Operação final estará iminente
Os irmaõs Saïd Kouachi e Chérif Kouachi, presumíveis autores do ataque à redação "Charlie Hebdo", terão declarado esta sexta-feira que preferem "morrer como mártires" a entregar-se às autoridades, avança a imprensa francesa. Nesta altura, os agentes preparam a operação final, podendo essa intervenção acontecer a qualquer momento. Os terroristas estão fortemente armados e mantêm um refém de 27 anos, funcionário da gráfica em que estão barricadas, em Dammartin-en-Goële, nos subúrbios da capital francesa.
Entretanto, os cinco helicópteros deixaram de sobrevoar o local com vista a acalmar os irmãos franceses de origem argelina. Testemunhas relatam um clima de silêncio e um forte dispositivo policial. Alguns elementos das forças de segurança encontram-se neste momento no topo do armazém, onde estão refugiados os criminosos. Os hospitais de Meaux e Marne-la-Vallée já estão em pré-alerta PARA receberem potenciais vítimas, de acordo com o jornal "Le Figaro"
Os dois indivíduos encontram-se barricados numa pequena gráfica na vila de Dammartin-en-Goële, situada numa zona industrial nos arredores de Paris, próximo do aeroporto Roissy, após terem sido identificados quando roubaram uma viatura esta manhã em Montagny Sainte-Félicité.
Durante a perseguição dos suspeitos até ao local foi registada uma intensa troca de tiros em Dammartin-en-Goële, na Estrada Nacional 2.
Entretanto, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, prestou uma declaração, elogiando a "resposta rápida" das autoridades e revelando que o indivíduo que perpetrou o tiroteio de Montrouge - onde uma mulher-polícia foi morta na manhã de quinta-feira - pertencia ao mesmo ramo jihadista dos irmãos Kouachi, a fileira de Buttes-Chaumont.
Além disso, o governante assegurou que as quatro pessoas gravemente feridas no atentado estão "fora de perigo", apesar de ainda inspirarem cuidados.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, admitiu entretanto que poderá ser necessário adotar novas medidas contra o terrorismo. "Estamos numa guerra contra o terrorismo. Não é uma guerra contra a religião ou contra a civilização", declarou o primeiro-ministro, durante uma reunião com o Presidente francês e os autarcas de Paris.
François Hollande mostrou-se "preocupado" com a situação, apelando à necessidade de o país continuar "unido" na luta contra o terrorismo.
Na megaoperação de caça aos dois suspeitos do ataque à sede da publicação "Charlie Hebdo" estão mobilizados cerca de 90 mil polícias.
Saïd Kouachi e Chérif Kouachi, cidadãos franceses com origem argelina, já contavam com antecedentes criminais, tendo estado a a treinar técnicas de combate no Iémen.
[Atualizada às 11h45]
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