Foto: RIA Novosti
O Ministério do Trabalho e da Proteção Social da Rússia propõe fazer testes a funcionários públicos para determinar sua tendência para a corrupção. É esperado que já em 2015 os novos candidatos a admissão como funcionários públicos sejam entrevistados por um especialista que fará uma avaliação psicológica do candidato, inclusive determinar até que ponto a pessoa é honesta.
O Ministério do Trabalho da Federação Russa tenciona contribuir para a luta contra a corrupção. Quem tem tendência para lucrar à custa do erário público seria detetado ainda na fase de recrutamento para uma instituição pública. Para isso, o projeto de programa federal de desenvolvimento do serviço público civil para 2015-2018 introduz um parágrafo sobre testes psicológicos obrigatórios a candidatos ao exercício de funções públicas.
Durante o processo de admissão, os testes psicológicos deverão ser orientados, em primeiro lugar, para as qualidades morais do candidato, diz o membro da direção da organização pública inter-regional Comitê de Combate à Corrupção Irina Rukina:
“Do meu ponto de vista, é preciso testar a personalidade e as bases morais da pessoa. Uma pessoa que tenha elevados fundamentos morais não irá estragar a equipe. Uma pessoa que não os possua poderá estragar uma equipe e prejudicar o trabalho. Além disso, muito depende do meio que a pessoa será inserida e do que lhe será exigido pelos colegas e pelos chefes.”
Atualmente os funcionários públicos na Rússia podem ser submetidos a testes do polígrafo. No processo, o funcionário público tem de responder “sim” ou “não” a perguntas concretas como, por exemplo, se terá recebido ilegitimamente uma grande gratificação monetária ou material, se tem ligações ao mundo do crime ou se houve casos em que drogas ou álcool o impediram de desempenhar suas funções.
Mas o “detector de mentiras” apenas é eficaz quando foi descoberto um abuso já cometido. No entanto, em uma entrevista presencial com um psicólogo podemos determinar as tendências encobertas da pessoa, refere o diretor do Centro de Psicologia Aplicada e acadêmico da Academia Russa de Ciências Naturais Serguei Klyuchnikov:
“Eu penso que o indicador mais preciso, que determina quem deve ser admitido ao serviço e quem não deve, é em primeiro lugar a folha de serviço do funcionário, a ausência de antecedentes de corrupção nos seus locais de trabalho anteriores e sua determinação, ou seja, a sua disponibilidade para trabalhar não apenas com o objetivo de bem-estar pessoal, mas também para bem público. O polígrafo permite medir os indícios fisiológicos da mentira. Por isso, ele é apenas um dos componentes do teste. Ele apenas pode ser usado conjugado com outros meios.”
A ideia de prevenção da corrupção através dos testes na fase de admissão é atrativa, mas é de difícil realização, consideram os peritos. A questão se prende com o desenvolvimento desses testes e com a preparação de especialistas que possam realizar e tratar a entrevista com qualidade.
No âmbito do programa anticorrupção na Rússia já foi introduzida a declaração obrigatória pelos funcionários públicos dos seus rendimentos e despesas, bem como de suas famílias. Foi aprovada uma nova Lei Federal de Compras Públicas e reforçado o sistema de penas criminais e administrativas por crimes de corrupção.
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Comentários
- #mario silveira Hoje, 11:26Procedimento extraordinário ,capaz de enquadrar verdadeiramente e fazendo ser o poder institucional regido cientificamente conforme ninguém acima da lei produzida no consentimento e acordo entre cidadãos.Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_12_06/Funcion-rios-p-blicos-russos-far-o-testes-de-tend-ncia-para-corrup-o-5906/
