AUDITORIA é uma das palavras raras neste novo governo. Tão rara que apesar de vivermos momentos tenebrosos nada sugere neste sentido. Portanto, quase no fim do ano e seis meses depois do novo orçamento, o governo fez um quasi-by-pass ao que deveria constituir a primeiríssima acção de quase todo dirigente recem-nomeado. Mas nada.
Com a auditoria, saberíamos da saúde financeira do país, do estágio das contas do Estado, do activo e do passivo do Estado em cada ministério. Com esta auditoria, o povo estaria sensibilizado sobre a real situação financeira deste país. Saberíamos até quem roubou o quê e onde cada um deveria estar neste momento: se em gozo da liberdade ou na cadeia. Auditar as contas tem sido prática de gente prudente.
O QUE SIGNIFICA NÃO FAZER E DIVULGAR A AUDITORIA?
Ao não fazer e divulgar a auditoria, o novo governo assumiu a herança e o fardo da anterior governação. Disse, por outras palavras, “deixem comigo, eu resolvo isso”. Pois bem, o país está num buraco e o novo governo é cúmplice. Há problemas de salários da função pública, o dólar não para de roçar o céu, os preços de produtos básicos subiram e ainda o Ministro da Economia ainda fala da rácio da divida em relação ao PIB!
Todo mundo sabe o que vocês, membros do governo querem esconder-nos: o governo anterior roubou-nos. Roubou-nos e retirou o dinheiro da circulação. É preciso prender estes ladrões, com evidências. E, infelizmente, quem pode produzir estas evidências é o governo de Nyusi através de uma auditoria em todos sectores para apurar quem é ou foram estes ladrões, quantos roubaram e onde está o dinheiro. A auditoria não irá apurar o paradeiro do dinheiro. Mas a responsabilidade de quem deveria ter cuidado da coisa púbica, as más práticas e os desvios indevidos de somas avultadas, etc.
Ao recusar em fazer esta auditoria e torna-la pública, o governo de Nyusi está encobertar os larápios, alguns dos quais foram reencaminhados para as pastas de direcção. Assim senhor Presidente, não vai vencer a corrupção nem vai recuperar a economia.
A minha esperança era de ver este país a caminhar em direcção a dignidade. Mas porque este governo prefere repartir as mazelas da economia por cada um dos cidadãos, vai pagar caro: a confiança será a primeira a cair pela janela fora e depois virá a falta de consideração e por fim o escárnio, o desdém e o ódio.
Senhor Presidente Nyusi, este Moçambique é maioritariamente povoado por homens dignos e decentes, de trabalhadores e de gente humilde. Está na sua responsabilidade moralizá-los para ajudar-lhe a construir o país. Como gestor, marque uma linha divisória visível entre o seu e o antigo regime.
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