quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Mia Couto

 - o Afinador de Silêncios



Mia Couto, foto: Cato Lein /Högupplöst pressbild

“Eu nasci para estar calado. Minha única vocação é o silêncio. Foi meu pai que me explicou: tenho inclinação para não falar, um talento para apurar silêncios. Escrevo bem, silêncios, no plural. Sim, porque não há um único silêncio. E todo o silêncio é música em estado de gravidez.

Quando me viam, parado e recatado, no meu invisível recanto, eu não estava pasmado. Estava desempenhado, de alma e corpo ocupados: tecia os delicados fios com que se fabrica a quietude. Eu era um afinador de silêncios.”
- Mia Couto, no livro "Antes de Nascer o Mundo".


BIOGRAFIA DE MIA COUTO
Antônio Emílio Leite Couto, mais conhecido por Mia Couto, nasceu em 5 de Julho de 1955 na cidade da Beira em Moçambique. É filho de uma família de emigrantes portugueses. O pai, Fernando Couto, natural de Rio Tinto, foi jornalista e poeta, pertencendo a círculos intelectuais, tipo cineclubes, onde se faziam debates. Chegou a escrever dois livros que demonstraram preocupação social em relação à situação de conflito existente em Moçambique. Mia Couto publicou os seus primeiros poemas no jornal Notícias da Beira, com 14 anos. Iniciava assim o seu percurso literário dentro de uma área específica da literatura – a poesia –, mas posteriormente viria a escrever as suas obras em prosa. Em 1972 deixou a Beira e foi para Lourenço Marques para estudar medicina. A partir de 1974 enveredou pelo jornalismo, tornando-se, com a independência, repórter e diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM) - de 1976 a 1976; da revista semanal Tempo - de 1979 a 1981 e do jornal Notícias - de 1981 a 1985. Em 1985 abandonou a carreira jornalística.

Reingressou na Universidade de Eduardo Mondlane para se formar em biologia, especializando-se na área de ecologia, sendo atualmente professor da cadeira de Ecologia em diversas faculdades desta universidade. Como biólogo tem realizado trabalhos de pesquisa em diversas áreas, com incidência na gestão de zonas costeiras e na recolha de mitos, lendas e crenças que intervêm na gestão tradicional dos recursos naturais. É diretor da empresa Impacto, Lda. - Avaliações de Impacto Ambiental. Em 1992, foi o responsável pela preservação da reserva natural da Ilha de Inhaca.

Mia Couto é um "escritor da terra", escreve e descreve as próprias raízes do mundo, explorando a própria natureza humana na sua relação umbilical com a terra. A sua linguagem extremamente rica e muito fértil em neologismos, confere-lhe um atributo de singular percepção e interpretação da beleza interna das coisas. Cada palavra inventada como que adivinha a secreta natureza daquilo a que se refere, entende-se como se nenhuma outra pudesse ter sido utilizada em seu lugar. As imagens de Mia Couto evocam a intuição de mundos fantásticos e em certa medida um pouco surrealistas, subjacentes ao mundo em que se vive, que envolve de uma ambiência terna e pacífica de sonhos - o mundo vivo das histórias. Mia Couto é um excelente contador de histórias. É o único escritor africano que é membro da Academia Brasileira de Letras, como sócio correspondente, eleito em 1998, sendo o sexto ocupante da cadeira nº 5, que tem por patrono Dom Francisco de Sousa.

Atualmente é o autor moçambicano mais traduzido e divulgado no exterior e um dos autores estrangeiros mais vendidos em Portugal. As suas obras são traduzidas e publicadas em 24 países. Várias das suas obras têm sido adaptadas ao teatro e cinema. Tem recebido vários prêmios nacionais e internacionais, por vários dos seus livros e pelo conjunto da sua obra literária.

É, comparado a Gabriel Garcia Márquez, Guimarães Rosa e Jorge Amado. Seu romance Terra sonâmbula foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX. Em 1999, o autor recebeu o prêmio Vergílio Ferreira pelo conjunto de sua obra e, em 2007 o prêmio União Latina de Literaturas Românicas.
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Fonte: mozindico. Outras informações e atualizações foram incorporadas ao texto original.

“De que vale ter voz
se só quando não falo é que me entendem?
De que vale acordar
se o que vivo é menos do que o que sonhei?”
- Mia Couto, in "O menino que escrevia versos"


Mia Couto

OBRA DE MIA COUTO – PRIMEIRAS EDIÇÕES
(Moçambique e Portugal)
Poesia
Raiz de Orvalho, publicado em 1983 (Moçambique).
Raiz de Orvalho e outros poemas, 1ª ed. da Caminho, em 1999.
Idades, Cidades, Divindades, 1ª ed. da Caminho, em 2007.
Tradutor de Chuvas. 1ª ed. da Caminho, em 2011.


Contos
Livros de Mia Couto
Vozes Anoitecidas (1ª ed. da Associação dos Escritores Moçambicanos, em 1986; 1ª ed. Caminho, em 1987 - Grande Prêmio da Ficção Narrativa em 1990, ex aequo.
Cada Homem é uma Raça, 1ª ed. da Caminho em 1990.
Estórias Abensonhadas, 1ª ed. da Caminho, em 1994.
Contos do Nascer da Terra, 1ª ed. da Caminho, em 1997
Na Berma de Nenhuma Estrada, 1ª ed. da Caminho em 1999.
O Fio das Missangas,1ª ed. da Caminho em 2003.


