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Pondo os pontos nos ís (XII)
Critério de ingresso à Universidade Eduardo Mondlane------------------------------------------------------------------Especial para o Egidio Vaz e todos aqueles que comentaram o seu 'post' (vede imagem partilhada aqui neste 'post' ou segui esta ligação:https://www.facebook.com/egidio.v.raposo/posts/1631085327119305)...
O resultado mostrado na imagem tem razão de ser piada! Porém, tem uma explicação. Essa explicação é dada a seguir, sem intendo de avaliar a sua justiça, porque eu não tenho competência para tal.
É assim...
Por causa do facto de que alguns cursos são oferecidos somente pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM), e a Constituição da República de Moçambique (CRM) institui o direito de acesso universal à educação a todos os níveis, foi preciso desenvolver e aplicar um critério selecção dos interessados em frequentar um curso superior na UEM que permitisse que o corpo discente desta Universidade—a mais antiga e mais prestigiada do país—fosse representativo de todo o Moçambique. Assim, para cada curso ministrado na UEM, ingressam os melhores apurados nos seguintes grupos:
Grupo 1: número de vagas disponíveis no curso pretendido pelo candidato (número de subgrupos igual ao número de cursos oferecidos);
Grupo 2: província onde o candidato concluiu o ensino pré-universitário (11 subgrupos = 10 províncias + Cidade de Maputo, esta última com estatuto de província);
Grupo 3: género (2 subgrupos = homens + mulheres); e
Grupo 4: condição física (número de subgrupos igual ao número de tipos de deficiência física repostados durante a inscrição dos candidatos).
Para cada um dos subgrupos do Grupo 1 (cursos), a ocupação das vagas disponíveis faz-se em proporção do número dos candidatos examinados em cada um dos subgrupos dos grupos 2, 3, e 4. Necessariamente, isto implica estipular quotas de ingresso a qualquer dos cursos oferecidos pela UEM (subgrupos do Grupo 1) para cada subgrupo dos grupos 2, 3 e 4.
Assim, é bem possível e ocorre que, para um determinado curso, alguém que obtenha uma média de 15 valores na Cidade de Maputo não seja admitido e alguém que obtenha média 2,5 valores em Niassa seja admitido. Claro que universalmente isso parece injusto. Mas, como está explicado aqui, o critério usado para ingresso na UEM não é universal. Ele (o critério) toma em consideração (i) o número de vagas disponíveis curso pretendido, (ii) a localização do candidato (i.e. província onde concluiu o ensino pré-universitário), (iii) o sexo (masculino ou feminino) e (iv) a condição física (i.e. se o candidato tem ou não alguma deficiência). Isto tudo resulta em que os novos ingressos em cada um dos cursos oferecidos pela UEM não sejam os "melhores absolutos" no curso pretendido, mas sim os "melhores relativos" ao curso pretendido, à província de conclusão do ensino pré-universitário, ao género e à condição física. Isto é feito na tentativa de minimizar a exclusão no acesso à UEM decorrente das assimetrias que se observam no desenvolvimento do país.
A hipótese—que parece plausível—na base deste critério de selecção de novos ingressos à UEM é de que, para o ingresso a um determinado curso, quem se revela melhor (por exemplo, com uma média de 2,5 valores) estudando nas condições de Lichinga, é melhor que outro que se revele melhor (por exemplo, com uma média de 15 valores) estudando nas condições da Cidade de Maputo. Se esta hipótese é válida ou não, isso é matéria para uma outra conversa. Mas o critério que usa para a selecção de novos ingressos em todos os cursos oferecidos pela UEM é baseado nesta hipótese. Esta é razão pela qual, para um determinado curso e no cômputo geral, há admitidos com médias inferiores (como de 2,5 valores, por exemplo) e não admitidos com médias superiores (como 12 valores, por exemplo).
