E agora, Filipe Nyusi?
Nós sabemos que o Presidente tem aversão a questionamentos. Foi o que se viu naquele desastre de Lisboa. Todavia, temos que perguntar. É urgente e pertinente. E agora, Presidente, que se provou pela boca de Jean Boustani e pela vasta documentação dispensada ao tribunal o seu envolvimento no vergonhoso escândalo das dívidas ocultas? Vai assumir ou não que também faz parte da gangue, da quadrilha que lesou Moçambique? Recebeu ou não um milhão de dólares para a sua campanha eleitoral de 2014? Jean Boustani está a mentir? A documentação existente é falsa?
Sabe muito bem, Presidente, como o povo funciona. Já o julgou e condenou. Para o povo, o Presidente é corrupto como aqueles que estão agora detidos no Língamo. Talvez, até, os devia fazer companhia. Não é na Ponta Vermelha que o senhor merece estar. Como é que vamos ter confiança de que o senhor vai negociar, de forma transparente, o nosso gás? O nosso gás entregue às aves de rapina. Pobre dos moçambicanos. Há que mudar este destino cruel!
O depoimento de Jean Boustani beliscou-lhe. Destruiu o que ainda restava da sua idoneidade. O senhor devia ser transparente como a mulher do César. Da sua consorte, César não só exigia seriedade. Ela tinha que parecer séria. E, desculpe-nos Presidente, o senhor não parece sério. Dificultou muito. Negou sempre de pés juntos que esteve envolvido no calote. Aliás, nem queria ouvir o seu nome relacionado a este crime vergonhoso. Mas ai está: está metido nisto até ao pescoço.
Foi por isso que nos falou dos inexistentes frangos de 50 meticais ou do Tseke?
E já começamos a perceber porquê não quer que Manuel Chang vá aos EUA. Se ele é inocente, não temos nada que gastar o nosso dinheiro a pagar esses Mabundas advogados para defendê-lo. Ele tem que seguir para onde é acusado e provar-lhes que é, de facto, inocente.
Ou há mais dinheiro que o senhor recebeu? Jean Boustani pode não ter dito tudo…
Isto é uma vergonha. O senhor fala do combate à corrupção, afinal não está connosco nesse barco. Bem que sempre questionámos onde é que o seu filho, Florindo, trabalhou para exibir carros de alta cilindrada ao povo esfomeado que o pai ajudou a destruir.
São vocês que fazem com que este povo sinta vergonha de ser moçambicano. Um País com falta de infra-estruturas básicas: estradas esburacadas até no centro da cidade capital, falta de hospitais condignos, pessoas a vender de tudo num mercado a céu aberto, ou seja, o País inteiro é um gigante dumbanengue, mas há os que exibem riqueza. Riqueza não trabalhada. Dinheiro roubado ao povo. Sanguessugas a serem transportados em Mercedes Benz preto topo da gama. Que pesadelo!
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