Crônicas
Cronicando,1ª ed. em 1988; 1ª ed. da Caminho em 1991. - Prêmio Nacional de Jornalismo Areosa Pena, em 1989.
O País do Queixa Andar,2003)
Pensatempos. Textos de Opinião,1ª ed. da Caminho em 2005.
E se Obama fosse Africano? e Outras Interinvenções,1ª ed. da Caminho em 2009.


Romances
Terra Sonâmbula, 1ª ed. da Caminho em 1992. - Prêmio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995; considerado por um júri na Feira Internacional do Zimbabwe um dos doze melhores livros africanos do século XX. Disponível online.
A Varanda do Frangipani, 1ª ed. da Caminho em 1996.
Mar Me Quer, 1ª ed. Parque EXPO/NJIRA em 1998, como contribuição para o pavilhão de Moçambique na Exposição Mundial EXPO '98 em Lisboa; 1ª ed. da Caminho em 2000.
Vinte e Zinco, 1ª ed. da Caminho em 1999.
O Último Voo do Flamingo, 1ª ed. da Caminho em 2000 - Prêmio Mário António de Ficção em 2001.
O Gato e o Escuro, [com ilustrações de Danuta Wojciechowska], 1ª ed. da Caminho em 2001.[com ilustrações de Marilda Castanha]. 1ª ed. brasileira, da Cia. das Letrinhas, em 2008.
Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra, 1ª ed. da Caminho em 2002. [rodado em filme pelo português José Carlos Oliveira].
A Chuva Pasmada, [com ilustrações de Danuta Wojciechowska], 1ª ed. da Njira em 2004.
O Outro Pé da Sereia, 1ª ed. da Caminho em 2006.
O beijo da palavrinha, [com ilustrações de Malangatana], 1ª ed. da Língua Geral em 2006.
Venenos de Deus, Remédios do Diabo, 2008.
Jesusalém [no Brasil, o livro tem como título Antes de nascer o mundo], 2009.
*Editorial Caminha, editora portuguesa de Mia Couto.


"Talvez minha voz seja um pano; sim, um pano que limpa o tempo."
- Mia Couto, no livro "O Fio das Missangas"


Mia Couto (Flip...)

OBRAS DE MIA COUTO PUBLICADAS NO BRASIL
Editora Companhia das Letras
2003 - Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra.
2005 - O Último Voo do Flamingo.
2006 - O Outro Pé da Sereia.
2007 - A Varanda do Frangipani.
2007 - Terra Sonâmbula.
2008 - O Gato e o Escuro.
2008 - Venenos de Deus Remédios do Diabo.
2009 - Antes de Nascer o Mundo. [título original “Jesusalém”].
2009 - O Fio das Missangas.
2011 - E Se Obama Fosse Africano?
2012 - A Confissão da Leoa.
2012 - Estórias Abensonhadas.
Fonte e informações disponíveis em: blog Cia das Letras.


Editora Nova Fronteira
1986 - Estórias Abensonhadas.
1990 - Cada Homem é Uma Raça.
1993 - Terra Sonâmbula.
1996 - A Varanda do Frangipani.


"Estas estórias desadormeceram em mim sempre a partir de qualquer coisa
acontecida de verdade mas que me foi contada como se tivesse ocorrido na
outra margem do mundo. Na travessia dessa fronteira de sombra escutei vozes que vazaram o sol. Outras foram asas no meu voo de escrever."
-Mia Couto, in "Vozes anoitecidas".


Mia Couto - Foto: Augusto Gomes/iG


PRÊMIOS
1995 - Prêmio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos;
1999 - Prêmio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra;
2001 - Prêmio Mário António, pelo livro O último vôo do flamingo;
2007 - Prêmio União Latina de Literaturas Românicas;
2007 - Prêmio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, na Jornada Nacional de Literatura;
2012 - Prêmio Eduardo Lourenço 2011.


"Se dizia daquela terra que era sonâmbula. Porque enquanto os homens dormiam, a terra se movia espaços e tempos afora. Quando despertavam, os habitantes olhavam o novo rosto da paisagem e sabiam que, naquela noite, eles tinham sido visitados pela fantasia do sonho."
(Crença dos habitantes de Matimati)
- in "Terra sonâmbula", de Mia Couto.


Mia Couto - Foto: Cia das Letras
TRADUÇÕES
Muitos dos livros de Mia Couto são publicados em mais de 24 países e traduzidos para o alemão, francês, espanhol, catalão, inglês e italiano.


"O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro."
(Fala de Tuahir)
- in "Terra sonâmbula", de Mia Couto.


ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
É sócio correspondente, eleito em 1998, da Academia Brasileira de Letras, sendo sexto ocupante da cadeira 5, que tem por patrono Dom Francisco de Sousa.