Enfim, com surgimento de novas universidades e demais instituições de ensino superior públicas e privadas, em todo o país, com cada uma usando os seus próprios critérios de admissão, há um trabalho que está sendo feito para a uniformização dos critérios de acesso à Universidade. A expectativa é que, brevemente, as provas de exame para o acesso à Universidade sejam únicas em todo o país. Antes da recente remodelação da estrutura governamental, estava previsto que a administração dessas provas fosse da responsabilidade do Ministério da Educação, através dum(a) departamento(direcção) especializado(a). A recente remodelação governamental, da qual resultou que o ensino superior passa a ficar sob gestão dum outro Ministério, nomeadamente o Ministério de Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-profissional, a introdução de provas universais—e provavelmente de novos critérios de selecção de candidatos, face ao desempenho dos concorrentes nestas provas—para o acesso à Universidade no país poderá demorar mais algum tempo. Mas essa realidade já está próxima do que distante.
Todavia, enquanto as assimetrias de desenvolvimento regional persistirem no país, é muito provável que o princípio de selecção de novos ingressos à Universidade baseado na quotização das vagas disponíveis segundo os grupos acima indicados, desenvolvido pela UEM, seja adoptado e continue a ser aplicado, sobretudo nos cursos que só são oferecidos por algumas instituições públicas de ensino superior. Ou seja, resultados como o exibido na imagem aqui poderão continuar a indignar, mas só para quem não compreende os critérios usados, como é acaso dos tantos que comentaram o 'post' do Egidio Vaz sobre esta matéria. Para terminar, importa realçar que o princípio de ingresso à Universidade mediante o "melhor relativo" foi criado para assegurar a salvaguardo do direito à educação, consagrado na Constituição da República [CRM, Artigo 88], particularmente no que concerne o acesso ao ensino superior [CRM, Artigo 114].See TranslationLike · · Share9 people like this.Cecinio Sardinha No nosso tempo reprovava-se com 14 valoresSee Translation10 hrs · Like · 2Egidio Vaz Isso mesmo Cecinio SardinhaSee Translation10 hrs · LikeAmilcar Fernando porque determinar desde logo o numero que cabe a cada provincia sr juliao joao cumbane? assim so seria os melhores naquela provincia..minha opniao...abracos...See Translation10 hrs · LikeNuno Pires Compreende-se as razões, mas será sempre uma discriminação.See Translation10 hrs · LikeSic Spirou Palhaçada. UEM está a entrar num buraco negroSee Translation10 hrs · LikeAmilcar Fernando indiquem desde logo as qotas de cada provincia...See Translation10 hrs · LikeAmilcar Fernando no nosso tempo eram os melhores de cada provincia lembraste jjcumbane?!See Translation10 hrs · LikeNuno Pires Por vezes o remédio é pior que a doença. Os jovens que entrarem nessa situação serão sempre vistos pelos colegas como os "atrasadinhos" e ficarão com esse complexo.See Translation10 hrs · LikeAmilcar Fernando dai que digo que sejam qota de cada provincia e das provincias virao os melhores...simmSee Translation10 hrs · LikeVictor Vasco Sitoe Vivas Vergonhoso!See Translation10 hrs · LikeElson Ligendre hahahahahaha9 hrs · LikeBasilio Muhate Uma questão: nessa pontuação e argumentação toda a nota máxima são mesmo 20 Valores ? Ou é uma escala de 0 a 5 Valores ?See Translation9 hrs · Like · 1Julião João Cumbane Face aos comentários até agor feitos, ocorre-me dizer que nem tudo o que nos parece feio é feio.Sobre as perguntas feitas até aqui, relativamente à justiça do critério, eu não tenho respostas. Por isso, não vou responder. Aliás, como eu disse no text...See MoreSee Translation8 hrs · Edited · Like · 3Edson Alfiado Zunguza Yuh!!!9 hrs · LikeBasilio Muhate Okapa ... Kanimambo. Eu ainda preciso de fazer uma melhor introspeccao nestas coisas da academia versus constituicao, versus Unidade