quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Crise política atrasa criação de companhia aérea da Guiné-Bissau
A criação de uma companhia aérea da Guiné-Bissau com parceiros internacionais, anunciada em junho, sofreu um atraso devido à queda do Governo do país, em agosto, disse hoje à agência Lusa o secretário de Estado dos Transportes.
afetou substancialmente todos os projetos que a Secretaria de Estado dos Transportes tinha com vários investidores", referiu João Bernardo Vieira.
"Estamos gradualmente a recuperar esses projetos", acrescentou. No caso da constituição da Air Guiné-Bissau, o governante acredita que "está num bom caminho".
De acordo com o anúncio feito a 11 de junho, a Air Guiné-Bissau consiste num consórcio com o grupo romeno Tender, que disponibilizará os aviões, havendo também a possibilidade de a companhia aérea portuguesa Euroatlantic poder estar ligada ao projeto. A Euroatlantic assegura atualmente a ligação aérea entre Bissau e Lisboa, com dois voos semanais.
A ideia consiste numa companhia com dois aviões e ligações de Bissau para o Senegal, Cabo Verde, Portugal e França -- sendo detida em 40% pelo Estado guineense e em 60% pelo grupo Tender. Na década de 1990, chegaram a ser criados os Transportes Aéreos da Guiné-Bissau, mas a companhia acabou por falir.
Criminalidade organizada diminui na Guiné-Bissau desde 2014
A criminalidade organizada diminuiu na Guiné-Bissau depois de novas autoridades terem chegado ao poder na sequência das eleições de 2014, disse hoje fonte das Nações Unidas.
“As dificuldades foram durante o período de transição. Foi um período complicado”, após o golpe de Estado militar de 2012, referiu Pierre Lapaque, representante para a África Ocidental e Central do escritório das Nações Unidas para Combate à Droga e Crime (ONUDC).
Depois de as novas autoridades terem tomado posse, a situação “melhorou”, acrescentou.
Na última década, a Guiné-Bissau foi apelidada por vários observadores como um “narcoestado”, tal a prevalência do tráfico de estupefacientes, nomeadamente cocaína oriunda da América do Sul com destino à Europa.
Hoje, a droga continua a passar, com recurso “a lanchas rápidas” e “pequenos aviões”, mas o tráfico está mais distribuído por todos os países da sub-região, sublinhou Lapaque.
Ou seja, acontece na Guiné-Bissau, “como acontece noutros países”.
“Há uma grande vontade política na Guiné-Bissau em combater a corrupção, o crime e a cultura de impunidade”, acrescentou aquele responsável após encontros com o primeiro-ministro, Carlos Correia, e a ministra da Justiça, Aida Fernandes.
Pierra Lapaque refere que vai ser preciso tempo para fazer as reformas necessárias, porque “não há varinhas mágicas”, mas desde que haja vontade política acredita que é possível fazer evoluir o país, livrando-o das fragilidades de que os criminosos se aproveitam.
“Quando há um ponto fraco, os criminosos tentar utilizá-lo” para fazer tráfico de qualquer coisa: droga, pessoas, armas, “não importa o crime”, referiu.
O crime organizado na sub-região tem ligações com grupos terroristas, que também fazem recrutamento na África Ocidental, alertou Lapaque, mas não há indicações de que tal esteja a acontecer na Guiné-Bissau.
O representante da UNODC falava à Lusa à margem de uma reunião do comité político de alto-nível da Iniciativa da Costa Ocidental Africana (WACI, sigla inglesa), realizada hoje em Bissau.
A WACI foi criada por diversas organizações para implementar unidades contra a criminalidade transnacional em três países-piloto da sub-região em que há uma missão de paz da ONU: Guiné-Bissau, Libéria e Serra Leoa.
Os participantes no encontro de hoje recomendaram, entre outros, o reforço da cooperação entre os diferentes membros e propuseram um mecanismo simplificado para a adesão ao projeto WACI de outros países.
terça-feira, 24 de novembro de 2015
PM recebe delegação da CCIAS
Em representação do Presidente da Câmara do Comércio, Indústria Agricultura e Serviço (CCIAS), António Tavares, acompanhado de uma delegação da classe empresarial, teve um encontro com o Primeiro-Ministro, Sr. Carlos Correia.
