domingo, 4 de novembro de 2012

A consagração do mensalão?

 

Não creio que os votos a Fernando Haddad em São Paulo decorram de uma 'absolvição popular' dos mensaleiros

por Arthur Chagas Diniz*

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Desde domingo, 28, tenho ouvido amigos chegados afirmarem que a eleição de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo teria sido a resposta de Lula ao STF por conta das condenações de Genoino, Dirceu e Delúbio. Seria isto verdade?
Significa que o mensalão passou a ser um episódio banal sobre o qual a opinião pública e os juízes têm visões antagônicas. Eu acho que não.
Embora não acredite que categorias sociais cuja marca distintiva é a baixa escolaridade acompanhem pela TV ou mesmo pelos jornais o julgamento da ação nº 470, não creio que os votos a Haddad decorram de uma ‘absolvição popular’ dos mensaleiros.
As razões da vitória “lulista” são locais. Sem tirar o mérito de Lula na implantação de “postes” (que é inegável), acho que as raízes da derrota do PSDB em São Paulo se restringem a circunstâncias e escolhas locais. Lula escolheu um nome novo, uma figura jovem, não tisnada pela corrupção petista. Os adversários escolheram um candidato com a maior taxa de rejeição popular no país. Pior que Jader Barbalho, Paulo Malluf, Renan Calheiros e outros desse jaez.
O PSDB – único partido visível de oposição (?) – escolheu o velho, o desgastado, um homem que já havia abandonado a prefeitura sem tê-la ocupado, depois de eleito em primeiro turno.
Lula não ganhou. Quem perdeu foi a oposição (?). Quem perdeu fomos nós.

*Arthur Chagas Diniz é presidente do Instituto Liberal, parceiro do Opinião e Notícia

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