Nacional etc... Nós temos uma União Nacional Dos Estudantes em Moçambique que tambem devia ter algo a dizer sobre esses assuntos ... O meu amigo Tony Ciprix o que diz ? Tem enquadramento no "deserto moral" isto tudo ?9 hrs · Edited · Like · 2Egidio Vaz Bullshit é o que posso dizer por enquanto.O bullshit não vai para o ilustre Julião João Cumbane. Não. Porque sei que ele tentou fazer a melhor interpretação. O Bullshit vai mesmo para os políticos/academicos incopetentes da UEM, que tentaram resolver o acesso ao ensino superior prostituindo os principios e os valores da academia. Isto sim, é bullshit. Então com esta categorização, transformaram a UEM numa prostituta universal, que atende a todos tamanhos, independentemente de ser asseado ou não. Então, a UEM aceitou assumir os problemas de todos subsistemas de ensino precedente e propoe-se a corrigi-los numa assentada? Ao reconhecer a diferença dos conteúdos por região, a UEM não está a resolver os problemas. Está a atira-los para debaixo do tapete, encobertando a assimetria regional. Afinal, como os exames sao feitos? Nao é na base dos conteudos lecionados em anos anteriores? E como é que logo a partida se assume que a 12 classe feita em Niassa é diferente da feita em Maputo Cidade? Onde está a assimetria? O que nao é dado em Niassa que é dado em Maputo? Acesso ao livro escolar? Quem deveria coloca-lo disponivel em Lichinga? Bons professores? Porque nao estao em Lichinga? Laboratorios? Porque nao estao em Tete? E a UEM quer resolver este problema admitindo a todos? E as cotas sao representantivas? Qual é o criterio para estabelecer as cotas? Sao equitativas? Quem por fim beneficia com o sistema de cotas? Qual é a provincia que mais estudantes mete a UEM?See Translation9 hrs · Like · 3Elson Ligendre Egidio Vaz, obrigado pelo comentário.See Translation9 hrs · Like · 1Julião João Cumbane Perguntas todas interessantes e legítimas, Egidio Vaz! Eu não conheço as respostas. Talvez alguém as dê. Vamos esperar...See Translation9 hrs · LikeNuno Pires Julião João Cumbane, eu não ponho em causa a capacidade de aprendizagem de ninguém e se, como diz, esse alunos conseguem ser os melhores dos seus cursos e mais tarde excelentes profissionais, significa que possuem grande capacidade de superação. mas, durante algum tempo, a situação que referi é susceptível de acontecer. No entanto a minha experiência diz-me que os melhores alunos já manifestaram essa tendência ao longo da sua formação pré-universitária...See Translation9 hrs · Like · 1Bicas LPasso Esse é um assunto que não se pode debater de cabeça quente. A avaliação e desempenho do estudante no curso não é feita segundo o critério da nota de admissão. Vamos ver as coisas em difrentes prismas. Talvés, se fizesse um estudo do desempenho dos estudantes universitários por região para pôr em causa os critérios de admissão.See Translation8 hrs · Like · 1Geraldo Mandlate Este é um debate interessante. A explicacao trazida por Sr. Juliao ajuda bastante para perceber os criterios de ingresso na UEM. Provavelmente nós, como sociedade no geral, é que nao percebemos bem esses criterios e sua utilidade. Houve e continua a existir uma necessidade de se olhar para o pais no seu todo e é por isso que serve a constituicao. A UEM nao falhou em nada ao pegar nesse dispositivo e fazer o seu uso naquilo que os outros iam chamar de DISCRIMINACAO POSITIVA.Outra coisa é que conhecemos e dominamos APENAS o criterio de nota. Mas a verdade é que o criterio de nota é o criterio usado universalmente , mas sabe-se que em varias ocasioes nao diz nada. A nota de ingresso vale o que vale, mas o sucesso no curso É TOTALMENTE INDEPENDENTE DE NOTA DE INGRESSO. Quanto á qualidade do ensino é o debate que esta em dia para TODOS OS NIVEIS, incluindo superior, em particular a UEM.See Translation8 hrs · Like · 1Milton Boane Obrigado pela explicaçao Sr Juliao J. Cumbane. De facto os critérios sao esses, e sao