A circunstância serviu para a CCIAS assegurar ao Chefe do Governo o bom relacionamento entre as duas instituições, falar-se do recente acordo assinado, entre a representação da classe empresarial guineense e a sua congénere chinesa (que esteve de visita ao país), bem como informar ao governo da necessidade do país em participar no 2º Fórum da União dos Exportadores, a ter lugar em Braga, Portugal.
Também, falou-se do pagamento das dívidas do governo para com a classe empresarial, solicitando os representantes da CCIAS a intervenção do Chefe do Executivo para que se ponha cobro a situação, alegando que a campanha de comercialização da castanha de caju se avizinha. No fim, o Primeiro-ministro disse ter tomado boa nota das preocupações, regozijando-se pela abertura do diálogo que deve continuar.
Timor Leste anuncia fundos
O Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Correia, recebeu em audiência o Excelentíssimo Alberto X. P. Carlos, o Representante da Agência da Cooperação da República Democrática de Timor-Leste, com quem trocou impressões sobre a cooperação bilateral entre os dois países.
Durante o encontro o Representante da Agência da Cooperação de Timor-Leste revelou ao Chefe do Governo os fundos em dólares americanos que irão ser postos à disposição do governo timorense para apoiar a Guiné-Bissau. Adiantando que ainda no decorrer de 2015, serão desembolsados 2 milhões para o projeto Terra Ranka; 185 milhões para ANP (que no passado já recebera 15 milhões para apoiar o projeto de memórias); 500 mil à reconciliação nacional; 400 mil para aquisição de transportes e evacuação médica e 1 milhão para a Reforma da Defesa e Segurança.
O objectivo da visita foi convidar o Chefe do Executivo a tomar parte nas celebrações de 500 anos do 1º Encontro entre os timorenses e os portugueses e do Dia da Independência, declarada a 28 de novembro de 1975, que terão lugar de 27, 28 a 29 de novembro de 2015, na Zona Económica Exclusiva Especial na Região de Ambéno, para os quais todos os Estados membros da CPLP foram convidados.
Será uma oportunidade para também “discutir sobre futuras cooperações com a Guiné-Bissau. É um grande prazer para Timor Leste poder apoiar e contribuir para a Guiné-Bissau” declarou Alberto Carlos. Que fez questão em relembrar, que Xanama Gusmão diz sempre ter aprendido muito com a Guiné-Bissau sobre a estratégia de guerrilha para a independência.
O Primeiro-ministro referiu que essa cooperação se reveste de uma grande importância para o país, porque trata-se de “apoios e parcerias para investimento em diferentes domínios.”
Venezuela constrói escola em Quinhamel
O Primeiro-ministro, Carlos Correia, manteve um encontro de trabalho com o Embaixador de Venezuela, Eddy José Cordova acreditado no país, com residência em Dakar. A ocasião, serviu para o senhor Embaixador, transmitir ao chefe do Governo guineense, a solidariedade do Presidente e do povo venezuelano, bem como da disponibilidade daquele país centro americano, em continuar a apoiar a Guiné-Bissau, em vários domínios, nomeadamente na formação de quadros superiores.
Também, para anunciar a construção da Escola Huco Chaves, em Quinhamel para 600 crianças, da realização das Cimeiras: América e Sul, dos Não Alinhados, em que a Venezuela assumirá à presidência e terão lugar respectivamente, em Maio e Julho de 2015. O Chefe do Executivo agradeceu à disponibilidade do governo venezuelano, prontificando em dar a continuidade a cooperação com a Venezuela de quadros superiores.
ANP analisa acusações do PR
O parlamento Guineense vai analisar hoje o relatório da comissão de inquérito às denúncias de corrupção feitas pelo Presidente guineense, em agosto passado.
