Quando serão construídos novos aviões de transporte?: Voz da Rússia

Quando serão construídos novos aviões de transporte?

Tags:defesa , Força Aérea da Rússia , produção, avião, Transporte, Comentários

Ilya Kramnik

7.02.2013, 16:04, hora de Moscou

An-70

RIA Novosti

Os primeiros aviões de transporte An-70 entrarão em serviço da Força Aérea a partir de 2016, divulgou a mídia russa, citando o comandante-em-chefe da Aviação de Transporte, major-brigadeiro Vladimir Venediktov.

Assim sendo, até 2020 se planeja pôr em serviço 17 aparelhos. Além disso, a mídia russa informa que os novos aviões An-124-300 Ruslan serão fornecidos após o ano de 2020.

Projetos complicados em termos políticos

A produção em série de aviões An-70 e o relançamento do Ruslan constituem, com efeito, um importante objetivo econômico e tecnológico. A sua realização tem sido afetada pela situação política. É que as relações entre Moscou e Kiev, no período pós-soviético, estão atravessando certas dificuldades. Por isso, não há grandes motivos para otimismo no que toca à colaboração entre o Gabinete de Projeções ucraniano Antonov e as empresas russas do ramo aeronáutico. Os An-70 e os Ruslan devem ser construídos na Rússia, sem bem que a propriedade intelectual de ambos pertença à Ucrânia. No entanto, os receios sobre uma eventual renúncia aos aparelhos da empresa Antonov não se confirmaram: a aeronáutica precisa tanto do An-70, como do An-124. A questão que se coloca é de saber quando e em que qualidade…

Anteriormente, o programa nacional de armamentos para 2011-2020 previa a compra de 16 aviões da marca An-70 e de 20 engenhos tipo An-124. Tomando em conta a necessidade de organizar a produção em série, tais prazos pareciam irrealistas. Neste contexto, a alteração de prazos para os anos 2020-2025 em que seria possível cumprir a maior parte de encomendas se afigura como um passo sensato, levando em conta a ausência de informações sobre a conclusão dos contratos de entrega.

Convém determo-nos no caso específico do An-124. As compras do engenho dependem do êxito do programa de modernização do atual parque de aviões Ruslan e da procura deste engenho. Considera-se que a taxa normal de rentabilidade implica a existência de encomendas para 35-40 unidades. Isto pressupõe o empenho de entidades comerciais, visto que a Força Aérea não necessita de um lote grande de aviões superpesados.

Que papel terão as empresas do Tatarstão no projeto?

Já não restam dúvidas de que o setor aeronáutico russo precisa do avião An-70, capaz de aterrar e decolar em pistas curtas, podendo levar cargas para bases distantes, inclusive as que se situam fora da Rússia. Produzir um lote de 17 máquinas num período compreendido entre 2016 e 2020 é uma meta viável. Todavia, a linha de montagem a instalar na empresa aeronáutica de Kazan deverá ser criada a partir do zero. De notar que, hoje em dia, esta unidade fabril não possui experiência de produção de engenhos desse tipo. Um dos estímulos poderia vir a ser um contrato de compra do An-70 que lhe permita captar investimentos e proceder às obras de construção. Hoje, está garantida a montagem de dois An-70, cuja construção se iniciou nos passados anos 90 na empresa ucraniana Avangard, e que devem ser concluídos por encomenda do Ministério da Defesa da Rússia.

Resta pouco tempo para reflexões. Não há garantias de que a realização do programa de modernização possa ser acelerada mediante a empresa de Voronej e outra companhia do ramo conveniente. Por isso, a entrega de 17 aviões de transporte dependerá ainda da execução do programa nacional de armamentos que preveja a conclusão dos respetivos contratos.