claros. Questionaveis ou nao, isso sao outras conversas!O que me engasga aqui é, porque nesses subgrupos (que sao muito bem formados em termos quantitativos) 2.5 figura-se dentre as melhores notas? Se a nota de ingresso “nao dita o futuro do estudante” (o que eu nao concordo), ao menos ela (a nota) nos diz algo sobre o passado escolar desse estudante (no minimo, que foi péssimo). Concorda Sr Cumbane? E que se faz com essa informaçao? Ou nao é relevante?Ao Sr Geraldo Mandlate, gostaria de saber o que se pode dizer do medico com origem na regiao “desfavorecida”.See Translation6 hrs · LikeGenito Maure JJ, obrigado pela explicação. Não me meto completamente neste debate porque, infelizmente, não poderei acompanhá-lo até ao fim, por razões profissionais. Mas quero reforçar a pergunta do Milton Boane, sobre se "2.5 afigura-se dentre as melhores notas?". De facto, é preciso visitar-se as notas de entrada desse tal curso. Pelo que lí no Jornal, hána UEM cursos com uma taxa de concorrência de 40 candidatos/vaga. Claramente que ai a competição não permite uma situação destas de admissão com 2.5. Em contrapartida, há cursos em que há mais vagas do que candidatos. Ou seja, para se ser admitido a estes, basta não faltar à prova de exame. Alternativamente, nem deveria haver exames de Admissão para tais cursos, já que a Lei de Ensino Superior , Lei n° 27/2009, de 29 de Setembro estabelece, na conjugação do Artigo 22 com o Artigo 23, n° 5, alínea a), que constitui condição de acesso ao primeiro ciclo de formação do ensino superior, que corresponde ao grau académico de Licenciatura, a conclusão com aprovação da 12a classe ou equivalente.”Em outras palavras, se houvesse mais vagas do que candidatos em todos os cursos, talvez bastasse fazer-se exames psicotécnicos para orientação por vocação do candidato. Um debate sobre se o exame de admissão é a melhor forma de seleccionar estudantes para o Ensino Superior é urgente, e felizmente já há acções nesse sentido, com o projecto de estabelecimento do exame único para acesso a este subsistema de ensino.See Translation6 hrs · Like · 2Geraldo Mandlate Sr. Genito, acho que compreendi a sua questao. Esta se a referir do medico que ingressou no ensino superior com um no tipo 2.5? Bem, é assim. O que torna o candidato , no fim do curso , SER MÉDICO, nao é a nota do ingresso. É simplesmente os processos educativos existentes e disponiveis para o estudante. Isso é complexo quanto útil que nota de ingresso. Num momento destes talvez avancassemos para o debate da QUALIDADE do ensino superior, do que debater apenas a NOTA DE INGRESSO, nao acha Sr. Genito?See Translation5 hrs · LikeJulião João Cumbane Milton Boane, concordo que que na escala de 0 à 20 valores, 2,5 valores é uma nota muito feia! Mas o critério usado pode permitir admissão com essa nota, dependendo principalmente da razão entre o número de concorrentes para um determinado curso e o número de vagas disponíveis nesse curso. A intervenção do Genito Maure esclarece melhor como é isso pode ser possível. Agora, dada esta explicação, reitero que uma média de 2,5 valores em dois exames não significa, necessariamente, que o candidato é inepto para o curso pretendido. Temos casos destacáveis de estudantes que ingressam no ensino superior com notas de admissão muito baixas e que no fim se mostram melhores graduados e, no trabalho, melhores profissionais. Definitivamente, a nota média de provas escritas para admissão ao ensino superior não é o melhor critério de avaliação do potencial de sucesso do canditado. É, quiçá, o critério mais barato.See Translation5 hrs · Like · 1
Critério de ingresso à Universidade Eduardo Mondlane------------------------------------------------------------------Especial para o Egidio Vaz e todos aqueles que comentaram o seu 'post' (vede imagem partilhada aqui neste 'post' ou segui esta ligação:https://www.facebook.com/egidio.v.raposo/posts/1631085327119305)...