Fonte da comissão disse à Lusa que, apesar de todas as diligências, não foi possível obter do chefe de Estado elementos que confirmassem as denúncias por si feitas contra o Governo demitido em 12 de agosto passado.
José Mário Vaz, recorde-se, disse que estava disponível para colaborar com todas as comissões criadas pelo parlamento, "desde que revelem níveis de seriedade" nas suas ações, referiu, mas até hoje e mesmo com a carta-convite da ANP para que o PR denuncie, JOMAV remeteu-se ao silêncio...AAS com Lusa
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Ser implicado no desvio de mais de 100 milhões de Fcfa será...MORAL???
António Sedja Man, novo PGR:
"O país conheceu uma grave crise moral, pelo que é preciso tomar medidas". O novo PGR guineense, que substitui Hermenegildo Pereira, não especificou que medidas irá tomar e nem a que se referia quando aludiu a uma "crise moral".
OPINIÃO AAS: Presidente da República dos Rumores
Uma vez mais, o Presidente da República discursou na ANP e mais uma vez voltou aos...rumores. Não há volta a dar, JOMAV embirrou.
Senhor Presidente, poupe-nos a discursos vagos e diga de uma vez por todas - para que todos os Guineenses entendam, ministério Público incluído: onde é que há corrupção? Denuncie o que sabe ao ministério Público, atenda ao pedido que lhe foi formulado pela ANP:
Mostre-nos as provas das suas acusações, ou, vá lá suspeitas.
A comunidade internacional já topou tudo...percebeu a jogatana que foi exonerar o PGR e o Presidente do TC: meter medo (outro tipo de terrorismo) para proteger o JOMAV, simplesmente. Mas...protegê-lo do quê mesmo?
Por exemplo, da acusação DEFINITIVA que pende sobre a sua cabeça:
- falo do paradeiro dos 12 milhões de dólares de Angola (DC publicou tudo em primeiro mão e amanhã voltará ao assunto com todos os documentos da acusação);
- dos inúmeros prédios comprados precisamente quando o actual PR era ministro das Finanças;
- de 'mandar' içar a bandeira do Reino de Marrocos no mastro principal do Palácio da República;
- ter virado as costas à guarda de honra do batalhão do Palácio, e ao hino nacional no aeroporto.
Enfim, não faltam motivos para a ANP e o Ministério Público se mexerem. Caso contrário, o PR JOMAV pode tornar-se numa espécie de TGV desgovernado.
Ao PAIGC,
Peço que continuem firmes em mais uma luta que vos foi imposta pelo mesmo homem que apoiaram arduamente para chegar a Presidente da República. É preciso arrepiar caminho, e começar a preparar desde já combates futuros. Estamos juntos na legalidade.
Ao Presidente da República,
Que reflicta. O País não precisa logo agora de uma caça às bruxas com as consequências que todos podemos prever. Não vale a pena, e desperdiçar forças nesta altura significaria o desdenhar da confiança que, pouco e pouco, vem sendo recuperada.
Se houver algum crime, indício de sinais exteriores de riqueza, seja lá o que for o País tem autoridades próprias que podem ser activadas. O próprio PR ofereceu carros de luxo, que deviam ser património do Estado. Em todo o mundo, os presentes entre chefes de Estado são tratados assim...
Sr. Presidente,
Explique aos Guineenses (já que fala em indícios e rumores) por que razão exonerou o PGR e o presidente do TC? Por que é que, hoje, na tomada de posse do PGR e do presidente do TC...NÃO HOUVE o discurso que a ocasião requeria? O que esconde, afinal, o PR?
É uma vergonha que, convidado o corpo diplomático para a cerimónia de posse do PGR e do presidente do TC guineenses ...apenas compareceu o embaixador da Rússia. É um aviso, senhor Presidente...
