10/12/2014
Dhlakama admite encontro com Guebuza para “falar seriamente sobre futuro do país”
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, adiantou que mantém conversas informais com o Presidente, Armando Guebuza, e admitiu pedir uma reunião oficial para "discutir seriamente o futuro do país".
"Temos falado por telefone como irmãos, não posso esconder", disse Dhlakama em entrevista à Lusa, após uma viagem de duas semanas para explicar às populações do centro-norte do país a sua proposta de um governo de gestão, após "uma fraude eleitoral planificada" e a ameaça de violência.
"Antes de ir para o norte falei com ele - 'como está irmão e tal'. Mas estamos ainda pendentes do pronunciamento do Conselho Constitucional", apontou, referindo-se à validação dos resultados pelo órgão competente e que espera ser o momento de dar um caráter oficial aos contactos com Guebuza.
"Espero escrever com esta mão uma proposta oficialmente de governo de gestão e explicar bem a importância disto", frisou o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana).
Graça Machel diz que estatísticas em Moçambique escondem injustiças
A activista social Graça Machel considerou hoje que as estatísticas sobre avanços no combate à pobreza em Moçambique escondem injustiças, defendendo uma ação governativa centrada no ser humano e não apenas nos números.
"As médias nacionais escondem assimetrias e até injustiças, temos de olhar para as assimetrias geográficas, mas também temos de olhar por grupos, como o acesso aos serviços para crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos e dentro disso, olhar por género", afirmou Graça Machel, falando na conferência "Moçambique: que visão para o futuro", promovido pelo Fórum Económico e Social de Moçambique (Mozefo).
Para Machel, viúva do primeiro Presidente, ex-ministra da Educação e actual presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), o verdadeiro retrato sobre a elevação da qualidade de vida em Moçambique só pode ser obtido com a desagregação das estatísticas seguindo critérios fiáveis.
"Crescimento económico, sim, e precisamos, talvez, aumentar esse crescimento económico, mas o desenvolvimento é medido e deve ser medido pela qualidade de vida dos seus cidadãos", enfatizou Graça Machel.
Eles comem tudo!
XIPALAPALA por João de Sousa
Quando, há meio século, José Afonso gravou, num disco de 45 rotações, a canção “Os Vampiros”, estava longe de imaginar que décadas mais tarde se implantaria a mitologia vampiresca que tanto lucro tem dado em livros, filmes e séries de televisão por esse mundo fora. “Os vampiros” é assumido como instrumento de combate cultural e cívico, em tempo de censura sempre presente e de inexistência das liberdades fundamentais em Portugal Continental e nas províncias ultramarinas. Daí que Os vampiros figurasse sempre no índíce de todas as actuações deZeca Afonso. Estava lá tudo dito e, por isso, não podia ser dito.
Quantas vezes na Rádio queríamos tocar a música e não nos deixavam, porque o traço da censura colonial não permitia. Não permitia que se tocasse, mas não impedia que o disco fosse vendido nas discotecas. Recordo-me que na altura adquiri um 33 rotações de Zeca Afonso naBayly, ali na Av. Manuel de Arriaga, hoje Karl Marx. Uma discoteca (casa de venda de discos) que, tal como muitas outras, nomeadamente aCompanhia Ultramarina de Comércio ou a Poliarte, para mencionar apenas estas, já desapareceu.
Já nos finais da década de 80 lembro-me do facto de o Leite de Vasconcelos me ter dito um dia que “tentei passar essa canção na rádio, mas alguém me avisou que isso poderia dar direito a xilindró”.
Governo questiona novos renamistas
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Fonte militar diz que a Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) pretende incluir elementos que não estiveram na guerra civil que terminou com o entendimento de Roma, Itália, em 92. E questiona a proveniência desta nova vaga de guerrilheiros.
“Para que não haja mais confusões, o Governo acaba aceitando a inclusão deste grupo de jovens elementos armados da Renamo, embora se continue a questionar a sua proveniência”, afirma a referida fonte militar das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
De outras fontes, não identificadas, sabe-se que os jovens elementos da Renamo foram treinados, eventualmente, no Quénia e em Israel, após um rigoroso critério selectivo, com base no peso e altura, daí, segundo os mesmos informadores, o seu elevado índice de prontidão face aos militares das FADM’s.