O resultado mostrado na imagem tem razão de ser piada! Porém, tem uma explicação. Essa explicação é dada a seguir, sem intendo de avaliar a sua justiça, porque eu não tenho competência para tal.
É assim...
Por causa do facto de que alguns cursos são oferecidos somente pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM), e a Constituição da República de Moçambique (CRM) institui o direito de acesso universal à educação a todos os níveis, foi preciso desenvolver e aplicar um critério selecção dos interessados em frequentar um curso superior na UEM que permitisse que o corpo discente desta Universidade—a mais antiga e mais prestigiada do país—fosse representativo de todo o Moçambique. Assim, para cada curso ministrado na UEM, ingressam os melhores apurados nos seguintes grupos:
Grupo 1: número de vagas disponíveis no curso pretendido pelo candidato (número de subgrupos igual ao número de cursos oferecidos);
Grupo 2: província onde o candidato concluiu o ensino pré-universitário (11 subgrupos = 10 províncias + Cidade de Maputo, esta última com estatuto de província);
Grupo 3: género (2 subgrupos = homens + mulheres); e
Grupo 4: condição física (número de subgrupos igual ao número de tipos de deficiência física repostados durante a inscrição dos candidatos).
Para cada um dos subgrupos do Grupo 1 (cursos), a ocupação das vagas disponíveis faz-se em proporção do número dos candidatos examinados em cada um dos subgrupos dos grupos 2, 3, e 4. Necessariamente, isto implica estipular quotas de ingresso a qualquer dos cursos oferecidos pela UEM (subgrupos do Grupo 1) para cada subgrupo dos grupos 2, 3 e 4.
Assim, é bem possível e ocorre que, para um determinado curso, alguém que obtenha uma média de 15 valores na Cidade de Maputo não seja admitido e alguém que obtenha média 2,5 valores em Niassa seja admitido. Claro que universalmente isso parece injusto. Mas, como está explicado aqui, o critério usado para ingresso na UEM não é universal. Ele (o critério) toma em consideração (i) o número de vagas disponíveis curso pretendido, (ii) a localização do candidato (i.e. província onde concluiu o ensino pré-universitário), (iii) o sexo (masculino ou feminino) e (iv) a condição física (i.e. se o candidato tem ou não alguma deficiência). Isto tudo resulta em que os novos ingressos em cada um dos cursos oferecidos pela UEM não sejam os "melhores absolutos" no curso pretendido, mas sim os "melhores relativos" ao curso pretendido, à província de conclusão do ensino pré-universitário, ao género e à condição física. Isto é feito na tentativa de minimizar a exclusão no acesso à UEM decorrente das assimetrias que se observam no desenvolvimento do país.
A hipótese—que parece plausível—na base deste critério de selecção de novos ingressos à UEM é de que, para o ingresso a um determinado curso, quem se revela melhor (por exemplo, com uma média de 2,5 valores) estudando nas condições de Lichinga, é melhor que outro que se revele melhor (por exemplo, com uma média de 15 valores) estudando nas condições da Cidade de Maputo. Se esta hipótese é válida ou não, isso é matéria para uma outra conversa. Mas o critério que usa para a selecção de novos ingressos em todos os cursos oferecidos pela UEM é baseado nesta hipótese. Esta é razão pela qual, para um determinado curso e no cômputo geral, há admitidos com médias inferiores (como de 2,5 valores, por exemplo) e não admitidos com médias superiores (como 12 valores, por exemplo).