É só isso que os guineenses esperam do seu presidente. AAS
União Africana pede "firmeza e determinação" no combate à crise institucional e económica em que o País vive
O embaixador da União Africana (UA) na Organização das Nações Unidas, Téte António, pediu hoje aos atores políticos da Guiné-Bissau para serem firmes e determinados no combate à crise institucional e económica em que o país vive. "Nenhum povo é condenado às crises. É preciso determinação e vontade política para pôr fim a essa crise profunda. É preciso ter esperança, a [crise] na Guiné-Bissau já vem de longe", disse o diplomata, em entrevista à Lusa.
Foram dois meses de impasse sem executivo até que o novo Governo foi empossado no dia 13 de outubro, após um acordo entre o Presidente e o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que indicou Carlos Correia para primeiro-ministro. O seu antecessor, Domingos Simões Pereira fora demitido em agosto pelo Presidente da República, José Mário Vaz.
Segundo Téte António, as crises no país têm sido cíclicas. Mas "há uma tomada de consciência" por parte das lideranças políticas para tentar inverter a situação. "Os políticos poderiam ser tentados a olhar para interesses pessoais e não foi o caso, eles olharam para os interesses coletivos", analisou o representante da UA.
O facto de a sociedade civil da Guiné-Bissau poder participar, pela primeira vez, na construção do Orçamento Geral do Estado (OGE) já representa um rumo positivo. "Foi um bom passo dado. O denominador comum é o povo. É preciso ter em mente o povo em todas as ações", afirmou. No último dia 10 de novembro, o Conselho de Paz e Segurança da UA reuniu-se para debater a situação do país e decidiu prorrogar o mandato da força militar e policial Ecomib até junho de 2016.
A Ecomib está na Guiné-Bissau desde o golpe de Estado de abril de 2012 e é constituída por militares e polícias dos países da CEDEAO, como o Burkina Faso, Senegal, Nigéria, Costa do Marfim e Togo. Na sua opinião, a permanência da força internacional no país visa ajudar a consolidar o processo político e "evitar qualquer outra crise maior".
"A força no terreno tem feito um trabalho extraordinário. A região jogou um papel importante numa ação coletiva, tanto a CEDEAO, UA e a CPLP. Tem sido um sacrifício para os países da região que optaram pela solidariedade africana", disse.
OPINIÃO AAS: A guerra inacabada de JOMAV, ou o regresso do cangalheiro-mor
O presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, quer um Procurador-Geral da República e um presidente do Tribunal de Contas que lhe obedeçam. Para apagarem a sua 'ficha suja' e estarem à sua disposiçao para a caça às bruxas.
Perdeu confiança no ex-PGR Gildo desde que o Ministério Público deu parecer favoravel à inconstitucionalidade da atabalhoada nomeaçao do Baciro Dja; e no Vasco Biague na sequência do parecer do Tribunal de Contas enviado à Assembleia Nacional Popular sobre as contas públicas de 2009 e 2010 (quando o actual PR era Ministro das Finanças), o qual não o deixa muito à l'aise...
Para substituir o Gildo escolhe alguém que ele acredita irá fazer-lhe o trabalho - António Sedja Man. Esperam-se pois tempos complicados para o Domingos Simões Pereira e seus próximos, leia-se Geraldo Martins, José António Almeida, João Bernardo Vieira, entre outros.
Tudo, com o fito de tapar com uma peneira a vergonha que foram os dois meses de irracionalidade em que o País esteve praticamente parado, vítima de actos inconsequentes e a roçar a demência. O que vale é que nem o novo PGR nem o novo presidente do TC estão imaculados - como o seu presidente. AAS
domingo, 22 de novembro de 2015
Aprender com quem sabe
A secretária de Estado da Administração Pública, do Território e Poder Local da Guiné-Bissau,Ester Fernandes, integra a delegação guineense que está em Cabo Verde, até ao dia 29 de Novembro, para conhecer experiência do arquipélago nos domínios da administração pública, governação electrónica e poder local.
A Guiné-Bissau quer conhecer experiência de Cabo Verde em diferentes domínios como por exemplo, a administração pública, governação electrónica e poder local. O objectivo do executivo guineense insere-se na descentralizar algumas regiões e localidades, como adiantou à imprensa, na cidade da Praia, a secretária de Estado da Administração Pública, do Território e Poder Local da Guiné-Bissau, Ester Fernandes.