"Sou um menino que envelheceu logo à nascença. Dizem que, por isso, me é proibido contar minha própria história. Quando terminar o relato eu estarei morto. [...] Mesmo assim me intento, faço na palavra o esconderijo do tempo."
- Mia Couto, in "A Varanda do Frangipani", Lisboa: Caminho, 1991.


ALGUNS POEMAS ESCOLHIDOS

Para Ti
Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre

Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só
amando de uma só vida
- Mia Couto, no livro "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"


Ser, parecer
Entre o desejo de ser
e o receio de parecer
o tormento da hora cindida

Na desordem do sangue
a aventura de sermos nós
restitui-nos ao ser
que fazemos de conta que somos
- Mia Couto, no livro "Raiz de Orvalho e Outros Poemas".


O Espelho
Esse que em mim envelhece
assomou ao espelho
a tentar mostrar que sou eu.
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Os outros de mim,
fingindo desconhecer a imagem,
deixaram-me a sós, perplexo,
com meu súbito reflexo.

A idade é isto: o peso da luz
com que nos vemos.
- Mia Couto, no livro "Idades, cidades e divindades", Editora Caminho, 2007.


O Amor, Meu Amor
Nosso amor é impuro
como impura é a luz e a água
e tudo quanto nasce
e vive além do tempo.

Minhas pernas são água,
as tuas são luz
e dão a volta ao universo
quando se enlaçam
até se tornarem deserto e escuro.
E eu sofro de te abraçar
depois de te abraçar para não sofrer.

E toco-te
para deixares de ter corpo
e o meu corpo nasce
quando se extingue no teu.

E respiro em ti
para me sufocar
e espreito em tua claridade
para me cegar,
meu Sol vertido em Lua,
minha noite alvorecida.

Tu me bebes
e eu me converto na tua sede.
Meus lábios mordem,
meus dentes beijam,
minha pele te veste
e ficas ainda mais despida.

Pudesse eu ser tu
E em tua saudade ser a minha própria espera.

Mas eu deito-me em teu leito
Quando apenas queria dormir em ti.

E sonho-te
Quando ansiava ser um sonho teu.

E levito, vôo de semente,
para em mim mesmo te plantar
menos que flor: simples perfume,
lembrança de pétala sem chão onde tombar.

Teus olhos inundando os meus
e a minha vida, já sem leito,
vai galgando margens
até tudo ser mar.
Esse mar que só há depois do mar.
- Mia Couto, no livro "idades cidades divindades", Editora Caminho, 2007.


Seios e anseios
As vezes que morri
boca derramada entre os teus seios,
todas essas vezes
não me deram luto
porque, de mim, eu em ti nascia.

Todos esses abismos,
meu amor,
não me deram regresso.

Depois de ti,
não há caminhos.

Porque eu nasci
antes de haver vida,
depois de tu chegares.
- Mia Couto, no livro "Tradutor de Chuvas".


O poeta
O poeta não gosta de palavras
escreve para se ver livre delas.

A palavra
torna o poeta
pequeno e sem invenção.

Quando
sobre o abismo da morte,
o poeta escreve terra,
na palavra ele se apaga
e suja a página de areia.

Quando escreve sangue
o poeta sangra
e a única veia que lhe dói
é aquela que ele não sente.

Com raiva
o poeta inicia a escrita
como um rio desflorando o chão.
Cada palavra é um vidro em que se corta.

O poeta não quer escrever.
Apenas ser escrito.

Escrever, talvez,
apenas enquanto dorme.
- Mia Couto, no livro "Idades Cidades Divindades",
Lisboa, Caminho, 2007.


Régio
Saio de mim
para quem sou
e jamais chego ao destino.

No caminho do ser
meu gozo é me perder.

Meu coração só tem morada
onde se acende um outro peito.

Meu anjo está cego,
meu poeta está mudo,
meu guru ficou amnésico.

O poeta
sabia que não ia por ali.
Eu vou por onde não sei.
Meu aqui
é sempre além.
- Mia Couto, no livro "Idades Cidades Divindades",
Lisboa, Caminho, 2007.


Fui Sabendo de Mim
Fui sabendo de mim
por aquilo que perdia

pedaços que saíram de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia

fui ficando
por umbrais
aquém do passo
que nunca ousei

eu vi
a árvore morta
e soube que mentia
- Mia Couto, no livro "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"


Poema da despedida
Não saberei nunca
dizer adeus

Afinal,
só os mortos sabem morrer

Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser

Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo

Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos

Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca

Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.
- Mia Couto, no livro "Raiz de Orvalho e Outros Poemas".


Lições
Não aprendi a colher a flor
sem esfacelar as pétalas.
Falta-me o dedo menino
de quem costura desfiladeiros.

Criança, eu sabia
suspender o tempo,
soterrar abismos
e nomear as estrelas.
Cresci,
perdi pontes,
esqueci sortilégios.

Careço da habilidade da onda,
hei-de aprender a carícia da brisa.

Trêmula, a haste
me pede
o adiar da noite.

Em véspera da dádiva,
a faca me recorda, no gume do beijo,
a aresta do adeus.

Não, não aprenderei
nunca a decepar flores.

Quem sabe, um dia,
eu, em mim, colha um jardim?
- Mia Couto, no livro "Idades Cidades Divindades",
Lisboa, Caminho, 2007.