Inicialmente, o Governo apenas aceitava os elementos da Renamo que tomaram parte da guerra civil, muitos deles em fase de reforma e em idade relativamente acima dos muitos jovens que corporizam as hostes renamistas.
Leilão de rubis rende USD 43.3 milhões
Extraídos em Montepuez
A Gemfields plc anunciou os resultados do seu leilão de rubis em bruto, predominantemente de alta qualidade, extraídos pela Montepuez Rubi Mining Limitada (na qual a Gemfields tem uma
participação de 75%) no depósito de Montepuez Ruby em Moçambique. O leilão, o segundo realizado pela Gemfields, foi realizado em Singapura entre 3 e 8 Dezembro de 2014.
De acordo com uma nota de imprensa da firma que explora o minério na província de Cabo Delgado, o destaque no presente leilão vai para as receitas do leilão totalizaram os 43,3 milhões de dólares, o valor mais alto de sempre atingido num leilão da Gemfields; preço médio de $689 por quilate métrico (quilate), o valor mais alto de sempre atingido num leilão da Gemfields; foram vendidos 62.936 quilates de rubis, de um total de 85.491 de quilates disponibilizados (cerca de 74%) e os dois leilões de rubis de Montepuez, organizados em Junho e Dezembro de 2014, geraram 76,8 milhões de dólares em receitas totais, as quais são totalmente repatriadas para Moçambique.
No leilão, acrescenta o comunicado, estiveram presentes 50 empresas de várias nacionalidades no segundo leilão de rubis conduzido pela Gemfields, tendo o primeiro sido realizado em Junho de 2014.
MEDIAFAX – 10.12.2014
Não aceitação de resultados e necessidade de formação do governo de gestão
Dhlakama jura não arredar pé
- Caso não se avance com um governo de “partilha de poder”, o líder da Renamo diz que o seu partido irá “governar sozinha”
O Presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, chegou na cidade de Maputo, na tarde de ontem, depois de, nos últimos dias, ter escalado as províncias da zona centro e ainda a província de Nampula para aquilo que chamou de “agradecer ao voto depositado em si e na Renamo” e, ao mesmo tempo, para explicar as razões e a funcionalidade do chamado “governo de transição”.
À sua chegada, igual a si mesmo, Afonso Dhlakama não perdeu tempo e começou a disparar por todos os cantos. Voltou a dizer que jamais irá permitir a formação de um governo de acordo com os resultados eleitorais anunciados pela CNE, resultados que aguardam ainda a validação e proclamação pelo Conselho Constitucional.
Jurando que não irá arredar o pé, Dhlakama chegou mesmo a apelar a Frelimo para, segundo suas palavras, preparar-se para fazer parte da oposição em Moçambique.
Moçambique com alta taxa de casamentos prematuros
Moçambique tem uma das mais altas taxas de casamentos prematuros no mundo, ocupando actualmente o 11.º lugar, apesar de, nos últimos anos, haver tendência de redução dos casos desta prática.
O activista moçambicano dos Direitos Humanos e presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, Custódio Duma, disse, na passada segunda-feira, em Lusaka, na Zâmbia, que o país é considerado como tendo a maior prevalência de casamentos prematuros, em que 14% das raparigas casam antes dos 15 anos, e 48% casam tendo menos de 18 anos de idade.
Custódio Duma fez uma apresentação sobre o tema “Casamentos Prematuros – Caso de Mocambique”, durante um seminário de formação sobre reportagens de casamentos prematuros dirigidos a jornalistas da sub-região de África. Custódio Duma disse que práticas culturais específicas têm contribuído para que crianças sejam consideradas prontas para o casamento.
Outros factores apontados por Custódio Duma, como estando a contribuir para a alta taxa de casamentos prematuros, são os ritos de iniciação.
Bichos com asas e democracia asinina
Canal de Opinião por Afonso dos Santos
Capim Aceso
O pai da Mafalda começa a ler em voz alta um texto do jornal que tem nas mãos:
– “O eleito abriu uma nova esperança, ao dizer, no seu discurso, que esperava incorporar na sua governação algumas…
E a Mafalda adianta a conclusão da frase:
– “… algumas pessoas que não pertencem ao seu partido!”
