sábado, 10 de novembro de 2012

A biógrafa que se tornou amante do general no Afeganistão

10.11.2012 - 12:53 Por Rita Siza
Paula Broadwell manteve uma ligação com David Petraeus no Afeganistão Paula Broadwell manteve uma ligação com David Petraeus no Afeganistão (DR)
A imprensa norte-americana nomeou a biógrafa do general David Petraeus, Paula Broadwell, como a mulher com quem o director da CIA e antigo comandante das tropas dos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão manteve um relacionamento ilícito.

O “affair”, que pôs fim à carreira de Petraeus, terá sido iniciado enquanto Paula Broadwell, uma investigadora da Universidade de Harvard e se encontra a fazer um doutoramento no King’s College de Londres, esteve a acompanhar a vida do general no Afeganistão durante várias visitas de meses, entre Julho de 2010 e Julho de 2011 – uma pesquisa no âmbito do projecto biográfico “All In: The Education of General David Petraeus”, de que Broadwell é co-autora.

Tal como David Petraeus, a autora, de 40 anos, foi formada na Academia Militar dos Estados Unidos em West Point, tendo integrado as fileiras do Exército norte-americano (actualmente com a patente de major na reserva). A sua carreira académica começou no departamento de Estudos Internacionais da Universidade de Denver, e prosseguiu na Universidade de Harvard e no departamento de Direito e Diplomacia da Universidade Tufts, onde dirigiu o Centro de Estudos de Contra-Terrorismo.

Broadwell, que é casada e tem dois filhos, e reside em Charlotte, na Carolina do Norte, escreveu vários artigos para os jornais The New York Times e Boston Globe. No mês passado publicou uma peça na revista Newsweek intitulada “As Regras do General David Petraeus para a Vida”, uma lista de “lições de liderança” em doze pontos que incluía uma alínea sobre erros. “Todos nós cometemos erros: o que importa é reconhecê-los, admiti-los, aprender com eles e evitar cometê-los uma segunda vez.”

Não existe qualquer suspeita de que o caso de David Petraeus tenha violado os regulamentos internos da CIA, que apenas alerta para os “riscos de segurança” que podem resultar de ligações entre o seu pessoal e agentes estrangeiros. A Associated Press notava, porém, que a comunidade dos serviços secretos considera que todas as situações que possam ter um potencial de chantagem sobre dirigentes de topo comprometem seriamente o trabalho da agência.

A justiça militar também pode entender investigar uma relação extra-conjugal, mas não existe para já nenhuma indicação que pretenda fazê-lo no caso de David Petraeus. O FBI já veio esclarecer que o general não está sob investigação e que não encontrou nenhuma ilegalidade ou indício de crime na correspondência electrónica trocada entre Petraeus e a amante.

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