Saturday, August 4, 2012

Fundação da RENAMO: Máximo Dias acusado de deturpar a história

03/07/2007

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A RENAMO desmente as declarações feitas por Máximo Dias, na semana passada ao nosso Jornal, segundo as quais ele juntamente com André Matsangaissa, foram os verdadeiros fundadores do ex-movimento criado em 1976, e que o seu actual líder, Afonso Dhlakama, não teria feito parte do grupo.

Maputo, Quarta-Feira, 4 de Julho de 2007:: Notícias
De acordo com o porta-voz do maior partido da oposição nacional, Fernando Mazanga, Dias está a deturpar a história da criação da então Resistência Nacional Moçambicana, ao negar que Dhlakama tenha feito parte dos cidadãos que estiveram na origem da fundação daquela antiga força de guerrilha envolvida no conflito armado que durou 16 anos no país.
Para o interlocutor, o também presidente do MONAMO estará a fazer confusão com o GUMO, formação política por ele fundada, juntamente com a moçambicana Joana Simeão, em 1973, na cidade da Beira.
Leia em:
Download maximo_dias_acusado_de_deturpar_a_histria.doc
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2007/07/credibilidade-1.html





Danos do conflito armado

Fundação da RENAMO: Máximo Dias acusado de deturpar a história


A RENAMO desmente as declarações feitas por Máximo Dias, na semana passada ao nosso Jornal, segundo as quais ele juntamente com André Matsangaissa, foram os verdadeiros fundadores do ex-movimento  criado em 1976, e que o seu actual líder, Afonso Dhlakama, não teria feito parte do grupo.

Maputo, Quarta-Feira, 4 de Julho de 2007:: Notícias



De acordo com o porta-voz do maior partido da oposição nacional, Fernando Mazanga, Dias está a deturpar a história da criação da então Resistência Nacional Moçambicana, ao negar que Dhlakama tenha feito parte dos cidadãos que estiveram na origem da fundação daquela antiga força de guerrilha envolvida no conflito armado que durou 16 anos no país.

Para o interlocutor, o também presidente do MONAMO estará a fazer confusão com o GUMO, formação política por ele fundada, juntamente com a moçambicana Joana Simeão, em 1973, na cidade da Beira.

“Máximo Dias pretende deturpar a história da RENAMO. Ele não faz parte dos homens que fundaram a Resistência Nacional Moçambicana  e, o seu nome nem consta nos documentos que falam da criação desta formação política”, disse Fernando Mazanga, convidando Máximo Dias a falar da criação do GUMO.

Dias revelou semana passada em Maputo, que ele e  André Matsangaissa fizeram parte do grupo de cidadãos que  fundou a então Resistência Nacional Moçambicana, em 1976 na cidade da Beira, província de Sofala.

De recordar que este político que é deputado da  Assembleia da República, por força da coligação  União Eleitoral, revelou nessa mesma entrevista que Matsangaissa pode ter sido morto pela própria RENAMO, enquanto movimento de guerrilha, por alegadamente nunca ter aceite a forma como os seus companheiros de luta conduziam a guerra que dilacerou o tecido económico e social do país.

O nosso interlocutor revelou ainda que quando André Matsangaissa e seus companheiros fundaram o movimento,  não esperavam que a luta durasse 16 anos. “Não era essa a nossa intenção, mas conduzidos pelo “apartheid”  e pelo regime de Ian Smith, da Rosésia,  a guerra acabou levando todo este tempo, uma vez que tinham como interesse destruir o país e não conduzir este movimento ao poder”.

Perante estas afirmações, o porta - voz da “perdiz”, Fernando Mazanga,  veio a público explicar que os verdadeiros fundadores da RENAMO, nomeadamente André Matsangaissa e Afonso Dhlakama, não conheceram Máximo Dias, na altura da formação da resistência.

Disse que a força guerrilheira  foi fundada em 1976 quando André Matsangaissa era comandante da engenharia das ex-Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM) em Matacuane, na cidade da Beira, enquanto que Afonso Dhlakama era comandante da logística das FPLM, também na Beira.

Mazanga disse que foram estas duas figuras e outros companheiros que fundaram a resistência, e que Máximo Dias nunca esteve perto deles, não conheceu as motivações que levaram à criação do movimento, e nem o papel de Afonso Dhlakama em todo o processo que culminou com a fundação da Renamo e o início da luta.

Disse também que o líder do MONAMO não conhece as causas  que fizeram com que André Matsangaissa fosse preso e enviado para o campo de reeducação de Sacuza, na província de Sofala, onde Afonso Dhlakama teria desempenhado um papel importante para a sua fuga. “Tratou-se de uma operação que culminou com a fuga de outros 400 prisioneiros”, disse, salientando que Matsangaissa fugiu para então Rodésia do Sul.

Segundo o nosso entrevistado, Afonso Dhlakama junta-se ao primeiro comandante do movimento armado a 1 de Agosto de 1977. “Portanto, Máximo Dias não estava em todo este processo, primeiro porque a guerra da RENAMO foi movida por militares, e ele não fazia parte da ala militar”.

Num outro desenvolvimento, o porta-voz da “perdiz” deu a conhecer  que a liderança da guerrilha só ouviu fala de Máximo Dias em 1978, quando este, vindo de Portugal para a Rodésia, procurou saber algo sobre a Resistência Nacional de Moçambique. “Só que, dias depois ele desapareceu e nunca mais foi visto. Mesmo em 1978, Máximo Dias não foi recebido nem por Matsangaissa nem por Dhlakama, pois as suas intenções não estavam claras”.

Mazanga desafiou  Máximo Dias a apresentar pelo menos cinco nomes de indivíduos que juntamente com André Matsangaissa fundaram a Renamo. “Os partidos fundados por Máximo Dias desapareceram, e agora já está a anunciar a morte súbita do MONAMO, portanto, se a Renamo tivesse sido fundado por ele também teria desaparecido”.

Desmentiu  ainda que André Matsangaissa tivesse sido morto pelos seus guerrilheiros, informando que aquele antigo comandante do movimento perdeu a vida em combate com as forças governamentais a 17 de Outubro de 1979, na então vila Paiva de Andrade, hoje Gorongosa.

Revelou também que a guerrilha iniciou os seus ataques a 2 de Janeiro de 1977, atacando na altura dois machimbombos que transportavam militares, numa das regiões da província de Manica.

Dias reafirma


Maputo, Quarta-Feira, 4 de Julho de 2007:: Notícias



Entretanto, o presidente do MONAMO, Máximo Dias reafirmou a sua ligação com André Matsangaissa para a formação da Resistência Nacional Moçambicana. “Não posso mentir, a pessoa que te passou essa informação não conhece a génese da fundação da RENAMO. Eu fui um dos fundadores da Renamo, juntamente com André Matsangaissa e outros companheiros”, repisou.

Reconheceu que fundou o GUMO juntamente com Joana Simeão em 1973.

Reiterou que não era  intenção dos fundadores do movimento rebelde  destruir o país, mas sim obrigar a Frelimo “a mudar a sua política de exclusão e outros desmandos, mas os então regimes da África do Sul e da Rodésia, aproveitaram-se deste movimento transformando os seus guerrilheiros em mercenários de baixo custo”.

Segundo Máximo Dias,   o então regime da África do Sul e da Rodésia nunca estiveram  interessados em apoiar a Resistência Nacional Moçambicana, no sentido de tomar o poder, “mas o que na verdade queriam, era usar este movimento para desorganizar a administração da Frelimo”.

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