terça-feira, 6 de novembro de 2012

Enfermeiros trabalham sob pressão


Um enfermeiro do Hospital Central da Beira (HCB) actualmente atende 80 a 60 camas, situação apontado pelo director daquela unidade sanitária, César Macome, como coloca aquele grupo de profissionais a trabalhar sob pressão.
Macome fez este pronunciamento quando prestava informação ao governador de Sofala, Félix Paulo, que ontem visitou a Direcção Provincial da Saúde, para acompanhar o nível de cumprimento das metas planificadas pelo sector da Saúde, tendo escalado igualmente as direcções de Planos e Finanças e Obras Públicas e Habitação.
O director do HCB disse que o normal seria 60 camas para dois enfermeiros ou 80 camas para três enfermeiros.
”Estamos com dificuldades de pessoal, sobretudo enfermeiros. Um enfermeiro atende acima de 40 camas, o que se repercute negativamente na qualidade de serviços prestados, visto que o enfermeiro acaba acusando cansaço durante o exercício” – referiu Macome, tendo precisado que a direcção do hospital está a negociar com as organizações parceiras no sentido destas financiarem a formação de mais enfermeiros.
A outra preocupação apresentada ao governador tem a ver com a insuficiência de fundos para bens e serviços, facto que não contribui para a disponibilização de uma alimentação adequada aos doentes e outras despesas.
Referiu também que o HCB tem recebido muitos pacientes provenientes de várias províncias do país que, quando terminam com o tratamento, enfrentam dificuldades para regressar às suas zonas de origem, por falta de meios, acabando por permanecer muito tempo nas enfermarias, facto que acarreta custos.
A degradação do bloco de internamento do HCB foi a outra preocupação referida por César Macome e que foi reforçada pela directora provincial de Saúde de Sofala, Marina Karagianis, que afirmou que o departamento de planificação e cooperação da instituição que dirige tem vindo a envidar esforços junto do Ministério da Saúde, no sentido de conseguir investimentos para a reabilitação do maior hospital de referência na região cento do país.

INSUFICIÊNCIA DA REDE SANITÁRIA

A directora provincial da Saúde de Sofala, Marina Karagianis, informou ao governador que a cobertura da rede sanitária na província ainda continua insuficiente. Como consequência disso, a população percorre uma distância média de 12 quilómetros a procura de cuidados de saúde.
Sustentou que, na Beira, a população percorre quatro quilómetros enquanto nos distritos a distância de 20 quilómetros à procura de uma unidade sanitária.
A degradação das infra-estruturas do Hospital Central da Beira, hospitais rurais de Marromeu, Búzi, e Nhamatanda e centros de saúde de Inhaminga e Marínguè são outros constrangimentos, apontados por Marina Karagianis como influenciando os resultados das actividades do sector na província.
Entretanto, o governador de Sofala, Félix Paulo, depois de auscultar as dificuldades do sector, encorajou os funcionários a transformar as dificuldades em desafios para o bem-estar das populações.
“Todos os esforços conjugados serão envidados no sentido de ver ultrapassados as dificuldades, visto que a nossa meta é ver melhoradas as condições de vida das populações“ – disse o chefe do executivo de Sofala.

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