Enfim, com surgimento de novas universidades e demais instituições de ensino superior públicas e privadas, em todo o país, com cada uma usando os seus próprios critérios de admissão, há um trabalho que está sendo feito para a uniformização dos critérios de acesso à Universidade. A expectativa é que, brevemente, as provas de exame para o acesso à Universidade sejam únicas em todo o país. Antes da recente remodelação da estrutura governamental, estava previsto que a administração dessas provas fosse da responsabilidade do Ministério da Educação, através dum(a) departamento(direcção) especializado(a). A recente remodelação governamental, da qual resultou que o ensino superior passa a ficar sob gestão dum outro Ministério, nomeadamente o Ministério de Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-profissional, a introdução de provas universais—e provavelmente de novos critérios de selecção de candidatos, face ao desempenho dos concorrentes nestas provas—para o acesso à Universidade no país poderá demorar mais algum tempo. Mas essa realidade já está próxima do que distante.
Todavia, enquanto as assimetrias de desenvolvimento regional persistirem no país, é muito provável que o princípio de selecção de novos ingressos à Universidade baseado na quotização das vagas disponíveis segundo os grupos acima indicados, desenvolvido pela UEM, seja adoptado e continue a ser aplicado, sobretudo nos cursos que só são oferecidos por algumas instituições públicas de ensino superior. Ou seja, resultados como o exibido na imagem aqui poderão continuar a indignar, mas só para quem não compreende os critérios usados, como é acaso dos tantos que comentaram o 'post' do Egidio Vaz sobre esta matéria. Para terminar, importa realçar que o princípio de ingresso à Universidade mediante o "melhor relativo" foi criado para assegurar a salvaguardo do direito à educação, consagrado na Constituição da República [CRM, Artigo 88], particularmente no que concerne o acesso ao ensino superior [CRM, Artigo 114].See TranslationLike · · Share9 people like this.Cecinio Sardinha No nosso tempo reprovava-se com 14 valoresSee Translation10 hrs · Like · 2Egidio Vaz Isso mesmo Cecinio SardinhaSee Translation10 hrs · LikeAmilcar Fernando porque determinar desde logo o numero que cabe a cada provincia sr juliao joao cumbane? assim so seria os melhores naquela provincia..minha opniao...abracos...See Translation10 hrs · LikeNuno Pires Compreende-se as razões, mas será sempre uma discriminação.See Translation10 hrs · LikeSic Spirou Palhaçada. UEM está a entrar num buraco negroSee Translation10 hrs · LikeAmilcar Fernando indiquem desde logo as qotas de cada provincia...See Translation10 hrs · LikeAmilcar Fernando no nosso tempo eram os melhores de cada provincia lembraste jjcumbane?!See Translation10 hrs · LikeNuno Pires Por vezes o remédio é pior que a doença. Os jovens que entrarem nessa situação serão sempre vistos pelos colegas como os "atrasadinhos" e ficarão com esse complexo.See Translation10 hrs · LikeAmilcar Fernando dai que digo que sejam qota de cada provincia e das provincias virao os melhores...simmSee Translation10 hrs · LikeVictor Vasco Sitoe Vivas Vergonhoso!See Translation10 hrs · LikeElson Ligendre hahahahahaha9 hrs · LikeBasilio Muhate Uma questão: nessa pontuação e argumentação toda a nota máxima são mesmo 20 Valores ? Ou é uma escala de 0 a 5 Valores ?See Translation9 hrs · Like · 1Julião João Cumbane Face aos comentários até agor feitos, ocorre-me dizer que nem tudo o que nos parece feio é feio.Sobre as perguntas feitas até aqui, relativamente à justiça do critério, eu não tenho respostas. Por isso, não vou responder. Aliás, como eu disse no text...See MoreSee Translation8 hrs · Edited · Like · 3Edson Alfiado Zunguza Yuh!!!9 hrs · LikeBasilio Muhate Okapa ... Kanimambo. Eu ainda preciso de fazer