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Noé Nhantumbo
Obliterar a oposição e fazê-la desaparecer não é democrático e o perigo pode provir dessas tentativas…
Nem as melhores armas e aparatos militares, policiais e serviços de segurança travaram a Primavera Árabe.
Occupy Wall Street e toda a corrente mundial dos indignados mostram realmente que os povos, os cidadãos estão cansados de demagogias e de uma situação insustentável em que vivem.
Em Moçambique ao invés de se acomodarem discursos redutores e de inspiração marcadamente estalinista é preciso que os políticos no activo se sentem e reconheçam que o país não está bem de saúde. Há muitos recursos naturais que poderiam significar emprego sólido e bem pago.
Neste momento em que falamos de que a democracia está em perigo no país, há governantes que parecem entender que adquirir mais meios bélicos será suficiente para lhes dar segurança e controlo da situação no caso de alteração da ordem. Há muito pouca memória de um passado recente de conflito armado generalizado que ceifou vidas e destruiu muitas infra-estruturas.
Naqueles tempos de guerra civil o exército governamental até possuía
superioridade bélica face ao outro beligerante mas isso de pouco valeu
as FPLM como se sabe.
Mesmo com o auxílio de forcas militares de Zimbabwe, Tanzânia e assessores militares soviéticos, cubanos e alemães as força da guerrilha conseguiam avançar e estender sua acção por todo o país. Com um pouco de realismo e de honestidade não poderá haver quem discorde disto.
Sente-se num país uma tentativa de alguns poucos imporem sua suposta superioridade por vias insidiosas.
Cada vez que se levantam cidadãos apelando ao bom senso dos políticos e governantes e que o diálogo seja abraçado a bem da nação que estamos construindo de alguns quadrantes surgem ameaça veladas e um retomar de teses derrotadas pela história.
Porque tanta teimosia e tanta insensatez?
A solução é conversar abertamente e com responsabilidade sobre os problemas da nação e não fazer joguinhos de palavras. Parece que há gente está sendo muito mal aconselhada.
Gente adulta e que protagonizou momentos importantes da nossa história está se revelando irresponsável ao negar-se a um dialogo sério. Quando o assunto é tomado com responsabilidade não se mandam juniores e juvenis para a mesa de negociações.
Se é realmente dialogo que se pretende então que falem os líderes e deixemo-nos de dúvidas sobre a validade de supostos encontros exploratórios.
Queremos diplomacia aberta e não silenciosa porque como o tempo se encarregou de ensinar-nos o silêncio abre oportunidade para que haja jogadas debaixo da mesa que não conduzem as soluções que os cidadãos precisam.
Vai-se para eleições intercalares em três municípios do país e os moçambicanos querem testar se as forcas políticas concorrentes aprenderam alguma coisa com o passado recente.
A motivação que ditou a saída inesperada dos edis dos três municípios é assunto interno da Frelimo mas também do interesse do país porque as eleições intercalares vão custar dinheiro do erário público.
Mas pela democratização do país pode--se dizer que é um “mal que vem por bem”.
Os moçambicanos que forem a votar têm a oportunidade de eleger quem realmente querem que governe seu município. Toda a atenção é pouca em pleitos eleitorais no país como a experiencia passada já o demonstrou. Há gente que já se habituou a manobrar fora-da-lei. Há gente que vai tentar trazer pessoas com carão eleitoral de outras zonas que não aquelas em que se realizam as eleições. Há gente que vai engendrar esquemas para atrapalhar o processo de modo a que se tenha que recorrer a polícia. Há gente com tradição de utilizar a PRM como se fosse sua propriedade e há oficiais da PRM que correm a cumprir instruções de políticos na mira de uma promoção rápida. Isso deve ser denunciado com todo o vigor porque é batota e contrário a democracia.
Vamos ter muita atenção com o uso de viaturas do estado para promover campanhas político-eleitorais.
Vão tentar encobrir as faixas e logótipos de instituições do estado e de empresas públicas das viaturas com cartazes de seus candidatos e de seu partido. Isso já foi testado em muitos lugares do país. Porque é anti-democrático é obrigação dos cidadãos denunciar isso.
A democracia só ganha e se enraíza quando os cidadãos deixam de ter receio de gozar de suas liberdades garantidas pela Constituição da República.
Vamos apoiar o candidato de nossa preferência sem recearmos perder o emprego ou a posição que ocupamos na escola ou hospital.
Não se constrói um país com cobardia e com receio de dar os passos pertinentes.
Sabemos que está mal e temos oportunidade de fazer história estendendo a democracia para mais três municípios deste país.
É preciso que com responsabilidade todos os moçambicanos digam e repitam para seus líderes políticos que não queremos ser cobaias de projectos dantescos de alguma elite político-económica.
Há uma atmosfera favorável internacional que deve ser aproveitada para aprofundar a democracia no país. Tivemos a oportunidade de assistir a levantamentos populares no Norte de África. Nem a sofisticação militar e policial do coronel de Tripoli o safou de ser efectivamente removido do poder.
Essa é uma das maiores lições que se podem aprender dos acontecimentos recentes em África.
Nenhum poderio bélico pode opor-se a vontade dos povos como se pode verificar no Afeganistão.
