo de divórcio litigioso que foi movido pelo seu ex-marido (Vsff «Canal de Moçambique» n.º 60). Ela, a acreditar-se em declarações públicas de três destacadas figuras do partido Frelimo que governa o país desde a Independência em 1975, foi executada, “foi morta”. O Tribunal, por princípio soberano, julgará de acordo com os factos. E os factos são os do processo. Se Joana não se apresentar “será julgada à revelia”. E tudo leva a crer que o juiz, com base nas peças do processo, concederá o “divórcio” ao seu ex-marido, Francisco Joaquim Manuel. O caricato, no entanto, é que com base no Direito o Tribunal de Inhambane vai dar o divórcio a um reconhecido viúvo.
Leia tudo em
Download caso_do_divorcio_joana_simeao.doc
(Maputo) Joana Semião, certamente não irá responder à convocatória do juiz presidente do Tribunal Judicial da província de Inhambane no processo de divórcio litigioso que foi movido pelo seu ex-marido (Vsff «Canal de Moçambique» n.º 60). Ela, a acreditar-se em declarações públicas de três destacadas figuras do partido Frelimo que governa o país desde a Independência em 1975, foi executada, “foi morta”. O Tribunal, por princípio soberano, julgará de acordo com os factos. E os factos são os do processo. Se Joana não se apresentar “será julgada à revelia”. E tudo leva a crer que o juiz, com base nas peças do processo, concederá o “divórcio” ao seu ex-marido, Francisco Joaquim Manuel. O caricato, no entanto, é que com base no Direito o Tribunal de Inhambane vai dar o divórcio a um reconhecido viúvo.
Leia tudo em
Download caso_do_divorcio_joana_simeao.doc
Veja e os comentários:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/05/um_exmarido_de_.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/05/um_exmarido_de_.html
06-05-2006
Para encerrar o dossier HCB - Primeiro-Ministro português em Maputo
O Primeiro-Ministro de Portugal, José Sócrates, deverá escalar Maputo ainda na primeira quinzena de Maio corrente, para selar definitivamente o dossier sobre HCB, relativo á transferência da maioria do capital social do empreendimento para Moçambique.
Ao que apuramos de fonte previlegiada, a última data que havia sido acordada para a assinatura do acordo final era entre 17 e 22 de Abril, mas tal não aconteceu porque Lisboa não tinha ainda recebido o parecer do Eurostat, a entidade da União Europeia (UE) que valida as contas públicas dos Estados membros.
Fontes bem abalizadas na matéria indicam que o Eurostat tem estado a acompanhar com muito interesse as negociações entre Moçambique e Portugal á volta de Cahora Bassa, tendo como objectivo inteirar-se das implicações que a transacção poderá ter nas contas públicas de Portugal.
Ao abrigo do memorando de entendimento assinado no dia 2 de Novembro em Lisboa, Moçambique deverá pagar ao tesouro português um total de 700 milhões de dólares para passar a accionista maioritário da HCB, com 85 por cento das acções. Ainda ao abrigo do memorando de entendimento, em tanto que empresa, a HCB deverá remeter ao Estado português 250 milhões de dólares.
Entretanto, em declarações ao parlamento, a Primeira-Ministra, Luísa Diogo garantiu que Moçambique já tinha encontrado um financiador que garante o pagamento dos 700 milhões de dólares ao Estado português.
O SAVANA apurou que esse financiador será o Banco Chinês para as Exportações e Importações (China Eximbank), entidade que se comprometeu a suportar os encargos da construção da Barragem de Mpanda Mkwua, bem como alguns projectos de desenvolvimento do Gabinete do Vale do Zambeze.
SAVANA - 05.05.2006
03-05-2006
MOÇAMBIQUE : - CRÓNICAS DE ONTEM E DE HOJE
Apresentação exclusiva em Vídeo de aspectos inéditos da História de Moçambique, em Maqueta para Televisão (1998/2000), de Projecto-piloto de João Craveirinha (JC).
Algumas das pessoas entrevistadas na peça, faleceram após as filmagens, como Dona Emília Simango em 2002, sobrinha – neta de nuáMatidjuana Zixaxa (chefe ronga do Combate de Marracuene em 2 de Fevereiro de 1895). Outra figura falecida (2001) é Henrique Albasine (alcunhado pelo Poeta José Craveirinha, de Brandão – nome de crack do futebol brasileiro dos anos 1940). Henrique Albasine era neto de João Albasine fundador do Grémio Africano (1905) e trineto do caudilho luso – italiano João (Luiz) Albasine (1813 – 1888), fundador da Colónia portuguesa de São “Luiz”, situado no actual Kruger National Park no Transval.
O guião desta maqueta de JC inspirou o mesmo autor no seu livro “Moçambique – Feitiços, Cobras e Lagartos” – Crónicas Romanceadas editado em 2001, simultaneamente, em Moçambique e Portugal.
Base para apresentação do vídeo
MOÇAMBIQUE
CRÓNICAS DE ONTEM E DE HOJE
Projecto para Série de Televisão
AUTORIA e PINTURA – JOÃO CRAVEIRINHA
PROIBIDA A REPRODUÇÃO COMERCIAL
Um ex-marido de Joana Semião quer divorciar-se dela
Será desta que a verdadeira história daquela proeminente “reaccionária” vai ser desvendada ou o juiz José Sampaio vai fazer tropeçar a Justiça?
Joana Semião (Joana Francisco Fonseca Simeão), uma incontornável figura da história política moçambicana, para uns “reaccionária” para outros “heroína”, volta a ser notícia. Desta vez por motivo de uma notificação assinada pelo juiz presidente do Tribunal Judicial da Província de Inhambane, José António Cândido Sampaio e respectivo escrivão de Direito, Gulamussene Nurmamade Mamade Cane.
Um anúncio daquele Tribunal, cujo fac-simile reproduzimos a ilustrar este artigo, considera Joana Semião como sendo “residente em parte incerta” e concede-lhe um prazo de “VINTE DIAS, que começa a contar depois de finda a dilação de TRINTA DIAS, contada da data da segunda e última publicação deste anúncio, com a advertência de que a falta de contestação importa o prosseguimento dos autos os ulteriores termos à sua revelia”. (N.R.: vsff cópia do anúncio em caixa anexa)
Um anúncio daquele Tribunal, cujo fac-simile reproduzimos a ilustrar este artigo, considera Joana Semião como sendo “residente em parte incerta” e concede-lhe um prazo de “VINTE DIAS, que começa a contar depois de finda a dilação de TRINTA DIAS, contada da data da segunda e última publicação deste anúncio, com a advertência de que a falta de contestação importa o prosseguimento dos autos os ulteriores termos à sua revelia”. (N.R.: vsff cópia do anúncio em caixa anexa)
Leia em:
Download joana_simeo_divrcio.doc
Download joana_simeo_divrcio.doc
NOTA:
Será que Joana Simeão e outros não aparecerão nos pesadelos de Victor Crespo e seus "compadres"?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Será que Joana Simeão e outros não aparecerão nos pesadelos de Victor Crespo e seus "compadres"?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
02-05-2006
O lado oculto do 25 de Abril – 32 anos depois
A ‘JIHAD QUE A PIDE DESEJAVA
Serafim Lobato
(Jornalista, Licenciado em História, Mestre em estudos Portugueses pela Universidade Aberta)
Os anos passam e uma nova história é escrita. Numa altura em que se comemora 32 anos sobre a ‘Revolução dos Cravos’, que pôs fim a 48 anos de uma ditadura obscurantista, continuam a descobrir-se dados novos sobre uma época recheada de acontecimentos que, por um ou outro motivo, permanecem nas brumas do esquecimento.
Uma das áreas menos conhecidas dos últimos tempos do ‘Estado novo’ é a da política ultramarina. Dizia-se que, ao contrário de Salazar, Marcelo Caetano, o último Presidente do concelho do ‘tempo da outra senhora’, estaria disposto a negociar a autonomias das ex-colónias com os movimentos independentistas. Dados mais recentes, porém, revelam uma outra face da política africana, em que o governo de Lisboa parecia disposto a tudo para pôr cobro às pretensões de quantos perseguiam a independência. Inclusivamente ao apoio de uma autêntica ‘guerra santa’, em que colocaria as populações muçulmanas contra ao principais movimentos que lutavam pela independência.
Leia em:
Download o_lado_oculto_do_25_de_abril_focus.doc
NOTA:
Que mais surpresas nos dará o futuro?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
(Jornalista, Licenciado em História, Mestre em estudos Portugueses pela Universidade Aberta)
Os anos passam e uma nova história é escrita. Numa altura em que se comemora 32 anos sobre a ‘Revolução dos Cravos’, que pôs fim a 48 anos de uma ditadura obscurantista, continuam a descobrir-se dados novos sobre uma época recheada de acontecimentos que, por um ou outro motivo, permanecem nas brumas do esquecimento.
Uma das áreas menos conhecidas dos últimos tempos do ‘Estado novo’ é a da política ultramarina. Dizia-se que, ao contrário de Salazar, Marcelo Caetano, o último Presidente do concelho do ‘tempo da outra senhora’, estaria disposto a negociar a autonomias das ex-colónias com os movimentos independentistas. Dados mais recentes, porém, revelam uma outra face da política africana, em que o governo de Lisboa parecia disposto a tudo para pôr cobro às pretensões de quantos perseguiam a independência. Inclusivamente ao apoio de uma autêntica ‘guerra santa’, em que colocaria as populações muçulmanas contra ao principais movimentos que lutavam pela independência.
Leia em:
Download o_lado_oculto_do_25_de_abril_focus.doc
NOTA:
Que mais surpresas nos dará o futuro?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Educação de Adultos em Moçambique: Uma Cronologia de Factos, de 1964 a 2002
Débora Nandja
Departamento de Educação de Adultos
Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique
debora.nandja@uem.mz
Departamento de Educação de Adultos
Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique
debora.nandja@uem.mz
Introdução
“Olhar para trás” é uma atitude apropriada para se iniciar o processo de compreender o presente.
A compreensão dos caminhos percorridos numa determinada área científica auxilia-nos a examinar as actuais práticas, o significado contextual de alguns conceitos, a extensão e a dispersão das actividades existentes, os programas implementados. A Educação de Adultos não foge a esta regra. O estudo da história ajuda-nos a compreender melhor as forças culturais, sociais, políticas e económicas que influenciam a aprendizagem de adultos. Estas forças determinam não apenas o que os adultos aprendem, mas também como e onde eles aprendem. A aprendizagem de adultos acontece com várias intenções (alfabetização, desenvolvimento profissional, diversão, desenvolvimento das comunidades), sob várias abordagens (formal, não formal e informal), em vários lugares (sob uma árvore, numa escola, nos campos agrícolas, nas igrejas, teatros, etc.) e ao longo da vida adulta (15 anos em diante) (Torres, 2003).
Em Moçambique, a Educação de Adultos tem sido caracterizada como um ... ...
Leia em:
Download Revista_DeboraNandja.pdf
“Olhar para trás” é uma atitude apropriada para se iniciar o processo de compreender o presente.
A compreensão dos caminhos percorridos numa determinada área científica auxilia-nos a examinar as actuais práticas, o significado contextual de alguns conceitos, a extensão e a dispersão das actividades existentes, os programas implementados. A Educação de Adultos não foge a esta regra. O estudo da história ajuda-nos a compreender melhor as forças culturais, sociais, políticas e económicas que influenciam a aprendizagem de adultos. Estas forças determinam não apenas o que os adultos aprendem, mas também como e onde eles aprendem. A aprendizagem de adultos acontece com várias intenções (alfabetização, desenvolvimento profissional, diversão, desenvolvimento das comunidades), sob várias abordagens (formal, não formal e informal), em vários lugares (sob uma árvore, numa escola, nos campos agrícolas, nas igrejas, teatros, etc.) e ao longo da vida adulta (15 anos em diante) (Torres, 2003).
Em Moçambique, a Educação de Adultos tem sido caracterizada como um ... ...
Leia em:
Download Revista_DeboraNandja.pdf
30-04-2006
“A Política Educativa do Colonialismo Português em África - Da I República ao Estado Novo (1910-1974)”
A África Debate tem o prazer de convidar V. Exa para o evento abaixo mencionado:
A África Debate (www.africadebate.iscte.pt)associação de investigadores na área de Estudos sobre África, vai apoiar o laçamento, na RDP África, do livro “A Política Educativa do Colonialismo Português em África - Da I República ao Estado Novo (1910-1974)”, da autoria do associado José Guimarães, editado pela Profedições / Jornal A Página.
O lançamento será realizado na próxima 4ª feira, 3 de Maio, às 18.00 horas.
A apresentação da obra será da responsabilidade da Presidente da África Debate, Isabel Lopes Ferreira.
Do livro em apreço extrai-se o seguinte texto:
“A política educativa do colonialismo português em África manifestou uma coerência de propósitos que nunca foi alterada em função da natureza do regime que, em cada momento, a traçou e aplicou.
É assim que, apesar das profundas diferenças entre a I República e o Estado Novo, não se verificou qualquer alteração do rumo da política educativa levada à prática por aqueles regimes nas colónias portuguesas de África. A sua continuidade traduziu-se, antes, no reforço de uma prática obscurantista ao serviço da dominação colonial. É dessa política educativa que aqui se trata”.
A África Debate (www.africadebate.iscte.pt)associação de investigadores na área de Estudos sobre África, vai apoiar o laçamento, na RDP África, do livro “A Política Educativa do Colonialismo Português em África - Da I República ao Estado Novo (1910-1974)”, da autoria do associado José Guimarães, editado pela Profedições / Jornal A Página.
O lançamento será realizado na próxima 4ª feira, 3 de Maio, às 18.00 horas.
A apresentação da obra será da responsabilidade da Presidente da África Debate, Isabel Lopes Ferreira.
Do livro em apreço extrai-se o seguinte texto:
“A política educativa do colonialismo português em África manifestou uma coerência de propósitos que nunca foi alterada em função da natureza do regime que, em cada momento, a traçou e aplicou.
É assim que, apesar das profundas diferenças entre a I República e o Estado Novo, não se verificou qualquer alteração do rumo da política educativa levada à prática por aqueles regimes nas colónias portuguesas de África. A sua continuidade traduziu-se, antes, no reforço de uma prática obscurantista ao serviço da dominação colonial. É dessa política educativa que aqui se trata”.
Reflexões sobre a História e os diferentes ângulos de visão
Por Victor Nogueira
Hoje pode dizer-se mal livremente do 25 de Abril, pode louvar-se o Salazar, pode divagar-se sobre a descolonização ou a pretensa entrega de Portugal em África a Russos e Cubanos e de Timor à Indonésia, embora o petróleo e os diamantes, por exemplo, nunca tenham saído das mãos dos americanos e associados, mas no Estado Novo não se podia dizer mal do Salazar nem expressar ideias divergentes. Até o industrial Champalimaud teve um discurso «abafado» porque defendia o fim do «condicionamento industrial» e a «independência» de Angola.
Leia em:
Download reflexes_sobre_a_histria_vn.doc
Hoje pode dizer-se mal livremente do 25 de Abril, pode louvar-se o Salazar, pode divagar-se sobre a descolonização ou a pretensa entrega de Portugal em África a Russos e Cubanos e de Timor à Indonésia, embora o petróleo e os diamantes, por exemplo, nunca tenham saído das mãos dos americanos e associados, mas no Estado Novo não se podia dizer mal do Salazar nem expressar ideias divergentes. Até o industrial Champalimaud teve um discurso «abafado» porque defendia o fim do «condicionamento industrial» e a «independência» de Angola.
Leia em:
Download reflexes_sobre_a_histria_vn.doc
Achegas para a chamada "Herança Salazarista"
Temo que, de facto, as ideias "fascisantes" continuem a campear por aí. Há coisas que não se perdem nunca nos meandro mais sombrios e secretos da alma humana - o "Lado Negro da Força" ‹ como falava a "Guerra das Estrelas".
Quem de alguma forma sentiu na carne o que foi a perda de décadas de trabalho, certamente estará receptivo a aceitar argumentos que, de alguma forma, lhe tragam algum consolo para a sua amargura. Não compreender isto é uma grave demonstração de intolerância e depois taxar de "porcos fascistas" quem sofreu os embates da descolonização vai fazer com que essas camadas de portugueses se identificam de forma mais enraizada ainda com o Antigo Regime.
Apelidá-lo de "Fascista", parece-me um exagero. Fascismo (como o praticaram os italianos e os nazis e um bocado até, os espanhóis, nunca nós tivemos). Quem folhear uma obra que considero isenta, como o é a Enciclopédia Larousse( edição dos princípios de 1960 )vai lá ver designado o regime que então vigorava em Portugal como " Ditadura Paternalista".
Mas, claro, se por "Fascismo" tivermos todos os regimes de partido único, sem liberdades formais, controlo da imprensa e polícia política, termos entre as mãos um "Pacotão Gigante", pois houve, há e continua a haver muitas nações e regimes que caberão nesta mesma designação. Portugal, era sim, uma Ditadura. E isto está loge de ser uma designação "macia". Eu vivi 38 anos debaixo da Ditadura. Sinto-me, por isso, habilitado a analisar desapaixonadamente o facto. E devo dizer, para ser honesto, que não gostava. Não gostava mesmo nada. Haver alguém que mandava na Nação sem que para isso tivesse sido legalmente mandatado pela maioria dos seus concidadãos, era uma coisa que me indignava. Mas o pior de tudo, a causa de todos os males, a coisa que eu mais abominava na Ditadura, essa coisa era a Censura!
Os senhores do antigo regime, com Salazar à cabeça, estavam longe da natureza dos chefes nazi/fascistas que dominaram a Itália e a Alemanha. Dirigiam o País em Ditadura e quem julgar que uma Ditadura é uma "brincadeira", está redondamente enganado. O regime perseguia, sim, os membros de organizações políticas como o Partido Comunista, e quem militasse, consequentemente, nestas organizações, garanto que se caisse nas mãos da PIDE, estava metido num sarilho e dos grandes.
Lembro-me, certa vez, em fins dos anos sessenta, na minha empresa apareceram elementos da Polícia Política e detiveram algumas pessoas, uma dessas uma jovem bem enérgica chamada Diana Adringa (não sei se conhecem). Mas mais ninguém foi incomodado. Eu até, nessa altura eu tinha subscrito uma petição para libertar um membro do PC, julgo, que se encontrava gravemente enfermo. Mas nunca fui abordado por ninguém da Polícia Política do Estado. Estive a recolher fundos para a campanha de Humberto Delgado, na empresa onde trabalhava na altura e não fui incomodado. Nos anos setenta, já no consulado de Caetano, eu fazia parte do staff de Artur Portela Filho quando ele publicou as "Fundas", que foram bastante mal recebidas pelo Regime ‹ ninguém apareceu a incomodar fosse quem fosse. Pouco tempo depois, o nosso staff dava curso ao livro de Spínola "Portugal e o Futuro" ‹ que deu uma bronca "desse tamanho" e ninguém apareceu a incomodar-nos nem sequer com atitudes intimidatórias. Disto eu fui protagonista e testemunha.Os comunistas, esses, sabia eu, sofriam e sofriam a sério nas mãos da polícia para que "falassem". Uns falaram outros não ‹ ninguém nasce para ser duro ou para ser mártir e herói; ou se é ou se não é!
Mas então o que é que faziam os Regimes Comunistas aos seus adversários políticos? Ali também havia Partido Único. Faltavam Liberdades Formais. Havia Censura à Imprensa. Polícia Política ‹ também eles eram "Fascistas?"
Fascismo, que eu saiba, tinha o nome baseado nos antigos símbolos judiciais romanos, representados por um molho de varas, que incluiam um machado, e cuja coesão era mantida por "faixas" (fascio) que significavam" a união faz a força"
Benito Mussolini ‹ que foi o inventor do Fascismo ‹ aproveitou isto para designar o seu Partido como o fascio (a força que mantinha a coesão) da União Nacional. União Nacional, respeito pela Ordem e trabalho em prol da Nação não são nem nunca foram motivo para censuras. O pior, claro, foi o aproveitamento que Mussolini e depois Adolf Hitler fizeram destes sentimentos nobres e patrióticos. Por isso houve tanta gente, na altura, para quem o Fascismo era um motivo de esperança, como o foram os movimentos comunistas e socialistas para outros. Sob as piores realizações estão sempre Ideais Nobres que merecem entusiasmo e aprovação. A Ditadura do Estado Novo foi um erro. Era destestável. Abominável. Não é possível encará-la de outra forma. Mas o seu derrube representou também uma onda de arbitrariedades, de violência e de tudo aquilo que o espírito humano é capaz de fazer ‹ a coberto das melhores das intenções!
E houve quem se visse, de um dia para o outro, submerso nessa onda de violência e visse vidas e fazendas destruídas da forma mais bábara e impiedosa. Como não sentir comiseração e solidariedade com esses infelizes portugueses? De que serve agora denegrir quem sofreu e se queixa, com epítetos de "bafientos salazaristas", "fascistas" e outros mimos? Porque é fácil? Então antigamente, quem reprimia quem falasse contra o regime, era "fascista". E agora quem se queixa e sabe "onde lhe aperta a bota" é ele quem vê a sua liberdade de se lamentar coarctada e passa a ser acoimado de "fascista"? Então quem reprime as liberdades alheias o que é, afinal? Voltámos a ter uma "verdade única"? Que não se pode contestar? Que é proíbido pôr em causa? Então agora que nome vamos nós dar a quem se sente "autorizado" a reprimir quem abrir a boca (se calhar de forma menos correcta, é verdade) para protestar contra possíveis injustiças de que foi vítima? Fascista? Em que ficamos? Vamos lá a ter um pouco de tolerância e compreensão para com quem ainda tem chagas abertas no corpo e na alma. Valeu? Paz e compreensão, são coisas que continuam a fazer falta a nós, portugueses. Muita falta, mesmo!
Com amizade
José Pires
Quem de alguma forma sentiu na carne o que foi a perda de décadas de trabalho, certamente estará receptivo a aceitar argumentos que, de alguma forma, lhe tragam algum consolo para a sua amargura. Não compreender isto é uma grave demonstração de intolerância e depois taxar de "porcos fascistas" quem sofreu os embates da descolonização vai fazer com que essas camadas de portugueses se identificam de forma mais enraizada ainda com o Antigo Regime.
Apelidá-lo de "Fascista", parece-me um exagero. Fascismo (como o praticaram os italianos e os nazis e um bocado até, os espanhóis, nunca nós tivemos). Quem folhear uma obra que considero isenta, como o é a Enciclopédia Larousse( edição dos princípios de 1960 )vai lá ver designado o regime que então vigorava em Portugal como " Ditadura Paternalista".
Mas, claro, se por "Fascismo" tivermos todos os regimes de partido único, sem liberdades formais, controlo da imprensa e polícia política, termos entre as mãos um "Pacotão Gigante", pois houve, há e continua a haver muitas nações e regimes que caberão nesta mesma designação. Portugal, era sim, uma Ditadura. E isto está loge de ser uma designação "macia". Eu vivi 38 anos debaixo da Ditadura. Sinto-me, por isso, habilitado a analisar desapaixonadamente o facto. E devo dizer, para ser honesto, que não gostava. Não gostava mesmo nada. Haver alguém que mandava na Nação sem que para isso tivesse sido legalmente mandatado pela maioria dos seus concidadãos, era uma coisa que me indignava. Mas o pior de tudo, a causa de todos os males, a coisa que eu mais abominava na Ditadura, essa coisa era a Censura!
Os senhores do antigo regime, com Salazar à cabeça, estavam longe da natureza dos chefes nazi/fascistas que dominaram a Itália e a Alemanha. Dirigiam o País em Ditadura e quem julgar que uma Ditadura é uma "brincadeira", está redondamente enganado. O regime perseguia, sim, os membros de organizações políticas como o Partido Comunista, e quem militasse, consequentemente, nestas organizações, garanto que se caisse nas mãos da PIDE, estava metido num sarilho e dos grandes.
Lembro-me, certa vez, em fins dos anos sessenta, na minha empresa apareceram elementos da Polícia Política e detiveram algumas pessoas, uma dessas uma jovem bem enérgica chamada Diana Adringa (não sei se conhecem). Mas mais ninguém foi incomodado. Eu até, nessa altura eu tinha subscrito uma petição para libertar um membro do PC, julgo, que se encontrava gravemente enfermo. Mas nunca fui abordado por ninguém da Polícia Política do Estado. Estive a recolher fundos para a campanha de Humberto Delgado, na empresa onde trabalhava na altura e não fui incomodado. Nos anos setenta, já no consulado de Caetano, eu fazia parte do staff de Artur Portela Filho quando ele publicou as "Fundas", que foram bastante mal recebidas pelo Regime ‹ ninguém apareceu a incomodar fosse quem fosse. Pouco tempo depois, o nosso staff dava curso ao livro de Spínola "Portugal e o Futuro" ‹ que deu uma bronca "desse tamanho" e ninguém apareceu a incomodar-nos nem sequer com atitudes intimidatórias. Disto eu fui protagonista e testemunha.Os comunistas, esses, sabia eu, sofriam e sofriam a sério nas mãos da polícia para que "falassem". Uns falaram outros não ‹ ninguém nasce para ser duro ou para ser mártir e herói; ou se é ou se não é!
Mas então o que é que faziam os Regimes Comunistas aos seus adversários políticos? Ali também havia Partido Único. Faltavam Liberdades Formais. Havia Censura à Imprensa. Polícia Política ‹ também eles eram "Fascistas?"
