sábado, 20 de julho de 2019

O fim desta civilização

O fim desta civilização
Uma das minhas experiências mais belas de viver na “diáspora” foi a primeira, e única, viagem que fiz aos EUA em 2000. Aluguei um carro em Atlanta para ir a Washington. Tive que passar a noite num motel por aí. Quando preenchi o formulário com a minha morada da altura, Berlim, o tipo (branco) da recepção olhou para mim com um sorriso largo e disse-me o seguinte: “Você é o primeiro alemão que passa por aqui desde há vários anos!”. Noutras circunstâncias, ser considerado alemão ter-me-ia incomodado bastante, mas naquele momento admirei essa postura americana de não julgar a origem das pessoas com base na cor da sua pele. Até há bem pouco tempo usava essa história aqui na Europa para destacar os avanços civilizacionais americanos... As recentes declarações de Trump sobre as congressistas que deviam regressar à sua terra privam-me dessa bela história. Não há como não odiar este tipo, assassino de boas histórias.
Acusar o Trump de racismo ou xenofobia seria a saída mais fácil para dar conta do que está a acontecer nos EUA. Na verdade, o assunto é mais grave do que isso. Há um certo sentido em que a sua postura é bem pior do que racismo. Sim, é imbecilibidade, pois o racismo cabe nela, mas ela nem sempre cabe no racismo, pois este pode ser a manifestação duma razão fria e calculista como, aliás, foi no sistema do Apartheid, na negação de direitos cívicos aos negros nos EUA e, na verdade, no tecido normativo mundial que convive alegremente com o bem-estar de uns poucos (muitos deles de melanina mais leve) e a miséria de muitos (muitos deles de melanina mais carregada), muitas vezes permitindo o sofrimento dos últimos para proteger o bem-estar dos primeiros. Então, no fundo o que Trump representa é algo que a gente nunca tinha percebido bem, apesar de suspeitar, nomeadamente o cinismo por detrás da proclamação de valores universais por gente (e culturas) que quase sempre agiram à sua revelia.
Quando na Itália são presas pessoas que salvam vidas, numa Itália, portanto, cujos valores republicanos, pelo menos na versão mais simpática do legado do Império Romano, foram sempre uma fonte de inspiração para a construção de ordens políticas protectoras da liberdade individual e dos direitos cívicos, é difícil conciliar o que isso significa com a ideia de valores universais que este pessoal aqui do Ocidente não se cansa de propalar pelo mundo fora. Quando no Brasil, um ministro da educação reage à descoberta de cocaína num avião que acompanha o presidente com um “tuíte” em que descreve dois anteriores presidentes (Dilma e Lula) dum partido adversário como cocaína mais pesada do que a que foi encontrada, um ministro do ensino superior dum governo que se legitima pelo esforço de resgatar valores cristãos, é difícil conciliar isso com a utilidade desses valores para seja o que for.
Quando em Portugal, uma “historiadora” publica uma tirada sem nexo em que revela mais a sua ignorância do que distingue aquilo que é considerado como sendo a cristandade e em sua defesa vem alguém que defende a ideia da superioridade de umas culturas sobre outras, fica muito difícil levar a própria ideia de cultura ocidental a sério.
Mas se calhar a gente se equivocou na abordagem destes assuntos. O equívoco pode estar ligado à ideia segundo a qual a civilização consistiria num processo crescente de respeito pela dignidade humana. Não é. E se calhar é por isso também que a gente não pode falar de culturas superiores a outras. É bem possível que a civilização seja algo mais estático do que a gente sempre pensou. É a capacidade de observar de forma consequente regras de convivência que protegem a dignidade de todos. Não é a melhoria destas regras, nem das pessoas que as devem observar. É o trabalho constante na criação de condições dentro das quais a observância dessas regras se naturaliza. É evidente que a existência dum mundo que racionaliza a injustiça social e naturaliza desequilíbrios estruturais é incompatível com este conceito civilizacional porque a sua principal premissa é o atentado constante à dignidade humana, isto é ao respeito que devemos ao outro. Neste sentido, Trump, Salvini e Bolsonaro não são uma aberração. Eles são a manifestação de tudo quanto há de errado na ideia teleológica de que civilização é um processo constante de melhoria humana que, por sua vez, seria prerrogativa duma única cultura (superior). Todo o processo civilizacional que convive com a injustiça e a desigualdade torna-se, a longo prazo, produtor da barbárie e da sua própria errosão.
