A MINHA HOMENAGEM DO ANO
Com o ano a terminar a minha homenagem de 2015 vai completa, para os trabalhadores e dirigentes da EDM. E justifico antes de choverem pedras.
Manter Moçambique iluminado, nas actuais condições da rede de transporte e distribuição, só é possível porque 24 horas por dia e noite, 365 dias ao ano, faça chuva ou sol, um enorme grupo de homens e mulheres dá o seu melhor pela empresa e pelos seus clientes nas 11 províncias, nos 150 distritos e em centenas de postos administrativos de Moçambique.
Tenho a completa consciência que com as limitações e condições das infra-estruturas, não é possível aos técnicos, fazerem muito mais.
Quem conhece a empresa sabe que tenho razão. Á muitos anos que as várias Administrações que passaram naquela casa, alertaram a quem de direito para a rotura eminente do sistema. A demanda de energia e o numero de consumidores, duplicou nos ultimos anos e as capacidades de transporte, transformacao e distribuicao sao quase as mesmas. Por motivos que acredito serem puramente financeiros, não foi possível investir em novas redes de transporte, nem reabilitar na totalidade as existentes. Mas a factores financeiros a empresa e os seus trabalhadores são alheios, porque a EDM depende a 100% da receita dos clientes, de financiamentos externos, e dos investimentos estatais. A tarifa de que resulta a receita, esteve 7 anos sem ser actualizada, os financiamentos externos sao cada dia mais dificeis de obter e os investimentos do Estado têm sido implementados á medida das possibilidades. Mesmo assim a energia chega hoje a praticamente todos os distritos do pais e nesse aspecto não era possível fazer mais que aquilo que foi feito.
Leio e ouço todos os dias inúmeras críticas á empresa vindas de todos os quadrantes. Em democracia todos temos direito á opinião mesmo quando falamos daquilo que não conhecemos. Aquilo com que não concordo é que essas críticas sejam dirigidas aos trabalhadores. Para mim eles são os menos culpados. Para mim eles são o mais valioso activo da empresa e sem o seu saber e esforço, estaríamos muito pior ainda. Para mim, eles são merecedores da minha consideração e homenagem.
Para todos aqueles que neste período de fim de ano, vão estar afastados das famílias em piquetes de rede, subestações e centrais, para que nós os outros possamos ter alegria nas nossas festas, vai o meu reconhecimento e o meu abraço.
Se não tivesse conferido a minha figura do ano ainda dava a distinção ao autor deste texto, Fernando Costa, pela coragem de ir contra a opinião popular e pela verticalidade na apreciação de quem se esforça. É claro que os cortes incomodam muito. Mas uma coisa que muitos de nós esquecemos é que uma boa parte dos problemas que serviços públicos como este enfrentam tem a ver com a pressão política para que abranjam cada vez mais gente. Isso não se consegue sem grandes percalços técnicos. Esquecemo-nos também que sentimos mais a sua falta não porque o produto não seja suficiente, mas mais porque as nossas necessidades aumentam com o produto...
Moisés Eugénio Mabunda, o que dizes?
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