Fascismo, que eu saiba, tinha o nome baseado nos antigos símbolos judiciais romanos, representados por um molho de varas, que incluiam um machado, e cuja coesão era mantida por "faixas" (fascio) que significavam" a união faz a força"
Benito Mussolini ‹ que foi o inventor do Fascismo ‹ aproveitou isto para designar o seu Partido como o fascio (a força que mantinha a coesão) da União Nacional. União Nacional, respeito pela Ordem e trabalho em prol da Nação não são nem nunca foram motivo para censuras. O pior, claro, foi o aproveitamento que Mussolini e depois Adolf Hitler fizeram destes sentimentos nobres e patrióticos. Por isso houve tanta gente, na altura, para quem o Fascismo era um motivo de esperança, como o foram os movimentos comunistas e socialistas para outros. Sob as piores realizações estão sempre Ideais Nobres que merecem entusiasmo e aprovação. A Ditadura do Estado Novo foi um erro. Era destestável. Abominável. Não é possível encará-la de outra forma. Mas o seu derrube representou também uma onda de arbitrariedades, de violência e de tudo aquilo que o espírito humano é capaz de fazer ‹ a coberto das melhores das intenções!
E houve quem se visse, de um dia para o outro, submerso nessa onda de violência e visse vidas e fazendas destruídas da forma mais bábara e impiedosa. Como não sentir comiseração e solidariedade com esses infelizes portugueses? De que serve agora denegrir quem sofreu e se queixa, com epítetos de "bafientos salazaristas", "fascistas" e outros mimos? Porque é fácil? Então antigamente, quem reprimia quem falasse contra o regime, era "fascista". E agora quem se queixa e sabe "onde lhe aperta a bota" é ele quem vê a sua liberdade de se lamentar coarctada e passa a ser acoimado de "fascista"? Então quem reprime as liberdades alheias o que é, afinal? Voltámos a ter uma "verdade única"? Que não se pode contestar? Que é proíbido pôr em causa? Então agora que nome vamos nós dar a quem se sente "autorizado" a reprimir quem abrir a boca (se calhar de forma menos correcta, é verdade) para protestar contra possíveis injustiças de que foi vítima? Fascista? Em que ficamos? Vamos lá a ter um pouco de tolerância e compreensão para com quem ainda tem chagas abertas no corpo e na alma. Valeu? Paz e compreensão, são coisas que continuam a fazer falta a nós, portugueses. Muita falta, mesmo!
Com amizade
José Pires
25-04-2006
«Cooperação Portuguesa» salva Arquivo Histórico de Moçambique
Os fundos disponibilizados por Portugal para se enfrentar os problemas de degradação do «Arquivo Histórico» são insuficientes, mas podem salvar de imediato a difícil situação por que passa o Arquivo Histórico de Moçambique.
Fomos ouvir o doador. A verba não dá para se proceder a uma construção de raiz ou seja de novas instalações, começou por dizer ao «Canal de Moçambique», José Guedes de Sousa representante da Cooperação lusa em Moçambique. Dão para se providenciarem algumas soluções e perspectivar outras, mas não resolvem todo o problema do eficiente e bem afamado «Arquivo Histórico de Moçambique» que peca pelas precárias infraestrutras de que hoje dispõe.
A verba existente é de cerca de “600 mil Euros” e esse valor está sob gestão da «Cooperação Portuguesa» de acordo com Guedes. Segundo ele o valor será aplicado em reabilitação de novas instalações onde passará a funcionar o «Arquivo Histórico» e ainda na reabilitação do depósito de documentos e fotografias no «Campus Universitário» da UEM (Universidade Eduardo Mondlane).
As novas instalações provisórias do «Arquivo Histórico» irão ser em edifícios que serão reabilitados com parte da verba de 600 mil Euros, mas ainda não começaram as obras. Uma notícia dada pela Lusa há um ano atrás dizia que por esta altura certas instalações novas deveriam já estar prontas. Ainda não começaram as obras em algumas, mas já terminaram noutras.
Uma parte dos 600 mil Euros “já foi aplicada” na reabilitação (concluida) do «Centro de Conservação e Preservação de documentos e serviços de digitalização e microfilmagem de imagens, num edifício localizado, na Av. 25 de Setembro, entre a Biblioteca Nacional e a Imprensa Nacional.
De acordo com Guedes com outra parte da mesma verba já se produziu só o projecto arquitectónico do que poderão vir a ser as futuras instalações de raiz do «Arquivo Histórico», se houver um dia dinheiro para isso. Nunca esteve previsto mais do que o projecto na tranche existente.
Os 600 mil Euros, segundo Guedes de Sousa, foram disponibilizados, em Fevereiro de 2005, pelo «Instituto Português de Acção e Desenvolvimento» (IPAD), «Instituto Português» (IP), «Instituto Português do Património Arquitectónico» (IPPAR), «Universidade Eduardo Mondlane» (UEM) – esta moçambicana – e pela «Torre do Tombo». “A gestão foi confiada à «Cooperação Portuguesa»”.
“Nós neste momento atingimos a primeira fase que era a reabilitação do edifício da Avenida 25 de Setembro onde vão funcionar as futuras instalações do Centro de conservação e preservação de documentos e serviços de digitalização e microfilmagem do Arquivo Histórico de Moçambique”, disse Sousa. Acrescentou que com parte da mesma verba de 600 mil Euros, vai-se dar seguimento a outras obras de reabilitação e remodelação de um edifício da “Travessa de Varietá” na Rua do Bagamoio, nas proximidades do Cinema Matchedge, em Maputo, onde vão funcionar as novas instalações-sede do Arquivo Histórico de Moçambique em substituição do actual na Av. Filipe Samuel Magaia.
Segundo de Sousa a segunda fase do projecto inclui a reabilitação da “Travessa Varietá” e o depósito do Campus da UEM. Nenhuma começou. “Estimativas indicam que (depois de iniciadas) vão durar aproximadamente quatro meses, arrastando-se até Dezembro”.
O «Canal» quis saber de Guedes de Sousa se haverá algum dia fundos portugueses para um novo edifício de raiz para o Arquivo Histórico de Moçambique. Ele disse existir, neste momento, apenas o projecto arquitectónico já desenhado, mas não há verba para construção.
O chefe da Cooperação Portuguesa em Moçambique esclarece que a prioridade foi fazer-se o que se descreveu. Agora vão seguir-se os trabalhos de reabilitação do futuro depósito do Arquivo Histórico de Moçambique no campus da Universidade Eduardo Mondlane, (UEM) e na “Travessa de Varietá”.
A Cooperação Portuguesa vai transformar e apetrechar o edifício localizado no campus da UEM para futuro depósito do Arquivo Histórico de Moçambique de modo a guardarem-se fotografias.
Sousa disse também que neste momento o Instituto Português do Património Arquitectonico, (IPPAR) está a trabalhar na programação da construção do edifício de raiz para futuras instalações do «Arquivo Histórico» conforme o plano arquitectónico já produzido.
Entretanto, o director-adjunto do «Arquivo Histórico», Eugénio Monteiro, disse ao «Canal», que ao nível da sua instituição decorrem contactos com entidades externas com vista a aquisição de equipamentos para o apetrechamento do futuro centro de conservação e preservação de documentos e serviços de digitalização e microfilmagem. Como via alternativa acabarão por usar o equipamento obsoleto, o existente no actual «Arquivo Histórico».
Conceição Vitorino - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 25.04.2006
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/03/arquivo_histric.html
Fomos ouvir o doador. A verba não dá para se proceder a uma construção de raiz ou seja de novas instalações, começou por dizer ao «Canal de Moçambique», José Guedes de Sousa representante da Cooperação lusa em Moçambique. Dão para se providenciarem algumas soluções e perspectivar outras, mas não resolvem todo o problema do eficiente e bem afamado «Arquivo Histórico de Moçambique» que peca pelas precárias infraestrutras de que hoje dispõe.
A verba existente é de cerca de “600 mil Euros” e esse valor está sob gestão da «Cooperação Portuguesa» de acordo com Guedes. Segundo ele o valor será aplicado em reabilitação de novas instalações onde passará a funcionar o «Arquivo Histórico» e ainda na reabilitação do depósito de documentos e fotografias no «Campus Universitário» da UEM (Universidade Eduardo Mondlane).
As novas instalações provisórias do «Arquivo Histórico» irão ser em edifícios que serão reabilitados com parte da verba de 600 mil Euros, mas ainda não começaram as obras. Uma notícia dada pela Lusa há um ano atrás dizia que por esta altura certas instalações novas deveriam já estar prontas. Ainda não começaram as obras em algumas, mas já terminaram noutras.
Uma parte dos 600 mil Euros “já foi aplicada” na reabilitação (concluida) do «Centro de Conservação e Preservação de documentos e serviços de digitalização e microfilmagem de imagens, num edifício localizado, na Av. 25 de Setembro, entre a Biblioteca Nacional e a Imprensa Nacional.
De acordo com Guedes com outra parte da mesma verba já se produziu só o projecto arquitectónico do que poderão vir a ser as futuras instalações de raiz do «Arquivo Histórico», se houver um dia dinheiro para isso. Nunca esteve previsto mais do que o projecto na tranche existente.
Os 600 mil Euros, segundo Guedes de Sousa, foram disponibilizados, em Fevereiro de 2005, pelo «Instituto Português de Acção e Desenvolvimento» (IPAD), «Instituto Português» (IP), «Instituto Português do Património Arquitectónico» (IPPAR), «Universidade Eduardo Mondlane» (UEM) – esta moçambicana – e pela «Torre do Tombo». “A gestão foi confiada à «Cooperação Portuguesa»”.
“Nós neste momento atingimos a primeira fase que era a reabilitação do edifício da Avenida 25 de Setembro onde vão funcionar as futuras instalações do Centro de conservação e preservação de documentos e serviços de digitalização e microfilmagem do Arquivo Histórico de Moçambique”, disse Sousa. Acrescentou que com parte da mesma verba de 600 mil Euros, vai-se dar seguimento a outras obras de reabilitação e remodelação de um edifício da “Travessa de Varietá” na Rua do Bagamoio, nas proximidades do Cinema Matchedge, em Maputo, onde vão funcionar as novas instalações-sede do Arquivo Histórico de Moçambique em substituição do actual na Av. Filipe Samuel Magaia.
Segundo de Sousa a segunda fase do projecto inclui a reabilitação da “Travessa Varietá” e o depósito do Campus da UEM. Nenhuma começou. “Estimativas indicam que (depois de iniciadas) vão durar aproximadamente quatro meses, arrastando-se até Dezembro”.
O «Canal» quis saber de Guedes de Sousa se haverá algum dia fundos portugueses para um novo edifício de raiz para o Arquivo Histórico de Moçambique. Ele disse existir, neste momento, apenas o projecto arquitectónico já desenhado, mas não há verba para construção.
O chefe da Cooperação Portuguesa em Moçambique esclarece que a prioridade foi fazer-se o que se descreveu. Agora vão seguir-se os trabalhos de reabilitação do futuro depósito do Arquivo Histórico de Moçambique no campus da Universidade Eduardo Mondlane, (UEM) e na “Travessa de Varietá”.
A Cooperação Portuguesa vai transformar e apetrechar o edifício localizado no campus da UEM para futuro depósito do Arquivo Histórico de Moçambique de modo a guardarem-se fotografias.
Sousa disse também que neste momento o Instituto Português do Património Arquitectonico, (IPPAR) está a trabalhar na programação da construção do edifício de raiz para futuras instalações do «Arquivo Histórico» conforme o plano arquitectónico já produzido.
Entretanto, o director-adjunto do «Arquivo Histórico», Eugénio Monteiro, disse ao «Canal», que ao nível da sua instituição decorrem contactos com entidades externas com vista a aquisição de equipamentos para o apetrechamento do futuro centro de conservação e preservação de documentos e serviços de digitalização e microfilmagem. Como via alternativa acabarão por usar o equipamento obsoleto, o existente no actual «Arquivo Histórico».
Conceição Vitorino - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 25.04.2006
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/03/arquivo_histric.html
24-04-2006
O GOLPE DE ESTADO de 25 de ABRIL
De: JVerdasca O 25 de A B R I L
Muitos confundem o GOLPE de ESTADO efectuado a 25 de Abril de 1974, com a Revolução que se lhe seguiu, acentuada e agravada com a renúncia de Spínola, e, principalmente, com o Golpe do 11 de Março de 1975, que levou Portugal à anarquia, à indisciplina nas Forças Armadas na cidade e no campo, e a violências de toda a ordem, abusos e injustiças, que só terminariam com o 25 de Novembro do mesmo ano, chefiado pelo legalista Eanes, coadjuvado por Tomé Pinto e apoiado por Jaime Neves. Só quem lá estava pode aquilatar o ... ...
Muitos confundem o GOLPE de ESTADO efectuado a 25 de Abril de 1974, com a Revolução que se lhe seguiu, acentuada e agravada com a renúncia de Spínola, e, principalmente, com o Golpe do 11 de Março de 1975, que levou Portugal à anarquia, à indisciplina nas Forças Armadas na cidade e no campo, e a violências de toda a ordem, abusos e injustiças, que só terminariam com o 25 de Novembro do mesmo ano, chefiado pelo legalista Eanes, coadjuvado por Tomé Pinto e apoiado por Jaime Neves. Só quem lá estava pode aquilatar o ... ...
25 de Abril – reflexão e alguns dados
Do Massacre dos judeus em Lisboa ao Estado Novo
Neste ano de 2006 celebram-se 500 anos sobre o massacre de judeus em Lisboa, judeus que em resultado da política de alianças para a unificação das coroas de Castela e Portugal levou à conversão forçada ou à expulsão dos judeus de Portugal (1498), entre os quais se encontravam sábios, médicos, cientistas e banqueiros. A instauração da Inquisição em Portugal (1536) foi uma arma para perpetuar a permanência no poder duma classe «nobre» cada vez mais parasitária e o Tratado de Methween (1703) transformou Portugal numa colónia Britânica, impedindo o desenvolvimento da industrialização portuguesa.
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Leia tudo em:
Download vn_25_de_abril_e_antecedentes.doc
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Vitor Nogueira
Estamos hoje a 24 de Abril, véspera da comemoração dos 32 anos do 25 de Abril de 1974
MOÇAMBIQUE PARA TODOS oferece aos seus visitantes uma retrospectiva de situações, factos e comentários de vários textos editados pelo prestigiado Jornal Português de Economia e Finanças, no seu número de Dezembro de 1983, de que reproduzimos os temas, quer políticos, económicos ou de História, preferencialmente relacionados com Portugal e o ex-Ultramar, que a uns reavivará a memória e a outros (especialmente os mais novos) dará a conhecer factos e situações de que ninguém fala.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Veja em:
Download EF443DEZ1983.pdf
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NOTA: Devido à extensão do documento aconselhamos a sua impressão
23-04-2006
O Caso do Navio ANGOCHE - Faz hoje 35 anos que aconteceu
ÓSCAR CARDOSO- CRIADOR DOS FLECHAS
.....
"Ingressei em miúdo na Mocidade Portuguesa, quando tive de ingressar. Fi-lo, curiosamente, quando estudava no Colégio Moderno, do Dr. João Soares. Mais tarde entrei para a Legião Portuguesa e frequentei o Instituto Superior de Estudos Ultramarinos. Interrompi o curso para fazer o serviço militar na Índia. Depois fui para a Guarda Nacional Republicana até que, em 1965, entrei para a PIDE. Na estrutura da PIDE, Barbieri Cardoso era inspector superior. Mas depois apareceu São José Lopes, um homem com grande influência em Angola, e era necessário dar-lhe outra situação para compensar o bom serviço que tinha feito. Então, nomearam-no inspector superior do Ultramar. Entretanto, havia na PIDE um indivíduo muito mais antigo do que o Dr. São José Lopes, o inspector Coelho Dias, que era subdirector, e que também queria ser inspector superior. Criaram-se assim os lugares de subdirector-geral para Barbieri Cardoso, de inspector superior do Ultramar para São José Lopes e de inspector superior do Continente para Coelho Dias. Havia uma divisão de tarefas entre os três. A PIDE tinha muito boas relações com todas as polícias e serviços secretos do seu género na Europa e no mundo. É conhecida a ligação de Barbieri Cardoso aos serviços secretos franceses, dirigidos pelo conde Alexandre de Marenches. Mas dávamo-nos bem com todas as polícias congéneres e também com os americanos da Central Intelligence Agency (CIA). Operávamos muito em África, através de informadores, sobretudo nos países vizinhos de Angola, Moçambique e Guiné. Por exemplo, havia informadores na Tanzânia em ligação a Oscar Kambona, o chefe da oposição a Julius Nyerere. Mas o controlo era feito através de Lisboa, pela secção central na António Maria Cardoso, chefiada por Álvaro Pereira de Carvalho. Tínhamos de facto bons informadores em África, onde os nossos serviços faziam um trabalho sobretudo de intelligence, em colaboração estreita com os militares.
Foi precisamente através da nossa rede na Tanzânia que soubemos o que se tinha passado com o navio Angoche. O navio Angoche levava material para a nossa Força Aérea, material sofisticado, essencialmente material explosivo, bombas para os aviões, etc., e creio que ia para Porto Amélia. Soubemos que o Angoche foi abordado em 23 de Abril de 1971 por um submarino da União Soviética e que os seus tripulantes foram levados para a Tanzânia, para a base central da Frelimo, Nachingwea. Foi uma operação executada por soviéticos, o que nos foi possível confirmar pelas análises que fizemos dos vestígios encontrados no barco. A primeira pessoa que fez a investigação a bordo do Angoche foi o inspector Casimiro Monteiro. Verificou que as armas não estavam lá. A tripulação foi levada para Nachingwea e depois, penso eu, terá sido aniquilada. Penso que iam no Angoche à volta de vinte e três pessoas. Mais de metade eram africanos, de Moçambique, e os outros europeus. O navio não era de passageiros mas levava um passageiro a bordo, a quem se deu uma boleia, o que era estranho. Houve uma outra coisa curiosa: a mudança, à última hora, do radiotelegrafista. O radiotelegrafista que era para ir resolveu não ir. Pode ter sido uma mera coincidência, mas é curioso que assim tenha sido. Na nossa opinião, tratou-se de uma operação soviética, feita em colaboração com o Partido Comunista Português. Fala-se que houve oficiais da Marinha, hoje oficiais generais, que estariam envolvidos nisso. Houve também o estranho caso de uma rapariga que foi "suicidada" na cidade da Beira e que estava ligada aos meios esquerdistas da Marinha portuguesa. Esta versão dos factos constou dos nossos relatórios na altura. Tínhamos um relatório secreto sobre o Angoche que desapareceu da sede da DGS, na Rua António Maria Cardoso, depois do 25 de Abril. Foi um dos processos que desapareceram. O caso estava a ser investigado....
Bruno Oliveira Santos, Histórias secretas da PIDE/DGS (p. 401-402)
NOTA:
A última notícia relacionada com o navio "Angoche" tive-a de Fernando Taborda, o último administrador português de Quionga:
"Saiba o povo português que, em Março de 1974, foi descoberta, na foz do Rovuma, uma baleeira do navio "Angoche", com insígnias começadas por NA confirmada pelo cabo de mar de Palma e que, sobre ela, nunca me foi dada resposta à circular que mandei para a Capitania de Porto Amélia."
In Quionga, meu amor
A última notícia relacionada com o navio "Angoche" tive-a de Fernando Taborda, o último administrador português de Quionga:
"Saiba o povo português que, em Março de 1974, foi descoberta, na foz do Rovuma, uma baleeira do navio "Angoche", com insígnias começadas por NA confirmada pelo cabo de mar de Palma e que, sobre ela, nunca me foi dada resposta à circular que mandei para a Capitania de Porto Amélia."
In Quionga, meu amor
UMA ACHEGA:
NAVIO “ANGOCHE”
NAVIO “ANGOCHE”
No dia 23 de Abril de 1971 - faz hoje 35 anos - o navio "Angoche" foi assaltado em alto mar, na costa de Moçambique, quando ia em viagem para o Norte.
Os 22 tripulantes foram levados para a Tanzânia e assassinados em Nachingwea, uma base da Frelimo.
Supõe-se que o assalto tenha sido feito por meios navais soviéticos, talvêz um submarino e foram encontradas manchas de sangue no navio, o que prova que foi usada violência contra os tripulantes.
O jornal "Notícias" de Lourenço Marques foi impedido pela Comissão de Censura de divulgar qualquer informação, o mesmo acontecendo com os jornais de Lisboa.
O jornal "Star" de Joanesburgo, que era vendido na esquina do "Continental", em Lourenço Marques, começou a referir-se ao assunto a partir da última semana desse mês de Abril de 1971. As informações eram poucas e as suposições eram muitas. "Diz-se", "fala-se", "supõe-se"...
O mesmo acontecia com a Rádio Brazaville e a Rádio RSA de Joanesburgo, que transmitiam em português. Ou com as emissões em inglês da BBC e da Voz da América. Todas escutadas por mim em Onda Curta.
Nunca ouvi a Rádio Moscovo e a "Voz da Frelimo" (através da Rádio Tanzânia) referirem-se ao assunto em Abril/Maio de 1971, apesar de eu as escutar todos os dias para o efeito.
Ainda hoje permanece o mistério sobre o que teria contecido aos tripulantes e a um provável passageiro, que viajavam a bordo do navio "Angoche".
Só 3 dias depois, a 26 de Abril de 1971, o navio foi abordado pelas autoridades coloniais portuguesas, pelo que houve quem se interrogasse em Moçambique se não teria sido tempo demais para dar pela falta de um navio daquele tamanho e com uma carga daquela natureza.
Usou-se o clásico raciocínio do "Motivo, Meios e Oportunidade" para tentar peceber o que se tinha passado:
- Motivo e Oportunidade: a Frelimo e a União Soviética, porque o "Angoche" transportava material de guerra;
- Meios: apenas a União Soviética, porque a Frelimo não tinha meios navais para um assalto em alto-mar.
Por motivos óbvios estratégicos e porque um acto de pirataria contra um navio mercante civil não honra particularmente quem o pratica, a URSS nunca falou no assunto.
Quatro anos depois, com o golpe militar de 25 de Abril em Lisboa, desapareceu o relatório secreto sobre o assunto.
Assim se passaram 35 anos sem que a opinião pública tivesse tido o direito de saber o que se passou.
Haverá pessoas daquele tempo que sabem o que aconteceu ou que tiveram acesso ao relatório.
É tempo de quebrarem o silêncio!
SW
Os 22 tripulantes foram levados para a Tanzânia e assassinados em Nachingwea, uma base da Frelimo.
Supõe-se que o assalto tenha sido feito por meios navais soviéticos, talvêz um submarino e foram encontradas manchas de sangue no navio, o que prova que foi usada violência contra os tripulantes.
O jornal "Notícias" de Lourenço Marques foi impedido pela Comissão de Censura de divulgar qualquer informação, o mesmo acontecendo com os jornais de Lisboa.
O jornal "Star" de Joanesburgo, que era vendido na esquina do "Continental", em Lourenço Marques, começou a referir-se ao assunto a partir da última semana desse mês de Abril de 1971. As informações eram poucas e as suposições eram muitas. "Diz-se", "fala-se", "supõe-se"...
O mesmo acontecia com a Rádio Brazaville e a Rádio RSA de Joanesburgo, que transmitiam em português. Ou com as emissões em inglês da BBC e da Voz da América. Todas escutadas por mim em Onda Curta.
Nunca ouvi a Rádio Moscovo e a "Voz da Frelimo" (através da Rádio Tanzânia) referirem-se ao assunto em Abril/Maio de 1971, apesar de eu as escutar todos os dias para o efeito.
Ainda hoje permanece o mistério sobre o que teria contecido aos tripulantes e a um provável passageiro, que viajavam a bordo do navio "Angoche".
Só 3 dias depois, a 26 de Abril de 1971, o navio foi abordado pelas autoridades coloniais portuguesas, pelo que houve quem se interrogasse em Moçambique se não teria sido tempo demais para dar pela falta de um navio daquele tamanho e com uma carga daquela natureza.
Usou-se o clásico raciocínio do "Motivo, Meios e Oportunidade" para tentar peceber o que se tinha passado:
- Motivo e Oportunidade: a Frelimo e a União Soviética, porque o "Angoche" transportava material de guerra;
- Meios: apenas a União Soviética, porque a Frelimo não tinha meios navais para um assalto em alto-mar.
Por motivos óbvios estratégicos e porque um acto de pirataria contra um navio mercante civil não honra particularmente quem o pratica, a URSS nunca falou no assunto.
Quatro anos depois, com o golpe militar de 25 de Abril em Lisboa, desapareceu o relatório secreto sobre o assunto.
Assim se passaram 35 anos sem que a opinião pública tivesse tido o direito de saber o que se passou.
Haverá pessoas daquele tempo que sabem o que aconteceu ou que tiveram acesso ao relatório.
É tempo de quebrarem o silêncio!
SW
21-04-2006
Banco chinês financia construção segunda hidroeléctrica no Zambeze
Maputo, 21 Abr (Lusa) - O governo moçambicano assinou em Maputo um memorando de entendimento com o banco chinês China Exim, destinado ao financiamento em cerca de 1,9 mil milhões de euros da construção da hidroeléctrica de Mpanda Nkua, no rio Zambeze.
A construção de Mpanda Nkua, a 70 quilómetros a jusante da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), é um sonho antigo do governo moçambicano, que quer elevar a capacidade de aproveitamento do potencial energético do rio Zambeze e capitalizar uma previsível crise no sector eléctrico na África Austral, a partir de 2007.
O memorando de entendimento para o financiamento daquela infra- estrutura foi rubricado, quinta-feira, pelo ministro moçambicano da Energia, Salvador Namburete, e pelo presidente do banco China Exim, Li Ruogu.
"O memorando abre perspectivas, não posso precisar para quando, para que as equipas técnicas possam trabalhar nos detalhes, por forma a assegurarem as condições necessárias que permitam a disponibilização dos fundos", sublinhou Namburete.
O arranque do projecto vai depender da conclusão do acordo de financiamento com o China Exim Bank, uma etapa que deve ser antecedida por estudos detalhados sobre o modelo do projecto, acrescentou Namburete.
O ministro moçambicano da Energia afirmou que a primeira turbina de Mpanda Nkua estará em funcionamento num prazo de seis anos a contar a partir da construção da barragem.
Sobre os receios de graves prejuízos ambientais com a edificação de mais uma hidroeléctrica no vale do Zambeze, manifestados por diversos ambientalistas, Salvador Namburete disse que estudos sobre o impacto ambiental do projecto asseguram que o mesmo não provocará quaisquer danos.