O fim desta civilização, portanto, da civilização que alimentou as narrativas de progresso humano apesar do colonialismo, do comércio de escravos e da indiferença perante a miséria no mundo, nunca foi a civilização, mas sim a barbárie. O seu maior inimigo, curiosamente, nunca foi o extremismo religioso, o fanatismo revolucionário e a resistência cultural, mas sim aqueles que no interior desse próprio projecto não dispõem de recursos intelectuais que os permitam perceber do que se trata. Trump é mais perigoso para a América do que o integrismo islâmico, pois em toda a sua imbecilidade põe a descoberto o cinismo que sustenta a história da Carochinha que o universalismo ético ocidental representa. Bolsonaro é mais inimigo dum Brasil cristão de matriz ibérica do que aqueles que pela via da emancipação social renovam o tecido social brasileiro. É sintomático disto, e cruel ao mesmo tempo, que cada vez mais recai sobre o não-ocidental, sobre a vítima do sistema, a defesa e promoção dos valores que esse universalismo ético poderia ter representado. Martin Luther King Jr. fez mais pela reafirmação dos valores contidos na declaração de independência do que a própria constituição americana e suas várias emendas. Chega a ser trágico.
Vistas as coisas desta maneira, se calhar até faz sentido que esta civilização chegue ao fim. É bem possível que tenha dado tudo o que tinha a dar. Mas não é menos verdade que, ao que tudo indica estamos apenas a chegar ao fim desta civilização, não da civilização. Os Trumps e Bolsonaros deste mundo apenas documentam isso. Quem sabe, um dia num motel qualquer do mundo alguém vai exclamar que há muito não passava por ali um humano...
Comentários
  • Ricardo Santos A famosa Estátua da Liberdade não está lá para enganar a nossa malta. Está para enganar alguns americanos.
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  • Fátima Sá Muito bom! Pode por para partilhar?
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  • Nestor Zante Wahouu! quelle profondeur!
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  • Domus Oikos Professor Elisio Macamo Trump casou-se quatro vezes e das três esposas são todas emigrantes russas. Ele mesmo é filho de emigrantes e não se percebe o seu ódio aos emigrantes. Alguma história inconsciente.
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  • Hlomulo Zimba Professor, não será o comportamento assumido de inferiorização do outro, menos perigoso que aquele que publicamente assume o respeito pelas diferentes pessoas, mas, no entanto, age de maneira contrária a sua postura pública.
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  • Benedito Mamidji Profundo. A primeira vez que a crença na progressão civilizacional ocidental caiu por terra, para além da crítica profética disfarçada de filosofia dos socialistas do século 19, foi com o eclodir da primeira guerra mundial. Acreditar que o mundo avança para um lugar melhor que o que existiu ontem e existe hoje seria ingênuo. Trump e sua turma pelo mundo fora apenas vêm nos acordar do son(h)o a que por vezes nos damos o prazer de desfrutar, sobretudo quando há discursos progressistas à la Obama que nos embalam. Já ouvi (melhor, li) Achille Mbembe afirmar que a era do humanismo está a chegar ao fim, e sempre perguntei me quando ela começou. O facto é que o progresso e o retrocesso andam de mãos dadas. A bomba atômica e os mísseis - resultados da mais avançada ciência, e portanto fruto do progresso civilizacional - são a prova mais clara disso. Hoje estão aqui os drones e os ciberdinheiros que já estão a atirar milhões ao desemprego.
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  • Alcídes André de Amaral Interessante. Só estou curioso em lhe ouvir sobre o porquê de achar uma "postura americana" a partir de um simples e, parece, breve afirmação de uma só homem branco, americano, num motel, concretamente na recepção desse. Não seria a situação que colocou Trump no poder a consequência da postura ou posturas americanas, posturas que não sabemos bem qual é mas que, podemos pensar, são dinâmicas, situacionais e, em certa medida, polimorfa?
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    • Elisio Macamo boa pergunta! no aeroporto perguntaram-me há quanto tempo vivia na alemanha e quando eu disse abanaram a cabeça e perguntaram porque não era alemão... a ideia de que alguém que não tem o aspecto físico da maioria não é dali tem raízes profundas na europa. nos eua não. o movimento que levou trumpo ao poder quebrou com isso. sem que o passado tenha sido melhor, houve algo que se perdeu a partir do momento que se começou a falar do nós e eles...