Após 10 anos de presença de forças militares estrangeiras sofisticadas e superiormente equipadas a solução a pacificação daquele país ainda não aconteceu. É preciso entender que nem nossos vizinhos do passado nos vão safar em caso de conflito em Moçambique. Vamos mandar os “falcões” para a reforma e encetar-se um diálogo produtivo que nos traga consensos que de facto promovam uma UNIDADE NACIONAL que todos sintam.
Os moçambicanos estão de facto fartos de serem os últimos nos benefícios e os primeiros nos sacrifícios…
Canal de Moçambique – 19.10.2011
Mesmo com o auxílio de forcas militares de Zimbabwe, Tanzânia e assessores militares soviéticos, cubanos e alemães as força da guerrilha conseguiam avançar e estender sua acção por todo o país. Com um pouco de realismo e de honestidade não poderá haver quem discorde disto.
Sente-se num país uma tentativa de alguns poucos imporem sua suposta superioridade por vias insidiosas.
Cada vez que se levantam cidadãos apelando ao bom senso dos políticos e governantes e que o diálogo seja abraçado a bem da nação que estamos construindo de alguns quadrantes surgem ameaça veladas e um retomar de teses derrotadas pela história.
Porque tanta teimosia e tanta insensatez?
A solução é conversar abertamente e com responsabilidade sobre os problemas da nação e não fazer joguinhos de palavras. Parece que há gente está sendo muito mal aconselhada.
Gente adulta e que protagonizou momentos importantes da nossa história está se revelando irresponsável ao negar-se a um dialogo sério. Quando o assunto é tomado com responsabilidade não se mandam juniores e juvenis para a mesa de negociações.
Se é realmente dialogo que se pretende então que falem os líderes e deixemo-nos de dúvidas sobre a validade de supostos encontros exploratórios.
Queremos diplomacia aberta e não silenciosa porque como o tempo se encarregou de ensinar-nos o silêncio abre oportunidade para que haja jogadas debaixo da mesa que não conduzem as soluções que os cidadãos precisam.
Vai-se para eleições intercalares em três municípios do país e os moçambicanos querem testar se as forcas políticas concorrentes aprenderam alguma coisa com o passado recente.
A motivação que ditou a saída inesperada dos edis dos três municípios é assunto interno da Frelimo mas também do interesse do país porque as eleições intercalares vão custar dinheiro do erário público.
Mas pela democratização do país pode--se dizer que é um “mal que vem por bem”.
Os moçambicanos que forem a votar têm a oportunidade de eleger quem realmente querem que governe seu município. Toda a atenção é pouca em pleitos eleitorais no país como a experiencia passada já o demonstrou. Há gente que já se habituou a manobrar fora-da-lei. Há gente que vai tentar trazer pessoas com carão eleitoral de outras zonas que não aquelas em que se realizam as eleições. Há gente que vai engendrar esquemas para atrapalhar o processo de modo a que se tenha que recorrer a polícia. Há gente com tradição de utilizar a PRM como se fosse sua propriedade e há oficiais da PRM que correm a cumprir instruções de políticos na mira de uma promoção rápida. Isso deve ser denunciado com todo o vigor porque é batota e contrário a democracia.
Vamos ter muita atenção com o uso de viaturas do estado para promover campanhas político-eleitorais.
Vão tentar encobrir as faixas e logótipos de instituições do estado e de empresas públicas das viaturas com cartazes de seus candidatos e de seu partido. Isso já foi testado em muitos lugares do país. Porque é anti-democrático é obrigação dos cidadãos denunciar isso.
A democracia só ganha e se enraíza quando os cidadãos deixam de ter receio de gozar de suas liberdades garantidas pela Constituição da República.
Vamos apoiar o candidato de nossa preferência sem recearmos perder o emprego ou a posição que ocupamos na escola ou hospital.
Não se constrói um país com cobardia e com receio de dar os passos pertinentes.
Sabemos que está mal e temos oportunidade de fazer história estendendo a democracia para mais três municípios deste país.
É preciso que com responsabilidade todos os moçambicanos digam e repitam para seus líderes políticos que não queremos ser cobaias de projectos dantescos de alguma elite político-económica.
Há uma atmosfera favorável internacional que deve ser aproveitada para aprofundar a democracia no país. Tivemos a oportunidade de assistir a levantamentos populares no Norte de África. Nem a sofisticação militar e policial do coronel de Tripoli o safou de ser efectivamente removido do poder.
Essa é uma das maiores lições que se podem aprender dos acontecimentos recentes em África.
Nenhum poderio bélico pode opor-se a vontade dos povos como se pode verificar no Afeganistão.
Após 10 anos de presença de forças militares estrangeiras sofisticadas e superiormente equipadas a solução a pacificação daquele país ainda não aconteceu. É preciso entender que nem nossos vizinhos do passado nos vão safar em caso de conflito em Moçambique. Vamos mandar os “falcões” para a reforma e encetar-se um diálogo produtivo que nos traga consensos que de facto promovam uma UNIDADE NACIONAL que todos sintam.
Os moçambicanos estão de facto fartos de serem os últimos nos benefícios e os primeiros nos sacrifícios…
Canal de Moçambique – 19.10.2011
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