"Não há qualquer associação negativa entre a construção destas infra-estruturas e a ocorrência de sismos ou quaisquer outros tipos de perturbações. Em 2002, realizámos um estudo em que gastámos cerca de 14 milhões de euros, que foi actualizado em 2005. As conclusões destes estudos confirmam que não riscos nenhuns", sublinhou Salvador Namburete.
O acordo de reversão da HCB entre Moçambique e Portugal contém uma cláusula de direito de preferência para empresas portuguesas em futuros projectos eléctricos em Moçambique.
"O governo moçambicano e o accionista Estado moçambicano (na HCB) reconhecem o direito de preferência, em condições de igualdade, às empresas portuguesas em futuros projectos do sector de energia a detalhar em futura ronda negocial", sublinha o memorando de entendimento assinado em Outubro de 2005.
Ao abrigo do referido acordo, Portugal deve reduzir de 82 para 15 por cento a sua participação na HCB, ascendendo Moçambique à qualidade de accionista maioritário, com 85 por cento, face aos actuais 12 por cento.
Moçambique tem de pagar uma dívida de 785 milhões de euros a Portugal, em compensação pela construção e manutenção da hidroeléctrica, ainda no quadro do mesmo entendimento.
PMA.
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/03/a_construo_da_b.html
A construção de Mpanda Nkua, a 70 quilómetros a jusante da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), é um sonho antigo do governo moçambicano, que quer elevar a capacidade de aproveitamento do potencial energético do rio Zambeze e capitalizar uma previsível crise no sector eléctrico na África Austral, a partir de 2007.
O memorando de entendimento para o financiamento daquela infra- estrutura foi rubricado, quinta-feira, pelo ministro moçambicano da Energia, Salvador Namburete, e pelo presidente do banco China Exim, Li Ruogu.
"O memorando abre perspectivas, não posso precisar para quando, para que as equipas técnicas possam trabalhar nos detalhes, por forma a assegurarem as condições necessárias que permitam a disponibilização dos fundos", sublinhou Namburete.
O arranque do projecto vai depender da conclusão do acordo de financiamento com o China Exim Bank, uma etapa que deve ser antecedida por estudos detalhados sobre o modelo do projecto, acrescentou Namburete.
O ministro moçambicano da Energia afirmou que a primeira turbina de Mpanda Nkua estará em funcionamento num prazo de seis anos a contar a partir da construção da barragem.
Sobre os receios de graves prejuízos ambientais com a edificação de mais uma hidroeléctrica no vale do Zambeze, manifestados por diversos ambientalistas, Salvador Namburete disse que estudos sobre o impacto ambiental do projecto asseguram que o mesmo não provocará quaisquer danos.
"Não há qualquer associação negativa entre a construção destas infra-estruturas e a ocorrência de sismos ou quaisquer outros tipos de perturbações. Em 2002, realizámos um estudo em que gastámos cerca de 14 milhões de euros, que foi actualizado em 2005. As conclusões destes estudos confirmam que não riscos nenhuns", sublinhou Salvador Namburete.
O acordo de reversão da HCB entre Moçambique e Portugal contém uma cláusula de direito de preferência para empresas portuguesas em futuros projectos eléctricos em Moçambique.
"O governo moçambicano e o accionista Estado moçambicano (na HCB) reconhecem o direito de preferência, em condições de igualdade, às empresas portuguesas em futuros projectos do sector de energia a detalhar em futura ronda negocial", sublinha o memorando de entendimento assinado em Outubro de 2005.
Ao abrigo do referido acordo, Portugal deve reduzir de 82 para 15 por cento a sua participação na HCB, ascendendo Moçambique à qualidade de accionista maioritário, com 85 por cento, face aos actuais 12 por cento.
Moçambique tem de pagar uma dívida de 785 milhões de euros a Portugal, em compensação pela construção e manutenção da hidroeléctrica, ainda no quadro do mesmo entendimento.
PMA.
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/03/a_construo_da_b.html
HCB - Acordo final ainda sem data
A cerimónia formal da assinatura dos documentos finais do acordo de reversão da HCB, entre o Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza e o Primeiro-Ministro português, José Sócrates, continua sem data.
Em Março, delegações de Moçambique e Portugal concluíram, em Maputo, a negociação de aspectos práticos sobre o processo de reversão e transferência do controlo do empreendimento, ao abrigo de um memorando de entendimento rubricado a 2 de Novembro de 2005 em Lisboa.
Finalizado este processo, as partes acordaram que o passo seguinte seria a assinatura formal dos documentos finais do acordo, em cerimónia a realizar-se no nosso país em data a acordar entre o presidente Guebuza, e o primeiro-ministro José Sócrates.
Entretanto, informações postas a circular davam conta de que as duas partes se iriam encontrar ontem, 20 de Abril, mas tal não sucedeu devido à indisponibilidade do chefe do Governo português.
Em Maputo, o Ministro da Energia, Salvador Namburete, que aliás, em Março último testemunhou, juntamente com o Secretário de Estado Português para o Tesouro e Finanças, Carlos Costa Pina, a conclusão das negociações técnicas e validaram a acta da última ronda de negociações iniciadas logo a seguir á cerimónia do memorando de Lisboa, envolvendo técnicos de ambos os países. Namburete negou que se tenha aventado o dia 20 de Abril como data provável do encontro entre o chefe do Estado moçambicano e o chefe do Governo português. `Desconheço qualquer data que tenha sido aventada para o referido encontro´.
Ante uma insistência sobre as razões que estariam por detrás da não marcação, até hoje, da data para a referida cerimónia, Namburete disse que neste momento está tudo dependente das partes envolvidas neste processo, nomeadamente o Chefe do Estado, Armando Guebuza e o Primeiro-Ministro português, José Sócrates.
NOTÍCIAS - 21.04.2006
NOTA:
Era claro que o Governo Português dilataria a assinatura até que Moçambique tivesse financiador firme...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Em Março, delegações de Moçambique e Portugal concluíram, em Maputo, a negociação de aspectos práticos sobre o processo de reversão e transferência do controlo do empreendimento, ao abrigo de um memorando de entendimento rubricado a 2 de Novembro de 2005 em Lisboa.
Finalizado este processo, as partes acordaram que o passo seguinte seria a assinatura formal dos documentos finais do acordo, em cerimónia a realizar-se no nosso país em data a acordar entre o presidente Guebuza, e o primeiro-ministro José Sócrates.
Entretanto, informações postas a circular davam conta de que as duas partes se iriam encontrar ontem, 20 de Abril, mas tal não sucedeu devido à indisponibilidade do chefe do Governo português.
Em Maputo, o Ministro da Energia, Salvador Namburete, que aliás, em Março último testemunhou, juntamente com o Secretário de Estado Português para o Tesouro e Finanças, Carlos Costa Pina, a conclusão das negociações técnicas e validaram a acta da última ronda de negociações iniciadas logo a seguir á cerimónia do memorando de Lisboa, envolvendo técnicos de ambos os países. Namburete negou que se tenha aventado o dia 20 de Abril como data provável do encontro entre o chefe do Estado moçambicano e o chefe do Governo português. `Desconheço qualquer data que tenha sido aventada para o referido encontro´.
Ante uma insistência sobre as razões que estariam por detrás da não marcação, até hoje, da data para a referida cerimónia, Namburete disse que neste momento está tudo dependente das partes envolvidas neste processo, nomeadamente o Chefe do Estado, Armando Guebuza e o Primeiro-Ministro português, José Sócrates.
NOTÍCIAS - 21.04.2006
NOTA:
Era claro que o Governo Português dilataria a assinatura até que Moçambique tivesse financiador firme...
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Governo diz que já encontrou financiador
Para a reversão da HCB
O governo moçambicano já encontrou um financiador para o pagamento dos 785 milhões de euros a Portugal, permitindo a Moçambique deter 85 por cento da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), anunciou a primeira-ministra Luísa Diogo.
Ao abrigo do memorando de entendimento assinado em Outubro último em Portugal, Moçambique deve pagar o equivalente a 785 milhões de euros, para adquirir 73 dos 88 por cento do capital detido por Portugal naquele empreendimento.
A primeira prestação, no valor de cerca de 203 milhões de euros, devia ter sido paga em Janeiro deste ano, mas a falta de um acordo final entre os dois países inviabilizou a entrega do dinheiro.
Falando quinta-feira na Assembleia da República de Moçambique, Luísa Diogo garantiu que «já há uma clareza em relação ao nome do financiador» da verba que Moçambique deve pagar a Portugal.
«Agora está mais chegado ao fim o processo (de reversão da HCB), mas ainda não podemos revelar o nome do financiador», sublinhou Luísa Diogo.
Logo após serem conhecidos os termos do acordo que coloca Moçambique na posição de accionista maioritário da HCB, vários círculos de opinião em Moçambique colocaram a questão de saber quem irá pagar a verba acordada por Portugal, dada a manifesta incapacidade do Governo moçambicano de suportar tal encargo.
EXPRESSO AFRICA - 21.04.2006
NOTA: Não quero fazer futurologia mas a "mão" de Almeida Santos deve estar aí metida. Ainda vai ser um dos acionistas da HCB...
Moçambique já tem financiador... diz a 1ª Ministra.
Então Moçambique fica a dever. E vai ter de pagar.
E o financiador vai certamente cobrar juros.
Além do aumento do número de "administradores", que é que o povo de Moçambique vai beneficiar.
Exactamente ainda ninguém disse nada. Só se ouve falar de investimentos de brasileiros, chineses e portugueses.
Afinal como é?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
20-04-2006
O Turismo em Moçambique
Pretende o Governo Moçambicano dinamizar o Turismo em Moçambique, e muito bem.
Mas como? O Património Histórico está destruído. Até o Museu da Revolução está como está. Como, volto a perguntar?
Vejam o exemplo de Macau.
Visitem:
http://www.macautourism.gov.mo/index_pt.phtml
Quanto a Moçambique é ver, entre outros:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/03/ilha_capela_da_.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/11/moambique_turst.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/11/museu_nacional_.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/07/legado_histrico.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/10/macau_fala_port.html
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Mas como? O Património Histórico está destruído. Até o Museu da Revolução está como está. Como, volto a perguntar?
Vejam o exemplo de Macau.
Visitem:
http://www.macautourism.gov.mo/index_pt.phtml
Quanto a Moçambique é ver, entre outros:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/03/ilha_capela_da_.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/11/moambique_turst.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/11/museu_nacional_.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/07/legado_histrico.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/10/macau_fala_port.html
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
19-04-2006
Graça Machel ia perdendo a vida nas vésperas do Acidente de Mbuzini
Tupolev presidencial de Samora Machel
Poucos dias antes do desastre de Mbuzini, a então primeira-dama, Graça Machel, por um triz não perdeu a vida quando o avião em que viajava se despistou ao tentar aterrar na aeroporto de Mocimboa da Praia. O avião em causa era o Tupolev presidencial pilotado na altura pela mesma tripulação que viria a envolver-se no desastre em que perdeu a vida o primeiro chefe de Estado moçambicano.
Graça Machel integrava uma delegação de alto nível que incluía funcionários das Nações Unidas, membros do governo central e da província de Cabo Delgado.
Leia em:
Download tupolev_presidencial_de_samora_machel.doc
Poucos dias antes do desastre de Mbuzini, a então primeira-dama, Graça Machel, por um triz não perdeu a vida quando o avião em que viajava se despistou ao tentar aterrar na aeroporto de Mocimboa da Praia. O avião em causa era o Tupolev presidencial pilotado na altura pela mesma tripulação que viria a envolver-se no desastre em que perdeu a vida o primeiro chefe de Estado moçambicano.
Graça Machel integrava uma delegação de alto nível que incluía funcionários das Nações Unidas, membros do governo central e da província de Cabo Delgado.
Leia em:
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18-04-2006
Historiador moçambicano distancia-se da Linha Oficial
por João Cabrita
Título: Escapar aos Dentes do Crocodilo e Cair na Boca do Leopardo
Autor: Yussuf Adam
Editora: Promedia (Maputo, 2006), 478 pp ; 150,000MT
Autor: Yussuf Adam
Editora: Promedia (Maputo, 2006), 478 pp ; 150,000MT
A tese de doutoramento do historiador moçambicano Yussuf Adam, defendida na Universidade de Roskilde, Dinamarca, acaba de ser publicada em livro, com o título, Escapar aos Dentes do Crocodilo e Cair na Boca do Leopardo. É um trabalho originalmente publicado em inglês em 1996, e que trata da "evolução do quadro sócio-económico em Moçambique após a independência”. Adam apoia-se em três factores distintos, designadamente as estratégias de desenvolvimento e políticas complementares seguidas pelo governo da Frelimo, a ajuda externa prestada ao país, e a chamada "desestabilização".
Leia em:
Download escapar_aos_dentes_de_crocodilo.doc
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Degradação de património histórico-cultural
Governo não tem dinheiro
– diz vice-ministro da Educação e Cultura
– diz vice-ministro da Educação e Cultura
“«Museu da Revolução» não é do Estado, é do partido Frelimo”
(Maputo) Neste momento o Governo não possui dinheiro para investir na preservação do património cultural nacional, nem sequer para reabilitar ou reparar os museus, monumentos, arquivos, e outras infra-estruturas de natureza histórico-cultural, disse ontem ao «Canal de Moçambique», o vice-ministro da Educação e Cultura, Luís Covane. Mas a grande novidade é que o «Museu da Revolução» não é do Estado mas sim do partido Frelimo.
Leia em:
Download degradao_de_patrimnio_histrico.doc
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17-04-2006
Almeida Santos escreve livro
O ex-presidente da Assembleia da República e presidente do PS, Almeida Santos, anunciou ontem em Maputo o lançamento para breve de um livro sobre as suas memórias da “vivência da era colonial” e da descolonização.
“O livro já está escrito, espero que a verdade seja reposta”, disse Almeida Santos, referindo-se à imagem negativa da descolonização que admitiu existir em “muitos portugueses”.
CORREIO DA MANHÃ - 16.04.2006
16-04-2006
Colocando as “idiotices” de Sérgio Vieira no seu contexto!
O colunista do semanário “domingo”, Sérgio Vieira, disserta, a 9 de Abril corrente, sobre “escrever idiotices”, onde, entre vários tiros disparados no escuro contra a classe jornalística, desagua numa posição de ataque frontal a um pensamento nosso veiculado em editorial há semanas atrás.
Escreve o colunista, a dado passo, o seguinte:
“ Um colega desse articulista na ignorância ou apenas na precipitação de escrever e agradar a alguém lá fora, a propósito do assassinato, a todos os títulos, condenável do deputado Mascarenhas, especula e brinda-nos com esta estultíci : Parece que estamos a voltar aos tempos do SNASP, aos tempos de grave limitação das liberdades fundamentais dos cidadãos, incluindo a liberdade de viver tranquila e livremente”.
Continuando, Sérgio Vieira, que já foi ministro do SNASP, acrescenta:
“Esse jornalista, no passado afastado de uma escola, docente, por comportamento indevido, o que sabe do SNASP? As vidas salvas pelo SNASP? A neutralização de tentativas de crimes pelos serviços rodesianos? A descoberta das provas da cumplicidade de Banda com os crimes cometidos contra as populações de Moçambique? As intervenções que bloquearam tráfico de armas para desmobilizar países vizinhos e amigos? O resgate de reféns? O desmascarar as violações da DMI sul-africana de acordos firmados visando abaixar o nível de confrontação militar no sub-continente? O haver provado se dotava de armas nucleares para atacar Moçambique e Angola? O que pretende atingir esse jornalista?....”
Vamos olhar, de perto, os arrazoados deste ilustre colunista da praça.
Começa por dizer que o nosso escrito ou foi “por ignorância ou por precipitação de escrever para agradar a alguém lá fora”.
Nem uma coisa nem outra. Não somos ignorantes sobre o que dizemos e escrevemos. Somos moçambicanos atentos e contribuintes do processo de desenvolvimento do País, muito antes da criação do SNASP. A nossa vida não começa com o SNASP, pelo que possuímos elementos de comparação entre os períodos anterior, durante e depois do SNASP. Também nunca escrevemos para agradar a “alguém de lá fora”, pois o nosso público-alvo está cá dentro de Moçambique, o nosso público-alvo são leitores residentes em Moçambique. É por isso que temos bancas de revenda do jornal em todas as províncias do País e ainda não conseguimos ter nenhuma banca lá fora. Portanto, se conseguimos agradar a alguém, esse alguém é o nosso leitor principal e ficamos satisfeitos com isso. Mas, também desagradamos alguns leitores, como o demonstra a raiva escrita do colunista Sérgio Vieira.
Vieira escreve, logo a seguir, uma lamentável mentira, insinuando coisas que a termos que debatê-las abertamente iríamos, tristemente, lembrar em público o racismo e outras coisas feias envolvendo a pessoa da falecida Dra. Luisa Vieira (Paz à sua alma!), esposa do colunista.
São processos históricos que o colunista Vieira não possui capacidade nem serenidade para debatê-las com a isenção necessária porque não os viveu, pelo que, a não ser que nos peça, nós preferimos ser superiores a intrigas de pessoas habituadas a “lixar” os outros.
Em nosso modesto entender, Sérgio Vieira labora em vários equívocos, sendo o principal deles o de continuar a pensar que ainda detém os poderes que detinha como chefe do SNASP, incluindo o poder de mandar calar e matar as pessoas que tinham uma opinião contrária à sua.
Felizmente, hoje as coisas mudaram e não mudaram graças a pessoas como Sérgio Vieira, pois para essas pessoas, felizmente poucas, o tempo do SNASP era o áuge do bem-estar das populações e, sobretudo, deles próprios que tanto podiam enganar, como chicotear e/ou fuzilar, pública e impunemente, parte dessas populações.
Portanto, temos a plena consciência de que estamos a discutir com um homem parado no tempo do SNASP e que até lhe convém uma defesa acérrima dessa instituição, de trsite memória, da qual foi chefe máximo durante uma parte da sua vida.
Se o SNASP possui todas as glórias e virtudes acima evocadas por Sérgio Vieira, qual foi a razão do seu desmantelamento? Ou seja, se o SNASP fazia tão bem ao povo moçambicano por que é que foi desmantelado? Ou por que é que o Senhor Sérgio Vieira, que foi parlamentar durante uma infinidade, nunca propôs a sua recuperação, só o fazendo como colunista de jornais?
Nós, que nunca colaboramos com organizações repressivas do povo, estamos muito à-vontade ao falarmos deste assunto e desafiamos o ex-ministro do SNASP a provar que alguma vez fizemos algo similar com uma colaboração com o SNASP.
Enquanto Sérgio Vieira só vê coisas floreadas sobre o SNASP, Samora Machel, digníssimo tribuno desta nação, via o SNASP como o povo o via, isto é, como uma organização demasiado infiltrada por pessoas de conduta duvidosa e que se serviam dela para reprimir, torturar e assassinar o povo, razão pela qual Samora convocou um comício popular no dia 5 de Novembro de 1982, no qual disse o seguinte sobre as Forças de Defesa e Segurança, em particular sobre a “dama” do colunista Sérgio Vieira:
Escreve o colunista, a dado passo, o seguinte:
“ Um colega desse articulista na ignorância ou apenas na precipitação de escrever e agradar a alguém lá fora, a propósito do assassinato, a todos os títulos, condenável do deputado Mascarenhas, especula e brinda-nos com esta estultíci : Parece que estamos a voltar aos tempos do SNASP, aos tempos de grave limitação das liberdades fundamentais dos cidadãos, incluindo a liberdade de viver tranquila e livremente”.
Continuando, Sérgio Vieira, que já foi ministro do SNASP, acrescenta:
“Esse jornalista, no passado afastado de uma escola, docente, por comportamento indevido, o que sabe do SNASP? As vidas salvas pelo SNASP? A neutralização de tentativas de crimes pelos serviços rodesianos? A descoberta das provas da cumplicidade de Banda com os crimes cometidos contra as populações de Moçambique? As intervenções que bloquearam tráfico de armas para desmobilizar países vizinhos e amigos? O resgate de reféns? O desmascarar as violações da DMI sul-africana de acordos firmados visando abaixar o nível de confrontação militar no sub-continente? O haver provado se dotava de armas nucleares para atacar Moçambique e Angola? O que pretende atingir esse jornalista?....”
Vamos olhar, de perto, os arrazoados deste ilustre colunista da praça.
Começa por dizer que o nosso escrito ou foi “por ignorância ou por precipitação de escrever para agradar a alguém lá fora”.
Nem uma coisa nem outra. Não somos ignorantes sobre o que dizemos e escrevemos. Somos moçambicanos atentos e contribuintes do processo de desenvolvimento do País, muito antes da criação do SNASP. A nossa vida não começa com o SNASP, pelo que possuímos elementos de comparação entre os períodos anterior, durante e depois do SNASP. Também nunca escrevemos para agradar a “alguém de lá fora”, pois o nosso público-alvo está cá dentro de Moçambique, o nosso público-alvo são leitores residentes em Moçambique. É por isso que temos bancas de revenda do jornal em todas as províncias do País e ainda não conseguimos ter nenhuma banca lá fora. Portanto, se conseguimos agradar a alguém, esse alguém é o nosso leitor principal e ficamos satisfeitos com isso. Mas, também desagradamos alguns leitores, como o demonstra a raiva escrita do colunista Sérgio Vieira.
Vieira escreve, logo a seguir, uma lamentável mentira, insinuando coisas que a termos que debatê-las abertamente iríamos, tristemente, lembrar em público o racismo e outras coisas feias envolvendo a pessoa da falecida Dra. Luisa Vieira (Paz à sua alma!), esposa do colunista.
São processos históricos que o colunista Vieira não possui capacidade nem serenidade para debatê-las com a isenção necessária porque não os viveu, pelo que, a não ser que nos peça, nós preferimos ser superiores a intrigas de pessoas habituadas a “lixar” os outros.
Em nosso modesto entender, Sérgio Vieira labora em vários equívocos, sendo o principal deles o de continuar a pensar que ainda detém os poderes que detinha como chefe do SNASP, incluindo o poder de mandar calar e matar as pessoas que tinham uma opinião contrária à sua.
Felizmente, hoje as coisas mudaram e não mudaram graças a pessoas como Sérgio Vieira, pois para essas pessoas, felizmente poucas, o tempo do SNASP era o áuge do bem-estar das populações e, sobretudo, deles próprios que tanto podiam enganar, como chicotear e/ou fuzilar, pública e impunemente, parte dessas populações.
Portanto, temos a plena consciência de que estamos a discutir com um homem parado no tempo do SNASP e que até lhe convém uma defesa acérrima dessa instituição, de trsite memória, da qual foi chefe máximo durante uma parte da sua vida.
Se o SNASP possui todas as glórias e virtudes acima evocadas por Sérgio Vieira, qual foi a razão do seu desmantelamento? Ou seja, se o SNASP fazia tão bem ao povo moçambicano por que é que foi desmantelado? Ou por que é que o Senhor Sérgio Vieira, que foi parlamentar durante uma infinidade, nunca propôs a sua recuperação, só o fazendo como colunista de jornais?
Nós, que nunca colaboramos com organizações repressivas do povo, estamos muito à-vontade ao falarmos deste assunto e desafiamos o ex-ministro do SNASP a provar que alguma vez fizemos algo similar com uma colaboração com o SNASP.
Enquanto Sérgio Vieira só vê coisas floreadas sobre o SNASP, Samora Machel, digníssimo tribuno desta nação, via o SNASP como o povo o via, isto é, como uma organização demasiado infiltrada por pessoas de conduta duvidosa e que se serviam dela para reprimir, torturar e assassinar o povo, razão pela qual Samora convocou um comício popular no dia 5 de Novembro de 1982, no qual disse o seguinte sobre as Forças de Defesa e Segurança, em particular sobre a “dama” do colunista Sérgio Vieira:
· “Elementos infiltrados nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) espancam e torturam o povo sob vários pretextos. A agressão e tortura são usadas como um meio de punição de erros, muitas vezes imaginários; como um meio de fazer as pessoas confessar crimes, cometidos ou não, como um meio de intimidação, de impedir que a população denuncie crimes cometidos por esses infiltrados; para extorquir bens da população e como forma de vingança pessoal.
· Elementos infiltrados nas FDS fazem prisões arbitrárias nas seguintes circunstâncias: como forma de resolver querelas pessoais, como vingança contra pessoas que apresentam queixas de abusos cometidos por eles, para intimidar a população, para roubar os bens dos detidos, para ficar com as casas dos detidos, para abusar das esposas e filhas dos prisioneiros, para abusar das mulheres detidas.
· Infiltrados nas FDS também abusam das mulheres em outras circunstâncias tais como: violação sexual usando a força física ou ameaçando com arma; violação sexual de menores tanto usando a força ou usando o prestígio do uniforme ou da estrutura a que estão infiltrados; seduzindo e engravidando raparigas depois de promessas de casamento que não são cumpridas; sedução de mulheres casadas usando prestígio do uniforme ou das estruturas; ofensas contra o pudor forçando mulheres a despirem-se sob ameaças ou falsos pretextos.
· Infiltrados nas FDS roubam da população, particularmente nas seguintes circunstâncias: ataques armados, extorsão na estrada e nos pontos de controle fronteiriço, usando o pretexto de que confiscam os bens para o Estado; arrombamentos de casas nos arredores dos quartéis em que os ladrões escondem-se dentro dos próprios quartéis.
· Infiltrados nas FDS recrutam seus familiares e amigos para estas forças na base do nepotismo criando assim uma rede de compromissos que muitas vezes transformam-se em cumplicidade nos desvios e crimes cometidos.
· Infiltrados nas FDS, em particular no SNASP, reproduzem o estilo e métodos de trabalho da polícia secreta capitalista na tentativa de intimidar e aterrorizar a população”.(In “The Enemy Within”, Colecção Bulding a Nation, 1982, Maputo).
É a isto, caro colunista Sérgio Vieira, que nós não queremos regressar mais. É a isto que nos referimos quando alertamos que não devemos aceitar voltar ao período de grave limitação das liberdades dos cidadãos, como acima está descrito.
