sábado, 17 de novembro de 2012

No combate à corrupção não pode haver pessoas intocáveis: Voz da Rússia

16.11.2012, 12:35, UTC
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RIA Novosti

Na Rússia estão a ser investigados vários casos importantes relacionados com a corrupção. Um processo diz respeito ao desvio de fundos destinados à preparação da cimeira da APEC.

Outro escândalo surgiu à volta do Ministério da Defesa, tendo provocado a demissão do titular da pasta e do chefe do Estado-Maior General. Em foco das atenções de juízes de instrução figura ainda o sistema de navegação GLONASS, cujos projetistas são suspeitos de praticar peculato no valor de 6,5 milhões de rublos. As vias de combate à corrupção constituíram o principal tema da entrevista concedida à Voz da Rússia pelo chefe da Câmara de Contas (CC), Serguei Stepachin.
A CC é uma instituição parlamentar, encarregada de executar a supervisão financeira, cabendo-lhe ainda controlar o exercício orçamental, fazer revisões e inspeções, bem como iniciar investigações sérias relacionadas com os casos de corrupção. Todavia, não se pode afirmar que todos os processos relevantes mais recentes dizem respeito à corrupção, considera Serguei Stepachin. Alguns pleitos têm mais a ver com as graves transgressões financeiras ou com a simples incompetência de dirigentes ou governantes.
"Claro que a corrupção tem vindo a impedir o desenvolvimento econômico e a captação de investimentos. A nível local, o combate à prática de subornos se reveste de importância especial visto que se relaciona ainda com a questão de segurança. É que os casos de subornos tiram às pessoas a vontade de participar na vida política, por exemplo, em eleições para os órgãos do poder local".
Em face disso, a nível regional, se inicia um intensivo combate à corrupção e às violações na área financeira. Importa as pessoas entenderem uma coisa – neste combate não deve, nem pode haver figuras intocáveis, salienta Serguei Stepachin, indicando com isso a diversidade de métodos da luta contra este fenômeno altamente negativo.
"É preciso introduzir normas muito rigorosas para que um funcionário corrupto não possa interpretar à sua maneira a legislação. Para inverter a situação, os órgãos de segurança pública devem virar-se para os interesses da população, procurando atender às suas necessidades. É necessário fazer com que as pessoas interessadas possam interagir com a polícia. A título de exemplo podemos citar a Noruega, a Finlândia, a Dinamarca e a Suécia, ou seja, os países que são os nossos vizinhos próximos em termos geográficos".
Mas muita coisa depende dos cidadãos. Serguei Stepachin está convencido de que nenhum fato de corrupção deve escapar à atenção das autoridades oficiais, policiais e dos simples cidadãos.
"Nessa área seria inadmissível enganar as pessoas. Os atos devem corresponder às palavras. A nível regional, os corruptos são pessoas conhecidas, a nível municipal são bem conhecidos aqueles que se apropriam de fundos públicos, os prefeitos desonestos e corruptos. Por isso, devem ser tomadas medidas drásticas contra tais infratores".
Nesta fase, no combate à corrupção já podemos esperar algum progresso, adianta Serguei Stepachin dizendo a finalizar que, ao nível do presidente, foi tomada a decisão de proceder à realização de medidas concretas e eficientes.

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