uma melhor introspeccao nestas coisas da academia versus constituicao, versus Unidade Nacional etc... Nós temos uma União Nacional Dos Estudantes em Moçambique que tambem devia ter algo a dizer sobre esses assuntos ... O meu amigo Tony Ciprix o que diz ? Tem enquadramento no "deserto moral" isto tudo ?9 hrs · Edited · Like · 2Egidio Vaz Bullshit é o que posso dizer por enquanto.O bullshit não vai para o ilustre Julião João Cumbane. Não. Porque sei que ele tentou fazer a melhor interpretação. O Bullshit vai mesmo para os políticos/academicos incopetentes da UEM, que tentaram resolver o acesso ao ensino superior prostituindo os principios e os valores da academia. Isto sim, é bullshit. Então com esta categorização, transformaram a UEM numa prostituta universal, que atende a todos tamanhos, independentemente de ser asseado ou não. Então, a UEM aceitou assumir os problemas de todos subsistemas de ensino precedente e propoe-se a corrigi-los numa assentada? Ao reconhecer a diferença dos conteúdos por região, a UEM não está a resolver os problemas. Está a atira-los para debaixo do tapete, encobertando a assimetria regional. Afinal, como os exames sao feitos? Nao é na base dos conteudos lecionados em anos anteriores? E como é que logo a partida se assume que a 12 classe feita em Niassa é diferente da feita em Maputo Cidade? Onde está a assimetria? O que nao é dado em Niassa que é dado em Maputo? Acesso ao livro escolar? Quem deveria coloca-lo disponivel em Lichinga? Bons professores? Porque nao estao em Lichinga? Laboratorios? Porque nao estao em Tete? E a UEM quer resolver este problema admitindo a todos? E as cotas sao representantivas? Qual é o criterio para estabelecer as cotas? Sao equitativas? Quem por fim beneficia com o sistema de cotas? Qual é a provincia que mais estudantes mete a UEM?See Translation9 hrs · Like · 3Elson Ligendre Egidio Vaz, obrigado pelo comentário.See Translation9 hrs · Like · 1Julião João Cumbane Perguntas todas interessantes e legítimas, Egidio Vaz! Eu não conheço as respostas. Talvez alguém as dê. Vamos esperar...See Translation9 hrs · LikeNuno Pires Julião João Cumbane, eu não ponho em causa a capacidade de aprendizagem de ninguém e se, como diz, esse alunos conseguem ser os melhores dos seus cursos e mais tarde excelentes profissionais, significa que possuem grande capacidade de superação. mas, durante algum tempo, a situação que referi é susceptível de acontecer. No entanto a minha experiência diz-me que os melhores alunos já manifestaram essa tendência ao longo da sua formação pré-universitária...See Translation9 hrs · Like · 1Bicas LPasso Esse é um assunto que não se pode debater de cabeça quente. A avaliação e desempenho do estudante no curso não é feita segundo o critério da nota de admissão. Vamos ver as coisas em difrentes prismas. Talvés, se fizesse um estudo do desempenho dos estudantes universitários por região para pôr em causa os critérios de admissão.See Translation8 hrs · Like · 1Geraldo Mandlate Este é um debate interessante. A explicacao trazida por Sr. Juliao ajuda bastante para perceber os criterios de ingresso na UEM. Provavelmente nós, como sociedade no geral, é que nao percebemos bem esses criterios e sua utilidade. Houve e continua a existir uma necessidade de se olhar para o pais no seu todo e é por isso que serve a constituicao. A UEM nao falhou em nada ao pegar nesse dispositivo e fazer o seu uso naquilo que os outros iam chamar de DISCRIMINACAO POSITIVA.Outra coisa é que conhecemos e dominamos APENAS o criterio de nota. Mas a verdade é que o criterio de nota é o criterio usado universalmente , mas sabe-se que em varias ocasioes nao diz nada. A nota de ingresso vale o que vale, mas o sucesso no curso É TOTALMENTE INDEPENDENTE DE NOTA DE INGRESSO. Quanto á qualidade do ensino é o debate que esta em dia para TODOS OS