    • Alcídes André de Amaral Em conversa com um colega brasileiro sobre a eleição de Bolsoro ele me disse que isso revelou o Brasil real, racista, sexista, etc. Recordei que é também aqui onde elege_se Dilma, Temer, Lula, Tiririka, etc. Não consigo o que é "Brasileiro". Penso Nós e Eles sempre esteve nesses países, alguns apenas falaram mais alto e constituíram a realidade. Acho que nós e eles só aparecem quando há porque se sente um certo "perigo" para nós que os determina a separar o "eles". Estou a ter prolemas com "postura Americana"... Hoje já circulam vídeos de brasileiros a pedirem desculpa por confiarem em Bolsonaro, não é interessante?
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    • Elisio Macamo talvez seja o problema de agregação. o problema não é generalizar. o problema é explicar o que entra na generalização. a eleição de bolsonaro pode revelar o brasil "racista" no sentido em que certos elementos estruturais que fazem este país se tornam particularmente relevantes num determinado contexto. a eleição de quem não se encaixa nesse diapasão não signficaria que o diapasão não existe, mas sim que num determinado momento ele não foi relevante. se eu achasse que o alcides sempre interpela criticamente e classificasse isso como sua postura, o facto de num determinado momento não interpelar criticamente não significaria que não fizesse sentido dizer que existe essa postura em si. o medo de generalizar não nos pode levar à uma atomização extrema.
    • Alcídes André de Amaral Elisio Macamo, ok. Acho que percebi o ponto. Parece que está dizendo que a "postura do Alcides é geralmente essa" mas se num determinado momento não aconteceu deve ser por alguma razão, certo? No caso aqui em questão, está querendo dizer que geralmente esse é postura dos norte americanos mas se agora isso não acontece deve ser por alguma razão: A Eleição de Trump? O que é curioso é que eles estão fazendo praticamente o que prometeram nas suas campanhas...
    • Elisio Macamo sim, exactamente. ele faz o que prometeu e o que ele prometeu viola a "postura americana".
    • Alcídes André de Amaral Então,quer dizer que os americanos que votaram nele violaram a sua própria postura, esta entendida no sentido geral que esclareceu? Para entender melhor esta postura preciso de entender como é que isso dá conta dos eleitores também. No fundo estou ainda convencido de que não existe uma tal "postura americana". As posturas duram até um certo tempo. Basta acontecer algo que abale o nosso "estilo de ser" para mudarmos de estilo. Uso estilo no sentido de postura. Mas entendi um ponto: há uma certa postura Americana que não avalia o outro diferente pelas características físicas imediatas comum a maioria. As vezes conhece-se melhor vivendo, quem sabe se um dia viajar para lá poderei ver uma postura. Sempre tive uma opinião um tanto quanto diferente da "ideia de Brasileiro" até perceber aliás, começar a sentir que basta uma certa uma circunstância para mudar posturas. Como vê, ainda não consegui ver bem a ideia de "postura geral americana".
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    • Elisio Macamo Alcídes André de Amaral, interessantes perguntas. contudo, estou com alguma dificuldade em entender algumas coisas. Primeiro, não sei de que maneira o esclarecimento desta questão ajuda a entender e alargar a discussão proposta pelo texto. parece-me um assunto marginal que pouco acrescenta ao debate. segundo, não percebo onde está realmente a questão. é a generalização (a minha primeira resposta explica isto) ou é a ausência de provas empíricas que sustentam a generalização? se for este o caso, acho que a resposta está um pouco na cultura geral. como país de migração, nos eua (assim como o canadá) nunca fez muito sentido classificar os portadores de passaporte americano nos termos ora empregues por trump pelo simples facto de que todos, à excepção da população indígena, são imigrantes. o ridículo do que trump diz está no facto de ele próprio não só ter essa origem como também ter tido relações matrimoniais com pessoas nessa condição também. terceiro, não sei se a questão é mais epistemológica no sentido de rejeitar agregações como categorias descritivas válidas. fazer recurso a essas categorias não significa “essencializar” o que é descrito. se eu digo que existe uma postura americana em relação à questão do diferente, não estou a dizer que os americanos (todos eles e em todos os momentos) estão reféns dela. estou a dizer que há um comportamento padronizado que nos permite enquadrar o que observamos, incluindo aquilo que com ele não se coaduna. é assim que se faz análise social. justamente porque o pronunciamento de trump viola essa postura é possível apreciar o seu significado e o que esse significado nos permite perceber. portanto, não percebo onde exactamente está a dificuldade aqui. as posturas não duram até certo tempo. elas existem e nessa existência são um instrumento heurístico valioso para a gente entender não só o que as produz, como também o que a sua violação significa.