E o pai da Mafalda conclui a leitura da frase:
– “… algumas das ideias que fluíram de todos os quadrantes.”
O certo é que os escritos que aparecem em certos jornais já só fazem lembrar as tiras da querida Mafalda criada por Quino.
No jornal que o pai da Mafalda está a ler, aparece anunciado um novo tipo de democracia, que vai ser inaugurado pelo dito eleito: é a democracia melosa, que consiste em fazer peditórios de mel. A democracia melosa consiste em que os direitos constitucionais dos cidadãos são substituídos por ofertas de mel.
09/12/2014
MUDANÇAS NO ZIMBABWE: Mugabe demite sua vice-presidente e oito ministros
O PRESIDENTE do Zimbabwe, Robert Mugabe, demitiu ontem a sua vice-presidente Joice Mujuru, com quem está em conflito aberto, e oito ministros próximos dela, anunciou o Governo.
Num comunicado, o secretário do Governo Misheck Sibanda indicou que a demissão tem “efeito imediato”.
“Tornou-se evidente que a sua conduta (de Mujuru) no exercício das suas funções se tornou incompatível com o nível esperado, apresentando um conflito entre as responsabilidades oficiais e interesses privados”, adiantou.
Durante muito tempo considerada a provável herdeira de Robert Mugabe, Joice Mujuru tem vindo a ser atacada nas últimas semanas por uma parte da União Nacional Africana do Zimbabwe – Frente Patriótica (ZANU-PF), o partido dominante.
Foi acusada de incompetência, corrupção e conspiração para assassinar o “pai” da independência, que aos 90 anos está no poder desde 1980. No congresso da ZANU-PF na semana passada, Mujuru foi afastada do Comité Central.
Robert Mugabe deve designar hoje ou amanhã os dois novos vice-presidentes da ZANU-PF, bem como completar a sua equipa governativa.
DERSPARTIDARIZAÇÃO DO ESTADO: Governo e Renamo em sintonia
GOVERNO e a Renamo consideram haver uma aproximação de princípios no que tange à despartidarização da Função Pública no país, matéria que constitui o terceiro ponto da agenda do diálogo político entre as partes que acontece no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano de há sensivelmente 88 semanas a esta parte.
O facto foi revelado pelos chefes das delegações do Governo e da Renamo no diálogo político, nomeadamente José Pacheco e Saimone Macuiana, em declarações a jornalistas, feitas em separado, à saída de mais uma ronda negocial que teve lugar segunda-feira última.
Segundo José Pacheco, tal aproximação assenta no facto de as duas partes concordarem na aplicação de alguns princípios para a contratação e gestão de recursos humanos, como é o caso da introdução de concursos públicos para a contratação de funcionários, o mesmo critério para as progressões e nomeações a cargos de chefia.
“Na questão da despartidarização da Função Pública parece haver agora uma aproximação, pelo menos a nível verbal, e dela vai se produzir uma declaração pública de reconhecimento do esforço que se desenvolve na reforma da administração pública moçambicana, cujo ingresso observa hoje ao princípio de concurso; que a promoção, progressão, mudança de carreira, nomeação para cargos de chefia e direcção também observa o princípio de concurso”, afirmou o ministro da Agricultura.
Dhlakama volta a Maputo e reitera exigência de Governo de gestão
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, voltou hoje a Maputo após duas semanas no centro e norte do país, reiterando a exigência de um Governo de gestão, como solução para a alegada fraude nas eleições gerais moçambicanas.
"Vamos governar juntos, ou governamos juntos ou governamos sozinhos. A bola está do lado da Frelimo, do lado do Governo e do Presidente Armando Guebuza", disse Dhlakama, a algumas centenas de simpatizantes da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), à chegada ao Aeroporto Internacional de Maputo, proveniente da província de Cabo Delgado, norte do país, onde manteve encontros populares para explicar a sua ideia do Governo de gestão.
Considerando fraudulentos os resultados das eleições gerais de 15 de outubro, o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) enfatizou que caso a exigência de um Governo de inclusão não seja satisfeita, o movimento vai governar nas províncias onde ganhou nas presidenciais.
LUSA – 09.12.2014
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