O Espelho
Esse que em mim envelhece
assomou ao espelho
a tentar mostrar que sou eu.

Os outros de mim,
fingindo desconhecer a imagem,
deixaram-me a sós, perplexo,
com meu súbito reflexo.

A idade é isto: o peso da luz
com que nos vemos.
- Mia Couto, no livro "Idades Cidades Divindades",
Lisboa, Caminho, 2007.


Promessa de uma noite
cruzo as mãos
sobre as montanhas
um rio esvai-se
ao fogo do gesto
que inflamo

a lua eleva-se
na tua fronte
enquanto tacteias a pedra
até ser flor
- Mia Couto, In "Raiz de orvalho e outros poema".


Solidão
Aproximo-me da noite
o silêncio abre os seus panos escuros
e as coisas escorrem
por óleo frio e espesso

Esta deveria ser a hora
em que me recolheria
como um poente
no bater do teu peito
mas a solidão
entra pelos meus vidros
e nas suas enlutadas mãos
solto o meu delírio

É então que surges
com teus passos de menina
os teus sonhos arrumados
como duas tranças nas tuas costas
guiando-me por corredores infinitos
e regressando aos espelhos
onde a vida te encarou

Mas os ruídos da noite
trazem a sua esponja silenciosa
e sem luz e sem tinta
o meu sonho resigna

Longe
os homens afundam-se
com o caju que fermenta
e a onda da madrugada
demora-se de encontro
às rochas do tempo
- Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas".


A demora
O amor nos condena:
demoras
mesmo quando chegas antes.
Porque não é no tempo que eu te espero.

Espero-te antes de haver vida
e és tu quem faz nascer os dias.

Quando chegas
já não sou senão saudade
e as flores
tombam-me dos braços
para dar cor ao chão em que te ergues.

Perdido o lugar
em que te aguardo,
só me resta água no lábio
para aplacar a tua sede.

Envelhecida a palavra,
tomo a lua por minha boca
e a noite, já sem voz
se vai despindo em ti.

O teu vestido tomba
e é uma nuvem.
O teu corpo se deita no meu,
um rio se vai aguando até ser mar.
- Mia Couto, no livro "Idades cidades divindades"


Identidade
Preciso ser um outro
Para ser eu mesmo

Sou grão de rocha
Sou o vento que desgasta

Sou pólen sem inseto

Sou areia sustentando
O sexo das árvores

Existo onde me desconheço
Aguardando pelo meu passado
Ansiando a esperança do futuro

No mundo que combato morro
No mundo por que luto nasço.
- Mia Couto, no livro “Raiz de Orvalho e Outros Poemas”


Destino
à ternura pouca
me vou acostumando
enquanto me adio
servente de danos e enganos

vou perdendo morada
na súbita lentidão
de um destino
que me vai sendo escasso

conheço a minha morte
seu lugar esquivo
seu acontecer disperso

agora
que mais
me poderei vencer?
- Mia Couto, no livro “Raiz de Orvalho e Outros Poemas”.


Saudades
Magoa-me a saudade
do sobressalto dos corpos
ferindo-se de ternura
dói-me a distante lembrança
do teu vestido
caindo aos nossos pés

Magoa-me a saudade
do tempo em que te habitava
como o sal ocupa o mar
como a luz recolhendo-se
nas pupilas desatentas

Seja eu de novo a tua sombra, teu desejo,
tua noite sem remédio
tua virtude, tua carência
eu
que longe de ti sou fraco
eu
que já fui água, seiva vegetal
sou agora gota trêmula, raiz exposta

Traz
de novo, meu amor,
a transparência da água
dá ocupação à minha ternura vadia
mergulha os teus dedos
no feitiço do meu peito
e espanta na gruta funda de mim
os animais que atormentam o meu sono
- Mia Couto, no livro "Raiz de Orvalho e outros poemas".



Manhã
Estou
e num breve instante
sinto tudo
sinto-me tudo

Deito-me no meu corpo
e despeço-me de mim
para me encontrar
no próximo olhar

Ausento-me da morte
não quero nada
eu sou tudo
respiro-me até à exaustão

Nada me alimenta
porque sou feito de todas as coisas
e adormeço onde tombam a luz e a poeira

A vida (ensinaram-me assim)
deve ser bebida
quando os lábios estiverem já mortos

Educadamente mortos
- Mia Couto, no livro "Raiz de Orvalho e Outros Poemas".


Palavra que desnudo
Entre a asa e o vôo
nos trocamos
como a doçura e o fruto
nos unimos
num mesmo corpo de cinza
nos consumimos
e por isso
quando te recordo
percorro a imperceptível
fronteira do meu corpo
e sangro
nos teus flancos doloridos
Tu és o encoberto lado
da palavra que desnudo
- Mia Couto, no livro "Raiz de Orvalho e outros poemas"


Noturnamente
Noturnamente te construo
para que sejas palavra do meu corpo

Peito que em mim respira
olhar em que me despojo
na rouquidão da tua carne
me inicio
me anuncio
e me denuncio

Sabes agora para o que venho
e por isso me desconheces
- Mia Couto, no livro "Raiz de Orvalho e outros poemas".