À pergunta do colunista Vieira sobre “o que pretende atingir esse jornalista”, respondemos que pretendemos atingir um estágio democrático em que jamais seja possível voltar ao tempo do SNASP.
Não queremos, jamais, que esse período sinistro da História Nacional se repita!
Salomão Moyana - ZAMBEZE - 13.04.2006
À pergunta do colunista Vieira sobre “o que pretende atingir esse jornalista”, respondemos que pretendemos atingir um estágio democrático em que jamais seja possível voltar ao tempo do SNASP.
Não queremos, jamais, que esse período sinistro da História Nacional se repita!
Salomão Moyana - ZAMBEZE - 13.04.2006
13-04-2006
A MULHER MOÇAMBICANA E SUAS FASES DE TRANSFORMAÇÃO 1975-2005
Por: Linette Olofsson
Dedicação as mulheres moçambicanas nascidas na década 70
“Tudo no homem depende da civilização. É portanto, sobre o Estado social que se apoia o edifício da sua grandeza”
-D’ Olivet Antonie-França- 1767-1825
Ainda na esteira do 7 de Abril, urge olhar para a mulher como uma das importantes forças motrizes para um desenvolvimento humano a partir da base da sua primária socialização. Numa sociedade de exclusão como a nossa, seria de certa forma muito vago se se pretendesse penetrar na questão “mulher” descurando-se as fases pelas quais ela passou. Tal como na pretérita reflexão, continuo afirmando que não pretendo fazer um estudo profundo sobre a matéria, pois o assunto “mulher” é multifacetado. É matéria de estudos em diversos ângulos. Aqui importa apenas reflectir sobre a “dor” da mulher; sobre aquilo que a minha visão, de cidadã, me mostra ao longo destes anos todos de “independência”. Para tal, vou dividir este texto em duas etapas, tal como se segue:
12-04-2006
A Propósito do 7 de Abril - Dia da Mulher Moçambicana
Uma Reabilitação importante da História:
CELINA MUHLANGA SIMANGO
Uma Mártir paradigmática, ignorada em Moçambique. (Muhlanga, lê-se aproximadamente Mux.Lhanga – (Muchanga)
CELINA MUHLANGA SIMANGO
Uma Mártir paradigmática, ignorada em Moçambique. (Muhlanga, lê-se aproximadamente Mux.Lhanga – (Muchanga)
Ensaio
A Propósito do 7 de Abril - Dia da Mulher Moçambicana
por João Craveirinha
A Propósito do 7 de Abril - Dia da Mulher Moçambicana
por João Craveirinha
PREÂMBULO ETNO-HISTÓRICO XINDAO / INGUNI:
Excerto de saudação laudatória (de louvor) muito antiga – mais de 100 anos. Xithopo / xithoko – zelo: «Davuka! Muhlanga! Duva!... Va Ka Muhlanga Va Huma Musapa i Vandau». (Acorda Muchanga! Zebra!... Os Muchangas saiem de Mussapa são vaNdao) …«xa ku remero ra re kure, bare» (nascidos de algo pesado que veio de longe).
Excerto de saudação laudatória (de louvor) muito antiga – mais de 100 anos. Xithopo / xithoko – zelo: «Davuka! Muhlanga! Duva!... Va Ka Muhlanga Va Huma Musapa i Vandau». (Acorda Muchanga! Zebra!... Os Muchangas saiem de Mussapa são vaNdao) …«xa ku remero ra re kure, bare» (nascidos de algo pesado que veio de longe).
Segundo a História o Clã Muchanga veio de muito de longe. Originário para lá do Sul de Moçambique (Cordilheira dos Libombos - Suazilândia). De uma origem muito antiga iNduanduê (iNguni), derrotados em guerras com os Muthétuas – Zulos da era de Tchaca Senzagakhona iZulo (1816 / 1828). Alguns são integrados nos Zulos. Um dos generais vaNguni convertidos do Imperador Tchaca Zulo (n.1787 / m.1828), era Muhlanga. Outros Muhlangas (Muchangas), fogem mais para Norte (Zimbabué e Manica), integrados nas hordas vaNguni (dos Grandes). Em 1825, iNgunis reconquistam Mussapa e Mossurize chefiados pelo iNkôssi Soshangana, General do derrotado Zuide, Rei iNduanduê. Soshangana, mais tarde avô de Mundungazi (alcunhado inGungunhane), segundo filho de uMuzila na linha de sucessão do Império da velha Gaza em Manica (e Sofala). (O nome Mundungazi provém de Mundu = pessoa – iNgazi = sangue (real). Palavras de origem shona / indao). O verdadeiro nome de inGungunhane era iNdao e isto nunca havia sido dito antes.
Na invasão do Sul do Save (1889), o Imperador Mundungazi, de alcunha inGungunhane o iNgonhamo (leão), marcha com cerca de 100 mil vaNdao (despovoando Mussapa e Mossurize), rumo a Mandlha – inKaze (Mandlakaze - Mandjacaze), massacrando os vaLengue (chopes) em maioria –, do rio Limpopo ao rio Save. Um dos dois principais tiNduna – chefes de inGungunhane era o todo poderoso General Simango e outro de nome muTazabano, veteranos do tempo de seu pai uMuzila, sepultado em Udengo – Manica (Sofala), onde permanece. Outros Muhlangas (Muchangas) fixam-se no Sul do Save na Nova Gaza, depois da conquista.
Os Muchangas, anteriormente (1820/30), ocupam Mussapa – Manica (dos dois lados de Moçambique e de Zimbabué), zona dos Shonas, conquistando-os. Surge o fenómeno de aculturação mútua – vencedores iNgunis Muchangas com Shonas derrotados. Mais tarde os Shonas de Moçambique são denonimados – iNdao. (Vide livro de Crónicas Históricas, 2ª edição: - Moçambique, Feitiços, Cobras e Lagartos, pag. 45, último parágrafo).
A saudação laudatória final dos Muchangas entoada em xiNguni é elucidativa: «Hlambasi wa Mafukuthe, wa Ucenga. Yebo!». Indicação de que na realidade o Clã Muchanga é vaNguni e veio do Sul, o mesmo se aplicando aos Dhlakamas (De – lha – kamas).
Na origem de Mamã CELINA MUHLANGA (n.1937? / m.1981?), esposa do reverendo Uria SIMANGO (antigo vice - Presidente da FRELIMO), correm genes (ADN) de lendários guerreiros Muhlangas (Muchangas) e na descendência de seu casamento (filhos), se misturam ainda genes de avós Tivanes dos iMpfumos (rongas de Maputso) e Shonas de Zimbabué da parte do pai Uria Simango (n.1926/m.1981?); outro grande mártir do Nacionalismo Africano e de Moçambique. (ADN = ácido desoxirribonucleico).
Na invasão do Sul do Save (1889), o Imperador Mundungazi, de alcunha inGungunhane o iNgonhamo (leão), marcha com cerca de 100 mil vaNdao (despovoando Mussapa e Mossurize), rumo a Mandlha – inKaze (Mandlakaze - Mandjacaze), massacrando os vaLengue (chopes) em maioria –, do rio Limpopo ao rio Save. Um dos dois principais tiNduna – chefes de inGungunhane era o todo poderoso General Simango e outro de nome muTazabano, veteranos do tempo de seu pai uMuzila, sepultado em Udengo – Manica (Sofala), onde permanece. Outros Muhlangas (Muchangas) fixam-se no Sul do Save na Nova Gaza, depois da conquista.
Os Muchangas, anteriormente (1820/30), ocupam Mussapa – Manica (dos dois lados de Moçambique e de Zimbabué), zona dos Shonas, conquistando-os. Surge o fenómeno de aculturação mútua – vencedores iNgunis Muchangas com Shonas derrotados. Mais tarde os Shonas de Moçambique são denonimados – iNdao. (Vide livro de Crónicas Históricas, 2ª edição: - Moçambique, Feitiços, Cobras e Lagartos, pag. 45, último parágrafo).
A saudação laudatória final dos Muchangas entoada em xiNguni é elucidativa: «Hlambasi wa Mafukuthe, wa Ucenga. Yebo!». Indicação de que na realidade o Clã Muchanga é vaNguni e veio do Sul, o mesmo se aplicando aos Dhlakamas (De – lha – kamas).
Na origem de Mamã CELINA MUHLANGA (n.1937? / m.1981?), esposa do reverendo Uria SIMANGO (antigo vice - Presidente da FRELIMO), correm genes (ADN) de lendários guerreiros Muhlangas (Muchangas) e na descendência de seu casamento (filhos), se misturam ainda genes de avós Tivanes dos iMpfumos (rongas de Maputso) e Shonas de Zimbabué da parte do pai Uria Simango (n.1926/m.1981?); outro grande mártir do Nacionalismo Africano e de Moçambique. (ADN = ácido desoxirribonucleico).
Mas que crime terá cometido Mamã Celina? O “Crime” de ser MULHER, ESPOSA e MÃE MOÇAMBICANA?! Ou na realidade, Celina Muhlanga Simango, terá sido uma Mártir da Independência e da Liberdade simbolizando todas as outras MULHERES MÁRTIRES ignoradas que a Luta pela Independência gerou?
“Mama” Celina foi Presidenta da LIFEMO – LIga FEminina MOçambicana que daria origem ao D.E.F (1968) e à OMM a 16 Março 1973. Ao citarem a OMM sem dúvida um dia na História, o nome de Celina Muhlanga Simango, terá de ser lembrado como uma das pioneiras na organização política feminina na Luta anti-colonial em Moçambique e em África.
A 4 Março 1968, é extinta a LIFEMO e criado o D.E.F – Destacamento Feminino da FRELIMO do qual Josina Muthemba viria a participar como dirigente. Josina Abiatar Muthemba (mais tarde Machel), nasce em 1945. É mãe a 23 de Novembro 1969. Morre em 7 de Abril 1971, em Dar-es-Salaam (Hospital Chinês de Kurassine). Sucumbe ao esforço físico de acompanhar a situação das crianças afectadas pela guerra, no interior de Moçambique – Cabo Delgado e Niassa. Daí o 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana.
No entanto, Celina Muhlanga Simango, sofreria no corpo e na alma rasgada de dor o destino cruel de todas as mártires de uma Luta de Libertação. Fiel ao lado de seu marido cumprindo a jura celebrada no casamento cristão: “até que a morte nos separe” – na realidade nem na morte separados. Estariam unidos para sempre na entrega total pela causa de uma Independência de Moçambique para outros a desfrutarem sem a merecerem. “Os primeiros serão os últimos” –, reza a Bíblia que seu marido, Uria Simango, tão bem conhecia assim como os Cânticos dos Salmos de que se serviu para atenuar a dor física das bastonadas a oito mãos que recebia na tortura em 1975 no campo de Nachingueia em Tanzania.
No dia das Mulheres Moçambicanas, resgato a memória de Mamã Celina Muhlanga Simango, humilhada, torturada, somente por não renegar seu marido Reverendo Uria Simango – Presidente interino da Frelimo após a morte de Eduardo Mondlane, em 3 Fevereiro 1969. Em Novembro de 1969, Uria Simango é oficialmente expulso da Frente de Libertação de Moçambique – FRELIMO.
Na figura dessa Mulher – Esposa – Mãe, Celina, se resgatam todas as MULHERES Moçambicanas ou Moçambicanizadas que foram caluniadas, presas e enviadas a fatídicos campos da morte por Moçambique fora e em Niassa, nas diversas operações produção desde 1975. MULHERES violentadas na condição humana, e, outras, na fuga, devoradas por leões ou mortas por metralhadoras kalashenikove.
In Memoriam a essas MULHERES MÁRTIRES, este Dialogando de hoje, sem diálogo, chora lágrimas de silêncio!
(João Craveirinha)
Tanzânia – Nachingueia – Janeiro 1975 – Apresentação dos ditos “reaccionários” depois de uma noite de tortura. Da esquerda para a direita: pintor João Craveirinha (autor desta crónica); estudante José Francisco, 1º Comdt. de mísseis Pedro Simango; Dr João Unhai (médico); Prof. Dr. Faustino Kambeu (Direito Internacional); professora Celina Muchanga Simango (esposa do Rev. Uria Simango). Todos dissidentes da FRELIMO. (Foto arquivo de J.Craveirinha).
Publicado em O AUTARCA e CANAL DE MOÇAMBIQUE - 12.04.2006
“Mama” Celina foi Presidenta da LIFEMO – LIga FEminina MOçambicana que daria origem ao D.E.F (1968) e à OMM a 16 Março 1973. Ao citarem a OMM sem dúvida um dia na História, o nome de Celina Muhlanga Simango, terá de ser lembrado como uma das pioneiras na organização política feminina na Luta anti-colonial em Moçambique e em África.
A 4 Março 1968, é extinta a LIFEMO e criado o D.E.F – Destacamento Feminino da FRELIMO do qual Josina Muthemba viria a participar como dirigente. Josina Abiatar Muthemba (mais tarde Machel), nasce em 1945. É mãe a 23 de Novembro 1969. Morre em 7 de Abril 1971, em Dar-es-Salaam (Hospital Chinês de Kurassine). Sucumbe ao esforço físico de acompanhar a situação das crianças afectadas pela guerra, no interior de Moçambique – Cabo Delgado e Niassa. Daí o 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana.
No entanto, Celina Muhlanga Simango, sofreria no corpo e na alma rasgada de dor o destino cruel de todas as mártires de uma Luta de Libertação. Fiel ao lado de seu marido cumprindo a jura celebrada no casamento cristão: “até que a morte nos separe” – na realidade nem na morte separados. Estariam unidos para sempre na entrega total pela causa de uma Independência de Moçambique para outros a desfrutarem sem a merecerem. “Os primeiros serão os últimos” –, reza a Bíblia que seu marido, Uria Simango, tão bem conhecia assim como os Cânticos dos Salmos de que se serviu para atenuar a dor física das bastonadas a oito mãos que recebia na tortura em 1975 no campo de Nachingueia em Tanzania.
No dia das Mulheres Moçambicanas, resgato a memória de Mamã Celina Muhlanga Simango, humilhada, torturada, somente por não renegar seu marido Reverendo Uria Simango – Presidente interino da Frelimo após a morte de Eduardo Mondlane, em 3 Fevereiro 1969. Em Novembro de 1969, Uria Simango é oficialmente expulso da Frente de Libertação de Moçambique – FRELIMO.
Na figura dessa Mulher – Esposa – Mãe, Celina, se resgatam todas as MULHERES Moçambicanas ou Moçambicanizadas que foram caluniadas, presas e enviadas a fatídicos campos da morte por Moçambique fora e em Niassa, nas diversas operações produção desde 1975. MULHERES violentadas na condição humana, e, outras, na fuga, devoradas por leões ou mortas por metralhadoras kalashenikove.
In Memoriam a essas MULHERES MÁRTIRES, este Dialogando de hoje, sem diálogo, chora lágrimas de silêncio!
(João Craveirinha)
Tanzânia – Nachingueia – Janeiro 1975 – Apresentação dos ditos “reaccionários” depois de uma noite de tortura. Da esquerda para a direita: pintor João Craveirinha (autor desta crónica); estudante José Francisco, 1º Comdt. de mísseis Pedro Simango; Dr João Unhai (médico); Prof. Dr. Faustino Kambeu (Direito Internacional); professora Celina Muchanga Simango (esposa do Rev. Uria Simango). Todos dissidentes da FRELIMO. (Foto arquivo de J.Craveirinha).
Publicado em O AUTARCA e CANAL DE MOÇAMBIQUE - 12.04.2006
11-04-2006
A jóia dos “históricos” está a apodrecer aos bocados
Museu da Revolução
“Desde 1984 que não é reabilitado” - director Adriano Mariquele
O Museu da Revolução, paragem obrigatória de todas as delegações no tempo do «socialismo científico» implantado na Av. 24 de Julho em Maputo – mesmo ao lado do hoje esplendoroso e bem conservado edifício ismaelita de «Sua Alteza Aka Khan» e da «Igreja Universal do Reino de Deus» – encontra-se praticamente “abandonado” e a apodrecer aos bocados. A degradação vai tomando conta do seu edifício à medida que os dias vão passando sem que alguém se preocupe em locar verba para a sua reabilitação.
O seu director, Adriano Mariquele, diz mesmo que desde 1984 que não há um metical para a manutenção do templo que guarda a herança viva dos heróis da Luta Armada de Libertação Nacional.
O edifício possui quatro pisos. As escadas apresentam os corrimãos danificados. Quase todos os vidros das suas janelas estão partidos. As casas de banhos estão danificadas. As paredes das salas apresentam fissuras. Há infiltração de água. E o mais sintomático, conforme testemunhámos, quando passam viaturas pesadas pela avenida a que dá a fachada, o edifício treme.
O director do Museu, Adriano Mariquele, em entrevista ao «Canal de Moçambique» diz que aquele património cultural desde 1984 que não é reabilitado, razão pela qual apresenta o actual estado miserável.
Aquele edifício que contém parte da história da «Frente de Libertação de Moçambique» e da própria luta anti-colonial. Ninguém liga àquilo. Está a deteriorar-se dia após dia.
O director afirma que o edifício precisa de uma reabilitação de raiz. Quanto muito o governo devia prestar mais atenção a trabalhos de manutenção de rotina às estruturas físicas do «Museu da Revolução». Mas nada disso acontece desde 1984. Dois anos depois morreu Samora Machel.
A degradação não afecta apenas a estrutura do edifício como também atinge os materiais expostos.
Mariquele disse ainda ao «Canal» que a estrutura das vitrinas que protegem as fotografias, brochuras, fardamentos e armamento militar expostos, também não se encontra em bom estado de conservação, “razão pela qual o material nele contido está deteriorar-se”.
Segundo o director do Museu as obras expostas estão a ser conservadas de uma maneira não convencional, ou seja, grosso modo, “ao jeito da imaginação dos funcionários porque os produtos que deveriam ser aplicados quer no papel, pau e tecidos não existem”.
No rol dos problemas que o museu está atravessar Mariquele vincou ainda a falta de condições de trabalho, equipamento e segurança dos funcionários. Segundo ele existem vezes que estes ao fazerem limpeza das vitrinas ficam intoxicados com poeiras devido à antiguidade do material exposto. Mais grave ainda, sem o tratamento adequado.
Para Mariquele, caso o actual cenário persista o museu vai deixar de existir. “Assim com essas dificuldades todas corremos o risco de fechar os museus”.
De acordo com a nossa fonte, o problema existente no «Museu da Revolução» não afecta unicamente aquela instituição mas, sim, a todos os outros museus do país.
“O nosso País está atravessar problemas graves com relação a manutenção e reabilitação de raiz do património cultural existente nos nossos museus”.
“Os nossos museus têm problemas graves de manutenção e reabilitação”, realçou.
“O governo deve injectar dinheiro para pelo menos conservarem-se de uma melhor forma as obras do Museu da Revolução”.
Não obstante a situação, o director do Museu da Revolução mostrou-se ainda mais preocupado com os problemas referentes ao edifício, mais concretamente, às fissuras nas paredes, infiltração de água, casas de banho danificadas, vidros partidos, paredes a escamar das salas de exposição de obras e alguns corrimões das escadas partidos.
Enquanto isso
O director do Museu de História Natural, Luís Cabral, disse num outro desenvolvimento que os museus, incluindo o que dirige, têm muitos problemas que disse acreditar não vão ser resolvidos a curto prazo porque “o dinheiro desembolsado não dá para custear” os trabalho de manutenção, reparação rotineira e reabilitação.
(Conceição Vitorino) – CANAL DE MOÇAMBIQUE – 11.04.2006
“Desde 1984 que não é reabilitado” - director Adriano Mariquele
O Museu da Revolução, paragem obrigatória de todas as delegações no tempo do «socialismo científico» implantado na Av. 24 de Julho em Maputo – mesmo ao lado do hoje esplendoroso e bem conservado edifício ismaelita de «Sua Alteza Aka Khan» e da «Igreja Universal do Reino de Deus» – encontra-se praticamente “abandonado” e a apodrecer aos bocados. A degradação vai tomando conta do seu edifício à medida que os dias vão passando sem que alguém se preocupe em locar verba para a sua reabilitação.
O seu director, Adriano Mariquele, diz mesmo que desde 1984 que não há um metical para a manutenção do templo que guarda a herança viva dos heróis da Luta Armada de Libertação Nacional.
O edifício possui quatro pisos. As escadas apresentam os corrimãos danificados. Quase todos os vidros das suas janelas estão partidos. As casas de banhos estão danificadas. As paredes das salas apresentam fissuras. Há infiltração de água. E o mais sintomático, conforme testemunhámos, quando passam viaturas pesadas pela avenida a que dá a fachada, o edifício treme.
O director do Museu, Adriano Mariquele, em entrevista ao «Canal de Moçambique» diz que aquele património cultural desde 1984 que não é reabilitado, razão pela qual apresenta o actual estado miserável.
Aquele edifício que contém parte da história da «Frente de Libertação de Moçambique» e da própria luta anti-colonial. Ninguém liga àquilo. Está a deteriorar-se dia após dia.
O director afirma que o edifício precisa de uma reabilitação de raiz. Quanto muito o governo devia prestar mais atenção a trabalhos de manutenção de rotina às estruturas físicas do «Museu da Revolução». Mas nada disso acontece desde 1984. Dois anos depois morreu Samora Machel.
A degradação não afecta apenas a estrutura do edifício como também atinge os materiais expostos.
Mariquele disse ainda ao «Canal» que a estrutura das vitrinas que protegem as fotografias, brochuras, fardamentos e armamento militar expostos, também não se encontra em bom estado de conservação, “razão pela qual o material nele contido está deteriorar-se”.
Segundo o director do Museu as obras expostas estão a ser conservadas de uma maneira não convencional, ou seja, grosso modo, “ao jeito da imaginação dos funcionários porque os produtos que deveriam ser aplicados quer no papel, pau e tecidos não existem”.
No rol dos problemas que o museu está atravessar Mariquele vincou ainda a falta de condições de trabalho, equipamento e segurança dos funcionários. Segundo ele existem vezes que estes ao fazerem limpeza das vitrinas ficam intoxicados com poeiras devido à antiguidade do material exposto. Mais grave ainda, sem o tratamento adequado.
Para Mariquele, caso o actual cenário persista o museu vai deixar de existir. “Assim com essas dificuldades todas corremos o risco de fechar os museus”.
De acordo com a nossa fonte, o problema existente no «Museu da Revolução» não afecta unicamente aquela instituição mas, sim, a todos os outros museus do país.
“O nosso País está atravessar problemas graves com relação a manutenção e reabilitação de raiz do património cultural existente nos nossos museus”.
“Os nossos museus têm problemas graves de manutenção e reabilitação”, realçou.
“O governo deve injectar dinheiro para pelo menos conservarem-se de uma melhor forma as obras do Museu da Revolução”.
Não obstante a situação, o director do Museu da Revolução mostrou-se ainda mais preocupado com os problemas referentes ao edifício, mais concretamente, às fissuras nas paredes, infiltração de água, casas de banho danificadas, vidros partidos, paredes a escamar das salas de exposição de obras e alguns corrimões das escadas partidos.
Enquanto isso
O director do Museu de História Natural, Luís Cabral, disse num outro desenvolvimento que os museus, incluindo o que dirige, têm muitos problemas que disse acreditar não vão ser resolvidos a curto prazo porque “o dinheiro desembolsado não dá para custear” os trabalho de manutenção, reparação rotineira e reabilitação.
(Conceição Vitorino) – CANAL DE MOÇAMBIQUE – 11.04.2006
10-04-2006
Entrevista de Manuel Monge -1995
Manuel Monge, General na Reserva, é hoje Governador Civil de Beja. Em 1995 concedeu uma importante entrevista a Maria João Avilez que recordo integralmente. Realço, no entanto, as seguintes passagens:
P. - Entretanto, acompanha, a Londres, Mário Soares, então ministro dos Negócios Estrangeiros, para a primeira negociação do cessar-fogo na Guiné. Que descolonização pensavam fazer os militares que rodeavam Spínola? Que "instruções" havia?
R. - Fomos a Londres e, depois, a Argel negociar o cessar-fogo com o PAIGC. A situação militar no terreno era muito difícil e, no campo político, a independência da Guiné, proclamada unilateralmente em 1973, fora já reconhecida por dezenas de países. Apesar disto, o povo da Guiné bem precisaria que não tivéssemos saído com a pressa com que o fizemos... Em Londres, o PAIGC propôs-nos um prazo largo para a nossa saída da Guiné. Só que a situação na Guiné foi pressionada para se reflectir em Moçambique e, principalmente, em Angola, onde não havia problemas militares. Sentimos essa pressão e vislumbrámos essa estratégia, inspirada pela União Soviética e conduzida pela OUA. E que, em Portugal, tinha como grandes aliados a ala radical do MFA e o PCP.
P. - Mas não me respondeu sobre se havia ou não algum tipo de "instruções" para a condução das negociações...
R. - Na véspera de partir para Londres, em 26 ou 27 de Maio de 1974, houve, à noite, uma assembleia do MFA na Manutenção Militar...
P. - O MFA continuava a reunir, a deliberar...
R. - Naquela altura, havia decisões que era difícil serem tomadas por outra instância. Perguntei aos meus camaradas se, nas negociações onde ia tomar parte, devíamos mostrar firmeza no sentido de acautelar os nossos interesses - ainda que nos pudesse acarretar dificuldades militares no terreno - ou se devíamos, como o Otelo defendia (e veio, aliás, a fazer com o Samora Machel!), considerar os movimentos emancipalistas credores de total apoio e confiança. Numa acalorada discussão, a maioria da assembleia concordou com a minha posição. Com essa disposição segui para Londres. Mas os líderes radicais do MFA faziam o jogo da parte negociadora adversa (chegando a encontrar-se às escondidas com os líderes africanos...), inviabilizando assim, totalmente, os esforços dos negociadores portugueses, nomeadamente dos ministros Mário Soares e Almeida Santos.