"Queremos saber o que é que Cabo Verde fez até chegar à descentralização. De grosso modo é esta a experiência que nos trás aqui, para adquirir essa experiência e trabalharmos, mesmo que seja à distância, com os técnicos cabo-verdianos a orientar-nos nos primeiros passos que queremos que sejam seguros para o processo que se avizinha".
Ester Fernandes, secretária de Estado da Administração Pública, do Território e Poder Local da Guiné-Bissau faz parte de uma delegação guineense, que se encontra em Cabo Verde, chefiada pelo ministro da Função Pública e Trabalho, Luís Aníbal Fernandes.
A delegação fica no país até 29 de Novembro próximo e, para além de visitar várias instituições públicas vai ser recebida em audiência pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, pelo primeiro-ministro, José Maria Neves, e pela ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos Janira Hopffer Almada. RFI
sábado, 21 de novembro de 2015
INVESTIGAÇÃO DC - Novos PGR e presidente do TC:
Quem são António Sedja Man e Dionísio Cabi? As histórias, contadas por quem os conhece bem de perto, as artimanhas por onde já passaram, as manhas. Tudo escancarado no Ditadura do Consenso, o seu blogue. Apertem os cintos, vamos levantar voo. Detalhe: entra o tráfico de drogas & afins nos titulares dos mais altos cargos do Estado... AAS
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
INSS a arder
A empresa JOMAV, cujo dono é o Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, apurou o DC junto de uma fonte do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), estará em falta com mais de 100 milhões de Francos CFA, fruto dos descontos cobrados aos seus funcionários e trabalhadores. A dívida, ainda segundo a mesma fonte, "tem vindo a acumular durante anos a fio sem que haja qualquer solução."
A fonte do DC no INSS revelou ainda ao DC que os documentos sobre a dívida da empresa "simplesmente desapareceram" do Instituto. "A empresa nunca honrou os seus compromissos", garante a mesma fonte que revelou ainda as dificuldade dos trabalhadores da empresa JOMAV em verem resolvidos os seus problemas: "Há muitos trabalhadores, uns na reforma, outros no activo, que pedem subsídios e o INSS não pode pagar porque não recebeu da empresa."
Esta situação levou a que muitos deixassem de recorrer ao INSS para exigir os seus direitos. Na situação oposta encontram-se "as ONG e quase todas as grandes empresas estrangeiras, que cumprem com as suas obrigações." Um exemplo? Os Médicos Sem Fronteiras cumprem religiosamente.
No que toca ainda às ONG e a essas empresas "não tem havido problemas" mas reconhece, envergonhado, dizendo haver dois pesos e duas medidas. "Se estas empresas ou organizações falharem um mês que seja, são logo multadas." AAS
TERRORISMO: Sadjó Turé, o último jihadista português a morrer na Síria
Fonte: Revista SÁBADO
Autor: Nuno Tiago Pinto
É a mais recente baixa entre o grupo de jihadistas portugueses que combatem na Síria. Sadjo Turé, 36 anos, terá sido vítima de um tiroteio com as tropas de Bashar Al-Assad. No entanto, ao que a SÁBADO conseguiu apurar, aquele que foi um dos últimos portugueses a juntarem-se ao auto-proclamado Estado Islâmico, na Síria já terá morrido há algum tempo. "É verdade, mas já aconteceu há alguns meses", garantiu à SÁBADO uma fonte conhecedora do processo. A notícia da morte foi dada esta sexta-feira pelo Diário de Notícias.
Nascido a 24 de Dezembro de 1979 na Guiné Bissau, Sadjo chegou ainda muito novo para Portugal. O seu pai foi fuzileiro no exército português e, alguns anos após a independência, mudou-se com a família para a Amadora. Sadjo cresceu na linha de Sintra. Frequentou a escola Stuart Carvalhais e, em 1992, formou com três amigos de infância o grupo de hip-hop Greguz du Shabba. Respondia pelo nome de Magnetic e era b.boy [breakdancer]. Alguns anos depois, Celso e Edgar da Costa (na foto), quatro e sete anos mais novos, respectivamente, juntaram-se à banda (ver a edição desta semana da SÁBADO).