Horário do Fim
morre-se nada
quando chega a vez

é só um solavanco
na estrada por onde já não vamos

morre-se tudo
quando não é o justo momento

e não é nunca
esse momento
- Mia Couto, no livro "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"


Silvestre e o Idioma
Silvestre quer saber
porque razão eu estrago o português
escrevendo palavras que nem há.

Não é a pessoa que escolhe a palavra.
É o inverso.
Isso eu podia ter respondido.

Mas não.
O tudo que disse foi:
é um crime passional, Silvestre.

É que eu amo tanto a Vida
que ela não tem
cabimento em nenhum idioma.

Silvestre sorriu.
Afinal, também ele já cometera
o idêntico crime:
todas as mulheres que amara
ele as rebaptizara, vezes sem fim.

Amor se parece com a Vida:
ambos nascem na sede da palavra,
ambos morrem na palavra bebida.
- Mia Couto, Idades Cidades Divindades, Lisboa: Caminho, 2007.



José Saramago e Mia Couto


"A literatura brinca com as fronteiras e encoraja a que olhemos para elas como artifícios, construções que são sempre datadas. As fronteiras passam a ser vistas mas como lugar de trocas, como linhas de separação. As identidades que se constroem a partir das fronteiras também deixam de ser vistas como lugar de refúgio perante uma realidade exterior ameaçadora. A escrita sugere também que as identidades são invenções que devem ser olhadas com a mesma distância crítica de um texto literário. A literatura não está livre das condicionantes sociais e culturais do mundo em que ela é produzida, essas condicionantes resultam sempre de uma lógica de poder a que a literatura se deve esquivar. O poder da literatura resulta do seu distanciamento dessas relações de poder. No meu caso, agrada-me muito trabalhar nessa zona de interstício, em territórios onde as águas parecem se separar. Sou um africano cujos pais são europeus, sou um filho de emigrantes que lutou pela independência, sou ateu num universo dominado pela religiosidade, sou um cientista que procura resposta mais na poesia do que no discurso solene e frio da ciência."
- Mia Couto, sobre "literatura e fronteira". no 'blogdacompanhia'



Mia Couto - Foto: Bel Pedrosa (Paraty/RJ)


OBRA DE MIA COUTO ADAPTADA PARA O CINEMA
Filme: Um Rio
Adaptação: “Um Rio” é uma adaptação do romance “Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra”, de Mia Couto.
Sinopse: Quando a pá do coveiro se quis enterrar na terra, para tapar a cova onde ficaria sepulto o cadáver de Dito Mariano (Isaac Mandlate), embateu numa superfície inexpugnável e rija como aço. A tempestade raiou no céu e um pasmo trespassou os elementos da família presentes no enterro.
Os rumores tomaram conta de “Luar do Chão”, a ilha onde o patriarca Dito Mariano era “o homem de todas as mulheres”. Para mais, o cadáver exibia o rictus sorridente a que Dito, em conversa com o Padre Nunes e o taberneiro Tuzéio (Adelino Branquinho), chamara “o sorriso da Mona Lisa”, que só se desata quando se chegou à cifra de cem mulheres”.
De quem seria a culpa da terra não abrir, das alterações climatéricas, daquele “riso do Diabo”, segundo Admirança (Cândida Bila), a cunhada? A discórdia eclode entre as mulheres. Dulcineusa (Ana Magaia), a matriarca da família, sentencia: “A terra não abre porque há segredo por desfazer”.
Direção: José Carlos de Oliveira
Argumento: António Cabrita, José Carlos de Oliveira e Luís Carlos Patraquim
Produtor: José Carlos de Oliveira
Ano: 2005
Gênero: Drama
Duração: 118’
Elenco: Anabela Moreira (Conceição); Jorge Mota (Lopes); Cândida Bila (Admirança); Mariana Coelho (Carminda); Paula Guedes (Mulher no velório); Jorge Loureiro (Carteiro); Ana Magaia (Dulcineusa); Isaac Mandlate (Mariano); Adelino Branquinho (Tusébio); Ana Paula Mota (Sara)


Filme: Terra Sonâmbula
Adaptação: Terra Sonâmbula é uma adaptação cinematográfica de 2007 de um livro com o mesmo nome por Mia Couto.
Sinopse: Durante a Guerra Civil Moçambicana, encontramos Muidinga, um rapaz frágil e amnésico, cujo sonho é o de encontrar a sua família. Junto a um cadáver estendido na estrada, Muidinga encontra um diário que narra a história de uma mulher que procura o seu filho num barco em alto mar. Motivado pela esperança de encontrar a sua própria família, Muidinga convence-se de que ele é o rapaz procurado. Embarca, com Tuahir, um sábio e solitário contador de histórias que o recolheu num campo de refugiados numa viagem à procura dessa mulher.
No entanto a viagem é dura: movem-se num estado de delírio. A estrada por onde erram, como sonâmbulos, é mágica: apercebe-se dos seus desejos e move-os de um sítio para o outro, não os deixando falecer, até que possam alcançar o tão desejado mar.
Diretor: Teresa Prata
Elenco: Nick Lauro Teresa, Aladino Jasse, Ernesto Lemos Macuacua, Filimone Meigos, Tânia Adelino, Erónia Malate, Alan Cristina Salazar, Gildo Arão Balate, Jorge Kanic Passe, Afonso Francisco, Alfredo Júnior, Candido Andrade, Cergílio Félix, Frank Lipunda, Severino Rafael.
Roteiro/Adaptação: Teresa Prata
Duração: 103 min.
Ano: 2006
País: Portugal/ Moçambique/ França/ Alemanha
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Estúdio: Filmes Fundo / Ébano Filmes
Produção: Filmes de Fundo
Co-produção: ZDF/ARTE
Distribuidora: Panda Filmes
Classificação: 16 anos
Prêmios
- International Film Festival Kerala, Índia (2008) – Prémio FIPRESCI
- Pune International Film Festival, Índia (2008) – Melhor Realização
- FAMAFEST, Portugal (2008) – Prémio da Lusofonia
- Asian, African and Latin American Film Festival, Milão (2008) – Prémio SIGNIS
- Indie Lisboa, Portugal (2008) – Prémio do público e menção honrosa da Amnistia Internacional
- Festival Internacional de Cinema de Bursa, Turquia (2008) – Melhor Argumento