    • Alcídes André de Amaral Percebo, prof. Elisio Macamo. Na verdade estava procurando fazer uma "estruturação" e perceber a partir dela a relação entre a violação daquilo que chamou "Postura Americana" por parte do Trump e os apoios que o Trump tem e teve e que o levou a ser eleito. Queria perceber essa "postura americana" nessa relação. Pensava que ao encontrar essa relação poderíamos entender "melhor" a ideia de "postura americana" que, de certa forma, acho, é a mesma ideia que perpassa todo o seu texto em forma de expressões como "cultura ocidental"; "processo civilizacional" e até mesmo a ideia de "comportamento padronizado" que trouxe nesse último comentário. Por isso acho que não é um assunto marginal até porque se não lhe entendermos melhor nisso (e noutroas coisas como conceitos de "civilização" e "cultura") podemos debater o seu texto apenas superficialmente. Outro problema meu é que eu passei a não me sentir bem com a ideia de "padrão de comportamento" que podemos traduzir do seu texto, se entendi bem, por "postura". Quando disse que as posturas são dadas num determinado momento e até um certo ponto é exatamente por causa desse meu sentimento. Elas (as posturas), os padrões, acho que só são possíveis num determinado tempo e espaço. Elas variam, se transformam, de uma postura pode vir as outras e assim sucessivamente. Os acontecimentos sociais e históricos (incluo neles o econômico) é que possibilitam essa dinâmica. Mas eu gosto de ver de forma mais reduzia, ou seja as posturas, os padrões só podem ser possíveis ou só podem ser melhor entendidas vistas em certos momentos e em certas situações exatamente porque dependem dos contextos sócio-históricos. É a partir disso que concordo consigo sobre a falsidade ou inviabilidade da ideia de "valores universais". Debatendo essas coisas podemos procurar entender o seu texto que até traz vários elementos ainda por se debater "civilização" - o que entende por civilização e como a distingue da cultura;
  • R.E.M. Its the End of the World as We Know it **HQ** Video
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  • Celia Meneses Gosto mais do “losing my religion”
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  • Ana Mafalda Leite Excelente!
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  • Mbuta Zawua Me questionei sobre, se não estamos a viver a experiência de como se destrói uma civilização.
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  • Mbuta Zawua Donquel Paxe veja sobre o fim de uma civilização.
  • Fernando Ferreira Mendes Bem claro. Gosto.
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  • André Jose abraço
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  • Miro Guarda "Quem sabe, um dia num motel qualquer do mundo alguém vai reclamar que há muito não passava por ali um ser humano"
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  • Miro Guarda Com devida vénia vou partilhar
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  • Narciso Manecas Gastene Hum, lindo texto, Prof.
    Abraços
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  • Maria Cristina Leão Que texto bonito, Elisio Macamo
    Tudo que você disse faz um sentido profundo pra mim.
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  • Vanessa Riambau Pinheiro Que texto maravilhoso! Parabéns👏🏼👏🏼👏🏼
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  • Fatima Cordeiro Concordo. O homem têm dado passos gigantescos para o seu próprio fim.
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  • José Octávio Serra Van-Dúnem Elisio Macamo começar o dia a ler o que acima colocaste deixa-me triste mas desperto, no sentido de que vale a pena ir em frente, pois acredito que podemos e devemos contribuir para uma "civilização" melhor.
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  • Nyenyezi B. Aymar Simplement rafraîchissant et parfait ! Même si je le lis par traduction automatique. Merci prof !!!
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  • Gigi Guerreiro Profundo, Professor. Profundo! Possívelmente é isso, queremos acreditar como sociedade que "civilização" significa automáticamente evolução para o melhor. Esta sua análise é bastante realista e mais adequada a uma busca para a solução deste caos.
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  • Tatiana Vieira Triste e ao mesmo tempo genial, querido! Obrigada por esta reflexão 🙏☺️

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