Entre 2005 e 2006 mudou-se para Londres, onde foi tirar o curso de engenharia informática. Tinha 27 anos. Instalou-se num apartamento em Creighton Road, na Zona Norte da capital britânica, num edifício ocupado maioritariamente por emigrantes. Depois mudou-se para o bairro de Leyton, onde ocupou o apartamento 34 de uma torre situada a meio caminho entre as residências de Nero Saraiva - outro dos jihadistas portugueses - e dos irmãos Rodrigues da Costa.
De todos, Sadjo era o único que já era muçulmano. Em Londres, onde existe uma grande comunidade, aproximou-se mais do Islão. Um amigo que viveu com ele na mesma casa contou à SÁBADO que a determinada altura ele começou a levar a religião muito a sério. "No início ele só não bebia. Mas depois passava o dia com os outros a conversar e a ler o Corão. Também tomava conta de uma loja de roupa que era de outro muçulmano. Eles são muito unidos. Ajudam-se em tudo o que precisam e até financeiramente", conta.
Em 2012, Sadjo (de quem não se conhecem fotografias) terá ido com Nero Saraiva e os irmãos Rodrigues da Costa para a Turquia. Aí, atravessaram a fronteira com a Síria. Dos quatro, só Nero Saraiva ficou na região. Os restantes regressaram à Europa. Celso e Edgar vieram nesse final de ano para Lisboa. Sadjo ficou em Londres. Não sabiam que nessa altura já estavam a ser investigados pela polícia britânica devido ao envolvimento no rapto dos jornalistas John Cantlie e Jeroen Oerlemans. Os dois repórteres tinham sido sequestrados na Síria a 17 de Julho de 2012 e mantidos em cativeiro durante nove dias até conseguirem escapar e regressar aos seus países. Em Londres, Cantlie disse aos investigadores que a maioria dos raptores eram estrangeiros e que vários tinham sotaque londrino. Através dos registos das viagens, as autoridades descobriram então que o grupo de portugueses tinha estado na Síria. Nessa altura, Celso e Edgar já estavam em Portugal. Mas Sadjo continuava em Londres - e a preparar um regresso à Síria.
A 9 de Janeiro de 2013, uma quarta-feira, Sadjo deixou o apartamento onde vivia no bairro de Leyton, em Londres, e fez o percurso de mais de uma hora que o levou ao aeroporto de Gatwick, nos arredores da capital britânica. Levava com ele o bilhete de um voo com destino a Damasco, a capital da Síria. No entanto, antes de embarcar no avião, o português foi abordado por agentes da Metropolitan Police da Scotland Yard por suspeitas de envolvimento no rapto de John Cantlie.
Na época, um porta-voz da polícia metropolitana afirmou que a detenção fazia parte de "uma investigação às viagens para a Síria em apoio de alegadas actividades terroristas". Mas o envolvimento do português nunca ficou claro e a sua identidade foi mantida em segredo. Foi identificado apenas como um "português" de 33 anos. Mas há alguns meses a SÁBADO confirmou a sua identidade junto das autoridades britânicas e portuguesas.
Apesar das buscas ao apartamento onde vivia, foi libertado sem acusação após uma semana de detenção. Durante o ano seguinte continuou a viver em Londres e constou até dos cadernos eleitorais britânicos. Só deixou de fazer parte das listas porque no início de 2014 conseguiu o objectivo: juntar-se à jihad na Síria, onde viria a morrer, sob o nome de Abdulkareem Andalus.