P. - Quem se encontrou às escondidas com quem? Quem fazia o jogo da parte adversa?
R. - O marechal Spínola conta tudo isso em pormenor no seu livro "País sem Rumo". Os nomes estão lá todos!
P. - Estou a entrevistá-lo a si e não ao marechal Spínola... A sua ideia da descolonização é negra! Não é vulgar ouvir um militar com responsabilidades no 25 de Abril acusar outros militares de forma tão frontal...
R. - Só para a descolonização era preciso uma entrevista! Apesar de feita tardiamente (reconheço isso), deveria ter sido conduzida doutro modo. Na altura, o MFA radical e os seus aliados políticos chamaram-lhe descolonização exemplar; agora dizem que foi a descolonização possível. É falso. Foi a descolonização que os líderes do MFA quiseram, inclusive curto-circuitando, secundarizando, ultrapassando os ministros civis do Governo que tomaram parte nas mesmas. Perseguindo e prendendo, e deixando levar à morte em África e Timor - como Joana Simeão, Magiolo Gouveia e tantos outros -, aqueles que tentaram opor-se. Começou a sua série de entrevistas com o tenente-coronel Melo Antunes, que nos acusou - a nós, o grupo próximo do general Spínola - de lhe termos dificultado os seus projectos descolonizadores. Foi óptima essa confissão de Melo Antunes. É que não me revejo nessa descolonização exemplar que provocou a terrível guerra civil de Angola, o genocídio do povo de Timor e a mais horrorosa miséria em Moçambique. Mas, em Macau, provou-se que poderia ter ocorrido uma descolonização diferente...
P. - Porquê?
R. - Também ali havia uma célula do MFA radical a desestabilizar... E o governador Garcia Leandro teve a clarividência e a coragem de a expulsar de Macau... Recordo-me de que um deles, o Quitério de Brito, quando cá chegou, foi logo nomeado pelo Vasco Gonçalves para o V Governo! Gostaria de acrescentar que, há pouco tempo, o ex-Presidente Aristides Pereira disse aquilo que muitos de nós bem sabíamos... O povo de Cabo Verde teria preferido ficar a fazer parte de Portugal, obviamente com um estatuto autonómico, que depois se definiria. E assim teria sido se se tivesse cumprido o estabelecido no Programa do MFA. Vou contar-lhe um episódio da descolonização de Cabo Verde: poucos dias depois do 11 de Março, estava eu preso em Caxias, ao passar por um corredor vi uma cela cheia de indivíduos de cor. Soube pouco depois que se tratava dos líderes dos dois partidos cabo-verdianos que, após o 25 de Abril, se organizaram em Cabo Verde... Um belo dia, foram presos e enviados para Caxias. E soube também que as segundas figuras desses partidos foram mandadas para o Tarrafal... Algum tempo depois, o PAIGC conseguia implantar-se em Cabo Verde. Mas quando, anos depois, houve eleições livres, foi o que se viu...
R. - Fomos a Londres e, depois, a Argel negociar o cessar-fogo com o PAIGC. A situação militar no terreno era muito difícil e, no campo político, a independência da Guiné, proclamada unilateralmente em 1973, fora já reconhecida por dezenas de países. Apesar disto, o povo da Guiné bem precisaria que não tivéssemos saído com a pressa com que o fizemos... Em Londres, o PAIGC propôs-nos um prazo largo para a nossa saída da Guiné. Só que a situação na Guiné foi pressionada para se reflectir em Moçambique e, principalmente, em Angola, onde não havia problemas militares. Sentimos essa pressão e vislumbrámos essa estratégia, inspirada pela União Soviética e conduzida pela OUA. E que, em Portugal, tinha como grandes aliados a ala radical do MFA e o PCP.
P. - Mas não me respondeu sobre se havia ou não algum tipo de "instruções" para a condução das negociações...
R. - Na véspera de partir para Londres, em 26 ou 27 de Maio de 1974, houve, à noite, uma assembleia do MFA na Manutenção Militar...
P. - O MFA continuava a reunir, a deliberar...
R. - Naquela altura, havia decisões que era difícil serem tomadas por outra instância. Perguntei aos meus camaradas se, nas negociações onde ia tomar parte, devíamos mostrar firmeza no sentido de acautelar os nossos interesses - ainda que nos pudesse acarretar dificuldades militares no terreno - ou se devíamos, como o Otelo defendia (e veio, aliás, a fazer com o Samora Machel!), considerar os movimentos emancipalistas credores de total apoio e confiança. Numa acalorada discussão, a maioria da assembleia concordou com a minha posição. Com essa disposição segui para Londres. Mas os líderes radicais do MFA faziam o jogo da parte negociadora adversa (chegando a encontrar-se às escondidas com os líderes africanos...), inviabilizando assim, totalmente, os esforços dos negociadores portugueses, nomeadamente dos ministros Mário Soares e Almeida Santos.
P. - Quem se encontrou às escondidas com quem? Quem fazia o jogo da parte adversa?
R. - O marechal Spínola conta tudo isso em pormenor no seu livro "País sem Rumo". Os nomes estão lá todos!
P. - Estou a entrevistá-lo a si e não ao marechal Spínola... A sua ideia da descolonização é negra! Não é vulgar ouvir um militar com responsabilidades no 25 de Abril acusar outros militares de forma tão frontal...
R. - Só para a descolonização era preciso uma entrevista! Apesar de feita tardiamente (reconheço isso), deveria ter sido conduzida doutro modo. Na altura, o MFA radical e os seus aliados políticos chamaram-lhe descolonização exemplar; agora dizem que foi a descolonização possível. É falso. Foi a descolonização que os líderes do MFA quiseram, inclusive curto-circuitando, secundarizando, ultrapassando os ministros civis do Governo que tomaram parte nas mesmas. Perseguindo e prendendo, e deixando levar à morte em África e Timor - como Joana Simeão, Magiolo Gouveia e tantos outros -, aqueles que tentaram opor-se. Começou a sua série de entrevistas com o tenente-coronel Melo Antunes, que nos acusou - a nós, o grupo próximo do general Spínola - de lhe termos dificultado os seus projectos descolonizadores. Foi óptima essa confissão de Melo Antunes. É que não me revejo nessa descolonização exemplar que provocou a terrível guerra civil de Angola, o genocídio do povo de Timor e a mais horrorosa miséria em Moçambique. Mas, em Macau, provou-se que poderia ter ocorrido uma descolonização diferente...
P. - Porquê?
R. - Também ali havia uma célula do MFA radical a desestabilizar... E o governador Garcia Leandro teve a clarividência e a coragem de a expulsar de Macau... Recordo-me de que um deles, o Quitério de Brito, quando cá chegou, foi logo nomeado pelo Vasco Gonçalves para o V Governo! Gostaria de acrescentar que, há pouco tempo, o ex-Presidente Aristides Pereira disse aquilo que muitos de nós bem sabíamos... O povo de Cabo Verde teria preferido ficar a fazer parte de Portugal, obviamente com um estatuto autonómico, que depois se definiria. E assim teria sido se se tivesse cumprido o estabelecido no Programa do MFA. Vou contar-lhe um episódio da descolonização de Cabo Verde: poucos dias depois do 11 de Março, estava eu preso em Caxias, ao passar por um corredor vi uma cela cheia de indivíduos de cor. Soube pouco depois que se tratava dos líderes dos dois partidos cabo-verdianos que, após o 25 de Abril, se organizaram em Cabo Verde... Um belo dia, foram presos e enviados para Caxias. E soube também que as segundas figuras desses partidos foram mandadas para o Tarrafal... Algum tempo depois, o PAIGC conseguia implantar-se em Cabo Verde. Mas quando, anos depois, houve eleições livres, foi o que se viu...
Leia a entrevista completa:
Download entrevista_com_manuel_monge.doc
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NOTA:
Não deixe também de ler:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/10/ainda_a_entrevi.html
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http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/10/ainda_a_entrevi.html
09-04-2006
30 anos como médico em Moçambique
Contribuições para a História de Moçambique por Aires Sartro Fernandes
30 anos como médico em Moçambique
Intervenção do autor no Dia dos Médicos, de 2006
Quero começar por agradecer à Direcção da AMM (Associação dos Médicos de Moçambique) o honroso convite que me fiz para falar sobre a minha experiência como médico do grupo dos mais velhos. Vou vos falar essencialmente sobre o que vivi e o que senti e o que penso como médico de medicina curativa nos últimos 30 anos:
Uma semana depois de concluir o meu curso na Faculdade de Medicina da «Universidade de Lausanne», na Suiça, nos finais de 1975, voltei para Moçambique, para cumprir um dever patriótico como moçambicano e membro da Frelimo. Comecei a trabalhar logo no dia seguinte à chegada, no actual Hospital Central de Maputo.
Leia tudo em:
Download 30_anos_como_mdico_em_moambique.doc
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06-04-2006
EM MEMÓRIA DE JOANA SIMEÃO
Por: Linette Olofsson
A Mulher é a guardiania da espiritualidade humana. É a matriz da vida. É a personificação da grande Deusa. É a que acolhe, cria e desenvolve os processos de vida. É a perfeição mais perfeita e completa do Universo. Contudo, todos estes atributos podem não passar de poesia quando olhamos para o passado e presente da mulher no nosso país.
Esta reflexão vem a propósito de mais um 7 de Abril, dia consagrada pela Frelimo como sendo o dia da mulher moçambicana.
Veja tudo em:
Download emmemriadejoanasimeo2.doc
A Mulher é a guardiania da espiritualidade humana. É a matriz da vida. É a personificação da grande Deusa. É a que acolhe, cria e desenvolve os processos de vida. É a perfeição mais perfeita e completa do Universo. Contudo, todos estes atributos podem não passar de poesia quando olhamos para o passado e presente da mulher no nosso país.
Esta reflexão vem a propósito de mais um 7 de Abril, dia consagrada pela Frelimo como sendo o dia da mulher moçambicana.
Veja tudo em:
Download emmemriadejoanasimeo2.doc
Para recordar como era, e o que ainda não foi feito
UNIVERSITY OF PENNSYLVANIA - AFRICAN STUDIES CENTER
Noticias de Mocambique 68, (11/08/'95)
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NotMoc - Noticias de Mocambique
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No 68 8 de Novembro de 1995 Maputo ================================================================
NotMoc - Noticias de Mocambique
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No 68 8 de Novembro de 1995 Maputo ================================================================
PARLAMENTO: A AVENTURA
Reportar o parlamento atraves dos dados que aparecem nos jornais, na radio e na TV eh uma autentica
aventura. Convidamos a seguirem-nos neste exercicio de navegacao a vista.
aventura. Convidamos a seguirem-nos neste exercicio de navegacao a vista.
Informe do Procurador Geral da Republica:
Sinai Nhatitima apresentou o seu relatorio de prestacao de contas no dia 2/11. Foram 60 paginas
distribuidas com atraso. (Savana 3/11) Este relatorio foi debatido nos dias 6 e 7 de Novembro. Debate
politicamente polarizado.
distribuidas com atraso. (Savana 3/11) Este relatorio foi debatido nos dias 6 e 7 de Novembro. Debate
politicamente polarizado.
Das varias intervencoes do Procurador Geral da Republica, extraimos os seguintes pontos:
(Not.7/11)
(Not.7/11)
- Intensificacao das inspeccoes aas unidades prisionais para verificar a legalidade;
- A luta contra a corrupcao serah feita na observancia da lei; "Vamos agir,independentemente da
posicao social e politica do agente. Sabemos que alguns dirigentes e ateh mesmo deputados gozam de
imunidades, mas isso nao significa a irresponsabilizacao. Vamos seguir o processo ateh ao fim."
- Ha casos que jah estao esclarecidos. Outros vao levar tempo. Kennedy foi assassinado em 1963
mas as investigacoes continuam.
- Trafico de droga esta a ser investigado. A legislacao mocambicana atribui a exclusividade da
investigacao a PIC. Esta estah a ser feita.
- A luta contra a corrupcao serah feita na observancia da lei; "Vamos agir,independentemente da
posicao social e politica do agente. Sabemos que alguns dirigentes e ateh mesmo deputados gozam de
imunidades, mas isso nao significa a irresponsabilizacao. Vamos seguir o processo ateh ao fim."
- Ha casos que jah estao esclarecidos. Outros vao levar tempo. Kennedy foi assassinado em 1963
mas as investigacoes continuam.
- Trafico de droga esta a ser investigado. A legislacao mocambicana atribui a exclusividade da
investigacao a PIC. Esta estah a ser feita.
As perguntas e comentarios da Assembleia:
- Em Mocambique continua a vigorar a pena de morte por fuzilamento apesar de ser inconstitucional.
Dois casos ocorreram na Zambezia: um em Quelimane e outro na Maganja da Costa.
- Policia inviabiliza visitas a instituicoes policiais e prisionais.
- Reclusos morrem nas cadeias sem que se deh conta do facto; - O Procurador da Republica nao deve
fazer os deputados de parvos porque apresenta um documento sem indicar casos concretos de combate aa
corrupcao e criminalidade;
- Que se faca tudo para que nenhum criminoso saia impune do pais;
- Combate a corrupcao passa pela identificacao dos cabecas;
- Abertura dos dossiers sobre:
desaparecimento de Joana Simeao, Uria Simango e outros; mortes de Samora Machel, Eduardo Mondlane e Shafurdin Khan. (Not 7/11)
......................................................................
Este numero de NotMoc - Noticias de Mocambique foi feito por: Yussuf Adam
(yussuf@adam.uem.mz) - redaccao Wenke Adam (wenke@adam.uem.mz) - edicao ----
-----
Pedidos de assinatura: wenke@adam.uem.mz Qualquer correspondencia sobre o conteudo deste
jornal deve ser dirigida aos autores ou ao endereco wenke@adam.uem.mz ---------------
Message-Id: 199511081541.KAA27074@orion.sas.upenn.edu
From: Wenke Adam wenke@adam.uem.mz> To: dzowonews@dzowo.uem.mz
Date: Wed, 8 Nov 1995 16:35:11
Subject: NotMoc 68
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Editor: Ali B. Ali-Dinar
Dois casos ocorreram na Zambezia: um em Quelimane e outro na Maganja da Costa.
- Policia inviabiliza visitas a instituicoes policiais e prisionais.
- Reclusos morrem nas cadeias sem que se deh conta do facto; - O Procurador da Republica nao deve
fazer os deputados de parvos porque apresenta um documento sem indicar casos concretos de combate aa
corrupcao e criminalidade;
- Que se faca tudo para que nenhum criminoso saia impune do pais;
- Combate a corrupcao passa pela identificacao dos cabecas;
- Abertura dos dossiers sobre:
desaparecimento de Joana Simeao, Uria Simango e outros; mortes de Samora Machel, Eduardo Mondlane e Shafurdin Khan. (Not 7/11)
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Este numero de NotMoc - Noticias de Mocambique foi feito por: Yussuf Adam
(yussuf@adam.uem.mz) - redaccao Wenke Adam (wenke@adam.uem.mz) - edicao ----
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Date: Wed, 8 Nov 1995 16:35:11
Subject: NotMoc 68
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Editor: Ali B. Ali-Dinar
GUERRAS DE ÁFRICA - MOÇAMBIQUE, da Academia de História de Portugal
Com a chancela da Academia de História de Portugal, está o jornal Correio da Manhã a distribuir a colecção BATALHAS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL.
É o nº 20 da colecção dedicado à GUERRA DE ÁFRICA - MOÇAMBIQUE.
Quando anunciada a edição desta colecção, sempre pensei ser obra profunda, correcta na descrição dos factos, enfim preocupada com a Verdade. Foi uma desilusão que tive. É leve e com erros de palmatória.
Por ainda ser recente o período histórico em causa (das Guerras de África) existem ainda felizmente vivas muitas pessoas que, para além dos relatórios, muitas vezes tendenciosos e até contraditórios consoante o lado que os difundia, poderiam, se consultadas, trazer clareza a muitas situações.
Pelos vistos isso não aconteceu. Como a causalidade de muitos factos e situações também não foi escalpelizada.
Para além dos erros, há omissões de factos essenciais para a compreensão de determinadas situações, algumas das mais marcantes em todo este processo.
Provando a leveza dos textos, diz-se que Pimentel dos Santos, Engenheiro e Governador Geral de Moçambique, era "Major". Onde é que o autor descobriu que a "banja" de Mueda foi por causa do algodão? Etc, etc,...
Enfim, quem nada souber do que na realidade se passou, ao chegar ao fim da leitura deste volume dedicado a Moçambique, chegará inevitavelmente à conclusão de que a FRELIMO nunca fez nada de errado.
Certamente que houveram atitudes menos correctas de ambas as partes.
E, ou se vai ao âmago das questões, ou é melhor ficar quieto. A não ser que as motivações não sejam as da procura da VERDADE.
Em próximas intervenções procurarei chamar a atenção para os mais importantes erros e omissões.
É evidente serem benvindas todas as contribuições e testemunhos para o esclarecimento da VERDADE.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
05-04-2006
Nove milhões de metros quadrados livres de minas no centro do país
Cerca de nove milhões de metros quadrados, quase dez vezes a área de Portugal, foram desminados em 2005 nas províncias de Sofala, Manica e Tete, no centro de Moçambique, anunciou hoje o Instituto Nacional de Desminagem (IND).
A grande quantidade de minas colocadas ao longo dos 16 anos de guerra civil moçambicana, que terminou com o acordo de paz de 1992, tem impedido a população do centro do país de retomar em pleno as suas actividades produtivas, sobretudo a agricultura.
Segundo o delegado do Instituto Nacional de Desminagem no centro do país, Juma Caneiras, três operadores internacionais estiveram envolvidos na limpeza dos nove milhões de metros quadrados na região: a Norwegian People Aid, da Noruega, a Ronco, dos Estados Unidos, e a Handicap International.
A Ronco, envolvida na chamada desminagem comercial, removeu 46 minas anti-pessoal, 413 munições e 53 engenhos por explodir em cinco distritos, numa área de mais de oito milhões de metros quadrados.
Por sua vez, a Norwegian People Aid, com actividade sem fins lucrativos, limpou mais de 570 mil metros quadrados em quatro distritos, desactivando 51 minas anti-pessoal, sete munições e 264 engenhos por explodir, ainda de acordo com o balanço do Instituto.
A Handicap International, que também trabalha na desminagem humanitária, limpou nove distritos numa área de 111 mil metros quadrados, neutralizando 18 minas anti-pessoal, 48 munições e 214 engenhos por explodir.
O centro de Moçambique foi a região mais atingida pelo violento conflito civil moçambicano, por ser ali que se situavam as principais bases da antiga guerrilha da RENAMO.
Para a zona centro foram igualmente destacadas forças de alguns países vizinhos, com o objectivo de protecção do corredor da Beira, que permite o escoamento de mercadorias para os países da África Austral sem acesso a rotas marítimas, como o Zimbabué e Zâmbia.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 05.04.2006
A grande quantidade de minas colocadas ao longo dos 16 anos de guerra civil moçambicana, que terminou com o acordo de paz de 1992, tem impedido a população do centro do país de retomar em pleno as suas actividades produtivas, sobretudo a agricultura.
Segundo o delegado do Instituto Nacional de Desminagem no centro do país, Juma Caneiras, três operadores internacionais estiveram envolvidos na limpeza dos nove milhões de metros quadrados na região: a Norwegian People Aid, da Noruega, a Ronco, dos Estados Unidos, e a Handicap International.
A Ronco, envolvida na chamada desminagem comercial, removeu 46 minas anti-pessoal, 413 munições e 53 engenhos por explodir em cinco distritos, numa área de mais de oito milhões de metros quadrados.
Por sua vez, a Norwegian People Aid, com actividade sem fins lucrativos, limpou mais de 570 mil metros quadrados em quatro distritos, desactivando 51 minas anti-pessoal, sete munições e 264 engenhos por explodir, ainda de acordo com o balanço do Instituto.
A Handicap International, que também trabalha na desminagem humanitária, limpou nove distritos numa área de 111 mil metros quadrados, neutralizando 18 minas anti-pessoal, 48 munições e 214 engenhos por explodir.
O centro de Moçambique foi a região mais atingida pelo violento conflito civil moçambicano, por ser ali que se situavam as principais bases da antiga guerrilha da RENAMO.
Para a zona centro foram igualmente destacadas forças de alguns países vizinhos, com o objectivo de protecção do corredor da Beira, que permite o escoamento de mercadorias para os países da África Austral sem acesso a rotas marítimas, como o Zimbabué e Zâmbia.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 05.04.2006
03-04-2006
José Sócrates instado a acabar com a guerra no território
Partido independentista de Cabinda lança apelo
O presidente de uma das facções dos independentistas de Cabinda apelou ao primeiro-ministro português, José Sócrates, para interceder junto do Governo angolano no sentido de acabar com a guerra neste território, durante a sua visita oficial de quatro dias a Angola, que se inicia na próxima terça-feira.
Em comunicado, o presidente da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda - Conselho Superior Alargado (FLEC-CSA), José Liberal Nuno, fez este apelo a José Sócrates para que se crie «um clima político propício ao diálogo e negociações» para o fim da guerra em Cabinda.
«Em nome do martirizado povo de Cabinda solicito encarecidamente o empenho pessoal de vossa excelência para que durante o período em que estiver em Angola se empenhe no sentido de envidar esforços de modo a apelar às autoridades angolanas a enveredarem, com coragem e determinação políticas, na via do diálogo», escreveu o presidente da FLEC-CSA.
A FLEC surgiu em 1963 para defender a independência de Cabinda mas o movimento tem-se caracterizado por várias disputas internas pela liderança, o que tem servido de argumento para o Governo angolano alegar que fala apenas com um interlocutor.
Além da FLEC-CSA, a FLEC/Forças Armadas de Cabinda, de Nzita Tiago, e a FLEC-Renovada, liderada por António Bento Bembe, fundiram-se, criando um governo no exílio (França), mas os dois líderes também já se desentenderam depois do afastamento de Bento Bembe da direcção do Fórum Cabindês para o Diálogo.
Cabinda, responsável por cerca de 90 por cento da produção petrolífera de Angola, é palco desde 1975 de uma luta armada, com os independentistas a alegarem que o território é ainda um protectorado português, como ficou estabelecido no tratado de Simulambuco, em 1885.
José Sócrates inicia terça-feira uma visita oficial de quatro dias a Angola.
O primeiro-ministro angolano, Fernando Dias Piedade dos Santos «Nandó», admitiu terça-feira passada, numa sessão de perguntas ao Governo, no parlamento angolano, a possibilidade de ser atribuído um «estatuto especial» ao enclave de Cabinda e considerou que a situação evoluiu de forma «francamente positiva»
EXPRESSO AFRICA - 03.04.2006
O presidente de uma das facções dos independentistas de Cabinda apelou ao primeiro-ministro português, José Sócrates, para interceder junto do Governo angolano no sentido de acabar com a guerra neste território, durante a sua visita oficial de quatro dias a Angola, que se inicia na próxima terça-feira.
Em comunicado, o presidente da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda - Conselho Superior Alargado (FLEC-CSA), José Liberal Nuno, fez este apelo a José Sócrates para que se crie «um clima político propício ao diálogo e negociações» para o fim da guerra em Cabinda.
«Em nome do martirizado povo de Cabinda solicito encarecidamente o empenho pessoal de vossa excelência para que durante o período em que estiver em Angola se empenhe no sentido de envidar esforços de modo a apelar às autoridades angolanas a enveredarem, com coragem e determinação políticas, na via do diálogo», escreveu o presidente da FLEC-CSA.
A FLEC surgiu em 1963 para defender a independência de Cabinda mas o movimento tem-se caracterizado por várias disputas internas pela liderança, o que tem servido de argumento para o Governo angolano alegar que fala apenas com um interlocutor.
Além da FLEC-CSA, a FLEC/Forças Armadas de Cabinda, de Nzita Tiago, e a FLEC-Renovada, liderada por António Bento Bembe, fundiram-se, criando um governo no exílio (França), mas os dois líderes também já se desentenderam depois do afastamento de Bento Bembe da direcção do Fórum Cabindês para o Diálogo.
Cabinda, responsável por cerca de 90 por cento da produção petrolífera de Angola, é palco desde 1975 de uma luta armada, com os independentistas a alegarem que o território é ainda um protectorado português, como ficou estabelecido no tratado de Simulambuco, em 1885.
José Sócrates inicia terça-feira uma visita oficial de quatro dias a Angola.
O primeiro-ministro angolano, Fernando Dias Piedade dos Santos «Nandó», admitiu terça-feira passada, numa sessão de perguntas ao Governo, no parlamento angolano, a possibilidade de ser atribuído um «estatuto especial» ao enclave de Cabinda e considerou que a situação evoluiu de forma «francamente positiva»
EXPRESSO AFRICA - 03.04.2006
30-03-2006
Arquivo Histórico de Moçambique
Degradação do edifício põe em risco arquivos
Infra-estruturas destruídas, casas de banho avariadas, inundações decorrentes de esgotos entupidos, documentos danificados, águas negras dentro das instalações, paredes do edifício húmidas, passagem de corrente eléctrica deficitária e funcionários debilitados completam o quadro negro do iminente desastre à vista nas instalações do «Arquivo Histórico de Moçambique» disse o respectivo director Joel das Neves Tembe em entrevista ao «Canal de Moçambique». Mas tudo indica que em Dezembro possa haver solução que se estima venha a custar cerca de 700 mil Euros, sensivelmente 1 milhão de USD. Até lá muito da História poderá perder-se. Uma nova morada poderá ser a solução.
Joel das Neves Tembe, disse ao «Canal» que o edifício do Arquivo Histórico de Moçambique está “doente” quanto às infra-estruturas físicas, mas o mais grave ainda é que a conservação de vários documentos ali depositados e de valor inestimável corre o risco de não poder ser feita e tudo aquilo se perder.
“Os problemas de deterioração do edifício como também de documentos acentuam-se cada vez mais”, disse.
O apelo do director do «Arquivo Histórico de Moçambique» não é novo, como também não é nova a indiferença. Só as sucessivas promessas de vontade política, repetidamente apregoada, de se combater o «deixa andar», nos impele a associar o «Canal» àquela instituição que, tanto de valor tem feito pelo futuro conhecimento do passado.
