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Rajoy disse que os dias após as eleições, nas quais nenhum partido conquistou maioria absoluta, não seriam fáceis e acordos terão que ser feitos
Por Redação, com agências internacionais – de Madri:
Mariano Rajoy disse que irá se empenhar na formação do governo, acrescentando que o país precisa de estabilidade, construída pelo trabalho realizado pelo seu partido de centro-direita, Partido Popular (PP), nos últimos quatro anos.
Rajoy, em declarações feitas de uma varanda da sede do partido no centro de Madri para apoiadores, disse que os dias após as eleições, nas quais nenhum partido conquistou maioria absoluta, não seriam fáceis e acordos terão que ser feitos.
Conservadores vencem
O Partido Popular (PP, de centro-direita) venceu as eleições espanholas de domingo com 28,72% dos votos, seguido do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), com 22,02%, depois de escrutinadas mais de 99% das urnas. Com o resultado, o PP elegeu 123 deputados e os socialistas, 90. Em terceiro lugar ficou o Podemos, que conquistou 69 assentos, com 20,6% dos votos, seguindo-se o Ciudadanos, com 40 deputados e 13,9%.
O resultado da eleição deixa o PP, do atual chefe de governo, Mariano Rajoy, longe da maioria absoluta de 176 deputados. Apesar disso, Rajoy se proclamou vencedor das eleições e reivindicou para si a tarefa da formar governo. “Quem ganha as eleições deve tentar formar um governo”, declarou em Madri, perante centenas de simpatizantes. Ele reconheceu, porém, que a tarefa “não será fácil”.
O líder dos socialistas, Pedro Sánchez, reconheceu a vitória do adversário e a sua incumbência de formar governo, mas se mostrou disposto a dialogar. Ele disse que se abre “uma nova etapa”, na qual a imposição deve dar lugar ao diálogo. Rajoy havia declarado já durante a campanha que considera a possibilidade de formação de uma grande coalizão, nos moldes da que governa a Alemanha.
Já o líder do Podemos, Pablo Iglesias, disse que o resultado eleitoral pôs fim ao atual sistema político e abriu uma nova etapa no país. “Nasceu uma nova Espanha”, declarou o professor de ciência política, de 37 anos. O Podemos chegou ao Congresso dos Deputados como terceira força, apenas dois anos depois de sua fundação.
Também entraram no Congresso a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), com nove eleitos e 2,3% dos votos nacionais, a Democràcia y Llibertat (oito deputados e 2,2%), e o Partido Nacionalista Basco (seis deputados e 1,2%). Depois vêm a Esquerda Unida (dois deputados e 3,6%), o partido basco EH-Bildu (2 lugares e 0,8%) e a Coligação Canária (um deputado e 0,3%).
No caso do Podemos, o total de assentos resulta da combinação dos votos no partido, mas também das listas autônomas apresentadas na Catalunha (En Comú Podem), em Valência (Compromís en la Comunidad Valenciana) e na Galiza (En Marea).
No Senado, o PP obteve a maioria, com 121 senadores, seguido do PSOE, com 50.
Os resultados rompem pela primeira vez a hegemonia bipartidária que vigorava na Espanha desde 1982, com PP e PSOE se alternando no poder.
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