Será a quinta vitima entre os jihadistas portugueses. O primeiro a morrer foi Joni Miguel Parente, que em Maio de 2014 realizou um atentado suicida no Iraque. O segundo foi Sandro Monteiro, também ele originário da linha de Sintra e que, em Outubro do mesmo ano terá morrido vítima de um bombardeamento da coligação internacional em Kobane. Já em Janeiro deste ano, foi a vez de Micael Batista ser atingido na mesma cidade por um míssil. Há poucos meses foi a vez de Luís Almeida morrer na Síria. Houve ainda uma outra morte nunca confirmada: a de Abu Juwayria al-Portughali, apresentado como um "comandante português" do Estado Islâmico, mas sobre o qual as autoridades lusas não têm informações.
Apesar da notícia da sua morte, as autoridades portuguesas deverão manter activo o seu mandado de captura internacional, tal como fizeram no caso de Sandro Monteiro: o objectivo é impedir que o seu passaporte possa ser usado por outros jihadistas para entrar na União Europeia. Existem também mandados de captura contra, pelo menos, Nero Saraiva, Edgar e Celso Rogrigues da Costa e Fábio Poças. A investigação está a cargo do Departamento Central de Investigação e Acção Penal e da Unidade Nacional de Contra Terroristo da Polícia Judiciária, com a colaboração do Serviço de Informações e Segurança.
ECOMIB: União Africana aplaude continuação de força de estabilização na Guiné-Bissau
O Conselho de Paz e Segurança da União Africana saudou hoje a prorrogação do mandato da força militar e policial Ecomib na Guiné-Bissau e com o apoio financeiro da União Europeia (UE) para a missão, anunciou em comunicado.
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) com vista a prorrogar o mandato da Ecomib até junho de 2016 (...) e igualmente a decisão da União Europeia de contribuir financeiramente para esta missão", refere-se no documento.
A Ecomib é uma força policial e militar de cerca de 500 homens dos Estados da África Ocidental, estacionada na Guiné-Bissau desde o golpe de estado de abril de 2012, para estabilização do país.
Dada a instabilidade política no país, os parceiros internacionais têm optado por manter o efetivo no país, mas a CEDEAO já tinha pedido que outros parceiros internacionais apoiassem a ação.
O comunicado de hoje surge depois de o Conselho de Paz e Segurança da UA se ter reunido a 10 de novembro para debater a situação da Guiné-Bissau.
Aquele órgão classificou como positivo o desfecho da crise política que eclodiu em Bissau, depois de o Presidente da República ter demitido o Governo em agosto.
O comunicado apela ainda à "estreita colaboração" dos políticos da Guiné-Bissau para conseguirem encontrar soluções para seis desafios que o país enfrenta.
"A reconciliação nacional e a boa governação, por um lado, a gestão transparente dos recursos naturais, o respeito pelos direitos humanos" e "a luta contra a impunidade e o tráfico de droga" são os quatro pontos que encabeçam a lista elencada pelo conselho.
Aquele órgão da UA pede ainda entendimentos sobre "a reforma do setor de defesa e segurança" e acerca do "desenvolvimento económico do país", tudo com vista "a garantir, a longo termo, a estabilidade e o bem-estar da população".
NOTÍCIA DC/EXPULSÃO e SUSPENSÕES: Baciro Dja foi expulso do PAIGC e outros três apanharam suspensão de 4 anos. São eles Aristides Ocante da Silva, Rui Dia de Sousa e Nuno Respicio. AAS
Para a semana a telenovela continua com mais castigos...
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
PM recebeu embaixador do Reino de Marrocos
O primeiro-ministro, Carlos Correia, manteve hoje um encontro no seu gabinete com o Embaixador do Reino de Marrocos acreditado em Bissau.
A ocasião, serviu para Taleb Barrada, felicitar, encorajar o chefe do governo pela sua designação ao cargo de Primeiro-ministro.
Também, as duas personalidades passaram em revista as relações de cooperações existentes, entre os dois países, particularmente os acordos rubricados, aquando da visita do Rei marroquino ao país, no mês de Maio, último.
Tendo as respectivas vontades manifestado o interesse em implementar o mais rápido os referidos acordos e para o qual já encontra permanente em Bissau um encarregado de negócios indigitado, El Alaoui. O encontro foi assistido pelo conselheiro para área da defesa e segurança, Luís Melo.
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