Filme: O Último Voo do Flamingo
Sinopse: Tizangara, uma pequena vila perdida no interior de Moçambique, poucos meses depois do fim da Guerra Civil. Cinco misteriosas explosões matam outros tantos soldados da Missão de Paz das Nações Unidas. Provas do crime? Apenas pénis decepados e os emblemáticos capacetes azuis. É este o ponto de partida para uma enigmática investigação conduzida pelo oficial de serviço designado pelas Nações Unidas, o Tenente-Coronel italiano Massimo Risi. Baseado no romance homônimo de Mia Couto.
Diretor: João Ribeiro
Elenco: Carlo D'Ursi, Eliote Alex, Adriana Alves, Cândida Bila, Mário Mabjaia, Alberto Magassela, Gilberto Mendes, Cláudia Semedo
Produção: Carlo D'Ursi, Antonin Dedet, Luís Galvão Teles
Roteiro: João Ribeiro, Gonçalo Galvão Teles
Fotografia: José António Loureiro
Trilha Sonora: Omar Sosa
Duração: 86 min.
Ano: 2010
País: Moçambique / Portugal
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: VideoFilmes
Estúdio: Carlo D'Ursi Produzioni / Fado Filmes / Neon Productions / Potenza Producciones / Slate One Produções
Classificação: 14 anos


Mia Couto


MIA COUTO, SOBRE O ESCRITOR
“[...] o escritor é um ser que deve estar aberto a viajar por outras experiências, outras culturas, outras vidas. Deve estar disponível para se negar a si mesmo. Porque só assim ele viaja entre identidades. E é isso que um escritor é – um viajante de identidades, um contrabandista de almas. Não há escritor que não partilhe dessa condição: uma criatura de fronteira, alguém que vive junto à janela, essa janela que se abre para os territórios da interioridade.”


“[...] o compromisso maior do escritor é com a verdade e com a liberdade. Para combater pela verdade o escritor usa uma inverdade: a literatura. Mas é uma mentira que não mente.”

“O escritor não é apenas aquele que escreve. É aquele que produz pensamento, aquele que é capaz de engravidar os outros de sentimento e de encantamento.”

(Trechos da intervenção na cerimônia de atribuição do Prêmio Internacional dos 12 Melhores Romances de África, Cape Town, Julho de 2002, publicada sob o título “Que África escreve o escritor africano?” em COUTO, Mia. Pensatempos. Textos de opinião. 2. ed. Lisboa: Caminho, 2005, p. 59-63 - fonte: miacoutiando)


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Mia Couto - Foto: Ismael Miquidade
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TOSTES, Paulo Roberto Machado. O lugar das tradições em Mia Couto. In: Terceiro Seminário de Literatura e Cultura, 2011, São Cristóvão-SE. Anais Eletrônicos do III Seminário Nacional Literatura e Cultura. São Cristóvão-SE: GELIC/UFS, 2011. p. 3129-3143.
VAN DEN HOOF, Sien. Análise de um romance policial pós-colonial. A varanda do frangipani de Mia Couto. (Dissertação Mestrado em Taal- en Letterkunde: Romaanse Talen). atholieke Universiteit Leuven, K.U.L., Bélgica, 2004.
VECCHIA, Rejane. Romance e utopia: Quarup de Antonio Callado, Terra Sonâmbula de Mia Couto e Todos os nomes de José Saramago. (Tese Doutorado em Letras). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
VEIGA BUCHEB, Marcia Pereira da. A criação como performance - um estudo sobre Clarice Lispector e Mia Couto. In: XII Congresso Internacional ABRALIC, 2011, Curitiba - Paraná. Centro, centros: ética, estética, 2011.
VIVIAN, Ilse Maria da Rosa. A contra memória em Terra Sonâmbula, de Mia Couto: considerações para uma leitura da personagem contemporânea. In: II Seminário Internacional de Estudos Literários: Literatura e territorialidade. Frederico Westphalen: Editora URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, 2011. p. 1-1636.
VIVIAN, Ilse Maria da Rosa. Os caminhos da memória na obra de Mia Couto. In: XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais - Diversidades e (des)igualdades, Salvador, 07 a 10 agosto de 2011. Disponível online. (acessado 04.11.2012)


"Não é a briga de elite que salva o país, mas o surgimento de forças novas, gente com discurso inovador. Sou multiparti-dário. Farei o que puder para fortalecer os partidos alternativos sem nunca pertencer a nenhum deles."
- Mia Couto, em entrevista a Rede Brasil Atual, junho/2012.

