Volto a destacar outro escrito de Francisco Nota Moisés:
Caro Mussandipata, APRESENTAÇAO DA HISTÓRIA E O PROBLEMA DE LEALDADE.
Apesar
do erro que Simango cometeu de não estar com a revolta quando toda
agente se revoltava e querer empreender a sua própria revolta quando não
havia ninguém para apoia-lo, ele fica gravado na historia como um dos
heróis moçambicanos como o foram Padre Mateus Pinho Gwenjere, Gumane,
Kambeu, Basílio Banda e tantos outros. Simango é herói por duas razões:
primeiro, foi um dos primeiros moçambicanos a se movimentar em prol da
independência nacional, e segundo foi um daqueles que ousou combater a
infiltração do tribalismo e totalitarismo na Frelimo, cancro este que
veio a se alastrar por todo o corpo da nação moçambicana quando o país
tornou-se independente sob o comando de Samora Machel, individuo cruel e
mentalmente mal balançado. Machel: que a sua alma repouse em paz! Foi
inimigo quando estava vivo e agora não é mais visto que não se pode ser o
inimigo dum individuo morto. Sim, muito interessante que os seus
colegas não estiveram com ele no avião seu pilotado por russos. Complot
ou falta de confiança num avião russo pilotado por russos? Aurelio
Manave deveria idealmente comparecer no tribunal internationacional por
crimes contra a humanidade.
Alem de ter controlado os prisioneiros políticos os quais foram
mortos durante a sua dinastia no Niassa, tenho informação que o
individuo esteja também a controlar campos de concentração para onde
Samora Machel e Armando Emílio Guebuza enviavam centenas e milhares de
prisioneiros políticos no Niassa com varias excusas de serem isto e
aquilo--assado e cozido: reaccionários, agentes do imperialismo,
xiconhocas boateiros, marginais... Sérgio Vieira teria também que
responder por muitos crimes antes da independência tal como a humilhação
no campo de Nachingwea de mais de 600 prisioneiros que incluíam
Simango, Gumane, Kambeu e outros. Nenhum destes 600 prisioneiros
sobreviveu. Foram depois todos mortos. Sérgio Vieira, chefe do SNASP,
veio a cometer mais crimes depois da independência nacional. Com
ousadia, descrevi Sérgio Vieira na imprensa moçambicana como a
reincarnação em Moçambique de Ravana, o reu-demonio do Glorioso
RAMAYANA, epopeia hindu e também texto sagrado do Hinduísmo na qual
Rama, reincarnação do Deus Vishnu reincarna-se em Ayodhia e mais tarde
apoiado por um exercito enorme de macacos e ursos (reincarnações divinas
em forma de animais) se engaja numa guerra apocalíptica com o reino
demónico de Lanka e os demónios rakshasas ficam derrotados. Escrito por
maharishi Valmiki 500 anos antes de Cristo, Ramayana é a melhor estoria
que eu tenha lido em narração inglesa. Esta foi também a opinião do
Mahatma Gandhi que descreveu o Ramayana como a melhor estoria. A obra
original do tamanho da Bíblia foi escrita em Sanscrito, língua morta da
Índia, na qual rezas hindus são feitas. Falado ainda por padres
brahminicos do Hinduísmo. Mas no quadro de castas de Índia, Sérgio
Vieira fica classificado como intocável cuja própria sombra sujaria
pessoas de castas superiores. E este intocável hoje nos escraviza e mata
em Moçambique. Conheci Samuel Dhlakama. Antes daquilo conheci o seu
filho Julio Dhlakama que estava comigo no Seminário de Zobue e veio a
morrer no Nigéria para onde foi viver depois de estudar engenharia da
então chamada Republica democrática alemã. Vim a conhecer em Dar Es
Salaam, a irmã do Júlio de nome Inês Dhlakama, uma rapariga então de
beleza encantadora. Tinha também uma filha de nome Deolinda Dhlakama que
se casara com um guineense de Bissau. Quando me encontrei com Samuel
Dhlakama, ele estava com um grupo de guineenses e falamos em francês.
Samuel Dhalakama teve muita admiração por mim visto que falava o francês
perfeitamente. Acusar Dhlakama de ser um agente da CIA era parte da
estratégia do Samora Machel para eliminar todos aqueles que estiveram
ligados com Simango. Disseram também que ele recebeu a bomba que vitimou
Mondlane do malogrado padre Pollet, mentor do Gwenjere. Pollet foi
expulso de Moçambique pelo governo português depois da morte do bishp
Sebastiao Rezende com a nota de que nunca deveria por pé em qualquer
território português. Que foi receber a enconmenda-bomba da embaixada
portuguesa em Blantyre, foi uma invenção pura e doida de Joaquim
Chissano e que foi propalada pelo seu porta-voz, o intocável Sérgio
Vieira. A informação que tenho sobre Samuel Dhlakama, tio ou não do
Afonso Dhlakama, é que ele morreu depois da independência, tendo sofrido
de alta tensão por muitos anos. Coisas que o Afonso Dhlakama diz não se
devem engolir de qualquer maneira. Ele alega ter estado no seminário de
Zobue, mas não ha nenhuma evidencia mesmo depois da minha saída em
1967. Sabe se porem que reprovou por duas vezes exames de passagem de
terceira a quarta classes coloniais. A Betty King era abertamente
conhecida como agente da CIA em Dar Es Salaam. Parece que não há duvida
que era amante do Mondlane. Parece que havia aquilo que em francês que
chama "un ménage à trois", uma cena de amor entre três pessoas, dali a
frequentação de Mondlane na residência da Betty. E no dia fatídico de 03
de Fevereiro de 1969, a
Janet tinha ido a Suécia, um país que fornecia fundos a Frelimo. Quando
a morte de Mondlane foi anunciada na Rádio da Tanzânia, houve um jubilo
geral entre os estudantes exilados em Rutamba, coisa que fez zangar
Kamtawa, o chefe do campo das Nações unidas, que convocou grupo de
estudantes no qual estive incluído para o seu escritório para nos
ralhar. Lamentou-se que o evento tinha sido a primeira bomba a matar um
individuo no território tanzaniano e que aquilo devia nos entristecer.
Kamtawa, um tanzaniano, não nos deu tempo para nos explicarmos. Mondlane
era o nosso inimigo e houve emoções na informação do que o inimigo
tinha morrido. Na minha opinião, o jubilo era infantil, mas podia se
entender. Houve cenas semelhantes nos campos de refugiados moçambicanos
na Suazilândia, Zimbabwe, Zâmbia e Malawi quando a morte de Samora foi
anunciada. Muitos refugiados alegraram-se, de acordo com informações
veiculadas de Londres...são coisas que acontecem... infelizes, mas
acontecem. Pode-se imaginar a alegria dos frelimistas no dia em que
ouvirem que o Nota Moisés morreu. Haverá celebrações sem fim...
Francisco Nota Moisés
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