Segundo Tembe, como alternativa à degradação, paulatinamente crescente, optou-se por arranjar-se um espaço dentro daquele edifício que ainda apresentava boas condições; relativas boas condições. No entanto, ainda conforme Tembe, aquilo que era o tal espaço alternativo começa também a ficar afectado e já, daqui a algum tempo esse espaço também vai deixar de ser útil.
O cenário das instalações do «Arquivo Histórico» está tão negro que as paredes das diversas salas apresentam-se com rachas, fungos e tinta a escamar-se. Algumas salas já não têm soalho e há águas negras a correrem para além do próprio tecto apresentar fissuras. O grande problema é que as instalações do «Arquivo Histórico» situam-se no rés-do-chão e na cave dum prédio que por sinal tem deficiências de manutenção, e, consequentemente, todo o sistema de canalização de água para consumo e de esgoto, em geral de todos os andares acima, desagua nelas.
Segundo o director do Arquivo Histórico de Moçambique, devido à situação que estão a passar de momento, viram-se na obrigação de desenhar dois cenários transitórios de remoção do pessoal do edifício e de transferência da documentação importante, até Dezembro do ano em curso, para outras instalações, na baixa da cidade.
“A iminente situação no Arquivo Histórico de Moçambique obrigou-nos a desenhar dois cenários transitórios de remoção do nosso pessoal do edifício e de transferência de documentação importante, até Dezembro próximo, para futuras instalações na baixa da cidade”, garantiu.
Neves adiantou a dado passo que estão em vista planos futuros no sentido de transferir as instalações do Arquivo Histórico de Moçambique para a baixa da cidade, mais precisamente para a Rua de Timor Leste, ao lado das instalações onde funcionam as «Alfândegas».
Segundo Neves a transferência do «Arquivo Histórico de Moçambique» para a nova morada atrás referida acontecerá na base de um protocolo entre Moçambique e Portugal e em parceria com o Instituto Português de Acção e Desenvolvimento (IPAD) e a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), processo orçado, numa primeira fase, em 700 mil euros, cerca de 1 milhão de usd.
Num outro desenvolvimento, Joel das Neves disse ao «Canal» que os funcionários, investigadores e leitores do Arquivo Histórico de Moçambique estão expostos a péssimas condições de trabalho derivadas não só da degradação atrás referida, mas também pelo facto de não existirem gabinetes para que aqueles possam exercer as suas actividades.
“As condições de trabalho que o Arquivo Histórico de Moçambique oferece aos funcionários, investigadores e até leitores são péssimas”, desabafou.
A fonte disse ainda que “os cerca de dois mil milhões de meticais, que a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) injecta anualmente como bolo orçamental, é irrisório, porque não dá para fazer face às necessidades da casa”. “Temos enormes necessidades e o bolo orçamental é irrisório de tal forma que não dá para cobrir as nossas despesas”, concluiu Joel Tembe.
Conceição Vitorino - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 30.03.2006
NOTA:
Antes de comentar transcrevo a notícia abaixo e que o MOÇAMBIQUE PARA TODOS transcreveu em 14 de Fevereiro de 2005:
Portugal apoia com 600 mil euros reabilitação de Arquivo Histórico de Moçambique
Portugal vai apoiar com mais de 600 mil euros a reabilitação do Arquivo Histórico de Moçambique (AHM), num projecto que visa a adaptação de um edifício a oficinas de micrografia e restauro de três depósitos históricos do país.
Um acordo de parceria entre a cooperação portuguesa - através dos institutos de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), do Livro e das Bibliotecas (IPLB), dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo (IAN/TT) e do Património Arquitectónico (IPPAR) - e a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) será quarta-feira assinado em Maputo.
O acordo tem em vista o apoio à revitalização do maior depósito histórico de Moçambique, numa extensão de 26 quilómetros de estantaria de documentos nos três edifícios contemplados.
O director do Arquivo Histórico de Moçambique, Joel Tembe, disse hoje à Agência Lusa que o valor destina-se a execução de um projecto de arquitectura, de especialidade, fiscalização e adaptação de um edifício a oficinas de micrografia.
No âmbito da reabilitação do AHM, a UEM decidiu desactivar o edifício sede por não oferecer condições para o restauro e englobá-lo num dos três estabelecimentos a serem reabilitados com fundos portugueses e que passarão a funcionar como centro de investigação científica, referiu Joel Tembe.
Aquele responsável disse ainda que a UEM pretende informatizar as bibliotecas e instalar um programa de computador, avaliado em 200 mil euros, que permitirá a digitalização de todo AHM, numa iniciativa que se enquadra num outro projecto que contará com o apoio do governo do Japão.
"Pretendemos combinar as tecnologias, o que se traduz na aquisição de novas técnicas de informação digital combinadas com a microfilmagem, que é uma mais valia por poder conservar os filmes, em média, durante 500 anos", sublinhou.
Durante a sua presença em Moçambique, o IPLB e o IPPAR irão oferecer equipamento informático à Casa Museu José Craveirinha, em Maputo.
Agência Lusa - 14.02.2005
Infra-estruturas destruídas, casas de banho avariadas, inundações decorrentes de esgotos entupidos, documentos danificados, águas negras dentro das instalações, paredes do edifício húmidas, passagem de corrente eléctrica deficitária e funcionários debilitados completam o quadro negro do iminente desastre à vista nas instalações do «Arquivo Histórico de Moçambique» disse o respectivo director Joel das Neves Tembe em entrevista ao «Canal de Moçambique». Mas tudo indica que em Dezembro possa haver solução que se estima venha a custar cerca de 700 mil Euros, sensivelmente 1 milhão de USD. Até lá muito da História poderá perder-se. Uma nova morada poderá ser a solução.
Joel das Neves Tembe, disse ao «Canal» que o edifício do Arquivo Histórico de Moçambique está “doente” quanto às infra-estruturas físicas, mas o mais grave ainda é que a conservação de vários documentos ali depositados e de valor inestimável corre o risco de não poder ser feita e tudo aquilo se perder.
“Os problemas de deterioração do edifício como também de documentos acentuam-se cada vez mais”, disse.
O apelo do director do «Arquivo Histórico de Moçambique» não é novo, como também não é nova a indiferença. Só as sucessivas promessas de vontade política, repetidamente apregoada, de se combater o «deixa andar», nos impele a associar o «Canal» àquela instituição que, tanto de valor tem feito pelo futuro conhecimento do passado.
Segundo Tembe, como alternativa à degradação, paulatinamente crescente, optou-se por arranjar-se um espaço dentro daquele edifício que ainda apresentava boas condições; relativas boas condições. No entanto, ainda conforme Tembe, aquilo que era o tal espaço alternativo começa também a ficar afectado e já, daqui a algum tempo esse espaço também vai deixar de ser útil.
O cenário das instalações do «Arquivo Histórico» está tão negro que as paredes das diversas salas apresentam-se com rachas, fungos e tinta a escamar-se. Algumas salas já não têm soalho e há águas negras a correrem para além do próprio tecto apresentar fissuras. O grande problema é que as instalações do «Arquivo Histórico» situam-se no rés-do-chão e na cave dum prédio que por sinal tem deficiências de manutenção, e, consequentemente, todo o sistema de canalização de água para consumo e de esgoto, em geral de todos os andares acima, desagua nelas.
Segundo o director do Arquivo Histórico de Moçambique, devido à situação que estão a passar de momento, viram-se na obrigação de desenhar dois cenários transitórios de remoção do pessoal do edifício e de transferência da documentação importante, até Dezembro do ano em curso, para outras instalações, na baixa da cidade.
“A iminente situação no Arquivo Histórico de Moçambique obrigou-nos a desenhar dois cenários transitórios de remoção do nosso pessoal do edifício e de transferência de documentação importante, até Dezembro próximo, para futuras instalações na baixa da cidade”, garantiu.
Neves adiantou a dado passo que estão em vista planos futuros no sentido de transferir as instalações do Arquivo Histórico de Moçambique para a baixa da cidade, mais precisamente para a Rua de Timor Leste, ao lado das instalações onde funcionam as «Alfândegas».
Segundo Neves a transferência do «Arquivo Histórico de Moçambique» para a nova morada atrás referida acontecerá na base de um protocolo entre Moçambique e Portugal e em parceria com o Instituto Português de Acção e Desenvolvimento (IPAD) e a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), processo orçado, numa primeira fase, em 700 mil euros, cerca de 1 milhão de usd.
Num outro desenvolvimento, Joel das Neves disse ao «Canal» que os funcionários, investigadores e leitores do Arquivo Histórico de Moçambique estão expostos a péssimas condições de trabalho derivadas não só da degradação atrás referida, mas também pelo facto de não existirem gabinetes para que aqueles possam exercer as suas actividades.
“As condições de trabalho que o Arquivo Histórico de Moçambique oferece aos funcionários, investigadores e até leitores são péssimas”, desabafou.
A fonte disse ainda que “os cerca de dois mil milhões de meticais, que a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) injecta anualmente como bolo orçamental, é irrisório, porque não dá para fazer face às necessidades da casa”. “Temos enormes necessidades e o bolo orçamental é irrisório de tal forma que não dá para cobrir as nossas despesas”, concluiu Joel Tembe.
Conceição Vitorino - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 30.03.2006
NOTA:
Antes de comentar transcrevo a notícia abaixo e que o MOÇAMBIQUE PARA TODOS transcreveu em 14 de Fevereiro de 2005:
Portugal apoia com 600 mil euros reabilitação de Arquivo Histórico de Moçambique
Portugal vai apoiar com mais de 600 mil euros a reabilitação do Arquivo Histórico de Moçambique (AHM), num projecto que visa a adaptação de um edifício a oficinas de micrografia e restauro de três depósitos históricos do país.
Um acordo de parceria entre a cooperação portuguesa - através dos institutos de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), do Livro e das Bibliotecas (IPLB), dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo (IAN/TT) e do Património Arquitectónico (IPPAR) - e a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) será quarta-feira assinado em Maputo.
O acordo tem em vista o apoio à revitalização do maior depósito histórico de Moçambique, numa extensão de 26 quilómetros de estantaria de documentos nos três edifícios contemplados.
O director do Arquivo Histórico de Moçambique, Joel Tembe, disse hoje à Agência Lusa que o valor destina-se a execução de um projecto de arquitectura, de especialidade, fiscalização e adaptação de um edifício a oficinas de micrografia.
No âmbito da reabilitação do AHM, a UEM decidiu desactivar o edifício sede por não oferecer condições para o restauro e englobá-lo num dos três estabelecimentos a serem reabilitados com fundos portugueses e que passarão a funcionar como centro de investigação científica, referiu Joel Tembe.
Aquele responsável disse ainda que a UEM pretende informatizar as bibliotecas e instalar um programa de computador, avaliado em 200 mil euros, que permitirá a digitalização de todo AHM, numa iniciativa que se enquadra num outro projecto que contará com o apoio do governo do Japão.
"Pretendemos combinar as tecnologias, o que se traduz na aquisição de novas técnicas de informação digital combinadas com a microfilmagem, que é uma mais valia por poder conservar os filmes, em média, durante 500 anos", sublinhou.
Durante a sua presença em Moçambique, o IPLB e o IPPAR irão oferecer equipamento informático à Casa Museu José Craveirinha, em Maputo.
Agência Lusa - 14.02.2005
Assim, resta-me lançar um desafio ao CANAL DE MOÇAMBIQUE: Saber se Portugal não honrou este compromisso ou, se o honrou, saber onde está o dinheiro e desde quando. Será que está a render juros durante um ano ou dois até que seja disponibilizado?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Carta de demissão do primeiro vice-governador do BM
Contribuições para a História de Moçambique
Após a independência de Moçambique foi criado um banco central sobre os alicerces do então Banco Nacional Ultramarino (BNU). Alberto Cassimo viria a ser o primeiro governador do novo banco emissor - o Banco de Moçambique. Carlos Adrião Rodrigues, advogado com cartório na capital moçambicana e ligado ao sector progressista da burguesia colonial, ascendeu à posição de vice-governador daquela instituição bancária.
Membro do grupo de pressão denominado «Democratas de Moçambique», Adrião Rodrigues havia-se evidenciado, conjuntamente com João Afonso dos Santos, Pereira Leite e William Gerard Pott, num famoso processo jurídico conhecido pelo «Caso dos Padres do Macúti» em que dois prelados católicos, detidos na Beira pela PIDE/DGS no âmbito duma conspiração engendrada por Jorge Jardim, eram acusados da prática do “crime contra a harmonia racial”, algo não contemplado no Código Processual então em vigor na colónia portuguesa do Índico. Desiludido com a política seguida pelo regime da Frelimo, mormente no tocante à perseguição movida contra as minorias étnicas do país, Carlos Adrião Rodrigues optou por se demitir do cargo para o qual havia sido nomeado pelo governo de Samora Machel. Idênticos passos viriam a ser dados por outros membros daquele grupo de pressão, como Pereira Leite, Sérgio Espadas, entre outros. William Gerard Pott, causídico moçambicano oriundo da Zambézia, viria a ser detido pelo SNASP.
Como consequência dos maus tratos e sevícias de que fora alvo por parte da polícia política, Pott viria a falecer poucas semanas depois, vítima de colapso cardíaco.
Após a independência de Moçambique foi criado um banco central sobre os alicerces do então Banco Nacional Ultramarino (BNU). Alberto Cassimo viria a ser o primeiro governador do novo banco emissor - o Banco de Moçambique. Carlos Adrião Rodrigues, advogado com cartório na capital moçambicana e ligado ao sector progressista da burguesia colonial, ascendeu à posição de vice-governador daquela instituição bancária.
Membro do grupo de pressão denominado «Democratas de Moçambique», Adrião Rodrigues havia-se evidenciado, conjuntamente com João Afonso dos Santos, Pereira Leite e William Gerard Pott, num famoso processo jurídico conhecido pelo «Caso dos Padres do Macúti» em que dois prelados católicos, detidos na Beira pela PIDE/DGS no âmbito duma conspiração engendrada por Jorge Jardim, eram acusados da prática do “crime contra a harmonia racial”, algo não contemplado no Código Processual então em vigor na colónia portuguesa do Índico. Desiludido com a política seguida pelo regime da Frelimo, mormente no tocante à perseguição movida contra as minorias étnicas do país, Carlos Adrião Rodrigues optou por se demitir do cargo para o qual havia sido nomeado pelo governo de Samora Machel. Idênticos passos viriam a ser dados por outros membros daquele grupo de pressão, como Pereira Leite, Sérgio Espadas, entre outros. William Gerard Pott, causídico moçambicano oriundo da Zambézia, viria a ser detido pelo SNASP.
Como consequência dos maus tratos e sevícias de que fora alvo por parte da polícia política, Pott viria a falecer poucas semanas depois, vítima de colapso cardíaco.
A seguir se transcreve o texto integral da carta de demissão que Carlos Adrião Rodrigues endereçou ao Presidente Samora Machel:
Carlos Adrião Rodrigues
Rua de Infantaria 16, n° 103 2° Dto.
LISBOA
Rua de Infantaria 16, n° 103 2° Dto.
LISBOA
Exmo. Sr.
Presidente da República Popular de Moçambique
Excelência,
Venho apresentar a V.Exa a minha demissão do cargo de Vice-governador do Banco de Moçambique.
Em resumo as razões que me levam a tomar esta decisão, são as seguintes:
1. - A política de afastamento das minorias étnicas residentes em Moçambique. Esta política - cuja determinação voluntária por parte do governo não me oferece dúvidas e é facilmente demonstrável - além de pôr em causa a existência de uma sociedade pluriracial em Moçambique, em que eu pessoal-mente apostara, empurrou o país para o caos económico e social.
Por virtude de uma injustiça decorrente da situação colonial, mas que ao governo revolucionário seria fácil corrigir, parte importante dos conhecimentos necessários ao país estavam concentrados nessa gama populacional (brancos, indianos, chineses e mulatos).
Ora, grande parte dessas minorias étnicas ficaria no país, caso lhes fossem dadas determinadas garantias básicas (direito a não ser preso excepto nos casos permitidos por lei, respeito pela sua propriedade pessoal, garantias de julgamento rápido e de defesa em caso de prisão legal, respeito da sua identidade cultural própria.
Em troca destas garantias fundamentais (que não seriam uma excepção porque se deveriam aplicar a toda a população) elas dariam ao país o seu trabalho, que enquadrado numa economia socialista, era essencial para o arranque económico.
Em vez de se aproveitar essa parte da população, preferiu-se acossá-la. Multiplicaram-se as prisões arbitrárias, as violências verbais, o des-respeito pelos bens pessoais. Procurou-se substituir essa população pelos cooperantes e por uma apressada formação de quadros, mais apregoada que executada.
Escorraçou-se do país para fora homens que eram absolutamente insubstituíveis, para já, e que num outro contexto teriam ficado. Lembro só para exemplo os quadros agrícolas e veterinários escassos mas extremamente impor-tantes, apostados em ficar mas que um a um se foram embora, bem contra vontade; os quadros de geologia e minas, falsamente acusados de desvio de ouro, nas primeiras páginas dos jornais locais, e que depois de se ter constatado a sua inocência jamais mereceram uma reparação.
Os Zecas Russos, os Macamos e outros marginais ainda em circulação foram promovidos a autênticos heróis nacionais, só porque espoliavam as pessoas de seus teres e haveres o que, parece, era considerado altamente patriótico e revolucionário. Verdade que eles espoliavam as maiorias e as minorias, o que resulta em fraco consolo para umas e outras.
E, neste caminho, acabou-se na pequena truculência anti-branco ou anti-mulato, como foram os casos da expulsão dos agricultores brancos do Vale do Limpopo - gente pobre que trabalhava a terra - e a expulsão dos chamados “comerciantes de nacionalidade” isto é, de pessoas que ao abrigo de uma lei ridícula e que devia ser revogada, mas que existia e tinha sido publicada pelo governo da República Popular de Moçam-bique, tinham mudado de naciona-lidade, para se garantirem um pouco mais contra as arbitrariedades que apontei. Ora, esta expulsão veio afectar a economia do país, na medida em que afastou os últimos operários com alguma especialização e de capacidade de direcção que não fossem negros. E quanto a estes últimos ainda está por fazer o balanço dos que fugiram. Mas segundo me consta, a zona do Rand, na África do Sul, está cheia de carpinteiros, mecânicos, electricistas, operários da construção civil, fugidos de Moçambique.
Durante muito tempo conven-ci-me que esta política era, não uma política mas sim erros, próprios do processo. Ou tentei convencer-me. Mas a constância dos erros e sobretudo o reforço da posição das pessoas que eram o esteio desta política, surgido do 3° Congresso, convenceu-me que se tratava de uma política sistematicamente prosseguida. Ora eu tinha apostado noutra: a manutenção das minorias étnicas, o respeito pelos seus direitos, mas contrariando severamente todos os privilégios que, indiscutivelmente os beneficiava.
E Moçambique, porque um país onde tais minorias étnicas eram em número reduzido, podia ser o laboratório experimental de uma política que me parecia poder ser exemplo extremamente importante para a África Austral.
Por outro lado a força e o prestígio da FRELIMO permitiam-lhe fazer a experiência. Não se fez e o resultado está à vista: o fracasso económico, e a redução quase a zero das possibilidades de recuperação; um profundo desengajamento do povo, tanto no trabalho da construção do país como na actividade política; uma cada vez maior dependência da África do Sul que hoje, mais que no tempo colonial é a grande fonte das nossas disponibilidades externas e o grande fornecedor dos bens de consumo essenciais que a nossa produção reduzida torna vitais.
2 - Convencido como fiquei de que a sobrevivência das minorias étnicas e o projecto de uma sociedade pluri-racial estavam condenados em Moçambique em virtude da política prática seguida - que contrariava a linha política anunciada - cheguei à conclusão que eu, como branco e ainda por cima não nascido em Moçambique, não tinha lugar nessa sociedade, pelo menos enquanto não mudar a sua praxis e não se decidir a assumir como sua toda a população (que era escassa) habitante do território. Portanto saio. Creia que não lhe minto se lhe disser que o faço com a morte na alma.
E saio já porque também devo pensar um pouco mais em mim e que os meus anos se vão passando para iniciar vida nova utilmente noutro país.
3 - A pressão sobre as minorias não resultou em qualquer benefício para a maioria. Antes pelo contrário - a quebra na produção e a incapacidade de recuperação que se nota em quase todos os sectores da economia, fazem prever um acentuado decréscimo no nível de vida da população.
Postas as razões convém-me ainda esclarecer que considero V.Exa ainda hoje, apesar das reservas expostas à política seguida, como o mais autêntico representante do povo moçambicano, o verdadeiro líder nacionalista de que Moçambique precisa.
Por outro lado, e como vacina contra boatos, quero afirmar que nas minhas actuações sempre procurei defender com toda a honestidade os interesses que me foram confiados por Moçambique. Mas a corrupção a alto nível dentro do aparelho de estado existe, e dela tive confirmação em Lisboa.
Pelas razões que exponho para a minha saída, acho ser meu direito, e também meu dever, pedir a V.Exa que autorize a saída dos meus bens pessoais que me fazem mais falta e que só com dificuldade poderia substituir: mobílias, electrodomésticos, livros, discos e um carro Simca 08-75, com 5 anos de uso. Caso V.Exa autorize, pessoa amiga, que indico ao Cassimo, tratará das demarches necessárias. Mas se V.Exa achar que não deve autorizar, também passarei sem elas. Aceite V.Exa os cumprimentos meus e de minha mulher e os nossos desejos das maiores prosperidades para o Povo Moçambicano.
Presidente da República Popular de Moçambique
Excelência,
Venho apresentar a V.Exa a minha demissão do cargo de Vice-governador do Banco de Moçambique.
Em resumo as razões que me levam a tomar esta decisão, são as seguintes:
1. - A política de afastamento das minorias étnicas residentes em Moçambique. Esta política - cuja determinação voluntária por parte do governo não me oferece dúvidas e é facilmente demonstrável - além de pôr em causa a existência de uma sociedade pluriracial em Moçambique, em que eu pessoal-mente apostara, empurrou o país para o caos económico e social.
Por virtude de uma injustiça decorrente da situação colonial, mas que ao governo revolucionário seria fácil corrigir, parte importante dos conhecimentos necessários ao país estavam concentrados nessa gama populacional (brancos, indianos, chineses e mulatos).
Ora, grande parte dessas minorias étnicas ficaria no país, caso lhes fossem dadas determinadas garantias básicas (direito a não ser preso excepto nos casos permitidos por lei, respeito pela sua propriedade pessoal, garantias de julgamento rápido e de defesa em caso de prisão legal, respeito da sua identidade cultural própria.
Em troca destas garantias fundamentais (que não seriam uma excepção porque se deveriam aplicar a toda a população) elas dariam ao país o seu trabalho, que enquadrado numa economia socialista, era essencial para o arranque económico.
Em vez de se aproveitar essa parte da população, preferiu-se acossá-la. Multiplicaram-se as prisões arbitrárias, as violências verbais, o des-respeito pelos bens pessoais. Procurou-se substituir essa população pelos cooperantes e por uma apressada formação de quadros, mais apregoada que executada.
Escorraçou-se do país para fora homens que eram absolutamente insubstituíveis, para já, e que num outro contexto teriam ficado. Lembro só para exemplo os quadros agrícolas e veterinários escassos mas extremamente impor-tantes, apostados em ficar mas que um a um se foram embora, bem contra vontade; os quadros de geologia e minas, falsamente acusados de desvio de ouro, nas primeiras páginas dos jornais locais, e que depois de se ter constatado a sua inocência jamais mereceram uma reparação.
Os Zecas Russos, os Macamos e outros marginais ainda em circulação foram promovidos a autênticos heróis nacionais, só porque espoliavam as pessoas de seus teres e haveres o que, parece, era considerado altamente patriótico e revolucionário. Verdade que eles espoliavam as maiorias e as minorias, o que resulta em fraco consolo para umas e outras.
E, neste caminho, acabou-se na pequena truculência anti-branco ou anti-mulato, como foram os casos da expulsão dos agricultores brancos do Vale do Limpopo - gente pobre que trabalhava a terra - e a expulsão dos chamados “comerciantes de nacionalidade” isto é, de pessoas que ao abrigo de uma lei ridícula e que devia ser revogada, mas que existia e tinha sido publicada pelo governo da República Popular de Moçam-bique, tinham mudado de naciona-lidade, para se garantirem um pouco mais contra as arbitrariedades que apontei. Ora, esta expulsão veio afectar a economia do país, na medida em que afastou os últimos operários com alguma especialização e de capacidade de direcção que não fossem negros. E quanto a estes últimos ainda está por fazer o balanço dos que fugiram. Mas segundo me consta, a zona do Rand, na África do Sul, está cheia de carpinteiros, mecânicos, electricistas, operários da construção civil, fugidos de Moçambique.
Durante muito tempo conven-ci-me que esta política era, não uma política mas sim erros, próprios do processo. Ou tentei convencer-me. Mas a constância dos erros e sobretudo o reforço da posição das pessoas que eram o esteio desta política, surgido do 3° Congresso, convenceu-me que se tratava de uma política sistematicamente prosseguida. Ora eu tinha apostado noutra: a manutenção das minorias étnicas, o respeito pelos seus direitos, mas contrariando severamente todos os privilégios que, indiscutivelmente os beneficiava.
E Moçambique, porque um país onde tais minorias étnicas eram em número reduzido, podia ser o laboratório experimental de uma política que me parecia poder ser exemplo extremamente importante para a África Austral.
Por outro lado a força e o prestígio da FRELIMO permitiam-lhe fazer a experiência. Não se fez e o resultado está à vista: o fracasso económico, e a redução quase a zero das possibilidades de recuperação; um profundo desengajamento do povo, tanto no trabalho da construção do país como na actividade política; uma cada vez maior dependência da África do Sul que hoje, mais que no tempo colonial é a grande fonte das nossas disponibilidades externas e o grande fornecedor dos bens de consumo essenciais que a nossa produção reduzida torna vitais.