Mia Couto


"Existe um pouco de mim em todas as personagens. Creio que, na chamada vida real, também existe um pouco dos outros em nós mesmos. Há um provérbio africano de que gosto muito que diz: 'eu sou os outros'. A nossa identidade é relacional, nasce não de uma construção solitária e individual mas de um cruzamento e mestiçagem que representa, afinal, a humanidade inteira. A minha escrita é feita a partir de personagens e não de uma ideia antecipada da narrativa. Essas personagens precisam crescer dentro de mim, e nascer entre mim e elas uma relação apaixonada. Só assim elas me autorizam a chegar perto e a escutar o que elas têm para me dizer."
- Mia Couto, no 'blogdacompanhia'


"O Guimarães Rosa foi quem, de fato, me inspirou mais profundamente sobre a possibilidade de assaltar o português"
- Mia Couto


AFORISMOS, EXCERTOS, FRAGMENTOS E CITAÇÕES NA OBRA DE MIA COUTO

"Escute bem: em cada noite eu me converto em água, me trespasso em líquido. [...] Para dizer a verdade, eu só me sinto feliz quando me vou aguando. Nesse estado em que me durmo estou dispensada de sonhar: a água não tem passado. [...] [N]a água pode se bater sem causar ferida.
Em mim, a vida pode golpear quando sou água. Pudesse eu para sempre residir em líquida matéria de espraiar, rio em estuário, mar infinito. Nem ruga, nem mágoa, toda curadinha do tempo."
- Mia Couto, in "A Varanda do Frangipani", Lisboa: Caminho, 1991.


Mia Couto, por Junior Lopes
"No início,
eu queria um instante.
A flor.
Depois,
nem a eternidade me bastava.
E desejava a vertigem
do incêndio partilhado.
O fruto.

Agora,
quero apenas
o que havia antes de haver vida.
A semente."
- Mia Couto, In "Idades cidades divindades".


"Somos donos do tempo apenas quando o tempo se esquece de nós."
- Mia Couto, no livro "O último voo do flamingo"


"Me tornei antigo
porque a vida,
tantas vezes, se demorou.
E eu a esperei
como um rio aguarda a cheia."
- Mia Couto, do poema "A Adiada Enchente".

"Rasguei as cartas.
Em vão: o papel restou intacto.
Só meus dedos murcharam, decepados.

Queimei as fotos.
Em vão: as imagens restaram incólumes
e só meus olhos
se desfizeram, redondas cinzas.

Com que roupa
vestirei minha alma
agora que já não há domingos?"
- Mia Couto, do poema "Sem depois"


"Conselhos de minha mãe foram apenas silêncios. Suas falas tinham o sotaque de nuvem."
- Mia Couto, no livro "O ultimo voo do flamingo"


"Porque a minha mão infatigável
procura o interior e o avesso
da aparência
porque o tempo em que vivo
morre de ser ontem
e é urgente inventar
outra maneira de navegar
outro rumo outro pulsar
para dar esperança aos portos
que aguardam pensativos"
- Mia Couto, do poema "Confidência".


(…) e o que vivemos
não é o que a vida nos dá
nem o que dela colhemos
mas o que semeamos em pleno deserto.
- Mia Couto, no livro "O Outro Pé da Sereia", Editora Caminho.


“O amanhecer costumava ser um beijo no vidro de sua casa. Naquela manhã, porém, a luz era mais tensa do que intensa.”
- Mia Couto, no livro "O Outro Pé da Sereia", Editora Caminho.


“Dentro de mim, vão nascendo palavras líquidas, num idioma que desconheço e me vai inundando todo inteiro.”
- Mia Couto, no livro "O Fio das Missangas".


"Não é a pedra.
O que me fascina
é o que a pedra diz.

A voz cristalizada,
o segredo da rocha rumo ao pó."
- Mia Couto, do poema "Ilha de Moçambique".


Mia Couto, por Romeo Niram
"Encheram a terra de fronteiras, carregaram o céu de bandeiras, mas só há duas nações – a dos vivos e dos mortos."
- Mia Couto, no livro "Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra"


"Lá fora, a chuva sonhava, tamborileira. E nós éramos meninos para sempre."
- Mia Couto, no livro "O Fio das Missangas".


"A missanga, todas a veem.
Ninguém nota o fio que, em colar vistoso, vai compondo as missangas.
Também assim é a voz do poeta: um fio de silêncio costurando o tempo."
- Mia Couto, no livro "O Fio das Missangas".


"[...] a gente ama alguém que desconhecemos, casa com quem conhece e vive com uma pessoa irreconhecível. Às vezes, temos luas-de-mel, outras vezes, luas melosas. A maior parte do tempo, porém, são noites sem luar nenhum."
- Mia Couto, no livro "O Outro Pé da Sereia", Editora Companhia das Letras.