NIVEIS, incluindo superior, em particular a UEM.See Translation8 hrs · Like · 1Milton Boane Obrigado pela explicaçao Sr Juliao J. Cumbane. De facto os critérios sao esses, e sao claros. Questionaveis ou nao, isso sao outras conversas!O que me engasga aqui é, porque nesses subgrupos (que sao muito bem formados em termos quantitativos) 2.5 figura-se dentre as melhores notas? Se a nota de ingresso “nao dita o futuro do estudante” (o que eu nao concordo), ao menos ela (a nota) nos diz algo sobre o passado escolar desse estudante (no minimo, que foi péssimo). Concorda Sr Cumbane? E que se faz com essa informaçao? Ou nao é relevante?Ao Sr Geraldo Mandlate, gostaria de saber o que se pode dizer do medico com origem na regiao “desfavorecida”.See Translation6 hrs · LikeGenito Maure JJ, obrigado pela explicação. Não me meto completamente neste debate porque, infelizmente, não poderei acompanhá-lo até ao fim, por razões profissionais. Mas quero reforçar a pergunta do Milton Boane, sobre se "2.5 afigura-se dentre as melhores notas?". De facto, é preciso visitar-se as notas de entrada desse tal curso. Pelo que lí no Jornal, hána UEM cursos com uma taxa de concorrência de 40 candidatos/vaga. Claramente que ai a competição não permite uma situação destas de admissão com 2.5. Em contrapartida, há cursos em que há mais vagas do que candidatos. Ou seja, para se ser admitido a estes, basta não faltar à prova de exame. Alternativamente, nem deveria haver exames de Admissão para tais cursos, já que a Lei de Ensino Superior , Lei n° 27/2009, de 29 de Setembro estabelece, na conjugação do Artigo 22 com o Artigo 23, n° 5, alínea a), que constitui condição de acesso ao primeiro ciclo de formação do ensino superior, que corresponde ao grau académico de Licenciatura, a conclusão com aprovação da 12a classe ou equivalente.”Em outras palavras, se houvesse mais vagas do que candidatos em todos os cursos, talvez bastasse fazer-se exames psicotécnicos para orientação por vocação do candidato. Um debate sobre se o exame de admissão é a melhor forma de seleccionar estudantes para o Ensino Superior é urgente, e felizmente já há acções nesse sentido, com o projecto de estabelecimento do exame único para acesso a este subsistema de ensino.See Translation6 hrs · Like · 2Geraldo Mandlate Sr. Genito, acho que compreendi a sua questao. Esta se a referir do medico que ingressou no ensino superior com um no tipo 2.5? Bem, é assim. O que torna o candidato , no fim do curso , SER MÉDICO, nao é a nota do ingresso. É simplesmente os processos educativos existentes e disponiveis para o estudante. Isso é complexo quanto útil que nota de ingresso. Num momento destes talvez avancassemos para o debate da QUALIDADE do ensino superior, do que debater apenas a NOTA DE INGRESSO, nao acha Sr. Genito?See Translation5 hrs · LikeJulião João Cumbane Milton Boane, concordo que que na escala de 0 à 20 valores, 2,5 valores é uma nota muito feia! Mas o critério usado pode permitir admissão com essa nota, dependendo principalmente da razão entre o número de concorrentes para um determinado curso e o número de vagas disponíveis nesse curso. A intervenção do Genito Maure esclarece melhor como é isso pode ser possível. Agora, dada esta explicação, reitero que uma média de 2,5 valores em dois exames não significa, necessariamente, que o candidato é inepto para o curso pretendido. Temos casos destacáveis de estudantes que ingressam no ensino superior com notas de admissão muito baixas e que no fim se mostram melhores graduados e, no trabalho, melhores profissionais. Definitivamente, a nota média de provas escritas para admissão ao ensino superior não é o melhor critério de avaliação do potencial de sucesso do canditado. É, quiçá, o critério mais barato.See Translation5 hrs · Like · 1
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