2 - Convencido como fiquei de que a sobrevivência das minorias étnicas e o projecto de uma sociedade pluri-racial estavam condenados em Moçambique em virtude da política prática seguida - que contrariava a linha política anunciada - cheguei à conclusão que eu, como branco e ainda por cima não nascido em Moçambique, não tinha lugar nessa sociedade, pelo menos enquanto não mudar a sua praxis e não se decidir a assumir como sua toda a população (que era escassa) habitante do território. Portanto saio. Creia que não lhe minto se lhe disser que o faço com a morte na alma.
E saio já porque também devo pensar um pouco mais em mim e que os meus anos se vão passando para iniciar vida nova utilmente noutro país.
3 - A pressão sobre as minorias não resultou em qualquer benefício para a maioria. Antes pelo contrário - a quebra na produção e a incapacidade de recuperação que se nota em quase todos os sectores da economia, fazem prever um acentuado decréscimo no nível de vida da população.
Postas as razões convém-me ainda esclarecer que considero V.Exa ainda hoje, apesar das reservas expostas à política seguida, como o mais autêntico representante do povo moçambicano, o verdadeiro líder nacionalista de que Moçambique precisa.
Por outro lado, e como vacina contra boatos, quero afirmar que nas minhas actuações sempre procurei defender com toda a honestidade os interesses que me foram confiados por Moçambique. Mas a corrupção a alto nível dentro do aparelho de estado existe, e dela tive confirmação em Lisboa.
Pelas razões que exponho para a minha saída, acho ser meu direito, e também meu dever, pedir a V.Exa que autorize a saída dos meus bens pessoais que me fazem mais falta e que só com dificuldade poderia substituir: mobílias, electrodomésticos, livros, discos e um carro Simca 08-75, com 5 anos de uso. Caso V.Exa autorize, pessoa amiga, que indico ao Cassimo, tratará das demarches necessárias. Mas se V.Exa achar que não deve autorizar, também passarei sem elas. Aceite V.Exa os cumprimentos meus e de minha mulher e os nossos desejos das maiores prosperidades para o Povo Moçambicano.
(Carlos Adrião Rodrigues)
18-03-2006
RECORDANDO: Cahora Bassa Inicia Pagamento a Portugal
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa começou a pagar a Portugal a sua dívida de 2,5 mil milhões de dólares (2,57 mil milhões de euros), tendo já entregue uma tranche de 15 milhões de dólares ((15,4 milhões de euros), o que ocorre pela primeira vez em 30 anos de história da empresa luso-moçambicana. Hoje, o fornecimento de energia à República do Zimbabwe surge como a principal fonte de receitas da barragem hidroeléctrica, cujo principal cliente é a África do Sul.
A iniciativa de entregar 15 milhões de dólares ao Estado português, a título de amortização da dívida, assume carácter simbólico, na medida em que é a primeira vez que Cahora Bassa - que ficou operacional para vender energia em 1977 - está em condições de "honrar" os seus compromissos financeiros, desde que recomeçou a funcionar há cinco anos. A dívida total contraída junto de Portugal ronda 2,5 mil milhões de dólares e foi assumida durante a guerra em Moçambique, entre a Renamo e a Frelimo, que obrigou a sucessivas obras de recuperação, assim como à paralisação da actividade, impedindo a sua viabilização económica. Durante este período, Portugal, por via do seu orçamento de Estado, suportou as despesas internas, os juros da divida, bem como os trabalhos de recuperação do empreendimento.
Nesta fase, a República do Zimbabwe aparece como a principal fonte de receitas anual de Cahora Bassa, apesar da África do Sul ser o país que mais importa energia de Moçambique - o Zimbabwe paga à empresa luso-moçambicana cerca de nove vezes mais do que a África do Sul. De acordo com a administração da Hidroelétrica de Cahora Bassa, presidida por Carlos Veiga Anjos, os pagamentos a Portugal podem manter-se regulares desde que as relações comerciais com o Zimbabwe se mantenham estáveis e desde que ultrapassado o diferendo com Pretória, quanto aos termos financeiros do contrato de fornecimento de electricidade à África do Sul, nomeadamente, o preço das tarifas de energia.
Cahora Bassa, tem a sua sede no Songo, e é detida em 82 por cento pelo Estado português e em 18 por cento pelo moçambicano - construída numa "garganta" (parte do vale mais apertada) do rio Zambeze, a barragem é formada por uma parede de betão com 160 metros de altura e 303 de comprimento. Apresenta 450 mil metros cúbicos de betão e uma albufeira com 270 quilómetros quadrados com capacidade para receber 52 mil milhões de metros cúbicos de água. A construção de Cahora Bassa foi posta a concurso em 1967.
PÚBLICO - 07.07.2002
A iniciativa de entregar 15 milhões de dólares ao Estado português, a título de amortização da dívida, assume carácter simbólico, na medida em que é a primeira vez que Cahora Bassa - que ficou operacional para vender energia em 1977 - está em condições de "honrar" os seus compromissos financeiros, desde que recomeçou a funcionar há cinco anos. A dívida total contraída junto de Portugal ronda 2,5 mil milhões de dólares e foi assumida durante a guerra em Moçambique, entre a Renamo e a Frelimo, que obrigou a sucessivas obras de recuperação, assim como à paralisação da actividade, impedindo a sua viabilização económica. Durante este período, Portugal, por via do seu orçamento de Estado, suportou as despesas internas, os juros da divida, bem como os trabalhos de recuperação do empreendimento.
Nesta fase, a República do Zimbabwe aparece como a principal fonte de receitas anual de Cahora Bassa, apesar da África do Sul ser o país que mais importa energia de Moçambique - o Zimbabwe paga à empresa luso-moçambicana cerca de nove vezes mais do que a África do Sul. De acordo com a administração da Hidroelétrica de Cahora Bassa, presidida por Carlos Veiga Anjos, os pagamentos a Portugal podem manter-se regulares desde que as relações comerciais com o Zimbabwe se mantenham estáveis e desde que ultrapassado o diferendo com Pretória, quanto aos termos financeiros do contrato de fornecimento de electricidade à África do Sul, nomeadamente, o preço das tarifas de energia.
Cahora Bassa, tem a sua sede no Songo, e é detida em 82 por cento pelo Estado português e em 18 por cento pelo moçambicano - construída numa "garganta" (parte do vale mais apertada) do rio Zambeze, a barragem é formada por uma parede de betão com 160 metros de altura e 303 de comprimento. Apresenta 450 mil metros cúbicos de betão e uma albufeira com 270 quilómetros quadrados com capacidade para receber 52 mil milhões de metros cúbicos de água. A construção de Cahora Bassa foi posta a concurso em 1967.
PÚBLICO - 07.07.2002
17-03-2006
Lisboa e Maputo estão empenhados no desenvolvimento sector energético
O ministério das Finanças assegurou hoje que os governos português e moçambicano estão empenhados no desenvolvimento do sector energético de Moçambique, tal como prova o acordo hoje alcançado da transferência do controlo da Hidroeléctrica de Cahora Bassa para Moçambique.
Num comunicado conjunto hoje emitido em Lisboa, o ministério das Finanças confirma que Portugal e Moçambique concluíram as negociações técnicas que permitirão a assinatura do acordo final para reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa para Moçambique em data a fixar, de acordo com o comunicado conjunto entre as delegações dos dois países.
Moçambique passa de uma posição de 18 para 85 do capital da HCB e Portugal reduz dos actuais 82 para 15 por cento.
O executivo de Maputo deverá pagar uma dívida de 787,4 milhões de euros a Portugal em compensação pela construção e manutenção da barragem construída durante o período de colonização portuguesa a Moçambique, terminado em 1975, ano da independência do país.
Em 2005, o ministério das Finanças tinha dito à agência Lusa que esta operação teria um impacto nulo no défice público português, porque seria tratada como uma privatização.
O Governo português deve recorrer a uma excepção nas regras do Eurostat (SEC 95) que prevê que um Estado possa anular ou assumir dívida de uma empresa pública num processo de privatização, sem que isto seja contabilizado no défice.
Esta é uma excepção à regra que determina que quando um Estado anula dívida, a operação deve ser registada nas contas públicas, porque é uma transferência de capital, ou seja, corresponde a reconhecer que o Estado abdica de receber a dívida a que tinha direito, pelo que tem reflexos negativos no défice público.
A agência Lusa tentou confirmar se o registo contabilístico da operação está acordado desta forma, mas até ao momento, o Ministério das Finanças não respondeu.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 17.03.2006
NOTA:
Resta saber então quem financiou Moçambique.
O Ministro Fernando Teixeira dos Santos afirmou em Novembro passado "...que (não) se esteja perante um perdão de dívida, mas sim face a uma situação de custos irrecuperáveis, associados à situação de guerra vivida por Moçambique. Em termos técnicos pode considerar-se estar perante um tipo de operação harmónio, ou seja, redução de capital com diminuição de posição accionista." Ora se o estado Português abdica de "receber a dívida", há ou não perdão?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Num comunicado conjunto hoje emitido em Lisboa, o ministério das Finanças confirma que Portugal e Moçambique concluíram as negociações técnicas que permitirão a assinatura do acordo final para reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa para Moçambique em data a fixar, de acordo com o comunicado conjunto entre as delegações dos dois países.
Moçambique passa de uma posição de 18 para 85 do capital da HCB e Portugal reduz dos actuais 82 para 15 por cento.
O executivo de Maputo deverá pagar uma dívida de 787,4 milhões de euros a Portugal em compensação pela construção e manutenção da barragem construída durante o período de colonização portuguesa a Moçambique, terminado em 1975, ano da independência do país.
Em 2005, o ministério das Finanças tinha dito à agência Lusa que esta operação teria um impacto nulo no défice público português, porque seria tratada como uma privatização.
O Governo português deve recorrer a uma excepção nas regras do Eurostat (SEC 95) que prevê que um Estado possa anular ou assumir dívida de uma empresa pública num processo de privatização, sem que isto seja contabilizado no défice.
Esta é uma excepção à regra que determina que quando um Estado anula dívida, a operação deve ser registada nas contas públicas, porque é uma transferência de capital, ou seja, corresponde a reconhecer que o Estado abdica de receber a dívida a que tinha direito, pelo que tem reflexos negativos no défice público.
A agência Lusa tentou confirmar se o registo contabilístico da operação está acordado desta forma, mas até ao momento, o Ministério das Finanças não respondeu.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 17.03.2006
NOTA:
Resta saber então quem financiou Moçambique.
O Ministro Fernando Teixeira dos Santos afirmou em Novembro passado "...que (não) se esteja perante um perdão de dívida, mas sim face a uma situação de custos irrecuperáveis, associados à situação de guerra vivida por Moçambique. Em termos técnicos pode considerar-se estar perante um tipo de operação harmónio, ou seja, redução de capital com diminuição de posição accionista." Ora se o estado Português abdica de "receber a dívida", há ou não perdão?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
16-03-2006
Quem são os heróis?
Contribuições para a História de Moçambique por Marcelino Síthole
É uma pergunta, que vem ao espírito de quem acaba de ler o relatório de Fanuel Guidion MAHLUZA, que o «Canal de Moçambique» publicou há dias.
Mahluza apressou-se a escrever (em inglês) e enviar para «Amnesty International» (Amnistia Internacional) este relatório, pouco depois de chegar a Nairobi, em proveniência do campo de "reeducação" de «Ruarua», planalto de Mueda de onde se tinha evadido, a 27 de Agosto de 1977, com Artur Janeiro da Fonseca, Atanásio Filipe Muhate e Lumbela.
Cansado pela viagem e traumatizado pelas privações e a perda de dois dos companheiros de evasão, a principal preocupação de Mahluza era a sorte dos numerosos combatentes da liberdade, estudantes e intelectuais, que a FRELIMO tinha internado nos seus campos de concentração, oficialmente designados por campos de "reeducação". Como se sabe, também o governo de Hitler, na Alemanha, tinha designado os seus campos de concentração e exterminação por campos de "trabalho": Die Arbeií machlfrei! (O trabalho liberta!), era a divisa destes campos.
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 16.03.2006
Leia tudo em:
Download contribuies_para_a_histria_de_moambique_quem_so_herois.doc
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 16.03.2006
Leia tudo em:
Download contribuies_para_a_histria_de_moambique_quem_so_herois.doc
Veja a Sétima Parte NA MÃO DOS ALGOZES de URIA SIMANGO - UM HOMEM UMA CAUSA em:
http://www.macua.org/livros/NASMAOSDOSALGOZES.htm
http://www.macua.org/livros/NASMAOSDOSALGOZES.htm
Conheça em:
http://fotw.fivestarflags.com/mz-polit.html
http://fotw.fivestarflags.com/mz-polit.html
15-03-2006
Ilha: Capela da Nossa Senhora do Baluarte
A pequena capela de Nossa Senhora do Baluarte é a primeira instalação cristã na Ilha de Moçambique e, portanto, em todo o Moçambique. Singela é certo, é o primeiro (e único, diz-se) exemplar do estilo manuelino na África Oriental. Está lá bem na ponta da ilha, até para além da fortaleza, pequeno promontório. Olhando/orando (a)o mar.
Acompanhando a degradação da cidade de "pedra-e-cal" a capela foi-se deteriorando. Há cerca de 10 anos foi recuperada, um financimento da Comissão dos Descobrimentos portugueses, como antes informava uma placa, entretanto retirada (eu sorrio. Se tivesse sido um qualquer financiamento "sueco" e ninguém se lembraria de arrancar a placa, mas isso são outras histórias). De meu conhecimento as instituições portuguesas financiaram até hoje esta recuperação (por via da importância do manuelino, creio; e do simbólico, a primeira igreja em Moçambique, o extremo norte da ilha) e uma intervenção no Palácio de S. Paulo, actual Museu da Ilha. Pouco, muito pouco, para um Estado e uma sociedade tão ligados a este património mundial.
Quanto à capelinha não posso deixar de resmungar. O pobre coitado que teve a ideia de a recuperar (por catolicismo? por lirismo?) esqueceu-se de prever o seu futuro acompanhamento, de o desenhar, de o associar a um enquadramento institucional. Deve ter sido arranjar o financiamento, cortar a fita e ficar contente, ufano ... Saberia ele, não teria ele obrigação de saber?, da necessidade de caiar a capela todos os anos (pelo menos, correcto, correcto, será duas vezes por ano)? E de acompanhar o seu estado?
Como chega essa gente aqui?
Bem, templo vandalizado é templo importante, isso é universal. Este apontamento não está como denúncia, mas como sinal da vida da zona. Foi quebrada na crença de se encontrar ouro. Como tal não aconteceu as outras sepulturas ficaram intactas. Já o mesmo não poderei dizer do desaparecimento das ossadas que habitavam a sacristia, em caixa aberta. Os que recuperaram, os que acompanharam a recuperação, terão eles achado por bem deixar ossos "à mão de semear"?]
Quanto à capelinha não posso deixar de resmungar. O pobre coitado que teve a ideia de a recuperar (por catolicismo? por lirismo?) esqueceu-se de prever o seu futuro acompanhamento, de o desenhar, de o associar a um enquadramento institucional. Deve ter sido arranjar o financiamento, cortar a fita e ficar contente, ufano ... Saberia ele, não teria ele obrigação de saber?, da necessidade de caiar a capela todos os anos (pelo menos, correcto, correcto, será duas vezes por ano)? E de acompanhar o seu estado?
Como chega essa gente aqui?
Bem, templo vandalizado é templo importante, isso é universal. Este apontamento não está como denúncia, mas como sinal da vida da zona. Foi quebrada na crença de se encontrar ouro. Como tal não aconteceu as outras sepulturas ficaram intactas. Já o mesmo não poderei dizer do desaparecimento das ossadas que habitavam a sacristia, em caixa aberta. Os que recuperaram, os que acompanharam a recuperação, terão eles achado por bem deixar ossos "à mão de semear"?]
Retirado do blog Ma-Schamba http://maschamba.weblog.com.pt/
Releia:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/11/moambique_turst.html
Releia:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/11/moambique_turst.html
14-03-2006
Contribuições para a história de Moçambique
A carta que mais abaixo ides ler é prova mais que provada que o conluíu MFA (Melo Antunes/Mário Soares/Almeida Santos) com a FRELIMO já há muito existia.
Sempre pelos descolonizadores portugueses foi referida apenas a existência de um único movimento armado em Moçambique quando existiam dois: a FRELIMO e a COREMO.
Eis agora a explicação de como a COREMO foi silenciada, com a ajuda da Zambia e da Tanzânia.
Já faleceu o autor da carta e está sepultado em Moçambique.
Quanto ao destino de muitos dos nomes referidos, sabemos o que lhes aconteceu no campo de Mtelela e em outros locais: FORAM ASSASSINADOS SEM JULGAMENTO.
Leia a carta publicada hoje no CANAL DE MOÇAMBIQUE em:
Download contribuies_para_a_histria_de_moambique_mahluza.doc
NOTA:
A foto da esquerda é de Mahluza na Gorongoza e a da direita de Irene Buque
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
08-03-2006
Quem se lembra da Praça 7 de Março de Lourenço Marques?
Denomina-se hoje, em Maputo, como Praça 25 de Junho.
Mas porquê 7 de Março?
Socorrendo-me do livro de João Craveirinha "MOÇAMBIQUE FEITIÇOS, COBRAS E LAGARTOS!", ficamos a saber que:
"A povoação de Lourenço Marques passa a ter estatuto de vila em 1876.
No dia 7 de Março de 1877 um corpo expedicionário de engenharia das Obras Públicas portuguesas desembarca em Lourenço Marques, vindo a bordo do navio África (o mesmo que anos mais tarde transportaria Gungunhana). Este famoso corpo voluntário de engenheiros era chefiado pelo engenheiro militar coronel Joaquim José Machado (mais tarde chegaria a general e a governador geral); veio com a missão de planificar e edificar a futura cidade. O nome da vila de Machadodorp, no Transval, foi dado em sua homenagem. Joaquim Machado foi o responsável pela conclusão do Caminho de Ferro de Lourenço Marques que fez a ligação com Pretória, "resultando num autêntico êxito da engenharia portuguesa". Esta expedição foi enviada de Lisboa por João de Andrade Corvo, grande visionário colonial. Foi ministro da Marinha, do Ultramar e dos Negócios Estrangeiros de 1867 a 1886 "intercaladamente".
Em 6 de Setembro de 1877 toma posse o primeiro presidente da Câmara Municipal de Lourenço Marques, almirante Augusto Vidal de Castilho Barreto e Noronha, também governador. Foi activo na resolução do diferendo luso-inglês sobre a Baía de Lourenço Marques, que culminou com a sentença favorável a Portugal, proferida em Versalhes a 24 de Julho de 1875 pelo presidente francês marechal Mac-Mahon, duque de Magenta. Augusto de Castilho, no conflito dos caminhos-de-ferro (CFLM), teve um grande tacto político-diplomático."
NOTA:
Embora a efeméride tenha sido ontem, só hoje tive tempo de a ela me referir. Na foto a Praça 7 de Março em 1929, num trabalho de Santos Rufino.
Desenvolvimento Integrado de Moatize
“Companhia Vale do Rio Doce” beneficia de várias isenções
(Maputo) A “Companhia Vale do Rio Doce” que tem como projecto âncora a exploração de minas de carvão em Moatize, na província de Tete, goza de vários incentivos fiscais e cambiais que o Governo de Moçambique acaba de conceder-lhe. Eles estão estampados no Decreto nr.51/2005 de 20 de Dezembro em BR que acaba de ser publicado pela Imprensa Nacional.
O projecto consiste em trabalhos de prospecção e pesquisa de carvão e desenvolvimento das respectivas infra-estruturas bem como a realização de estudos com vista à instalação de outras actividades, nomeadamente, fundição de alumínio, central eléctrica, fábrica de ferro-ligas, siderurgia, fábrica de cimento, fábrica de coque, fábrica de carvão vegetal e produção de bio-diesel.
A referida companhia brasileira vai também beneficiar de incentivos fiscais na realização de projectos de carácter social.
A primeira fase do projecto tem o seu término fixado para Novembro de 2006. Em caso de ocorrer qualquer prorrogação ao prazo dos trabalhos será também, igualmente, prorrogado o prazo da validade dessa fase do projecto em que vigoram os incentivos fiscais, refere o decreto.
O projecto será implementado pela empresa “Rio Doce Moçambique, limitada” registada em Moçambique e associada do grupo brasileiro CVRD – Companhia Vale do Rio Doce.
Foram aprovadas as seguintes isenções fiscais ao “projecto “Rio Doce Moçambique – Desenvolvimento Integrado de Moatize”:
Isenção do pagamento de direitos aduaneiros devidos na - importação de equipamentos, aparelhos, materiais, sobressalentes e viaturas para a prospecção e pesquisa ou exploração mineira.
Ainda nesta operação de importação dos referidos bens, a empresa estará isenta do pagamento do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) e do Imposto sobre Consumos Específicos.
O decreto autoriza também a importação temporária de bens de equipamentos, aparelhos, utensílios, ferramentas e máquinas mediante a prestação de garantias, nomeadamente Termo de Responsabilidade.
A empresa está isenta de Imposto sobre Rendimentos resultantes da aplicação de capitais (taxa liberatória), a título de financiamento de terceiros.
Vai também ter direito a redução da taxa de retenção na fonte estabelecida no Código sobre rendimentos das pessoas Colectivas (IRPC), para 5%, aplicável sobre o rendimento concernente aos serviços adquiridos a fornecedores estrangeiros destinadas ao projecto.
Fica ainda isenta do pagamento do SISA na transmissão de propriedade do Estado a favor da companhia, assim como beneficiará da redução em 50% da taxa de SISA na aquisição de imóveis quando estes destinarem-se exclusivamente à implementação do projecto.
Projectos sociais
Na realização de projectos sociais, a Companhia Vale do Rio Doce terá isenção do pagamento de direitos aduaneiros devidos na importação de equipamentos, aparelhos, materiais, sobressalentes e viaturas, estando isenta de pagar o IVA e o Imposto sobre Consumos Específicos (ICE) em “conformidade com as disposições dos códigos do IVA e do ICE”.
Regime cambial
O projecto vai gozar também de um regime cambial especial para abertura e movimentação no exterior de contas que tenham apenas por finalidade “proceder ao pagamento de despesas de investimento, incluindo os empreiteiros; garantir o pagamento de empréstimos e juros e custos operacionais, bem como efectuar pagamentos a empresas seguradoras ou seus agentes”. (J.C.)
(Maputo) A “Companhia Vale do Rio Doce” que tem como projecto âncora a exploração de minas de carvão em Moatize, na província de Tete, goza de vários incentivos fiscais e cambiais que o Governo de Moçambique acaba de conceder-lhe. Eles estão estampados no Decreto nr.51/2005 de 20 de Dezembro em BR que acaba de ser publicado pela Imprensa Nacional.
O projecto consiste em trabalhos de prospecção e pesquisa de carvão e desenvolvimento das respectivas infra-estruturas bem como a realização de estudos com vista à instalação de outras actividades, nomeadamente, fundição de alumínio, central eléctrica, fábrica de ferro-ligas, siderurgia, fábrica de cimento, fábrica de coque, fábrica de carvão vegetal e produção de bio-diesel.
A referida companhia brasileira vai também beneficiar de incentivos fiscais na realização de projectos de carácter social.
A primeira fase do projecto tem o seu término fixado para Novembro de 2006. Em caso de ocorrer qualquer prorrogação ao prazo dos trabalhos será também, igualmente, prorrogado o prazo da validade dessa fase do projecto em que vigoram os incentivos fiscais, refere o decreto.
O projecto será implementado pela empresa “Rio Doce Moçambique, limitada” registada em Moçambique e associada do grupo brasileiro CVRD – Companhia Vale do Rio Doce.
Foram aprovadas as seguintes isenções fiscais ao “projecto “Rio Doce Moçambique – Desenvolvimento Integrado de Moatize”:
Isenção do pagamento de direitos aduaneiros devidos na - importação de equipamentos, aparelhos, materiais, sobressalentes e viaturas para a prospecção e pesquisa ou exploração mineira.
Ainda nesta operação de importação dos referidos bens, a empresa estará isenta do pagamento do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) e do Imposto sobre Consumos Específicos.
O decreto autoriza também a importação temporária de bens de equipamentos, aparelhos, utensílios, ferramentas e máquinas mediante a prestação de garantias, nomeadamente Termo de Responsabilidade.
A empresa está isenta de Imposto sobre Rendimentos resultantes da aplicação de capitais (taxa liberatória), a título de financiamento de terceiros.
Vai também ter direito a redução da taxa de retenção na fonte estabelecida no Código sobre rendimentos das pessoas Colectivas (IRPC), para 5%, aplicável sobre o rendimento concernente aos serviços adquiridos a fornecedores estrangeiros destinadas ao projecto.
Fica ainda isenta do pagamento do SISA na transmissão de propriedade do Estado a favor da companhia, assim como beneficiará da redução em 50% da taxa de SISA na aquisição de imóveis quando estes destinarem-se exclusivamente à implementação do projecto.
Projectos sociais
Na realização de projectos sociais, a Companhia Vale do Rio Doce terá isenção do pagamento de direitos aduaneiros devidos na importação de equipamentos, aparelhos, materiais, sobressalentes e viaturas, estando isenta de pagar o IVA e o Imposto sobre Consumos Específicos (ICE) em “conformidade com as disposições dos códigos do IVA e do ICE”.
Regime cambial
O projecto vai gozar também de um regime cambial especial para abertura e movimentação no exterior de contas que tenham apenas por finalidade “proceder ao pagamento de despesas de investimento, incluindo os empreiteiros; garantir o pagamento de empréstimos e juros e custos operacionais, bem como efectuar pagamentos a empresas seguradoras ou seus agentes”. (J.C.)
