O Intercept publica hoje uma reportagem produzida a partir gravações de áudio que mostram procuradores do Peru pedindo para que um preso mentisse sobre sua ligação com outros investigados pela Lava Jato no país.
A estratégia lembra o modus operandi da Lava Jato brasileira que o Intercept e seus parceiros vêm denunciando desde junho. A prática é ilegal, como já mostramos na #VazaJato, porque no Peru, assim como no Brasil, a colaboração precisa ser espontânea.
Além disso, os procuradores não podem manipular as declarações para fortalecer a sua narrativa de acusação.
As gravações que publicamos na reportagem foram entregues ao Intercept por uma fonte que pediu para não ser identificada e analisadas em conjunto com o site peruano de jornalismo investigativo Ojo Público.
O preso em questão era Martín Belaunde, um marqueteiro e operador político que aspirava se tornar colaborador da justiça e assim se livrar da prisão. Nas gravações, ele afirma que um procurador da Lava Jato peruana lhe pediu para omitir uma declaração sobre uma alegada doação eleitoral da Odebrecht ao ex-presidente Olanta Humala porque o próprio ex-diretor da construtora, Jorge Barata, havia negado ter feito o pagamento.
O ajuste em suas declarações sobre a Odebrecht tinha como objetivo evitar conflito com “a tese da procuradoria”, nas palavras do procurador Allan Castillo.
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