"- Não é o corpo que me pesa: é a alma. A velhice é uma gordura na alma, acrescentou Constança alisando o ventre como quem desenruga o vestido."
- Mia Couto, no livro "O Outro Pé da Sereia", Editora Companhia das Letras.


"Os homens não gostam que as mulheres pensem em silêncio. Nascem-lhes nervosas suspeitas.
- Enquanto ia costurando, o seu pai não imaginava que eu estava pensando. Minha cabeça viajava por todo lado.
Nesses escassos momentos, Constança era mulher sem ter que pedir licença, existindo sem ter que pedir perdão."
- Mia Couto, no livro "O Outro Pé da Sereia", Editora Companhia das Letras.


"Só há um modo de enfrentar as más lembranças: é mudar radicalmente de viver, decepando raízes e fazer as pontes desabarem."
- Mia Couto, no livro "O Outro Pé da Sereia", Editora Companhia das Letras.


"Agora ela sabia: um livro é uma canoa. [...] Tivesse livros e ela faria a travessia para o outro lado do mundo, para o outro lado de si mesma."
- Mia Couto, no livro "O Outro Pé da Sereia", Editora Companhia das Letras.


Mia Couto, por Netto
"Em Goa nunca fizera amizade com um africano. A pele escura não ajudava a ver neles uma alma. E no entanto, era essa mesma alma opaca que era o destino da sua viagem. A brancura daqueles espíritos, mais do que o Monomotapa, esse era o propósito daquela travessia."
- Mia Couto, no livro "O Outro Pé da Sereia", Editora Companhia das Letras.


"Os cânticos dos escravos apareciam agora mais nítidos. De repente, pareceu ao jesuíta que não havia mão pousada sobre o leme. Sob o intermitente luar, o navio era conduzido pelo embalo triste dos negros."
- Mia Couto, no livro "O Outro Pé da Sereia", Editora Companhia das Letras.


"Naqueles tempos de gravidez, sempre que chovesse, Constança corria para o quintal e levantava o vestido. No ventre, o bebê sentia a chuva, aprendia o valor de ter um abrigo.

- Há lições que começam antes do nascer. Foi assim que ensinei as minhas filhas a terem casa. "
- Mia Couto, no livro "O Outro Pé da Sereia", Editora Companhia das Letras.


" A prisão é um lugar onde se dorme muito e o sonho substitui o viver. É a única coisa que o sistema não pode encarcerar: os sonhos."
- Mia Couto, no livro "O Outro Pé da Sereia", Editora Companhia das Letras.


"Nesse lugar
encostamos os nossos lábios
à funda circulação do sangue
porque me amavas
eu acreditava ser todos os homens
comandar o sentido das coisas
afogar poentes
despertar séculos à frente
e desenterrar o céu
para com ele cobrir
os teus seios de neve"
- Mia Couto, do poema "Despedida", no livro "Raiz de orvalho e outros poemas".


"O mar é o habilidoso desenhador de ausências."
- Mia Couto, no livro "Venenos de Deus, remédios do Diabo".


“Só quando danço me liberto do tempo:
esvoaçam as memórias, levantam vôo de mim.”
- Mia Couto, in "Mar Me Quer"


"Quero morar numa cidade onde se sonha com chuva. Num mundo onde chover é a maior felicidade. E onde todos chovemos."
- Mia Couto, no livro "Antes de Nascer o Mundo"


“Vai sendo a pedra esculpida pelo homem
pedra alada
Vai sendo o homem esculpido pela pedra
mão petrificada”
- Mia Couto, no poema "Voz de pedreiro"


“O silencio não é ausência da fala, é o dizer-se tudo sem nenhuma palavra.”
- Mia Couto, in “O outro pé da Sereia”.



“...acordar não é a simples passagem do sono para a vigília. É mais, um lentíssimo envelhecimento, cada despertar somando o cansaço da inteira humanidade.”
- Mia Couto, in “A Mulher de Mim, em Cada Homem é uma Raça”


“Nunca quis. Nem muito, nem parte. Nunca fui eu, nem dona, nem senhora. Sempre fiquei entre o meio e a metade. Nunca passei de meio caminhos, meios desejos, meia saudade.”
- Mia Couto, no livro "O fio das Missangas".


“Escutar-se-ia longe, este meu grito. Afinal, neste lugar, até o silêncio faz eco.
- Mia Couto, In "Antes de nascer o mundo".



REFERÊNCIAS E FONTES DE PESQUISA
Mia Couto ( ahcravo)
Obras do autor, teses e dissertações

Wikipédia

MIA COUTO NA REDE SOCIAL
Fonpage brasileira sobre o autor.
Mia Couto - grupo.



1 comentário:

Elfi Kürten disse...

Caro Administrador do blog!
Observei que o meu trabalho de pesquisa foi integralmente publicado neste espaço sem mencionar a fonte. Foram meses de pesquisa e trabalho, não há problemas na sua reprodução desde que citado a fonte. ( http://www.elfikurten.com.br/2012/11/mia-couto-o-afinador-de-silencios.html)

Grata,

Elfi Kürten Fenske
e-mail: elfifenske@gmail.com