07-03-2006
Linha d'água: Aplausos a quem os merece
Por Luís Loforte
TREMOR DE TERRA
Como muitos cidadãos, também abandonei os aposentos e me postei na rua quando há dias a terra sentiu arrepios. Entre toda a sorte de episódios que cada um tinha para contar sobre a forma como percepcionou o fenómeno, lá via os citadinos aguardando de ouvido colado ao “transístor” por vozes mais autorizadas para lhes falarem um pouco mais acima dos seus conhecimentos. Debalde. À hora daquele acontecimento, os que mais sabem dormiam ou viviam o desespero com os leigos. Pior ainda, os que deveriam indagar, ... também dormiam.
O rádio também me não saía do ouvido, mas devo assinalar que pouco dele me servi, à excepção de alguns assomos de informação proporcionados por um locutor da RM um pouco antes da uma hora da madrugada, mas apenas para nos dizer que a todo o momento teríamos notícias mais elaboradas sobre o tremor de terra. E pouco mais.
De regresso à casa resolvi mesmo desligar o receptor de rádio e lá fui fazendo alguns “zappings” pelos canais disponíveis na televisão. Surpreendeu-me positivamente encontrar a STV com as emissões retomadas, tentando informar e informar-se, quando à minha saída precipitada a deixara em simultâneo com a BBC World, como é seu hábito. À hora em que as coisas se passaram, não se esperavam grandes primores por parte da STV e muito menos o ideal, mas ao menos tentava o melhor. A pública, essa, ressonava ao som das diáfanas barras policromáticas.
Fechara e pronto, nem que o céu desabasse sobre nós. E foi então que me deu a pensar que vinte e cinco anos não só podem mudar gerações de homens, como também mudar mentalidades de gerações de jornalistas. Veja-se apenas um exemplo neste mesmo nosso solo pátrio:
Em 1980, Moçambique vivia no silêncio a pior seca depois da sua Independência. No silêncio porque em tempo de lançamento das bases ideológicas em nada interessava dizer que centenas de pessoas morriam à míngua de água e de comida. Afinal, todos deveríamos saber que o socialismo era a panaceia de todos os males. O que diria o mundo expectante das nossas capacidades?
Era o tempo em que as coisas só aconteciam depois que o chefe as visse e dissesse que as viu e como as viu. Depois disso, sim, todos as viram. Tal como em certa medida hoje, o problema é que todos ficamos à espera que o chefe não só diga, como também nos dê a dose e a forma em que as coisas devem ser informadas. Exemplo recente foi com o imbróglio das caricaturas, onde todos, sem excepção, foram ao reboque do governo, inclusive por parte do próprio sindicato de jornalistas. Mas eu falava da seca de 1980.
Naquele ano, todos os estudantes universitários foram chamados a envolver-se no primeiro recenseamento geral da população depois da proclamação da Independência. Marcelino Alves, também colega na Rádio Moçambique, foi destacado, ao que julgo, para integrar as brigadas de Inhambane, zona fortemente afectada pela seca e onde, como mais tarde viríamos a saber, as pessoas morriam às centenas.
Perante o infortúnio, Marcelino mandou às urtigas o censo e começou a mandar “despachos” por todos os meios ao seu dispor sobre os dramas da estiagem.
Ouvia-o eu estando na longínqua Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado. E foi assim que a dramática seca de 80 passou a fazer parte do quotidiano da informação nacional, os governantes começaram a fazer “briefings” e o país despertou para o desastre social que os “responsáveis” sabiam, mas esperavam por “orientações superiores”.
Para os que não sabem, naqueles anos falar ao telefone era um autêntico sortilégio. Hoje, apesar de toda a parafernália de meios de comunicações ao nosso dispor, onde avultam os celulares, os quais até os vendedores de amendoim nas esquinas os têm de sobra, poucos são os jornalistas que conseguem pôr em tempo útil uma notícia de que o público está necessitado. E isto faz com que nos recordemos do preceito primordial de um jornalista perante um acontecimento: antes de mais, tomar uma atitude.
Atitude essa, afinal, que faltou até nos que a isso eram obrigados, mas que sobrou naqueles que a isso não eram obrigados, designadamente a STV, que foi, a todos os títulos, credora dos nossos maiores encómios.
Aplausos, pois, a quem os merece. Mas aqui a lembrança de que é assim que uns perdem e outros fixam as audiências. Tomara: se uns têm-no garantido todos os meses (e até por via compulsiva), os outros têm que fazer de tripas coração para tê-lo!
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) - 07.03.2006
TREMOR DE TERRA
Como muitos cidadãos, também abandonei os aposentos e me postei na rua quando há dias a terra sentiu arrepios. Entre toda a sorte de episódios que cada um tinha para contar sobre a forma como percepcionou o fenómeno, lá via os citadinos aguardando de ouvido colado ao “transístor” por vozes mais autorizadas para lhes falarem um pouco mais acima dos seus conhecimentos. Debalde. À hora daquele acontecimento, os que mais sabem dormiam ou viviam o desespero com os leigos. Pior ainda, os que deveriam indagar, ... também dormiam.
O rádio também me não saía do ouvido, mas devo assinalar que pouco dele me servi, à excepção de alguns assomos de informação proporcionados por um locutor da RM um pouco antes da uma hora da madrugada, mas apenas para nos dizer que a todo o momento teríamos notícias mais elaboradas sobre o tremor de terra. E pouco mais.
De regresso à casa resolvi mesmo desligar o receptor de rádio e lá fui fazendo alguns “zappings” pelos canais disponíveis na televisão. Surpreendeu-me positivamente encontrar a STV com as emissões retomadas, tentando informar e informar-se, quando à minha saída precipitada a deixara em simultâneo com a BBC World, como é seu hábito. À hora em que as coisas se passaram, não se esperavam grandes primores por parte da STV e muito menos o ideal, mas ao menos tentava o melhor. A pública, essa, ressonava ao som das diáfanas barras policromáticas.
Fechara e pronto, nem que o céu desabasse sobre nós. E foi então que me deu a pensar que vinte e cinco anos não só podem mudar gerações de homens, como também mudar mentalidades de gerações de jornalistas. Veja-se apenas um exemplo neste mesmo nosso solo pátrio:
Em 1980, Moçambique vivia no silêncio a pior seca depois da sua Independência. No silêncio porque em tempo de lançamento das bases ideológicas em nada interessava dizer que centenas de pessoas morriam à míngua de água e de comida. Afinal, todos deveríamos saber que o socialismo era a panaceia de todos os males. O que diria o mundo expectante das nossas capacidades?
Era o tempo em que as coisas só aconteciam depois que o chefe as visse e dissesse que as viu e como as viu. Depois disso, sim, todos as viram. Tal como em certa medida hoje, o problema é que todos ficamos à espera que o chefe não só diga, como também nos dê a dose e a forma em que as coisas devem ser informadas. Exemplo recente foi com o imbróglio das caricaturas, onde todos, sem excepção, foram ao reboque do governo, inclusive por parte do próprio sindicato de jornalistas. Mas eu falava da seca de 1980.
Naquele ano, todos os estudantes universitários foram chamados a envolver-se no primeiro recenseamento geral da população depois da proclamação da Independência. Marcelino Alves, também colega na Rádio Moçambique, foi destacado, ao que julgo, para integrar as brigadas de Inhambane, zona fortemente afectada pela seca e onde, como mais tarde viríamos a saber, as pessoas morriam às centenas.
Perante o infortúnio, Marcelino mandou às urtigas o censo e começou a mandar “despachos” por todos os meios ao seu dispor sobre os dramas da estiagem.
Ouvia-o eu estando na longínqua Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado. E foi assim que a dramática seca de 80 passou a fazer parte do quotidiano da informação nacional, os governantes começaram a fazer “briefings” e o país despertou para o desastre social que os “responsáveis” sabiam, mas esperavam por “orientações superiores”.
Para os que não sabem, naqueles anos falar ao telefone era um autêntico sortilégio. Hoje, apesar de toda a parafernália de meios de comunicações ao nosso dispor, onde avultam os celulares, os quais até os vendedores de amendoim nas esquinas os têm de sobra, poucos são os jornalistas que conseguem pôr em tempo útil uma notícia de que o público está necessitado. E isto faz com que nos recordemos do preceito primordial de um jornalista perante um acontecimento: antes de mais, tomar uma atitude.
Atitude essa, afinal, que faltou até nos que a isso eram obrigados, mas que sobrou naqueles que a isso não eram obrigados, designadamente a STV, que foi, a todos os títulos, credora dos nossos maiores encómios.
Aplausos, pois, a quem os merece. Mas aqui a lembrança de que é assim que uns perdem e outros fixam as audiências. Tomara: se uns têm-no garantido todos os meses (e até por via compulsiva), os outros têm que fazer de tripas coração para tê-lo!
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) - 07.03.2006
ILHA DE MOÇAMBIQUE - Onde está o dinheiro?
Como todos sabem sou natural da Ilha de Moçambique, único lugar do mundo onde todos os habitantes eram amigos. Amigos sem distinção de cor ou credo. Esta é a verdade!
Visitei-a em Novembro passado (agora resido em Portugal) e os amigos que lá tinha continuaram a ser os amigos que lá tenho. Isto é, os poucos que lá ficaram.
Foi com tristeza que verifiquei que pouco ou nada ainda se havia feito para a reabilitação de tão ímpar lugar. Reabilitação física e humana, continuando a suportar uma carga excessiva de população residente.
E lembrei-me desta notícia aqui publicada em 16 de Junho de 2004:
Foi com tristeza que verifiquei que pouco ou nada ainda se havia feito para a reabilitação de tão ímpar lugar. Reabilitação física e humana, continuando a suportar uma carga excessiva de população residente.
E lembrei-me desta notícia aqui publicada em 16 de Junho de 2004:
"A fortaleza de São Sebastião, na Ilha de Moçambique, vai ser recuperada graças a um projecto da UNESCO financiado pela cooperação japonesa e pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).
A fortaleza foi construída para defender o caminho marítimo para a Índia.
O projecto está orçado em 1,6 milhões de dólares, sendo um milhão financiado pela cooperação japonesa e 600 mil (500 mil euros) pela UCCLA que assina hoje, em Lisboa, o contrato com a UNESCO."
A fortaleza foi construída para defender o caminho marítimo para a Índia.
O projecto está orçado em 1,6 milhões de dólares, sendo um milhão financiado pela cooperação japonesa e 600 mil (500 mil euros) pela UCCLA que assina hoje, em Lisboa, o contrato com a UNESCO."
Foi-me garantido que até hoje nem um metical ali havia chegado.
Será que alguém o tem a render? Que afinal não foi doado? Quem explicará?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
05-03-2006
A HISTÓRIA SECRETA DO IMPERADOR VÁTUA: GUNGUNHANA
Gungunhana "era filho do rei de Portugal!".
Assim foi apresentado o dono do vasto império vátua - que no século XIX englobava grande parte do território de Moçambique - na cerimónia que assinalou os 110 anos da batalha de Chaimite, decorrida no passado dia 28 de Dezembro, no Museu Militar, em Lisboa.
O que aconteceu então para que este "filho do rei de Portugal", admirado e respeitado tanto pelas tribos nativas como pelas potências estrangeiras da altura, tenha sido capturado e enviado para Lisboa onde foi humilhado e vergonhosamente exposto à população após a sua chegada?
Assim foi apresentado o dono do vasto império vátua - que no século XIX englobava grande parte do território de Moçambique - na cerimónia que assinalou os 110 anos da batalha de Chaimite, decorrida no passado dia 28 de Dezembro, no Museu Militar, em Lisboa.
O que aconteceu então para que este "filho do rei de Portugal", admirado e respeitado tanto pelas tribos nativas como pelas potências estrangeiras da altura, tenha sido capturado e enviado para Lisboa onde foi humilhado e vergonhosamente exposto à população após a sua chegada?
Texto de Sílvia Fernandes
Fotos de Gil Garcia e Arquivo Pessoal
Fotos de Gil Garcia e Arquivo Pessoal
A resposta surgiria no decorrer da própria cerimónia no Museu Militar, através do orador, coronel Américo José Henriques. Entre a assistência, sentados lado a lado, os descendentes de Gungunhana e de Mouzinho de Albuquerque, o imperador africano detido e o oficial português que o deteve. Um cenário que muitos defendem ser possível apenas entre os portugueses, cujos laços amigáveis criados com os povos em tempos colonizados prescindem de teorias, estudos e discursos políticos, podendo ser facilmente testemunhados em momentos como este. ... ... ...
Leia tudo em
Download gungunhana_magazine.pdf
Leia tudo em
Download gungunhana_magazine.pdf
In Magazine - Grande Informação de Fevereiro de 2006
Veja também
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/12/1895_28_de_deze.html
Veja também
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/12/1895_28_de_deze.html
02-03-2006
Heróis de ontem, de Hoje e do Amanhã
Será este debate um tema para a ordem do dia?
Se quisermos ter resultados mais apalpáveis, a comissão criada pelo Governo deveria incluir a participação da Renamo como maior partido da oposição representado na Assembleia da Republica, partidos extra parlamentares sociedade civil e religiosa; pois apesar dos pesares o debate seria mais transparente e credível.
Moçambicanos de todos os quadrantes, foram surpreendidos ao serem chamados numa altura em que Pais se debate com as fúrias das águas, a contribuir para este debate que só hoje a Frelimo entendeu por em cima da mesa.
Está na hora de forte união, regada pelo sentimento nativista, para darmos um basta a toda a espoliação e miséria de todas as formas que atingem o Pais, com o sentimento traduzido pelo mais puro nacionalismo, o nacionalismo aberto, aquele que é derivado do Amor à Pátria, eivado do mais profundo sentimento da Moçambicanidade e que coloca, em primeiro lugar, os interesses nacionais e não partidários; onde não se admitem exclusões de ordem politica, social económica, tribal, religiosa, e racial.
Povo é o único pelo seu peculiar caldeamento... ... ...
Se quisermos ter resultados mais apalpáveis, a comissão criada pelo Governo deveria incluir a participação da Renamo como maior partido da oposição representado na Assembleia da Republica, partidos extra parlamentares sociedade civil e religiosa; pois apesar dos pesares o debate seria mais transparente e credível.
Moçambicanos de todos os quadrantes, foram surpreendidos ao serem chamados numa altura em que Pais se debate com as fúrias das águas, a contribuir para este debate que só hoje a Frelimo entendeu por em cima da mesa.
Está na hora de forte união, regada pelo sentimento nativista, para darmos um basta a toda a espoliação e miséria de todas as formas que atingem o Pais, com o sentimento traduzido pelo mais puro nacionalismo, o nacionalismo aberto, aquele que é derivado do Amor à Pátria, eivado do mais profundo sentimento da Moçambicanidade e que coloca, em primeiro lugar, os interesses nacionais e não partidários; onde não se admitem exclusões de ordem politica, social económica, tribal, religiosa, e racial.
Povo é o único pelo seu peculiar caldeamento... ... ...
Leia o texto completo em
Download herois_linnete.doc
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Linette Olofsson
Deputada Suplente
Circulo Eleitoral Zambézia
Deputada Suplente
Circulo Eleitoral Zambézia
28-02-2006
CAMPO DE INSTRUÇÃO MILITAR DE BOANE
Fomos e ainda são milhares os "passantes" do Campo Militar de Boane: portugueses e moçambicanos. Eu fui um deles. E considero aquele local como o primeiro "cadinho" da formação de um novo espírito de ser moçambicano.
Conheça a sua história, contada pelo Cor. Abranches Pinto, em:
http://www.macua.org/livros/boane.html
http://www.macua.org/livros/boane.html
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Contribuições para a história de Moçambique por Uria Simango (Novembro, 1974)(2)
Após ler o artigo com o título acima (verhttp://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/02/contribuies_par.html) mais uma vez confirmo que Mário Soares, Almeida Santos e outros nunca disseram a verdade sobre a descolonização de Moçambique.
A quase totalidade dos portugueses e moçambicanos julga que o único movimento armado em Moçambique era a Frelimo, o que não é verdade, pois a COREMO, especialmente em Tete estava activa há já bastante tempo. Não fossem os conluíos com a Frelimo e com a Zambia,também com este movimento armado se teria que dialogar em pé de igualdade com a Frelimo. Em Angola tiveram os descolonizadores que aceitar 3 movimentos. Não fora a ajuda da Zâmbia e assim teria sido em Moçambique com 2 movimentos armados.
Muito me admira também que todos os historiadores portugueses, para já não falar dos moçambicanos, tenham escamoteado esta verdade. Custa-me dizê-lo: estarão todos vendidos?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
A quase totalidade dos portugueses e moçambicanos julga que o único movimento armado em Moçambique era a Frelimo, o que não é verdade, pois a COREMO, especialmente em Tete estava activa há já bastante tempo. Não fossem os conluíos com a Frelimo e com a Zambia,também com este movimento armado se teria que dialogar em pé de igualdade com a Frelimo. Em Angola tiveram os descolonizadores que aceitar 3 movimentos. Não fora a ajuda da Zâmbia e assim teria sido em Moçambique com 2 movimentos armados.
Muito me admira também que todos os historiadores portugueses, para já não falar dos moçambicanos, tenham escamoteado esta verdade. Custa-me dizê-lo: estarão todos vendidos?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
MOÇAMBIQUE ACOLHE PRIMEIRO FESTIVAL INTERNACIONAL DE TURISMO CULTURAL
Moçambique vai acolher o Primeiro Festival Internacional de Turismo Cultural de 28 de Agosto a 10 de Setembro deste ano. A iniciativa denominada "Avante Moçambique" visa continuar a colocar o país no mapa turístico mundial.
O lançamento do Primeiro Festival Internacional aconteceu ontem num dos hoteis da cidade de Maputo.
O evento, considerado espectacular e histórico, vai celebrar a paz que já dura há mais de dez anos no país e, ainda, celebrar a harmonia social e solidariedade internacional, expor a variedade de culturas em diversos pontos identificados como destinos turísticos.
Pretende-se igualmente apresentar e promover as potencialidades culturais de Moçambique, envolvendo vários grupos étnicos, através da sua cultura.
O festival vai ser marcado por várias realizações, desde concerto musical internacional, que vai juntar artistas moçambicanos da velha e nova gerações, de africanos, e do resto do mundo, bem como prestar tributo aos heróis e campeões a vários níveis, celebrar a arte tradicional e cultura das dez províncias de Moçambique, exposição de artes visuais e apresentação de cinema moçambicano e seminários.
O Ministro do Turismo considera que o evento se reveste de grande importância para o Governo de Moçambique, uma vez que, vai criar maior visibilidade projectando o país além fronteiras e estreitando mais a amizade com parceiros internacionais na área de turismo.
O primeiro festival internacional de turismo cultural vai coincidir com o período da Feira Internacional de Maputo, FACIM, momento considerado de mais valia para o país sob ponto de vista turístico.
A realização do festival já tem comité de organização que integra Egas Mussanhane, António Maló, Leonardo Simão, Salomão Manhiça, Reverendo Arão Litsuri, Américo Magaia e Renato Matusse.
O Presidente da República, Armando Guebuza, é o patrono do evento que conta com o patrocínio dos Estados Unidos da América
STOP - 28.02.2006
Cahora Bassa - A "reversão"
A dar fe ao que aqui se diz, confirma-se o meu cepticismo em relacao a esta "segunda independencia do povo mocambicano". Nao percebo como uma operacao visando a reversao da posicao accionista de 82 para 18; para 15 e 85%, de accoes detidas por Portugal e Mocambique, respectivamente. Pior ainda se tomarmos em consideracao que se trata de um empreendimento que:
a) E o maior que Portugal jamais realizou, no "ëxterior";
b) Desde a sua construcao, Portugal nao produziu o retorno que seria de esperar do volume de investimentos (a estabilidade politica actualmente prevalescente em Mocambique, cria alguma expecativa de que o cenario mude), mesmo tendo em linha de conta que a HCB nao perseguia objectivos meramente economicos, mas principalmente estrategicos, como forma de estancar a luta de libertacao nacional da FRELIMO, nao so sob o ponto de vista militar como tambem no diplomatico no concerto das nacoes ( a guerrilha deixaria de ter "sentido", etc. ect.....).Alias, Marcelo Caetano, se a minha memoria nao me atraicoa no seu livro "O meu compromisso", escrito e editado durante o seu exilio no Brasil, apos o 15 de Abril, que deu origem a chamada Revolucao dos Cravos.
Por conseguimte, ou os ilustres dignatarios das partes "estavam distraidos" ou a "reversao"nao passou de uma operacao de charme para o ou os eleitorados.
Queira Deus que esteja redondamente errado. A ver vamos.
Santos Chitsungo
In Moçambique Online
a) E o maior que Portugal jamais realizou, no "ëxterior";
b) Desde a sua construcao, Portugal nao produziu o retorno que seria de esperar do volume de investimentos (a estabilidade politica actualmente prevalescente em Mocambique, cria alguma expecativa de que o cenario mude), mesmo tendo em linha de conta que a HCB nao perseguia objectivos meramente economicos, mas principalmente estrategicos, como forma de estancar a luta de libertacao nacional da FRELIMO, nao so sob o ponto de vista militar como tambem no diplomatico no concerto das nacoes ( a guerrilha deixaria de ter "sentido", etc. ect.....).Alias, Marcelo Caetano, se a minha memoria nao me atraicoa no seu livro "O meu compromisso", escrito e editado durante o seu exilio no Brasil, apos o 15 de Abril, que deu origem a chamada Revolucao dos Cravos.
Por conseguimte, ou os ilustres dignatarios das partes "estavam distraidos" ou a "reversao"nao passou de uma operacao de charme para o ou os eleitorados.
Queira Deus que esteja redondamente errado. A ver vamos.
Santos Chitsungo
In Moçambique Online
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/02/eurostat_acompa_1.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/02/cahora_bassa_st.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/02/eurostat_acompa_1.html
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/02/cahora_bassa_st.html
Contribuições para a história de Moçambique por Uria Simango (Novembro, 1974)
Um alerta que o mundo desconheceu
Situação actual em Moçambique
De modo a informar todos aqueles que se interessam pelos acontecimentos em Moçambique, decidi escrever estas breves linhas na esperança de que elas possam vir dar uma visão geral da situação.
O golpe de estado de 25 de Abril em Portugal, foi seguido de promessas dadas pela junta militar dirigida pelo General Spínola de que às colónias iria ser conferida a liberdade de escolherem o seu futuro. Deste modo, a independência seria concedida após eleições gerais, nos princípios de 1975, em que todos os partidos políticos poderiam participar. Com efeito, foi concedida uma amnistia a todos os políticos e aos movimentos de libertação, autorizando-se o seu regresso aos seus respectivos países de forma a terem a oportunidade de expressar os seus ideais antes das eleições.
Leia tudo:
Download contribuies_para_a_histria_de_moambique_por_uria_simango.doc
Situação actual em Moçambique
De modo a informar todos aqueles que se interessam pelos acontecimentos em Moçambique, decidi escrever estas breves linhas na esperança de que elas possam vir dar uma visão geral da situação.
O golpe de estado de 25 de Abril em Portugal, foi seguido de promessas dadas pela junta militar dirigida pelo General Spínola de que às colónias iria ser conferida a liberdade de escolherem o seu futuro. Deste modo, a independência seria concedida após eleições gerais, nos princípios de 1975, em que todos os partidos políticos poderiam participar. Com efeito, foi concedida uma amnistia a todos os políticos e aos movimentos de libertação, autorizando-se o seu regresso aos seus respectivos países de forma a terem a oportunidade de expressar os seus ideais antes das eleições.
Leia tudo:
Download contribuies_para_a_histria_de_moambique_por_uria_simango.doc
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 28.02.2006
25-02-2006
Cahora Bassa still stalled
MOZAMBIQUE/PORTUGAL
In spite of pressure from the Mozambican government, the matter of handing back to Mozambique the majority of the equity of Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB, the firm operating the dam of the same name) was not settled before the presidential election in Portugal last month. The government of Maputo will therefore have to continue negotiating this matter with the new President of Portugal, Anibal Cavaco Silva, who is to take up his functions at the beginning of March. President Armando Guebuza of Mozambique has already informed his Portuguese opposite number that he is concerned about the delays being built up in completing this issue, which should have been closed by December 2005. The Mozambican authorities are all the more disquiet since certain people close to Cavaco Sliva could now find themselves in jobs of advisor and blow hot and cold on this subject. Hence, the Portuguese former Minister of Finance, Manuela Ferreira Leite is in favour of “complete and full settlement of the Mozambican debt” concerning Cahora Bassa. But on the other hand, Ambassador Martins da Cruz, a former Minister for Foreign Affairs and Cavaco Silva’s diplomatic advisor for ten years, defends a more flexible and diplomatic approach to this question. The reason is that he has in mind holding a Euro-African summit in Lisbon when Portugal holds the rotating Presidency of the European Union (EU) next year.
Indian Ocean Letter - 25.02.2006
NOTA:
- Afinal para que foi todo aquele "show off"? Estavam com medo de Cavaco Silva? Cavaco Silva não está metido em negócios de "compadres".
In spite of pressure from the Mozambican government, the matter of handing back to Mozambique the majority of the equity of Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB, the firm operating the dam of the same name) was not settled before the presidential election in Portugal last month. The government of Maputo will therefore have to continue negotiating this matter with the new President of Portugal, Anibal Cavaco Silva, who is to take up his functions at the beginning of March. President Armando Guebuza of Mozambique has already informed his Portuguese opposite number that he is concerned about the delays being built up in completing this issue, which should have been closed by December 2005. The Mozambican authorities are all the more disquiet since certain people close to Cavaco Sliva could now find themselves in jobs of advisor and blow hot and cold on this subject. Hence, the Portuguese former Minister of Finance, Manuela Ferreira Leite is in favour of “complete and full settlement of the Mozambican debt” concerning Cahora Bassa. But on the other hand, Ambassador Martins da Cruz, a former Minister for Foreign Affairs and Cavaco Silva’s diplomatic advisor for ten years, defends a more flexible and diplomatic approach to this question. The reason is that he has in mind holding a Euro-African summit in Lisbon when Portugal holds the rotating Presidency of the European Union (EU) next year.
Indian Ocean Letter - 25.02.2006
NOTA:
- Afinal para que foi todo aquele "show off"? Estavam com medo de Cavaco Silva? Cavaco Silva não está metido em negócios de "compadres".
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